sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Imprensa sinaliza que não dará refresco à Dilma.‏‏

A imprensa não deu sossego ao governo Lula. Ao menor indício de irregularidade na administração federal, seja por conta de um processo licitatório supostamente dirigido para beneficiar apaniguados, seja por um erro venial envolvendo dinheiro público, a lupa é aumentada centenas de milhares de vezes sempre no intuito de atribuir a membros do governo intenção deliberada de infringirem o código penal para tirar proveito pessoal de uma situação em que a corrupção seja meio de enriquecimento ilícito.



É dever da imprensa ser impertinente para com os governos que costumam malversar o dinheiro público arrecadado dos contribuintes. Portanto, age com correção quando utiliza de todos meios disponíveis para trazer a luz o mal feito, do atual, ou de qualquer outro governo. O problema é que falta à grande imprensa nacional, isenção, isonômia.



Neste particular, é flagrantemente parcial quando se dedica em tempo integral a fiscalizar com zelo as ações do governo Lula, sobretudo se houver verbas públicas envolvidas. Não observamos a mesma disposição, quando se trata das administrações tucanas. Vide o governo tucano do Rio grande do Sul. Ali uma verdadeira quadrilha foi montada para saquear o dinheiro público, no Detran e no banrisul. No entanto, quase ou nenhuma cobertura jornalistica é dada com a dimensão e importância que casos assim requerem, como se a corrupção fosse monopólio de governo petista.



Dos homens públicos do Rio Grande do Sul, das instituições responsáveis por fiscalizarem os atos do governo Yeda, não se exigiu que cumprissem com a obrigação de ir até as últimas consequências para apurarem e punírem os desvios de conduta que pautaram a gestão da governadora tucana. Tampouco houve a sanha moralizadora que mobilizasse a opinião pública gaúcha, tida como uma das mais politizadas do Brasil, em torno da proposta de impeachment de Yeda. Pelo contrário, o grupo RBS, ligado as organizações globo, atuou abertamente em defesa do governo corrupto tucano e durante todo processo investigatório fez o contraponto às avessas, desqualificou as investigações e atribuiu motivação política ao ministério público e à polícia federal.



Graças a esta ação nefasta, a governadora não apenas saiu incólume politicamente, como ganhou novo fôlego para concorrer à reeleição. Agora Yeda volta a figurar na ação penal de impobridade administrativa aberta contra ela pelo ministério público federal, da qual havia sido retirada, sob a alegação de que referida lei não seria aplicável a agentes políticos, tese acolhida pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região e reformada pelo ministro Humberto Martins, do STJ. (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/yeda-crusius-volta-a-ser-re-em-acao-de-improbidade#more)





No estado de São Paulo, quase uma centena de pedidos de CPI, nos últimos 16 anos de governos tucanos, simplesmente foi arquivada e o direito da minoria como manda a constituição, solenemente ignorado. O rolo compressor da maioria parlamentar tucana, na Assembléia Legislativa do Estado, varreu pra de baixo do tapete qualquer esforço de investigação. A imprensa tucana de São Paulo, não deu um pio. Como silente também fica a respeito de um desvio bilionário do governo tucano de Minas Gerais que deu destinação diversa aos recursos que deveriam ser aplicados por lei na saúde e foram cair nos cofres da COPASA. (http://anestesianao.blogspot.com/2010/09/escandalo-da-copasa_22.html)



Se todas as ações penais abertas contra políticos das mais diferentes matizes ideológicas chegasse até o seu término, a lei da ficha limpa deixaria inelegível os principais figurões da política brasileira, impondo uma renovação obrigatória que forçaria uma nova geração de políticos desconhecida dos brasileiros a ascender à cena pública política do Brasil. Aí a imprensa tucana que faz os mais rasgados elogios a tal lei, visto entender que só deve aplicar-se a políticos aliados de Lula por quê são todos corruptos, seria a primeira a abrir fogo contra essa legislação saneadora. Bastaria acontecer de um político como José Serra, Aécio Neves ou Geraldo Alckmin ser por essa lei enquadrado. Voltemos, porém, a São Paulo.



Há uma caixa de pandora a ser aberta nas obras do rodoanel, cujo responsável era o tal de Paulo Preto, que até bem pouco tempo, com ameaças veladas mandou um recado aos tucanos graúdos, murmurando que "não se deixa um líder ferido na estrada", nas obras do metrô de São Paulo, tal como no caso Alstom, multinacional francesa investigada pelo ministério público suíço que descobriu um grande esquema de suborno de autoridades públicas, inclusive de São paulo, com o fito de direcionar licitações para os beneficiários do esquema, e nenhum alarido a imprensa tucana, tão sequiosa de sangue petista se interessou em fazer.



Pois não é que a fúria moralista de parte de alguns setores da imprensa volta atacar, antes de se iniciar o governo da presidenta eleita, com força redobrada, ja demarcando território e emitindo sinais de que não haverá refresco também para a administração Dilma. O alvo é o mais novo xodó da velha imprensa, a petrobrás, que ultimamente vem sendo repetidamente acusada de ser um antro de corrupção.



Escaldada pela cobertura facciosa da qual tem sido vítima, desde a descoberta do pré-sal e do processo de capitalização bem-sucedido que realizou depois que estabeleceu por lei, no congresso, o sistema de partilha, em detrimento ao de concessão que atende à gana das petrolíferas, a empresa cansada de ver suas respostas às perguntas capciosas de jornalistas a serviço dos interesses de patrões avassalados ao império, ou ignoradas, distorcidas ou não publicadas, tomou a sábia decisão de criar um blog e colocar tanto os questionamentos dos jornalistas, no tocante a dúvidas recorrentes, acerca de como seus negócios são conduzidos, que submetem a petrobrás a uma situação de fragilidade perante os acionistas e investidores nacionais e estrangeiros, quanto os esclarecimentos dados, na íntegra, para desfazer qualquer ilação de que não há tranparência na gestão da atual diretoria.



Isto serviu-lhe de habeas corpus preventivo especialmente agora que voltou a ter sua reputação enxovalhada, como resultado da intenção da presidenta eleita de nomear, Maria das Graças Foster, diretora de gás e energia da petrobrás, Ministra Chefe da Casa Civil. O crime da empresa é ter Graças Foster como diretora. O de Graças Foster, ser casada com um empresário que mantém em vigência contratos de prestação de serviço com a petrobrás. Dessa mistura explosiva se utilizam os Catões da imprensa golpista para fazer insinuações levianas à diretora de gás e energia atribuindo-lhes motivações criminosas, como as de haver favorecido o esposo em função do cargo que ocupa.



É em cima de 43 contratos que a C.Foster mantém com a petrobrás que é feito todo rebosteio. As manchetes da Folha de São Paulo, no domingo passado, espirravam sangue."Leia a matéria “Petrobras tem 43 contratos com marido de ministeriável” ( versão on-line) e “Petrobras tem 42 contratos com marido de ministeriável” ( versão impressa), publicada neste domingo (14/11) pelo jornal Folha de S.Paulo."



A Folha gosta de fazer seus leitores de parvos. Não é circunstâncial, tornou-se uma prática contumaz na redação dos Frias. Quem vai a uma banca de jornal comprar um gibi, uma revista de fofocas e passa os olhos nas manchetes de primeira página desse tablóide, sai com a impressão de que o esquema dos aloprados petistas continuará a todo vapor no governo Dilma. Quem pensa conclui: "Mudou só as prostitutas, o prostíbulo é o mesmo".



No corpo da matéria o jornal dá o outro lado com os dizeres: " A Petrobrás nega ter beneficiado a empresa do marido da diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster. Informou, por meio da assessoria, que a engenheira não assinou nenhum processo de compra nem participu da contratação da C.Foster ".



Esta é a versão branqueada do que disse a petrobrás ao jornal. Por óbvio não satifaz. Na verdade quem vai ao blog da petrobrás em busca dos esclarecimentos que a empresa deu à Folha, percebe nitidamente o caráter mesquinho da matéria publicada. A Folha tem todo direito de fazer a interpretação que quiser das informações que obtém daqueles que acusa. Não tem, porém, o direito de sonegar a seus leitores a informação correta.



O que o jornal omite é que perguntou: " Dos 43 contratos da Petrobras com a C.Foster (CNPJ 31.043.482/0001-90) quantos foram firmados a partir de 2007 e qual o valor deles?



Resposta: A Petrobras tem processos de pequenas compras realizados diretamente e descentralizados pelas unidades da Companhia. No caso concreto, as pequenas compras realizadas pelas áreas de Tecnologia de Informação e Telecomunicações – TIC, Serviços Compartilhados e Exploração e Produção, feitas no período de 2007 a 2010, totalizaram 42 processos de compras de componentes eletrônicos que somaram o valor de R$ 599 mil, sendo 20 processos realizados por dispensa de licitação em razão do valor ser abaixo de R$ 10 mil e os 22 restantes, por meio de processo licitatório, conforme estabelece o Decreto nº 2.745/98 e o Manual de Procedimentos Contratuais. Cumpre informar que a Petrobras tem inúmeros fornecedores de componentes eletrônicos, cujo volume anual de compras é de cerca de R$ 10 milhões.



Pergunta: Como Diretora de Gás e Energia, a sra. Maria das Graças Foster assinou quantos deles?



Resposta: Não assinou nenhum processo de compra.



Pergunta: Qual foi a participação dela na contratação da empresa C.Foster?



Resposta: Nenhuma.



Seguindo o mesmo padrão de jornalismo de esgoto, o globo repercutiu matéria da Folha e escondeu de seus leitores de que em cem por cento das disputa de que a C.Foster participou não venceu em mais de noventa por cento dos certames. Veja abaixo as explicações da petrobrás.



Estou com a suíte da matéria da Folha de SP sobre os 42 contratos firmados entre a empresa C.Foster e a Petrobras (empresa do marido da diretora de gás e energia da Petrobras, Maria das Graças Foster) e, conforme contato telefônico, seguem algumas dúvidas:



- Gostaria de saber o que a Petrobras fala sobre o possível favorecimento à C.Foster, após a entrada de Mª das Graças na diretoria de gás e energia;



-Os contratos não tiveram licitação, isso não reforçaria a denúncia de favorecimento?



-O que a diretora Mª das Graças diz sobre a denúncia da Folha?



Resposta: A respeito de matéria publicada hoje (14/11) na imprensa, a Petrobras esclarece que não houve favorecimento à empresa C. Foster e que não houve qualquer irregularidade nas pequenas compras de componentes (e não contratações, como publicado).



A Petrobras reafirma que 20 compras foram realizadas por dispensa de licitação, pois os valores foram abaixo de R$ 10 mil. As demais foram feitas por meio de processo licitatório, conforme estabelece o Decreto nº 2.745/98 e o Manual de Procedimentos Contratuais da Petrobras.



A C. Foster não foi a vencedora em mais de 90% das licitações da Petrobras de que participou. Portanto, nunca houve favorecimento à empresa.



De 2005 a 2010, as compras somaram R$614 mil, contra os cerca de R$50 milhões que a Petrobras adquiriu no período de outras empresas que fornecem os mesmos tipos de materiais da C. Foster. As compras foram feitas por quatro áreas da Companhia, nenhuma delas vinculada à Diretoria de Gás e Energia.



Tratam-se, portanto, de compras realizadas em estrita conformidade com as normas – tanto com as que regulam os procedimentos de aquisição de equipamentos e serviços da Petrobras quanto com as que versam sobre a conduta ética dos administradores da Companhia.



A mesma respostafoi enviada neste domingo (14/11) para a rádio CBN.



(http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/respostas-da-petrobras-a-folha-e-globo#more)



A disposição da grande imprensa de partir para o enfrentamento com o surrado discurso da ética udenista continua vivo e fervilhando. Que a presidenta Dilma fique vigilante e não fraqueje diante das chuvas e trovoadas que se avinzinham.

Dilma sabe que diferentemente de Lula, seu governo poderá não ter fôlego para resistir a uma campanha ostensiva da imprensa baseada na premissa de que o governo que dirige é corrupto, como suportou e resistiu o governo Lula. Ainda pairam inúmeras dúvidas, na mente de quem nela votou por influência direta do presidente.

 Para muitos Dilma é uma incógnita. Ao primeiro sinal de uma crise política em consequência da eclosão de um grande escândalo de corrupção, o que a imprensa não conseguiu fazer com o governo Lula, apeá-lo do poder, humilhado e com a carreira política encerrada, talvez finalmente consiga fazer com seu governo e com o provável apôio de uma opinião pública volúvel e sem consistência ideológica que a conduziu ao poder em confiança ao presidente Lula.

Se assim é possível, acabe de vez com o esquema espúrio de aparelhar a máquina pública com agentes políticos que estão ali para formar caixa dois e desviar dinheiro público. Para o bem da vitalidade do governo que inicia, não abra mão de governar com pessoas prôbas, do contrário, sucumbirá inapelavelmente. Expulse as raposas e feche o galinheiro, se quiser ir até o final do mandato.