domingo, 16 de janeiro de 2011

Robert Kennedy Jr.: Quando a mídia ajuda a matar

Extraido do Blog do Azenha, o vi o mundo.




[Anúncio de página inteira publicado no Dallas Morning News no dia do assassinato de JFK, em que ele é acusado de ser comunista]



Nas ondas do ódio radioativo



Após a morte de JFK, vozes do extremismo de direita se afastaram um pouco do rádio e TV. Agora voltaram, diz sobrinho de Kennedy



por Robert F. Kennedy Jr., traduzido por Terezinha Martino, no Estadão



No dia 22 de novembro de 1963, minha mãe foi me buscar na Sidwell Friends School, em Washington. Quando seguíamos para casa, em Hickory Hill, norte da Virgínia, observei que todas as bandeiras da cidade estavam a meio pau. Minha mãe disse que um homem malvado tinha atirado no tio Jack e ele tinha ido para o céu. Um amigo do meu pai, Dean Markhan, ex-companheiro do time de futebol em que ele jogava e promotor da divisão de combate ao tráfico, foi buscar meu irmãozinho David na escola Our Lady of Victory. “Por que eles mataram tio Jack?”, David perguntou a ele. Dean, ex-fuzileiro naval, veterano de combates, conhecido como um dos mais robustos atacantes do Esquadrão GI Bill — o mais forte time de futebol [americano] da história da Universidade de Harvard –, não era tão forte para enfrentar aquela pergunta. E chorou silenciosamente durante todo o caminho percorrido.



Quando cheguei em casa meu pai estava no jardim com Brumus, nosso terra-nova, e Rusty, um setter irlandês. Corremos em sua direção e o abraçamos. Todos choravam. Ele nos disse: “John teve a vida mais maravilhosa possível e jamais teve um dia triste”.



Nem Glenn Beck, Sean Hannity ou Michael Savage, nem os odiosos mercadores da Fox News e dos programas de rádio podem dizer que inventaram seu estilo.



[PS do Viomundo: O autor se refere a jornalistas-militantes da extrema-direita]



A virulência tóxica da direita dominava de tal forma as ondas de rádio desde a era McCarthy até 1963 que o presidente John Jack Kennedy, naquele ano, lançou uma campanha para implementar a Fairness Doctrine (Doutrina da Imparcialidade), que exigia exatidão e equilíbrio no rádio e na TV. Estudantes, grupos religiosos e de cidadãos registraram mais de 500 queixas na Comissão Federal de Comunicações contra extremistas de direita e apresentadores que disseminavam o ódio.



Os programas transmitidos em Dallas eram radioativos: pregadores, líderes políticos e empresários locais cuspiam a virulência extremista, inflamando as paixões de legiões de fanáticos desequilibrados. Havia alguma coisa naquela cidade — cólera ou loucura — que, conscientemente ou não, parecia preparar o terreno para o assassinato de Jack. A Voice of America, meia hora após o assassinato do presidente, descreveu Dallas como o “centro da extrema direita”. Texas era um tal caldeirão de corrupção da direita que o historiador William Manchester a retratou como a cidade que lembrava os dias finais da República de Weimar. “Coisas insanas ocorriam”, reportou Manchester. “Enormes cartazes exigiam o ‘impeachment’ de Earl Warren (presidente da Suprema Corte, responsável pelo fim da segregação nas escolas; depois presidiu a comissão Warren, que investigou o assassinato de Kennedy)”.



Lojas de judeus eram pichadas com suásticas. Jovens donas de casa se sacudiam em público ao canto “Stevenson’s going to die — his heart will stop, stop, stop and he will burn, burn, burn”(Stevenson vai morrer — e seu coração vai parar, parar, parar e ele vai queimar, queimar, queimar).



Manchester continua: “Dallas tornou-se a meca dos festivais de cura dos evangélicos da National Independence Convention, das Cruzadas Cristãs, dos Milicianos, da Sociedade John Birch e das Sociedades Patrick Henry e a sede do explorador de petróleo, de direita, H. L. Hunt e suas atividades duvidosas. O prefeito da cidade, o direitista Earl Carrol, era conhecido como ‘prefeito socialista de Dallas’ por ter mantido sua filiação no Partido Democrata”.



[Nota do Viomundo: O autor se refere, acima, a grupos da extrema-direita de então, antecessores do Tea Party]



O discurso de tio Jack em Dallas deveria ser um ataque violento contra a direita. Ele encontrou as ruas abarrotadas de democratas seus partidários, mas entre eles eram vistos os ornamentos familiares do ódio contra o presidente: bandeiras confederadas, centenas de cartazes exibindo uma foto de Jack com a inscrição “Procurado por traição”. Um homem portava uma faixa que dizia: Você um traidor (sic)”. Outras faixas o acusavam de ser comunista. Quando os alto-falantes da escola anunciaram o assassinato de Jack, alunos do quarto anos aplaudiram. Um ouvinte de rádio ligou para dizer que “qualquer branco que fez o que fez pelos negros deve ser morto a tiros”.



Quando meus irmãos e eu fomos à Casa Branca para consolar meus primos John e Caroline, um grupo desfilava diante da residência exibindo um cartaz que dizia “Deus puniu JFK”.



Jack tinha recebido uma infinidade de advertências para não visitar a cidade texana. De fato, um pressentimento tomava conta da nossa família quando ele e a tia Jackie se preparavam para a viagem. Jack fez uma visita não programa a Cape Cod para se despedir do meu avô doente. Na noite anterior à viagem, minha mãe sentiu que ele estava ausente e taciturno no jantar para os juízes da Suprema Corte.



A morte de Jack forçou um autoexame nacional. Em 1964, os americanos repudiaram as forças do ódio e da violência da direita com histórica e esmagadora vitória na eleição presidencial disputada por Lindon Johnson e Barry Goldwater. Por um tempo os promotores do extremismo de direita se afastaram do pódio público. Agora retornaram, pensando em vingança, ao rádio e à TV e a importantes posições no cenário político.



Gabrielle Giffords continua num quarto de hospital lutando pela vida. Uma garota de 9 anos e outras cinco pessoas estão mortas. Rezemos por elas e pelo nosso país e esperemos que essa tragédia leve a um novo exame de consciência.

Que prefeito é esse?

Do blog de Garotinho.




Reprodução da coluna “Retratos da Vida”, do jornal Extra



Meu Deus! A que ponto chegou o prefeito Eduardo Paes! Não é preciso dizer nada, a cara diz tudo, Paes mal consegue manter os olhos abertos, vejam que estado deprimente. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, casado, com filhos, com as mãos nas pernas da funkeira, pior do que Cabral naquele episódio do “enjoy in Rio”, bêbado ao lado de Dilma, no Sambódromo, no ano passado.



Enquanto o estado do Rio se comove com a tragédia da região Serrana, as pessoas de todos os cantos se mobilizam para ajudar as vítimas, Eduardo Paes, na sexta à noite, trocava telefones com Valesca Popozuda, eufórico, e prometendo que vai contratá-la para shows na cidade, enquanto sambava na quadra do Salgueiro. Sambar é força de expressão, nem que quisesse. Basta reparar as fotos. Não conseguiu nem se levantar do sofá.



Não tenho nem mais palavras. Esse é o prefeito Eduardo Paes, que quer se reeleger daqui a dois anos.



Em tempo: Reparem o copo de cerveja do lado do prefeito e depois na sequência, não entendi bem, mas parece que Paes colocou um isopor no meio das pernas. Deve ter sido pra batucar pra Valesca Popozuda. Que vexame!

O Ministério Público terá coragem de responsabilizar Sérgio Cabral?

Atenção! A coluna Informe do Dia revela que o Ministério Público, através da Promotoria de Tutela Coletiva está denunciando o ex-prefeito de Teresópolis, Mário Tricano, por ter permitido a ocupação de encostas. Se agiu errado, que responda por isso. Mas agora o MP fica diante de uma situação sui generis. Se acusa o prefeito, como não fazer o mesmo com o governador Sérgio Cabral diante dos fatos comprovados?



Está comprovado, através de denúncia exclusiva do nosso blog, que o governador Sérgio Cabral desviou R$ 24 milhões do FECAM para a Fundação Roberto Marinho. Ou seja, a verba para a prevenção de tragédias foi parar nos cofres das Organizações Globo.



Da mesma forma, está comprovado, através de matéria exclusiva da Folha de S.Paulo, que Cabral tinha em mãos, desde 2008, um estudo que Carlos Minc, então secretário do Ambiente, antes de virar ministro, encomendou à UFRJ, e que apontava o risco de tragédia em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.



Cabral sabia do risco, ignorou o estudo, não fez nada, pelo contrário desviou dinheiro da prevenção para a Fundação Roberto Marinho e agora estamos contabilizando os mortos que já passaram de 600.



Com todo o respeito, mas pelas provas existentes, se o MP se omitir de novo, se continuar protegendo Sérgio Cabral estará se desmoralizando, perante a população do Rio de Janeiro.

Dinheiro das enchentes foi para Fundação Roberto Marinho

Do Blog do Garotinho



A hipocrisia das Organizações Globo na hora da tragédia



Numa hora dessas o mais importante é a solidariedade. Não é hora de fazer política. Mas também é uma indignidade usar de hipocrisia, como fazem os veículos das Organizações Globo.



A capa de O Globo mostra a demagogia numa hora dessas. Cobra das autoridades federais verbas para a prevenção de tragédias, para a contenção de encostas. Essa cobrança mereceria os meus aplausos se fosse pra valer.



Mas não dá pra esconder, que em outubro do ano passado, o governador Sérgio Cabral desviou R$ 24 milhões do FECAM (Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente), para a contenção de encostas e obras de drenagem e deu para a Fundação Roberto Marinho, conforme poderão relembrar, na reprodução abaixo. Eu fiz a denúncia no blog, no dia 20 de outubro de 2010 e não saiu uma linha na imprensa.



Então não venham de hipocrisia. Os mesmos veículos das Organizações Globo que estão cobrando investimentos públicos – o que é emergencial, é claro – escondem que a fundação dos seus patrões, a família Marinho pegou R$ 24 milhões, dados por Cabral, que era para terem sido usados na prevenção de enchentes e contenção de encostas. É tudo lastimável.