sábado, 25 de setembro de 2010

Uma Grande Jogada de Mestre.

O presidente Lula é uma destas figuras raras na história. Um homem que teve de passar por muitas coisas na vida para saber enfrentar os desafios que se apresentaram em sua tragetória, como uma constante. Foi sua tenacidade que permitiu seguir em busca dos objetivos que delineou para si. Jamais deixou de acreditar que seria possível chegar à presidência da república. Por um átimo, quase sai de lá apeado, no famigerado escândalo do mensalão, trama urdida para retirá-lo do poder, porque então seu governo tinha objetivos bem definidos que se fizeram sentir na percepção do brasileiro, razão pela qual não foram adiante na tentativa de golpe branco-midiático. Passado o turbilhão, Lula consolidou sua liderança e passou a pôr em prática o projeto de inserção do Brasil no cenário internacional, não mais como coadjuvante, sem relevância no processo, mas agora como ator influênte, nas tomadas de decisões importantes para as nacões. No momento crucial que teria de escolher quem iria suceder-lhe, surpreendeu a todos ao indicar como candidata uma mulher, contrariando todas expectativas existentes, a começar porque Dilma não tinha experiência político-eleitoral. Era uma burocrata oriunda do executivo. Seu passado de luta contra a ditadura metia medo nas elites, ao passo que seria imprescindível montar uma engenharia para torná-la conhecido do grande público. Os muitos inimigos acumulados na imprensa partidária que caracteriza a mídia brasileira, faziam as mais estapafúrdias análises a despeito do insucesso da candidata Dilma, que iam desde de chamá-la de poste, a darem como favas contadas a derrotada, face enfrentar um candidato maduro politicamente com um passado no executivo reconhecido. Era a imagem que tinham de José Serra. Tão logo a campanha começou, apareceram os primeiros sinais de que tais análises não batiam sequer com a sombra da realidade. Dilma partiu para uma escalada de crescimento na preferência do eleitor que assustou a grande mídia favorável ao candidato tucano a presidência. Daí, o processo eleitoral tomou o rumo do denuncismo, do assassinato de reputação, do jornalismo de esgôto que de uma tacada só eliminou o programa de governo do candidato Serra, para o enfadonho joguete eleitoral da escandalização do nada. Às vésperas das eleições recrudeceu a ofensiva contra a candidata Dilma que ao que tudo indica vencerá as eleições no primeiro turno, de modo tal que não havia outra pauta a não ser a da denúncia vazia, sustentada nas afirmações de meliantes, tidos como fontes seguras de informação. Eis o ocaso da grande imprensa que perdeu todo rumo face a vã tentativa de pelo menos provocar artificialmente o segundo turno. Neste vácuo entra o presidente Lula que com sua intuição aguçada, chama para si a responsabilidade de confrontar a imprensa, denunciando-a de favorecimento ao candidato da oposição. Facilmente engoliram a isca jogada e deixaram o denuncismo temporariamente de lado para abrir uma nova a cruzada, qual seja, a de defender à liberdade de imprensa que supostamente estaria ameaçada pelos arroubos autoritários do presidente Lula, cujo propósito seria o de "venezuelar" o Brasil. De uma cajadada muitissimamente bem aplicada, Lula desvia o foco das acusações da casa civil, traz um tema caro à imprensa ao debate e consegue dá refresco a sua candidata que já estava acoada com tantas acusações. Uma grande jogada de mestre. Agora estão ocupados em defender à liberdade de imprensa, enquanto o presidente deve está saltitando de alegria.