quinta-feira, 30 de junho de 2011

Banda larga a R$ 35 terá reajuste anual, diz Telefônica



Plano Nacional de Banda Larga contemplará não só ofertas no varejo, mas também no atacado

AE
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 A assinatura mensal de R$ 35 para banda larga de um megabit por segundo, que será oferecida no âmbito do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) será reajustada anualmente pelos índices setoriais dos serviços de telecomunicações. A informação foi dada nesta quinta-feira (30) pelo presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente. 
Essa oferta também terá limite de download de uso da internet. O executivo, porém, não informou números, pois disse que as franquias variam de empresa para empresa. O Plano Nacional de Banda Larga contemplará não só oferta de banda larga no varejo, mas também no atacado. "Todas elas têm grande relevância para a sociedade", afirmou Valente. 
A oferta de banda larga no varejo, segundo o executivo, vai permitir que vários empreendedores, sobretudo pequenos provedores de internet, possam se desenvolver no mercado, ao adquirir capacidade de rede por valores inferiores aos praticados até então. No caso da banda larga no varejo, Valente destacou que o objetivo é "incluir pessoas" que não têm acesso ao serviço hoje. 
Valente ponderou que a oferta de banda larga de um megabit por segundo a R$ 35 estará disponível em diversas tecnologias e que é necessário um tempo para que as operadoras possam atender à demanda. Por isso, a necessidade de um prazo de 90 dias para que a banda larga possa ser ofertada nessas condições. "Existe a necessidade de que todas as empresas se preparem para que esse serviço seja ofertado", disse, usando o exemplo do call center e de aquisição de equipamentos. 
Investimento 
A adesão da Telefônica ao PNBL provocará um "ligeiro" aumento de investimento da companhia em 2011 e 2012. A informação foi dada nesta quinta pelo presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente. 
O executivo observou que, apesar de o PNBL prever a oferta de internet rápida por diversas tecnologias, disponibilizar o serviço por meio de banda larga fixa, sem a venda conjunta com outros serviços, é mais complicada de ser concretizada. "É muito difícil viabilizar isso por meio de redes fixas", afirmou. 
Valente explicou que o termo de compromisso do PNBL prevê sanções para as empresas em caso de descumprimento, que serão caracterizadas por um "conjunto de regras", que após a apresentação da defesa das empresas poderá haver antecipação de metas e, em "último caso", aplicação de multas.

Chávez aparece na TV e diz que foi diagnosticado com câncer


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, 56, fez um pronunciamento na TV na noite desta quinta-feira dizendo que foi diagnosticado com câncer durante exames médicos realizados em Cuba.

Foi a primeira aparição pública de Chávez desde a cirurgia à qual foi submetido em 10 de junho para remover um abcesso pélvico. Segundo as informações do pronunciamento, ele teve um tumor maligno diagnosticado durante os exames, que foi retirado com sucesso em uma segunda cirurgia.

France Presse
Imagem de TV do pronunciamento de Chávez na Venezuela; ele diz que foi diagnosticado com câncer
Imagem de TV do pronunciamento de Chávez na Venezuela; ele diz que foi diagnosticado com câncer

"Durante o processo de drenagem [no tratamento do abcesso pélvico] apareceram suspeitas de outras formações celulares não detectadas desde então. Foram realizados outros estudos que confirmaram a existência de um tumor com presença de células cancerígenas.

Isso fez necessário uma segunda intervenção cirúrgica que permitiu a extração total do dito tumor".
No discurso, Chávez disse ainda que está enfrentando uma "luta pela vida", mas que está "no caminho da recuperação" e "determinado a superar essa batalha".

No entanto, ele admitiu que se trata de um "processo médico lento e delicado", e lamentou que estivesse, durante um longo período, "negligenciando sua saúde".
Ele encerrou seu discurso com o slogan revolucionário "Hasta la victoria, siempre [Até a vitória, sempre]".

Rumores na imprensa da Venezuela e internacional já davam conta de que Chávez poderia sofrer de uma doença grave.

Na quarta-feira, em uma tentativa de afastar os rumores, o governo divulgou um vídeoem que Chávez aparecia conversando animadamente com o ex-ditador cubano Fidel Castro.

Horas mais tarde, no entanto, Caracas cancelou uma cúpula regional nos dias 5 e 6 de julho, que coincidiria com o bicentenário da independência venezuelana.

A suspensão da cúpula havia aumentado os indícios de que o presidente não está bem.



INCERTEZA




Com a confirmação da doença, os venezuelanos se vêem diante de um panorama político incerto em ano pré-eleitoral.

Aliados de Chávez também se encontram sem rumo devido à falta de um sucessor claro caso o presidente tenha que ficar afastado do poder devido à doença.

Desde a viagem de Chávez a Havana, a oposição já vinha cobrando informações claras sobre a saúde do presidente e a data de retorno à Venezuela.

Para analistas, a ausência prolongada do presidente -- que está há mais de 20 dias em Cuba-- pode colocar em risco a governabilidade do país, que dá sinais de fragilidade sem o líder venezuelano no comando.
com agências de notícias

PF vai abrir inquérito para apurar violação de e-mails de Dilma



O governo decidiu acionar a Polícia Federal para investigar e localizar o hacker que invadiu o correio eletrônico pessoal da presidente Dilma Rousseff. A ordem foi repassada ao Ministério da Justiça, responsável pela PF, que já estava reunida hoje à tarde para traçar a estratégia da investigação.

Por meio de nota, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que determinou a abertura de inquérito pela PF para apurar o caso, revelado pela
Segundo a reportagem, um hacker copiou e-mails que ela recebeu durante sua vitoriosa campanha à Presidência da República, no ano passado.

O rapaz tentou vender os arquivos a políticos de dois partidos de oposição, o DEM e o PSDB, mas disse que não teve sucesso.
Folha encontrou-se com o hacker na segunda-feira (27), num shopping de Taguatinga (DF), a 20 km de Brasília. Ele não quis se identificar. Disse que se chama "Douglas", está desempregado, mora na cidade e tem 21 anos.

Na semana passada, uma onda de ataques de hackers teve como alvo sites de órgãos do governo federal. Segundo balanço divulgado pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) na terça-feira (28), vinte portais do governo e 200 sites municipais, principalmente de prefeituras, foram atacados.

O mais crítico, segundo afirmou o diretor-presidente da empresa, Marcos Mazoni, foi o ataque ao site da Presidência da República, ocorrido na madrugada de quarta-feira (22).
No dia seguinte ao ataque, o grupo de hackers LulzSecBrazil, responsável pela maioria das ações, postou em sua conta no Twitter um link para um arquivo com supostos dados pessoais de Dilma, como números do CPF e do PIS, data de nascimento, telefones e signos.
"Douglas" afirma que não integra o grupo que realizou estes ataques.


Decifrando os Sinais (segunda parte)




para ler a primeira parte clique aqui.

A ofensiva da TV Globo para atrair a classe C para o telenoticiário continua quente neste inverno frio. Os novos profissionais escalados para as bancadas vão poder fazer comentários sobre as notícias, a exemplo do que já fazem Ana Paula Padrão e Celso Freitas no Jornal da Record, a turma do Fala Brasil e outros jornalísticos da Rede Record.

Chico Pinheiro terá liberdade para dar sua opinião sempre que achar necessário no Bom Dia Brasil. Fico só pensando que pode não dar química, nem com a Renata Vasconcelos, muito menos com a Míriam Leitão. O noticiário deverá mudar. E perderão espaço aqueles enormes vts de política de Brasília, com Zileide Silva e comentários de Alexandre Garcia, a partir do estúdio da Capital Federal.

As entradas de São Paulo também deverão mudar. Aquelas reportagens de economia chatérrimas perderão espaço para o noticiário nacional, policial, trânsito e prestação de serviços, a exemplo do extinto e consagrado SPTV, do início dos anos 2000.

Para saber um pouco mais sobre o SPTV, aqui.

Falar o que o telespectador gostaria de dizer ao ver uma reportagem com abordagem mais popular passa portanto a ser a tônica dos comentários e isso Chico já provou que sabe fazer como poucos. O desafio será ser parcimonioso, para não ficar "palavroso" e chato, como Fausto Silva, Jô Soares, Galvão Bueno e tantos outros que tiveram liberdade demais e depois não conseguiram se controlar mais.

Para saber mais sobre o caráter de Chico Pinheiro clique aqui.

A acidez dos comentários de Mariana Godoy foi para a Globonews. Se por um lado, ela deixou a bancada de um telejornal local de São Paulo para ganhar a rede, por outro, vai poder falar tudo o que quiser, mas apenas para o público restrito da TV a cabo, o que convenhamos é menos influência.

Evaristo Costa e Sandra Annenberg seguem fazendo companhia para a dona de casa na hora do almoço. Ele como o genro que toda sogra gostaria de ter e ela, que teve o mérito de levar a experiência cênica para a bancada. Ambos são emotivos e carismáticos e por isso agradam, apesar de nos bastidores não serem tão afeitos um ao outro.

Quanto ao Jornal da Globo tende a ser o último refúgio dos empresários, dos ricos e dos influentes que convenhamos não dão a mínima para telejornal.

Na bancada do Jornal Nacional segue incólume o casal 20. Vão continuar dizendo o que o patrão quer, como quer, porque afinal é o único telejornal que de fato conta, "sanduichado" entre duas novelas, estas sim as eternas campeãs de audiência. Por enquanto...
http://maureliomello.blogspot.com/2011/06/decifrando-os-sinais-segunda-parte.html

Advogado que move ação contra batalhão da PM/RS sofre ameaças de morte


Advogado de estudante que denunciou racismo volta a receber ameaça de morte

advogado Onir de Araújo, que atua na defesa do jovem baiano Hélder Santos – ex-estudante de História em Jaguarão (RS), que teve que voltar para a Bahia depois de denunciar policiais militares por violência e racismo – voltou a sofrer ameaça de morte. Onir, que também é advogado do Quilombo da Família Silva, solicitou ao promotor do Tribunal de Justiça Militar do RS a prisão preventiva dos brigadianos e do major que comanda as ações policiais em Jaguarão. A nova carta, que tem como remetente o “amigo secreto”, foi postada no Terminal Rodoviário de Pelotas e afirma:
“Seu amante de negro: os que receberam o email ficaram de bico calado, Tu recebeu a carta e deu com a língua nos dentes. Saiu no jornal daqui. Tu não tá levando a sério. Se alguém for preso, tu morre. A BM é unida e o comando geral está nos apoiando”.
Diante da nova ameaça, o advogado encaminhou a seguinte correspondência ao Secretário Estadual de Segurança Pública, Airton Michels:
Repasso , para conhecimento de Vossa Senhoria , carta recebida hoje em meu escritório em Porto Alegre onde são reiteradas as ameaças de morte em decorrência de minha atuação , não só como profissional , mas, também, como integrante do Movimento Social Negro na defesa dos Direitos Territoriais etnicos e contra o racismo em especial no que se refere ao caso do estudante Helder Santos, vítima de violência policial em Jaguarão , neste Estado, caso já de conhecimento de V. Senhoria e da Secretaria de Segurança . A Carta em si revela que é necessário que se leve a sério as solicitações feitas , anteriormente, de prisão preventiva dos militares envolvidos no episódio, bem como, que o Estado do Rio Grande do Sul se empenhe , efetivamente, em tomar as providências cabíveis , para que se estirpe da Corporação esses maus policiais, sob pena de todos nos tornarmos reféns de um grupo que usurpa e deturpa o princípio Constitucional de Segurança Pública dos Cidadãos e do Estado Democrático de Direito.

Não me calarei e reitero que o que possa acontecer a mim ou familiares meus é de responsabilidade do Estado, pois, sem sombra de dúvida, as ameaças estão partindo de pessoas da Corporação retro citada. Sem mais para o momento. No aguardo de providências urgentes.

Dilma cede à chantagem da base aliada



Presidente deixa discurso da austeridade fiscal de lado e prorroga emendas para conter base
Gerson Camarotti e Luiza Damé, O Globo
A determinação da presidente Dilma Rousseff de não prorrogar o prazo para pagamento de emendas de parlamentares de 2009, no valor de R$ 4,6 bilhões, anunciado na terça-feira, durou pouco mais de 24 horas.
O discurso do rigor fiscal, para combater a inflação, perdeu força ao longo do dia de ontem, com a crescente ameaça de sua base aliada, e à noite ela decidiu prorrogar por mais três meses o prazo do decreto que disciplina o pagamento dessas emendas, que estão nos chamados restos a pagar de 2009.
Assim que chegou da viagem oficial ao Paraguai, onde passou o dia, a presidente se reuniu com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e cedeu aos apelos da articuladora política do governo, que reproduziu o clima de beligerância na base aliada no Congresso por causa da decisão do governo de deixar caducar as emendas, o que aconteceria a partir de amanhã. O decreto vence hoje.
Ideli disse à presidente que a situação era "seríssima e que os problemas seriam muito grandes na base" se o decreto não fosse prorrogado. A ministra reproduziu o que ouviu dos líderes governistas, que foram claros no alerta de que não tinham como controlar seus liderados em votações polêmicas como a da Emenda 29, que aumenta recursos para a Saúde, e a chamada PEC-300, que cria piso salarial para policiais e bombeiros.
Ao fim da reunião com Dilma, por voltar das 21h, Ideli começou a telefonar para os líderes aliados, avisando que a presidente aceitara prorrogar a validade das emendas por mais três meses, mas que esta será a última prorrogação.
— A prefeitura que conseguir viabilizar seus projetos dentro desse período terá o dinheiro das emendas. A que não conseguir, não terá mais prorrogação — disse Ideli.
— Está certo, nós aceitamos esse compromisso, de não mais pedir prorrogação do decreto — disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), confirmou os termos da prorrogação do decreto, e afirmou: 
— A solução é boa porque atende as prefeituras.
Ao longo do dia, a área política do governo entrou em campo para convencer a presidente Dilma de que a briga que estava comprando com os parlamentares — ao não prorrogar as emendas dos restos a pagar de 2009 — poderia sair mais cara.
O Palácio do Planalto foi informado de que setores da base aliada estavam decididos a dar o troco ao governo, pondo em votação duas propostas explosivas: a regulamentação da emenda 29, que trata do dinheiro para a Saúde, e o piso salarial dos policiais estaduais.
As emendas parlamentares que Dilma pretendia cancelar — mas acabou prorrogando à noite — custariam cerca de R$ 4,6 bilhões, se todos os projetos forem aprovados. Mas só o custo da aprovação dos dois projetos (Emenda 29 e piso salarial dos policiais) chegaria a pelo menos R$ 50 bilhões.
Na Câmara, ontem, não houve votações no plenário porque o governo não queria correr riscos. Mas, durante o dia, líderes aliados se revezaram em reuniões para decidir o que fazer nos próximos dias.

Mais um desvio de função do BNDES (Editorial)



O Globo
Fundado em 1952, no segundo governo Vargas, o BNDE — sem o “s” de social — surgiu para ser o grande suporte financeiro da industrialização. Numa economia em que uma das doenças crônicas é a falta de financiamento de longo prazo para projetos de maturação demorada, o banco ocupou, e ocupa, espaço vital.
Nesta condição, o quase sexagenário BNDES, por ser estatal, tem sido usado como instrumento de toda sorte de programa, dos mais consequentes aos delirantes.
Foi peça-chave na montagem da espinha dorsal da indústria automobilística no país, na siderurgia, mas também atuou na linha de frente na política de substituição de importações no governo Geisel, da qual, se restou capacitação técnica em algumas áreas, herdaram-se “esqueletos” nos armários da dívida interna, constituídos por pesados subsídios na criação frustrada de grandes grupos nacionais.
Subjacente àquela enorme transferência de dinheiro público para alguns empresários eleitos, agravou-se o sério problema da distribuição de renda.
Na execução de uma série de medidas para se contrapor às pressões recessivas vindas de fora, geradas pela explosão do mercado de hipotecas nos Estados Unidos, o banco foi peça fundamental. Não poderia ser diferente.
Ali, porém, a partir de 2009, na fase final do governo Lula, emergiu de maneira explícita, sob a justificativa da “política anticíclica”, um projeto de converter — mais uma vez — o Estado no grande indutor do crescimento.
Ressuscitou-se o geiselismo, inclusive com direito a dinheiro subsidiado em operações de apoio a empresários para serem “os campeões nacionais” na economia globalizada.
Neste contexto é que se coloca a inadequada participação do banco para viabilizar a megaoperação de junção do grupo Pão de Açúcar e do Carrefour, e criar, no Brasil, de longe a maior rede de supermercados, uma empresa de R$ 65,1 bilhões de faturamento anual, só menor que a Vale e a Petrobras.
A rigor, o que tem a ver um banco estatal de fomento, num país como o Brasil, com fusão de redes varejistas? Nada. Pelos números divulgados na terça-feira, o BNDESpar, braço de participação em empresas do banco, entraria com R$ 3,91 bilhões no negócio, em troca de 18% do capital do Novo Pão de Açúcar, a surgir do negócio — caso Abílio Diniz consiga demover a resistência do sócio Casino, também francês como o Carrefour.
É risível a justificativa do banco de que a operação facilitaria a colocação de mercadorias brasileiras no exterior. Melhor caminho para aumentar as exportações nacionais é investir na infraestrutura portuária, rodoviária e ferroviária, sabidamente subdimensionada diante do tamanho que atingiu a economia.
Não faz sentido gastar dinheiro subsidiado pelo contribuinte — mesmo que não fosse — para facilitar uma fusão que deve ser resolvida entre empresas privadas, da forma usual. Grupos fortes que são, têm acesso fácil ao crédito no mercado financeiro mundial.
O mesmo erro já foi cometido pelo BNDES numa fusão de frigoríficos, fora dos verdadeiros interesses estratégicos do país. Mais uma vez, a ideologia que move o projeto do “Brasil Grande”, outra herança dos militares, pode desperdiçar volumosos recursos no plano obsessivo de criação de grandes empresas, enquanto as reais necessidades de investimentos públicos são deixadas de lado.

Operação da PF em Minas prende parente de Aécio



Roberto Maltchik e Jailton de Carvalho, O Globop
A Polícia Federal deflagrou hoje em Divinópolis operação para prender pessoas envolvidas num esquema de venda de sentenças em Minas Gerais. Segundo nota da PF, a quadrilha era "especializada na venda de liminares judiciais (habeas corpus) no plantão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais".
A nota da PF não divulga o nome dos detidos, mas segundo fontes, um dos presos é Tancredo Aladin Rocha Tolentino, parente do senador Aécio Neves. Entre os detidos está ainda o advogado Valkir Rocha e um desembargador mineiro. Na investigação teriam sido gravados vídeos que atestariam a venda de senteça e o envolvimento dos acusados.
A PF informou que a operação foi iniciada há cinco meses a pedido do Ministério Público em Alpinópolis/MG. O alvo da investigação era um advogado. "O esquema funcionava da seguinte forma, após negociação com os presos interessados, em valores que variavam de 120 a 180 mil reais por cabeça, o advogado suspeito protocolava o pedido em determinado plantão do TJMG onde estariam trabalhando outros envolvidos. O requerimento era feito no plantão para burlar a distribuição natural dos processos", relatou a nota da PF.
A Justiça Federal expediu nove ordens de prisão e 13 mandados de busca e apreensão de documentos.

Rio de Janeiro: Nas favelas, o terror apenas mudou de comando






Patrick Granja   
Enquanto o gerente Sérgio Cabral inaugurava a 17ª UPP do Complexo de São Carlos, próximo ao Centro da cidade, a Polícia Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fechavam a rádio comunitária do Santa Marta, morro que abriga a primeira Unidade de Polícia Pacificadora. Foi no dia 3 de maio, quando os agentes lacraram o local, desligaram os equipamentos e confiscaram o transmissor da rádio liderada pelos ativistas e músicos Emerson Cláudio Nascimento - o Rapper Fiell - e Antonio Carlos Peixe. Ironicamente, a ação foi desferida no Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, decretado pela ONU em 1993.
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Mc Fiel, do Santa Marta, teve sua rádio fechada pela polícia
Após a ação, o Rapper Fiell foi preso por policiais federais e encaminhado à superintendência da PF. Em maio do ano passado, o músico e radialista já havia sofrido com a truculência dos policiais da UPP que invadiram o bar de seu sogro, espancaram-no e impediram seus amigos e familiares de realizarem uma festa. Antes da truculenta ação da PM, Fiell já denunciava os abusos da Polícia Militar contra os moradores da favela.
— Não teve argumento, o argumento era vir para fechar a rádio comunitária. Não teve mandado, nenhum documento formal com o nosso endereço, então foi irregular a ação. Só que a Anatel vem junto da Polícia Federal, então imagina qualquer morador de favela se for falar o contrário da polícia: vai ser autuado como desacato à autoridade. Desde ontem o povo já sentiu falta, procurou a sintonia e encontrou um vazio. Hoje estamos aqui na primeira estação do bondinho (plano inclinado no Santa Marta), e a rádio está ao vivo na rua em repúdio a essa ação da Anatel junto com a Polícia Federal, que foi ilegal — diz o Rapper Fiell ao repórter Eduardo Sá, da página na internet Fazendo Media.

CIDADE DE DEUS

Na tarde do dia 9 de maio, o fotojornalista e morador da Cidade de Deus, Michel Fernandez, caminhava pela favela com sua câmera quando se deparou com uma guarnição da UPP que abordava um grupo de rapazes moradores da favela.
— De imediato, observei que não houve abordagem por parte dos policiais, fato é que vi, com meus próprios olhos, que um dos rapazes foi agredido com um tapa na cara por um dos agentes. Em seguida, senti que os agentes estavam meio preocupados com a nossa aglomeração, dos moradores. Daí, dois deles começaram a caminhar em direção ao grupo no qual eu estava presente — relata o fotojornalista.
— Os PMs exigiram que todos que estavam ali entrassem para as suas casas, como se quisessem que nós não presenciássemos alguma irregularidade. Realmente aquilo foi um abuso de autoridadede. Um dos moradores questionou o pedido do agente alegando que ele estava em frente à residência dele e dali não sairia. Nesse instante, lembrei que estava com meu tripé e minha câmera na mão, e não na mochila, então decidi sair dali, pois sei que policiais não simpatizam muito com câmeras. Mesmo assim, dois agentes me viram e me seguiram — conclui.
Michel Fernandez foi abordado e depois liberado pelos policiais.

CANTAGALO

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André Luiz, do Cantagalo, foi baleado por PMs da UPP
Em AND 68 publicamos o artigo PMs da UPP do Cantagalo tentam matar trabalhador, com o relato do morador André Luiz Gonçalves, de 34 anos, conhecido como Cathola, que foi baleado por PMs da UPP depois de uma violenta abordagem no bar onde trabalha. O rapaz foi arrastado para fora do bar e preso arbitrariamente. No caminho para a delegacia, PMs balearam o rapaz nas costas. Por sorte, o jovem, que também é músico e maratonista, sobreviveu aos ferimentos.
Quase um ano depois do incidente, nenhum dos PMs que participaram da abordagem foi punido e André, impossibilitado de trabalhar e se exercitar e temendo represálias, continua exilado em sua casa e em seu bar, ambos na Ladeira Saint-Roman.
— Depois do que aconteceu comigo, ninguém do governo veio me procurar. Ninguém me deu satisfação do que aconteceria com o PM que atirou em mim. Eu trabalhava de segurança em uma obra e, até agora, estou de licença médica. Não posso fazer nada. Sinto muita dor no pulso ainda. Não consigo abrir e fechar a mão direito. — relatou o trabalhador a nossa equipe de reportagem.
Enquanto o secretário de segurança José Mariano Beltrame viajava para Genebra para divulgar o "sucesso" da militarização para o alto comissariado de Direitos Humanos da ONU, militares ocupavam os morros da Mangueira e do Tuiti abrindo espaço para mais uma Unidade de Polícia Pacificadora. Com o apoio irrestrito do monopólio dos meios de comunicação, divulgando notícias fantasiosas sobre a militarização, as UPPs seguem oprimindo o povo, restringindo cada vez mais suas liberdades, transformando a vida das massas em um constante tormento.

Cabral desmonta defensoria do Rio

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Vigília denunciou o desmanche do Núcleo de Terras da Defensoria
Na manhã do dia 29 de abril, a sala de atendimentos do Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi fechada pelo recém-empossado defensor-geral. Seguranças e guardas municipais foram enviados ao local para impedir a entrada dos defensores e estagiários, que além de tudo, não foram informados sobre a medida. Em seguida, todos os estagiários foram demitidos e os defensores comprometidos com o povo transferidos para comarcas nos municípios de Valença, Cabo Frio, Araruama, Campos e Volta Redonda.
A medida revoltou as famílias que vivem em favelas ameaçadas de remoção, que ficaram sem apoio jurídico. Com isso, abriu-se caminho para o gerenciamento Eduardo Paes, avançar em sua política fascista de expulsão de favelas inteiras das regiões nobres do Rio para condomínios do projeto "Minha Casa, Minha Vida" em remotas regiões da cidade dominadas por grupos paramilitares e afastadas de escolas e hospitais.
Para denunciar mais essa medida do Estado de desmobilização da luta contra as remoções, moradores das favelas ameaçadas, militantes de movimentos de luta pela moradia, integrantes de ocupações e intelectuais progressistas se reuniram em frente ao prédio da DPE-RJ onde acamparam durante 24 horas.
A reportagem de AND esteve no local e acompanhou o ato do início ao fim. Com  organização, os manifestantes fizeram refeições coletivas, pintaram faixas e realizaram a projeção de vários vídeos produzidos por AND sobre as remoções.
Uma das célebres figuras dos movimentos populares presentes na vigília, o procurador aposentado e professor, Dr. Miguel Baldez, um dos fundadores do NUTH, em uma emocionada intervenção, avaliou a covarde medida dos gerenciamentos de turno.
— Uma ação fascista desenvolvida pela defensoria pública. Atendendo a uma divisão de poderes constitucionais, o governador Sérgio Cabral faz da polícia o braço armado da defensoria pública. Eu diria, sem medo de errar, que isso teve a complacência do governo federal, ou fingindo que não percebe, ou realmente percebendo e estimulando essa prática — acusa o procurador aposentado.
Além disso, militantes e moradores de favelas ameaçadas de remoção foram enfáticos ao comentar o que o Dr. Miguel Baldez afirmou ser "um dos momentos mais complicados para a população pobre no Rio de Janeiro".
Para abrir a vigília, figuras marcantes do movimento contra as remoções adaptaram o texto Os Dias da Comuna, de Bertold Bretch.
— Considerando que existem várias mansões e imóveis abandonados, enquanto os senhores nos removem e nos deixam sem teto, nós decidimos: agora, nelas nos instalaremos. E dos lugares onde construímos nossas vidas e nossos sonhos, não seremos removidos. Considerando que os senhores nos ameaçam com fuzis e com canhões, nós decidimos, de agora em diante, temeremos mais a miséria do que a morte — concluiu a citação a militante Jane Nascimento, moradora da Vila Autódromo.
O novo golpe aplicado pelos gerenciamentos de turno contra as famílias ameaçadas de despejo revela que a Defensoria Pública tem sérias limitações e, apesar da determinação e boa vontade para com o povo manifestada por vários de seus integrantes, não é capaz de deter as ações do velho Estado. Revela que, antes de lutar por concessões judiciais, é preciso lutar, resistir, agitar as bandeiras da luta contra as remoções.

Largo do Campinho, zona Norte do Rio:

Contra as remoções, resistir é o único caminho

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Protesto radicalizado por moradores enxotou os agentes da repressão
No dia 13 de maio, depois de passar a noite na vigília que denunciou o desmanche do Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, a reportagem de AND recebeu a notícia de que o Largo do Campinho — ou Favelinha, como é conhecida pelos moradores — estaria sendo atacado pelos tratores da prefeitura. Ao chegar ao local, nossa reportagem encontrou moradores desesperados diante da presença intimidadora de PMs e guardas municipais munidos de pistolas de choque, spray de pimenta e cassetetes.
Quando demos início à cobertura dessa notícia, a casa de um dos moradores já havia sido atropelada pelos cães de guarda do prefeito Eduardo Paes.
— Eles chegaram aqui com uma imissão de posse, que foi entregue por um oficial de justiça, dizendo que tinham que demolir esse pedaço aqui para a construção da Transoeste. Segundo a defensoria, nossa casa não estava na área que seria demolida, mas mesmo assim, eles estão quebrando tudo. Eles disseram: "nós temos um mandado para derrubar a sua casa hoje. Então desocupa aí". Ainda me intimidaram dizendo "você aceitando ou não, sua casa vai ser derrubada". Fizeram pressão psicológica. Só deram alguns minutos para nós tirarmos as nossas coisas. A gente ainda pediu para eles esperarem a gente arrumar um lugar para colocar, mas eles disseram que não iam esperar e que iam levar tudo pro depósito — relata o músico Edmilson Machado Lopes, de 40 anos, que ainda descreveu com detalhes o sofrimento pelo qual sua família tem passado desde o início das ameaças de remoção.

O CAMINHO DA LUTA

Os moradores convocaram uma reunião no final da tarde, na qual decidiram seguir com o embate jurídico contra a prefeitura com o apoio dos novos defensores. Entretanto, por unanimidade, as famílias resolveram que a resistência deveria mudar de tom e responder a altura à agressão dos gerenciamentos de turno. Visto que o subprefeito da zona Norte, André Santos, havia prometido voltar no dia seguinte para demolir outras casas, moradores resolveram marcar uma manifestação para a manhã do mesmo dia.
— Eles falaram que iam quebrar as nossas casas como se fossem quebrar ovos. Que nós estamos no caminho deles e não tem como a gente discutir, porque por trás disso, têm pessoas com muito dinheiro. A gente ainda não recebeu nenhuma opção. Falaram que iam indenizar, dar casa, mas olha aí o meu vizinho, o Edmilson, ficou na rua sem nada — protesta o operário Igor Silva de Oliveira, 30 anos.
A reportagem de AND passou a noite na favela e acompanhou os preparativos para o ato. Moradores apagaram as inscrições da prefeitura — utilizadas para guiar os engenheiros no momento das demolições —, escreveram palavras de ordem nos muros da favela e nos tapumes das obras da Transcarioca, bloquearam as entradas da favela com barricadas feitas de placas de madeira e pneus, pintaram faixas, colaram cartazes.
Logo que chegaram à favela, pela manhã, operários e engenheiros da prefeitura, acobertados por uma viatura da guarda municipal, se depararam com uma enorme pichação com os dizeres: "Eduardo Paes: inimigo do povo!" e uma saraivada de fogos de artifício. Ao mesmo tempo, moradores agitavam faixas e bandeiras e distribuíam panfletos nos acessos à favela. Ao tentar entrar na Favelinha, os cães de guarda da prefeitura esbarraram em barricadas e moradores preparados para resistir. No mesmo momento, as equipes técnicas, temendo a reação dos moradores, recolheram suas ferramentas e foram embora.
Contudo, no dia 27 de maio, guardas municipais, PMs e funcionários da prefeitura voltaram ao local logo cedo e pegaram os moradores — que não foram avisados pelos novos defensores — de surpresa. As casas foram esvaziadas e algumas descaracterizadas, mas a maioria dos moradores foi indenizada. Os que não entraram em um acordo com a prefeitura quanto às indenizações, continuam resistindo.

Maior ponte do mundo é inaugurada na China


China inaugura a maior ponte sobre mar do mundo


Com 36,48 km, estrutura fica na cidade litorânea de Qingdao, custou US$ 2,3 bilhões e levou quatro anos para ser construída

Do Portal Terra
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A China inaugurou nesta quinta-feira (30) a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 36,48 km, na cidade litorânea de Qingdao, informou a agência oficial Xinhua. A ponte, que teve investimento de US$ 2,3 bilhões e levou quatro anos para ser construída, liga o centro da cidade ao seu subúrbio de Huangdao, nos dois lados da baía de Jiazhou. 
Com esta ponte, a distância entre os dois pontos de um dos principais portos da China - e sede das competições de vela nas Olimpíadas de 2008 - poderá ser percorrida com redução de 20 a 40 minutos. A nova ponte supera a da baía de Hangzhou, também no leste da China e que com 36 km era considerada a mais longa do mundo até hoje. 
Há várias pontes sobre terra mais longas no mundo, sendo que as três primeiras também estão na China. A maior delas é um lance elevado do trem de alta velocidade Pequim-Xangai, de 164,8 km, serviço que também foi inaugurado nesta quinta. 
A leva de novas obras de infraestrutura chinesas se completou nesta quinta-feira com a inauguração do mais longo gasoduto do mundo, que levará o gás natural desde o Turcomenistão, na Ásia Central, até a China, em percurso de 8.700 km.
O gasoduto foi construído com investimento US$ 21,98 bilhões e é o segundo que levará gás natural da Ásia Central ao leste da China. As inaugurações coincidem com o 90º aniversário do Partido Comunista da China, fundado em 1º de julho de 1921. A data será lembrada com atos comemorativos no Grande Palácio do Povo, em Pequim, e em muitas
outras cidades do país asiático.