terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Igreja Não Faz Parte do Mundo.

O que até agora os evangélicos deixaram de perceber é que a essência da pregação de Cristo focalizava um governo celestial e não humano. Jesus, quando confrontado com Pilatus, foi claro ao dizer "que o Reino dele não fazia parte deste mundo, porque se o fizesse teria chamado seus assistentes e eles teriam lutado. Mas assim como é, meu reino não faz parte deste mundo". Anteriormente a este evento, pouco depois da multiplicação dos pães, a multidão que comeu até à saciedade veio em direção a Jesus a fim de arrebatá-lo como Rei. Percebendo as intenções da turba, Jesus evadiu-se. Depois em três ocasiões diferentes ele identificou o princípe deste mundo, o governante deste mundo, como sendo a entidade espiritual conhecida como Satanás, o Diabo. No evangelho de João, ele é sucinto ao dizer que o verdadeiro Cristão não faz parte do mundo. Segundo João, o mundo está passando assim como seu desejo e tudo que há nele. Indo mais além, João diz que "sabemos que somos nascidos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do Maligno". Portanto, nos dias de Jesus e de seus apostólos, é fato que os verdadeiros Cristãos não se imiscuiam em assuntos politicos de Estado, mantendo-se neutros, posição que para Nero era uma ameaça. O envolvimento político da cristandade se dá somente depois da morte do último apostolo de Jesus, na grande apostasia religiosa que culminou com a conversão em massa de romanos, incluindo Constantino, o verdadeiro fundador do catolicismo romano que fez uma adaptação engenhosa dos ritos pagãos de Roma com os símbolos Cristãos mundialmente aceitos. Constatino foi verdadeiramente o primeiro Papa Católico, inclusive convocando e comandando o concílio de Nicéia para determinar doutrinas que eram estranhas aos primitivos Cristãos como a trindade, a imortalidade da alma, o inferno de fogo e etc... Esta questão do abôrto é matéria que cabe ao livre arbítrio de cada um. A liderança religiosa pode até mostrar a posição bíblica sobre o tema, o que não pode é apontar candidato tal como alguém a não ser votado porque aparentemente se apresenta como favorável ao assunto em pauta. Mesmo uma cristã evangélica que chegasse ao extremo de aderir a esta opção, a única sanção que poderia receber da Igreja seria uma censura, no caso de algumas denominações, e a excomunhão no caso de outras, ação tomada em nome de Deus cujo julgamento se dará no dia do juizo final cabendo única e exclusivamente a ele a decisão de quem é merecedor ou não da vida prometida em seu reino celestial. Jamais por um líder humano que não tem tal autoridade para infligir tão severo julgamento. Ser a favor ou contra o abôrto é da liberdade individual de cada pessoa, sabendo porém que se vier a buscar esta opção estará sujeita ao escrutínio do julgamento de Deus, a quem prestará contas. Não é a uma posição oficial da igreja que tenho de me ater, mas aos princípios divinos que são contrários a tais designíos. Porém, em nome do livre arbítrio dado por Deus que permite que o homem tome esta decisão se assim o desejar, como outra decisão qualquer, inclusive a da homossesualidade, deve-se respeitar a opção feita. Deus, no final julgará de acordo com os seus princípios, a conduta individual de cada um, condenando ou absolvendo. O que a igreja está querendo fazer é sentar na cadeira de Juiz que pertence ao Cristo e antecipar um julgamento que pertence somente a Jesus.