segunda-feira, 18 de abril de 2011

O senador devasso



 Aécio Neves é senador por Minas Gerais, Estado que governou por oito anos e construiu sua carreira política, embora prefira viver nas horas vagas no Rio de Janeiro. 

Em suas andanças pelas noites cariocas, Aécio tem se envolvido em casos rumorosos que depõem contra sua imagem de político moderno, austero e competente. 


Na madrugada de domingo passado o senador foi flagrado em uma blitz com a CNH vencida. Segundo o relato de policiais, Aécio teria se recusado a fazer o teste do bafômetro. Teve a CNH apreendida e foi multado em 957,00 reais. 

Uma infração de trânsito não é crime, porém é inadimissível que um senador da república, ainda mais um senador que busca para si o ônus de liderar as oposições ao governo Dilma e tenha a pretensão de disputar a presidência da república como candidato do PSDB,

ande pelas madrugadas do Rio de Janeiro com índices de alcóol no sangue superiores ao que permite o CTB, opondo resistência a fazer o teste de alcoolemia, dando um péssimo exemplo a quem costuma conduzir o veículo ao qual tem posse em estado de embriaguês.

A juventude do Brasil está órfã de bons exemplos e enxerga no desrespeito as leis uma forma de rebeldia que tem custado caro à nação. 

A repercussão negativa do comportamento do senador mineiro é um incentivo a que outros ajam semelhantemente, na maior naturalidade. 

Se uma autoridade que deveria ter o extremo cuidado de dirigir em conformidade com as normas de trânsito pode infringir a legislação, por que com um cidadão comum haveria de ser diferente? 

O senador é pago com dinheiro público e tem a sua disposição todo um aparato que inclui desde assessores a um simples motorista.

Se queria ir à esbórnia que levasse alguém para conduzir o volante de sua land rover. A menos que estivesse em um tipo de orgia privada e temesse pelo desgaste de sua imagem se viesse a ser revelada. 

Na república dos caseiros, das secretárias e dos motoristas onde o oculto passa a ser público com escândalosas manchetes de jornais, o senador deve ter pesado temerariamente ir a um intinerário nada recomendável levando  alguém que mais tarde désse com a lingua nos dentes.