quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dilma: qual é o rumo?

 

Dilma: qual é o rumo?
Foto: Divulgação/Carlos Moura/CB/D.A Press


Clicada há 50 anos, uma imagem de Jânio Quadros entrou para a história. Simbolizava as indecisões de um presidente que empunhou a vassoura e foi varrido. Dilma já brigou com aliados, fez as pazes e agora flerta com tucanos. Há semelhanças, além da imagem?


18 de Agosto de 2011 às 21:42
Rodolfo Borges_247 – A presidente Dilma Rousseff encontra-se numa encruzilhada. Ao perder quatro de seus ministros mais importantes – três deles por causa de denúncias de corrupção – em apenas oito meses de governo, Dilma se indispôs com grande parte de sua base aliada, algo que dificulta sua relação com o Congresso.

Ao mesmo tempo, o clima de “faxina” em ministros remanescentes do governo Lula contribuiu para que a aprovação da presidente permanecesse acima dos 70%, um feito maior que o de seus dois antecessores, Lula e Fernando Henrique Cardoso, a este ponto do governo. O povo gosta de ver os corruptos serem defenestrados, mas os aliados, que a ajudaram a se eleger, exigem pelo menos algum carinho.

Dilma já percebeu que a caça às bruxas em seus ministérios é prejudicial para a governabilidade – o PR deixou a base aliada e o Congresso está praticamente paralisado há duas semanas. Tanto que mudou de conduta no caso que acabou derrubando Wagner Rossi do Ministério da Agricultura. Ao contrário do procedimento adotado na queda do senador Alfredo Nascimento (PR-AM) dos Transportes, e de Nelson Jobim da Defesa, Dilma manifestou apoio público a Rossi desde as primeiras denúncias de irregularidades em sua Pasta – e até lamentou seu pedido de demissão em nota.

A mudança de comportamento, no entanto, parece não ter sido considerada o bastante pelo ex-ministro, que, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, deixou a Pasta evidentemente magoado. Estabelece-se o dilema: agradar ao Brasil e combater a corrupção ou aderir ao fisiologismo e proteger os aliados políticos? Não bastasse o paradoxo, a presidente ainda ensaia uma aproximação do PSDB, principal partido de oposição, e do maior rival político de seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta quinta-feira, a presidente fez mais elogios a Fernando Henrique Cardoso durante o lançamento do plano Brasil Sem Miséria na região Sudeste, realizado em São Paulo – estado governado pelo PSDB. A presidente também convidou o governador Geraldo Alckmin para acompanhá-la nesta sexta-feira 19, em viagem a São José do Rio Preto, onde serão entregues 1.993 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida". O convite foi aceito, o que obviamente não agrada em nada o PT – deputados de São Paulo já haviam manifestado incômodo pelo lançamento .

Afinal de contas, o que quer Dilma? Na política brasileira, a imprevisibilidade da presidente só tem paralelo na figura do ex-presidente Jânio Quadros, que, coincidência ou não, ficou conhecido por sua vassoura anticorrupção e, empossado em janeiro de 1961, renunciou depois de apenas sete meses de governo.

À época, Jânio atribuiu sua renúncia a “forças ocultas”, mas a verdade é que o presidente teve de tomar impopulares medidas de austeridade para combater a inflação acumulada no governo Juscelino Kubitschek e não tinha base de sustentação no Congresso Nacional, que aceitou prontamente sua carta de renúncia.

Depois de Jânio, o segundo presidente que descuidou da relação com o Congresso foi Fernando Collor de Mello, que prometia caçar marajás. Tanto ele quanto Jânio foram varridos.
Dilma corre esse risco? Tudo indica que não. Até porque os sinais recentes indicam que ela está bem mais atenta à governabilidade do que esteve nestes sete meses e meio de governo.

A mensagem anti-guerra de Ron Paul está ressoando mais do que nunca.



Paul Joseph Watson



Como candidato presidenciável Ron Paul constrói a sua campanha em torno de uma mensagem anti-guerra de trazer as tropas de volta para casa dos conflitos que os Estados Unidos já não podem mais sustentar, as pesquisas mostram que os americanos, particularmente os republicanos, estão perdendo seu apetite para a guerra.

"A confiança do eleitor sobre o andamento, no curto prazo, da guerra no Afeganistão caiu para seu nível mais baixo em quase dois anos, enquanto a confiança sobre o rumo dos próximos seis meses no Iraque caiu para o ponto mais baixo em quase cinco anos de pesquisas," de acordo com Rasmussen.

Apenas 15 por cento dos prováveis ​​eleitores do EUA acham que a situação no Afeganistão vai melhorar nos próximos seis meses, enquanto, um numero bem maior agora, 59%, querem uma imediata retirada das tropas ou que seja definido um calendário preciso para o fim da ocupação. Os republicanos estão mais pessimistas do que os democratas sobre o curso futuro das operações no Afeganistão e no Iraque.

O cálculo de 59 por cento representa uma oscilação significativa da obtida em menos de dois anos atrás, setembro de 2009, quando apenas 39 por cento queria que as tropas saíssem do Afeganistão.
Crucialmente, uma pequena maioria de republicanos agora quer a retirada das tropas do Afeganistão, 43 contra 42%. As guerras lançadas durante a administração George W Bush agora são as guerras de Obama. De fato, Obama tem utilizado mais tropas do que havia em qualquer momento, sob Bush.

Além disso, o apoio à contínua ação militar na Líbia atingiu uma nova baixa nesta semana, apenas 20 por cento aprovam o papel dos Estados Unidos na empreitada para derrubar o coronel Kadafi através de seu apoio aos rebeldes ligados à Al-Qaeda. Cinquenta e dois por cento se opõem à ação militar, o restante não tem certeza. Marcando assim, pela primeira vez, que a maioria dos americanos se opõe à intervenção militar no país norte Africano.

Apenas 13 por cento dos republicanos apóiam a campanha na Líbia, mais uma vez enfatizando como a mensagem de Ron Paul contra a guerra ressoa, agora, melhor do que nunca entre o eleitorado que escolherá um candidato republicano para desafiar Obama no próximo ano.

Dado esse sentimento, não foi nenhuma surpresa que Ron Paul tenha recebido mais dinheiro nas doações dos militares ativos do que todos os outros candidatos republicanos juntos e mais do que o próprio Barack Obama.

Devido ao fato da economia dos EUA continuar se desintegrando enquanto o aumento do desemprego e da pobreza não mostra nenhum sinal de enfraquecimento, os americanos começam, finalmente, a entender que as guerras por conquistas apenas servem para enriquecer a classe política dominante, e nunca trazem benefícios financeiros ao próprio país.

O fato de que os Estados Unidos já não podem mais se dar ao luxo de apoiar o seu vasto império está dolorosamente claro, e ainda Ron Paul é o único candidato republicano que fará qualquer esforço para trazer as tropas de volta para casa. Na verdade, quase todos os outros candidatos manifestaram suas intenções de comprometer os americanos em mais uma guerra, ameaçando atacar o Irã, um país que é cercado por inimigos que possuem armas nucleares na região e não tem nenhuma esperança de algum dia representar uma séria ameaça aos Estados Unidos, mesmo que quisesse.

O fato de que os americanos estão perdendo seu apetite pela guerra em um ritmo acelerado enquanto nos aproximamos de 2012 faz da escolha entre Barack Obama - que tem expandido agressivamente a doutrina Bush da guerra preventiva - e um bando de candidatos republicanos que juraram continuar as mesmas políticas - um voto sem sentido.

Somente Ron Paul pode garantir que as tropas dos EUA sairão do moedor de carne que é o Iraque e o Afeganistão e voltarão para casa, garantindo também que a América não mais gastará um centavo sequer nas conquistas lideradas pela NATO, travestidas como intervenções "humanitárias" em países como a Líbia e a Síria.

*********************
Paul Joseph Watson is the editor and writer for Prison Planet.com. He is the author of Order Out Of Chaos. Watson is also a regular fill-in host for The Alex Jones Show.

Serra pauteiro? Folha nega, Veja não comenta

                           

Serra pauteiro? Folha nega, Veja não comenta
 
Foto: Divulgação

 

Wagner Rossi disse que “só um político é capaz de pautar Veja e Folha”, referindo-se a José Serra; ao 247, o editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila, disse que, ali, o que pauta é a notícia; já o redator-chefe da revista, Mario Sabino (foto), preferiu informar que “Veja não vai se pronunciar”


18 de Agosto de 2011 às 20:24
247 – Em sua carta de demissão, o ex-ministro Wagner Rossi cutucou não uma, mas duas onças da mídia com as próprias mãos. “Sei de onde partiu a campanha contra mim”, escreveu ele. “Só um político brasileiro tem capacidade de pautar Veja e Folha (...) para que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias”.

A referência velada é, ninguém duvida, a José Serra, político com diálogo direto com diferentes jornalistas do País, preferencialmente entre os que possuem posição de mando em redações. Mas daí a dizer que ele “tem capacidade de pautar Veja e Folha” é ir bem além.

247 levou o tema aos comandos das redações de Veja e Folha para checar, afinal, se Serra, mesmo sem ser um assalariado nessas publicações, tem mesmo a capacidade de ditar assuntos a serem abordados (pauta). Procuramos saber, além disso, se Serra também tem poderes para manter os assuntos “por tantos dias” nas páginas dos dois veículos, como Rossi apontou.

O editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, rechaçou a afirmação do ex-ministro.
“A Folha não é, nunca foi nem considerada a situação de ser pautada por um político”, registrou Dávila por e-mail ao 247. “O jornal é pautado por notícia e pela defesa do interesse do leitor, sempre seguindo os princípios editoriais de apartidarismo, independência e pluralidade”, completou.
Em Veja, a atitude foi bastante diferente. Procurado pelo repórter Evam Sena, de 247 em Brasília, o redator-chefe da revista, Mario Sabino, foi evasivo. "Veja não vai se pronunciar sobre esse assunto", disse, deixando uma pergunta simples sem resposta: afinal, Serra é ou não é pauteiro da publicação da editora Abril?

No Senado, um dos melhores amigos de Serra, o senador tucano por São Paulo Aloysio Nunes Ferreira, não gostou nada dos termos da carta de Rossi. “É uma absurdo querer jogar a culpa pra cima da imprensa”, disse. “Não foram apenas a Folha e a Veja que trataram desse assunto”. O senador lembrou que também em Ribeirão Preto, onde ele tem seu berço político, assim como o ex-ministro Rossi, a imprensa noticiou os escândalos no Ministério da Agricultura. “A Tribuna de Ribeirão, a Gazeta de Ribeirão, a Folha de Potirendabe, O Globo, o Estadão, o Correio Braziliense, todos foram atrás desse assunto”, elenco

Bancada do PMDB se rebela contra seu líder na Câmara

                           

Bancada do PMDB se rebela contra seu líder na Câmara
 
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Agência Brasil

 

Segundo deputados, clima é de insatisfação com Henrique Eduardo Alves, que toma decisões sem consultar colegas; descontentes ameaçam apoiar CPI da Corrupção


Por Agência Estado

18 de Agosto de 2011 às 20:38

Agência Estado
Depois do PMDB do Senado, agora é a vez da bancada peemedebista na Câmara se rebelar contra o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN). Dizendo contar com quase metade do partido, 38 do total de 80 deputados, o grupo alega que a bancada não é consultada pelo líder, que tomaria decisões apenas de comum acordo com a cúpula peemedebista.

"O clima é de insatisfação e não de revolta", disse hoje o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). "Não tem rebeldia", garantiu Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Os integrantes do grupo de "independentes" do PMDB acusam o Henrique Alves de priorizar seu projeto pessoal, que é se eleger presidente da Câmara no ano que vem, em detrimento dos interesses da bancada. "E o projeto pessoal dele não pode ficar acima do projeto coletivo da bancada", observou Forte. O grupo é formado principalmente por deputados da região Sul e pelos novatos.

O descontentamento dos independentes aumentou com o anúncio de que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deverá ser escolhido relator do projeto de Código Civil. "Nada contra o Eduardo Cunha. Mas seria melhor indicar para a relatoria um jurista e não um financista", disse Forte. No dia anterior, os descontentes fizeram uma reunião e chegaram a ameaçar apoiar o pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar corrupção. Uma das mais irritadas com a atuação do líder é a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), primeira-vice-presidente da Câmara.

Para tentar acalmar a bancada e evitar uma eventual adesão de parte do PMDB à CPI, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), pretende se reunir com os deputados na próxima terça-feira. Henrique Alves participará do encontro para pôr panos quentes e se comprometer a atender as reivindicações dos deputados do partido.

PF prende mais um pela Operação Voucher

PF prende mais um pela Operação Voucher
 
Foto: Divulgação

 

Detido ao voltar do EUA, o empresário Humberto Gomes da Silva ficou famoso pela frase "É pro governo? Joga o valor pra três, tudo vezes três"


Por Agência Estado

18 de Agosto de 2011 às 20:53

Agência Estado
Está preso o autor da célebre frase: "É pro governo? Joga o valor pra três, tudo vezes três". Humberto Gomes da Silva, que teve prisão decretada na Operação Voucher, chegou hoje dos Estados Unidos e foi levado direto para a carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília, embora estivesse de posse de um habeas corpus, porque não tinha dinheiro para pagar a fiança de R$ 109 mil estipulada pela Justiça.

Desencadeada na semana passada, a operação Voucher decretou a prisão de 38 pessoas acusadas de envolvimento num esquema de desvio de recursos do Ministério do Turismo. Desses, 36 mandados haviam sido cumpridos, mas 19 pessoas foram libertadas no mesmo dia. Os demais foram beneficiados dois dias depois por habeas corpos concedidos pelo juiz federal Guilherme Mendonça Doehler, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Mas com a condição de pagar fiança.

Empresário e jornalista, Humberto é dono da Barbalho Reis Comunicação e Consultoria, acusada de servir de fachada para o desvio de recursos de um convênio de R$ 4,4 milhões para treinamento de mão de obra no Amapá. Por meio do seu blog, ele negou ter participado das fraudes. "Não sou fugitivo, nem bandido ou muito menos leciono licitação: a arte da regra 3", disse ele em tom de deboche, referindo-se à conversa telefônica, interceptada com autorização judicial, em que ensina um colega a superfaturar licitações públicas.

Ele é irmão de Hugo Leonardo da Silva, sócio da Sinc Recursos Humanos, também preso - e já libertado - por suposto envolvimento no esquema. Humberto foi preso ao desembarcar no aeroporto de Brasília, procedente de Miami. Ele disse ter ido aos Estados Unidos um dia antes da operação para vender um veículo que havia deixado lá no período em que residia no país estudando inglês. A família alega que ele não tem dinheiro para pagar a fiança e seu advogado entra hoje na justiça com pedido de redução do valor.

Voz de Veja contra Lula relata ameaças de morte

                       
Voz de Veja contra Lula relata ameaças de morte
 
Foto: Divulgação

 

Reinaldo Azevedo publicou hoje seu texto mais ácido contra o ex-presidente Lula; a resposta ao seu radicalismo veio ainda mais radical: dezenas de ameaças


18 de Agosto de 2011 às 17:13
247 – Na manhã de hoje, o jornalista Reinaldo Azevedo, articulista da revista Veja, publicou seu texto mais ácido sobre o ex-presidente Lula. No texto, intitulado “A doença que assola o Brasil se chama Lula”, ele sugere que o País só estará livre do atraso quando Lula deixar de ser uma figura relevante da política brasileira. Aqui, no Brasil 247, enxergamos que o texto de Reinaldo estava uma oitava acima do tom habitual. Entrava num terreno perigoso, ao sugerir a eliminação do adversário político. Logo cedo, publicamos uma resposta ao artigo, numa paródia intitulada “A doença que assola o Brasil se chama Reinaldo Azevedo”. O nosso argumento: o que tumultua o ambiente político no Brasil de hoje é a incitação ao ódio, numa estratégia ancorada em preconceitos e falsos moralismos. Reinaldo tentou responder ao artigo, mas não teve êxito (leia o texto “Reinaldo Azevedo acusa o golpe”). Agora, num terceiro post, retorna ao tema, dizendo ter recebido dezenas de ameaças de morte. Neste momento, ele está sendo procurado por nossa equipe de reportagem para saber se já prestou queixa à polícia. Radicalismos já causaram grandes estragos à política brasileira. Basta lembrar do atentado da Rua Toneleros, no Rio de Janeiro, contra o político e jornalista Carlos Lacerda. Aquele fato precipitou o processo que levou ao suicídio de Getúlio Vargas.


Leia, abaixo, o novo texto de Reinaldo Azevedo:

Há muito tempo não recebia tantas ameaças de morte — acontece todo dia, saibam — como voltei a receber hoje, por causa daquele texto da madrugada. Leitores me enviam comentários publicados em alguns blogs, sites e afins que são de arrepiar. É claro que alguns ditos “colunistas” estão dando corda, como sempre. A eliminação do adversário, considerado um inimigo, passou a ser um valor no país. Lula ajudou a cultivar esta, digamos, metafísica. Sua prática política é pautada por um permanente assassínio da história e da biografia política de seus opositores. Note-se à margem que ele também tem o dom de ressuscitar moribundos, como sabe José Sarney.

E por que essa gente fala em “morte” com tanta desenvoltura? Bem, porque sua moral comporta — não faz tempo, um desses “intelectuais” de esquerda escreveu um texto em que o terrorismo era tratado como expressão política legítima. Embora sejam bestas morais e éticas, têm ao menos conhecimento do certo e do errado. Ameaçam-me, mas atribuem a mim a responsabilidade pelo molestamento, entenderam? Afinal, dizem, no texto da manhã, eu teria defendido golpe de estado e, o que é espantoso!, até mesmo a eliminação física de Lula. Logo, quem tem de ser eliminado sou eu! Não é fantástico?

O remédio contra Lula é a democracia e a democratização da sociedade. Acreditam na morte como resposta para conflitos os que mataram Celso Daniel, os que mataram Toninho do PT, de Campinas, os que mataram milhões de adversários história adentro. O meu papo é de outra natureza. Alguns bostalhões que vêm me dar aula de democracia nunca levantaram a bunda do sofá para combater a ditadura, enquanto eu tomava algumas borrachadas. Abordo pouco essa questão porque isso, por si, não torna ninguém certo ou errado. Mas há as pessoas que têm uma trajetória comprometida com as liberdades públicas e há as que não têm; há as que estão sempre alinhadas com a defesa da liberdade de expressão, e há aquelas que modulam essa defesa segundo os interesses a que atendem na hora.
O petismo empobreceu dramaticamente o debate político no Brasil, inclusive no terreno da esquerda. Se digo que Lula é o nome da doença política, é evidente que não bastaria eliminá-lo, ainda que isso fosse moralmente aceitável (não é!), para que tudo estivesse resolvido. Ele não se resume ao homem que é; representa um conjunto de procedimentos; simboliza uma forma de ver a política; expressa uma visão das relações do estado com a sociedade. Fez-se um emblema, cheguei a usar esta expressão, do não-republicanismo.

Lula é o símbolo da farsa moral — e ética — segundo a qual, em nome da promoção da igualdade, tudo é permitido. E não é!

Não! Eu não imagino qualquer outra maneira de combater o lulo-petismo que não seja pela via eleitoral. Eles podem, ainda que apenas retoricamente (tomara que seja só isso!), me querer morto; eu só os quero derrotados nas urnas. Mas também cobro que as LEIS DEMOCRÁTICAS QUE ESTÃO EM VIGÊNCIA SEJAM APLICADAS. Quando lembro que Lula, na presidência da República, mudou uma lei só para permitir a fusão de duas empresas de telefonia e que o BNDES decidiu financiar a operação antes mesmo da existência da tal lei — comprometendo-se, pois, com uma operação ainda ilegal —, eu me dou conta do grau de esculhambação legal e institucional a que chegamos.

As próprias instituições foram contaminadas pelo “espírito companheiro”. E isso tem de ser permanentemente denunciado. Lula é o nome da doença porque é o fundador de uma espécie de nova aristocracia, à qual tudo é permitido, com privilégios que se estendem à descendência. Renovou o que há de mais nefasto entranhado na cultura política brasileira: a desigualdade dos homens perante a lei — com a diferença de que essa desigualdade que ele cultiva seria uma forma de resistência. Essa cultura já chegou ao Supremo!

Qual o remédio contra o que Lula simboliza? O aprimoramento dos mecanismos da democracia representativa e a aplicação das leis previstas na democracia, tudo o que os vagabundos dos mais diversos matizes ideológicos, hoje pendurados nas tetas do estado, não querem: no capital, no trabalho, na academia, no subjornalismo, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé (é a variante paulista, também admitida, de “sapê”).

Eu quero é democracia. E combato a canalha que decide usar o regime democrático para solapá-lo. O nome da doença é Lula.

Lula: “Falar em 2014 agora é loucura, imbecilidade”


Lula: “Falar em 2014 agora é loucura, imbecilidade”
 
Foto: ROBSON FERNANDJES/Agência Estado

 

A militantes do PT de Minas, ex-presidente pede apoio ao governo Dilma; “a gente não tem de se preocupar se sai um ou dois ministros”, afirmou; discurso foi fechado à imprensa, mas dava para ouvir tudo do lado de fora


Por Agência Estado

18 de Agosto de 2011 às 19:04

Agência Estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os aliados do governo a apoiarem a presidente da República, Dilma Rousseff, que enfrenta a quarta troca de ministros em oito meses de governo. Ontem, Wagner Rossi pediu demissão após denúncias de corrupção na Agricultura. Segundo Lula, Dilma precisa ter tranquilidade para trabalhar.

"A gente não tem que preocupar se sai um ou dois ministros", disse o ex-presidente, que participou de almoço com lideranças petistas e de partidos aliados em Belo Horizonte. O encontro foi fechado para a imprensa, mas o discurso do presidente pôde ser ouvido do lado de fora do restaurante. "Nós temos que ajudar a presidente Dilma a transformar o Brasil na quinta economia do mundo", afirmou Lula.
Sem falar diretamente sobre a crise política que afeta o governo o ex-presidente disse ter ficado feliz de saber que Dilma almoçou com ministros, numa referência à insatisfação dos aliados com o estilo centralizador da presidente e com a 'faxina" promovida por ela no Executivo. Lula também afirmou que não é possível governar sem fazer alianças, e que esse é um trabalho que exige sensibilidade, costura e um exercício de democracia "24 horas por dia".

Lula ainda comentou entrevista do ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, de que o ex-presidente seria o candidato ideal à sucessão de Dilma em 2014. "É imbecilidade e loucura falar em 2014 agora, se nem chegamos em 2012 ainda. Só existe uma pessoa que pode chamar essa conversa e ter o direito legítimo de falar no assunto, que é a companheira Dilma", afirmou.

O nome da doença que assola o Brasil é Reinaldo Azevedo

                           

 

Nesta manhã, o articulista que incita ódio na política brasileira se superou. Disse, com todas as letras, que o eleitor de Lula é sem-vergonha. Se a culpa é do brasileiro, isso significa que ele já admitiu sua própria derrota


18 de Agosto de 2011 às 08:59

Leonardo Attuch


É triste ver uma pá de inteligência ser desperdiçada inutilmente. O articulista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, tem cérebro, domina o vernáculo como poucos no Brasil e empresta boas quantidades de lógica ao que escreve. Mas, lamentavelmente, conseguiu se converter no porta-voz do que há de mais atrasado na política brasileira atual: a hipocrisia da moralidade. Reinaldo é o “cheerleader” do serrismo, a força derrotada nas últimas eleições presidenciais, de onde brota boa parte dos escândalos atuais.

Num longo artigo publicado na manhã de hoje, ele escreve que “o nome da doença que assola o Brasil é Luiz Inácio Lula da Silva”. É talvez seu texto mais ousado – e que representa quase uma confissão de derrota política. “Enquanto Lula for uma figura relevante da política brasileira, estaremos condenados ao atraso”, escreve Reinaldo. Então esqueça, meu caro: enquanto Lula estiver vivo, terá papel central na política nacional. E possivelmente preservará sua influência mesmo depois de morto, tal qual Getúlio, que os inimigos – porta-vozes do discurso do “mar de lama” – levaram ao suicídio.

Reinaldo joga de vez a toalha quando transfere a culpa pelo que enxerga como atraso ao cidadão brasileiro. “Há diversas razões que explicam o fenômeno, muitas delas já conhecidas. O apoio do Congresso foi vital – além da sem-vergonhice docemente compartilhada por quem votou nele. Não dá para livrar os eleitores de suas responsabilidades.”

Atenção, eleitor de Lula e leitor de Veja: o mestre-sala da publicação lhe considera um meliante, um malandro, um picareta, um desonesto. Um sem-vergonha.

Ora, Reinaldo, se a culpa é do brasileiro, a conclusão é uma só: o país não tem jeito mesmo. E talvez a única solução seja o aeroporto. Não importa se 35 milhões de brasileiros cruzaram a linha da miséria na última década, se o Brasil se tornou a Meca dos investidores internacionais e se o desemprego é o mais baixo desde o início da série histórica do IBGE. O eleitor, além de mau caráter, deve ser burro, mesmo. Pior, é masoquista.

Qual seria a grande doença representada pela figura de Lula? Ah, o fisiologismo levado ao extremo, simbolizado pela aliança entre PT e PMDB, que gera tantos escândalos de corrupção. Mas será que isso foi inventado por Lula? Bom, o peemedebista Geddel Vieira Lima foi ministro da Integração Nacional de Fernando Henrique Cardoso. Mas naquele tempo ele era honesto. Lula o corrompeu.

Renan Calheiros – sim, o mesmo Renan que Veja tentou derrubar em 12 capas consecutivas antes das eleições presidenciais de 2010 – foi ministro da Justiça de FHC. Mas ele também era honesto naquele tempo. Lula o corrompeu. E tem também o Eliseu Padilha, dos Transportes – como era o apelido do Padilha mesmo, Reinaldo?

Bom, e no PFL (atual DEM), é claro, só tinha gente honestíssima.

No seu artigo de hoje, Reinaldo até admite que FHC teve que sujar as mãos ao governar com alguns aliados do PMDB. “Mas era uma gestão com alguns propósitos”, diz ele. Cuidado, Reinaldo, para não cair na mesma lógica do discurso delubiano que você tanto condena – o de que, em nome do projeto, tudo é permitido. Sua ética é absoluta, pura, kantiana ou é adaptável às circunstâncias?

Reinaldo diz que muitos intelectuais apontaram na política de alianças de FHC uma rendição ao velho patrimonialismo brasileiro, tão bem diagnosticado por Raymundo Faoro. Mas o articulista indaga como é possível, ao mesmo tempo, ser patrimonialista e também reduzir o tamanho do Estado, privatizando estatais? Muito simples, Reinaldo. Basta ver como foram privatizadas as estatais.

Quer um exemplo? Antes das privatizações, Benjamin Steinbruch era apenas o herdeiro de um grupo têxtil em dificuldades financeiras, a Vicunha. Mas como era também amigo de Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC, comprou primeiro a CSN e depois a Vale. No leilão da mineradora, Antônio Ermírio de Moraes, à época o empresário mais rico do Brasil, desistiu quando percebeu que os fundos de pensão estatais, colados em Steinbruch, dariam sempre um lance maior. Detalhe: apesar de tudo isso, FHC foi, sim, um grande presidente.

Reinaldo deve ter acordado hoje inconsolável porque, apesar da queda de Wagner Rossi, a aliança entre PT e PMDB não foi abalada. Parece inquebrantável, apesar de todos os tremores. Um deputado peemedebista, Mendes Ribeiro Filho, já está sendo indicado para o Ministério da Agricultura com apoio de toda a bancada e do vice Michel Temer. E o resultado dessa aliança é um só: desloca o eixo do poder do bloco tucano para o lado petista. Os tais vinte anos de poder sonhados por Sérgio Motta têm tudo para ser alcançados por seus adversários – ou será que alguém enxerga alguma oposição viável em 2014? Aécio? Serra? Esse é o ponto central de uma discussão que não nada que ver com ética, moralidade ou republicanismo – diz respeito apenas à disputa pelo poder.

Significa então que a corrupção e o fisiologismo não devem ser combatidos? Evidente que devem ser atacados. Mas enquanto essa discussão não for levada a sério, no âmbito de uma reforma política, que discuta até o financiamento público das campanhas eleitorais, estaremos presos ao terreno da ética seletiva, com falsos moralistas vendendo a ideia do “mar de lama” e sugerindo a morte – real ou concreta – do “lulismo”. Esta hipocrisia, representada por você, Reinaldo, é a verdadeira doença que assola o Brasil.

Reinaldo Azevedo acusa o golpe

                       
Reinaldo Azevedo acusa o golpe
 
Foto: Divulgação

 

Em novo artigo, blogueiro de Veja apenas tergiversa e tenta responder o que finge não querer responder. Não conseguiu


18 de Agosto de 2011 às 16:16
247 - Em artigo publicado nesta madrugada, o colunista Reinaldo Azevedo, de Veja, fez seu mais explícito ataque ao ex-presidente Lula. Num texto intitulado "O nome da doença que assola o Brasil é Luiz Inácio Lula da Silva" (leia), ele disse que, enquanto o ex-presidente estiver vivo, o Brasil estará condenado ao atraso. Portanto, só a morte de Lula nos libertaria. É um artigo que retrata o estado de espírito atual dos que se engajaram politicamente nas eleições de 2010 e se consideram derrotados, frustrados e sem esperança.

Reinaldo disse ainda que o eleitor que votou em Lula, em 2006, é "sem-vergonha". Quem sabe se trocando de povo, as coisas fossem diferentes...

Aqui, no 247, com nosso espírito democrático, apartidário e plural, e que discute inclusive o posicionamento político da mídia, sem exceção, escrevemos uma crítica ao blogueiro, fazendo uma paródia do seu texto ("O nome da doença que assola o Brasil é Reinaldo Azevedo; leia"). O ponto central da nossa crítica é muito simples. O que tumultua o Brasil de hoje é a incitação do ódio na política a partir de um falso moralismo, que é ao mesmo tempo hipócrita e politicamente dirigido.
Nesta tarde, Reinaldo voltou à carga. Escreveu um novo texto, em resposta ao nosso. Tenta responder o que finge ignorar. E abranda sua colocação relacionada à "sem-vergonhice" do eleitor brasileiro. "Quem votou em Lula, mesmo sabendo do mensalão e do esquema que era comandado pelo seu partido — e, exceção feita a alguns bolsões de ignorância extrema, era impossível não saber — endossou aquelas práticas, entregou-se à sem-vergonhice docemente compartilhada”, disse ele.
Leia, abaixo, o novo texto de Reinaldo Azevedo, também desesperançoso, sobre a "doença Lula", em que ele conclui com uma pergunta: Qual é o remédio?

Escrevi nesta madrugada um texto em que afirmo que o nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva. Está dando o que falar. E está porque tenho milhares de leitores. É assim mesmo. Quem escreve só pra si não tem ninguém a espiá-lo a não ser o silêncio, e o texto vira um exercício de expiação da própria irrelevância. Deve ser difícil. Um leitor ou outro me enviam ataques de fúria desse ou daquele: “Você viu o que disse fulano, como reagiu Beltrano?” Não vi. Eles me lêem; não os leio. Não enviem os links porque não lerei. Não tenho tempo. A opinião de bem pouca gente da imprensa — ou da subimprensa — me interessa. Meu diálogo é com OS MEUS LEITORES, não com quem tenta usar os meus textos para conseguir leitores. Faltam horas no meu dia para ler o que presta. Por que desperdiçar as que tenho com quem não presta? Faz tempo que me atacar é uma boa forma de tentar aparecer. A torcida é para que eu reaja. Mas essa decisão é minha. Às vezes, decido me divertir um pouco. Ponto. Parágrafo.

Escrevi aquele texto de madrugada, ainda estava meio escuro. Agora eu o reli à luz de um sol um tanto pálido que entra pela janela — saudade de todos os verões, Deus Meu!, do verão ancestral! Sim, agora que o releio sob nova luz, concluo: o nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva. É ele quem comanda hoje a RESISTÊNCIA — no seu partido, na base aliada, nos setores pouco salubres da imprensa — a isso a que chamam (eu jamais o fiz de própria pena) “faxina” na administração. A exemplo de Dilma, também eu não gosto muito da palavra. Faz supor que é só uma questão de espanar a poeira, pôr pra fora o lixo e passar um lustra-móveis. Não é! Há mudanças de natureza estrutural que precisam ser feitas. Tenho tratado delas. O voto distrital, por exemplo, representaria um ganho formidável de qualidade.

Sim, eu afirmei que Lula escapou do mensalão, entre muitos fatores, porque tinha maioria no Congresso, destacando outro elemento: a “sem-vergonhice docemente compartilhada por quem votou nele”. E emendei: “Não dá para livrar os eleitores de suas responsabilidades.” E não dá mesmo! Não sou a supernanny do “povo”. Aliás, eu nem mesmo reconheço a existência dessa categoria. Quem gosta de especular sobre o “espírito do povo” são os descendentes intelectuais e políticos do fascismo, seja o fascismo de direita, seja o de esquerda. É aquela turminha esquerdopata do que chamo “Complexo Pucusp” (é bem possível que “Pucusp” seja uma palavra criada por Bruno Tolentino, mas não estou certo). Eu reconheço a existência de pessoas. Quem votou em Lula, mesmo sabendo do mensalão e do esquema que era comandado pelo seu partido — e, exceção feita a alguns bolsões de ignorância extrema, era impossível não saber — endossou aquelas práticas, entregou-se à “sem-vergonhice docemente compartilhada”. A democracia é o regime de responsabilização disso a que chamam “povo” — e que eu chamo “pessoas”.

Foi só isso? Claro que não! Não dá para escrever todos os textos num só. Há centenas deles neste blog cobrando a responsabilidade das oposições, por exemplo, os erros cometidos, a falta de combatividade e de clareza ao longo dos quatro primeiros anos do governo Lula, com repeteco nos outros quatro etc. Mas essa entidade sacrossanta a que populistas dos mais variados matizes classificam como “povo” é responsável pelos governos que elege, ora essa! E se torna co-responsável por seus métodos. Se a maioria do eleitorado tivesse achado o mensalão grave o bastante, não teria dado um segundo mandato a Lula. “Ah, para a população, os benefícios que ele representava eram superiores aos malefícios”. Não seria difícil contestar tal afirmação no terreno dos argumentos objetivos. Mas digamos que tenha sido essa a percepção. Não só não muda o que escrevi como referenda: fez-se uma escolha. E essa escolha compreendia acolher a lambança.

Eu não me considero superior a isso a que chamam “povo”; não sou seu intérprete, seu psicanalista, seu educador ou o que seja. Por isso mesmo, não preciso vê-lo com compreensiva e compassiva generosidade. Acima da linha da sanidade, qualquer homem da rua é meu igual, é meu irmão. Tenho asco do paternalismo de qualquer natureza. Dei aula durante muito tempo. Meus alunos estão por aí, alguns deles na imprensa. Nunca fui um professor “gugu-dadá”, “cúti-cúti”… Tenho horror a essa postura. E, como sabem os que me lêem, não puxo o saco nem mesmo dos leitores. Mais de uma vez contrariei algumas expectativas. Lê quem quer.

Se alguém está tentando desestabilizar o governo Dilma Rousseff, esse alguém é Luiz Inácio Lula da Silva, que se apresenta como o condestável da República e que exerce uma coordenação paralela da aliança que conduziu Dilma ao poder. O recado é mais do que claro: ou ela joga segundo as regras que ele estabeleceu — que supõem aquela penca de malefícios que elenquei no texto anterior — ou ele se apresenta como a alternativa, que é o que tem feito de maneira sistemática, organizada, metódica.
E encerrei aquele post assim: “Lula é o nome da doença. É para ela que precisamos de remédio.”

Mas qual é o remédio?

Governo cobra gráfica da Folha por dano ao Enem

                           

Governo cobra gráfica da Folha por dano ao EnemFoto: REUTERS

 

Vazamento de prova em 2009 custou R$ 46 milhões aos cofres do Ministério da Educação; Gráfica Plural, da empresa de Otávio Frias Filho (à dir), era responsável pela impressão; seria essa a primeira briga da gestão Dilma com um grupo de comunicação?


18 de Agosto de 2011 às 14:59
247 - A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação na Justiça exigindo ressarcimento pelo vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009, que causou um prejuízo de R$ 46 milhões ao Ministério da Educação (MEC), em valores corrigidos. À época, o desenvolvimento da prova era responsabilidade do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), que imprimiu o exame na Gráfica Plural (parceria entre o grupo Folha e a Quad Graphics), de onde a cópia da prova foi roubada.

Contratada pelo Connasel para dar acabamento a duas provas diferentes e imprimir um total de 9,4 milhões de exemplares, a Plural sempre negou responsabilidade no vazamento e alega ter cumprido todas suas obrigações de segurança. Nesta semana, quatro dos cinco acusados de participar do crime foram condenados por violação de sigilo funcional e corrupção passiva. Considerado o mentor do roubo pela Polícia Federal, Felipe Pradella pegou cinco anos e três meses de prisão.

Filipe Ribeiro Barbosa e Marcelo Sena Freitas foram condenados a 4 anos e 6 meses em reclusão de regime semiaberto e Gregory Camillo teve a pena revertida em prestação de serviços comunitários. O quinto réu, Luciano Rodrigues, foi absolvido. Pradella, Barbosa e Freitas eram funcionários da Gráfica Plural na época do vazamento e o esquema foi descoberto quando eles tentaram vender o material a jornalistas por R$ 500 mil.

O vazamento da prova culminou no cancelamento do Enem dias antes da data programada, prejudicando quatro milhões de estudantes e demandando um gasto 30% maior que o planejado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao MEC. Para o Ministério, esgotaram-se as possibilidades de cobranças administrativas ao consórcio e o caso só pode ser resolvido na Justiça. O Connasel prometeu se manifestar publicamente nesta quinta-feira sobre o assunto.

Folha nega influência de José Serra em sua pauta


Folha nega influência de José Serra em sua pauta
 
Foto: DIVULGAÇÃO

 

Ex-ministro da Agricultura disse que “só um político brasileiro tem capacidade para pautar Veja e Folha”; sabe-se, é claro, que ele se referiu a José Serra; mas Serra tem mesmo esse poder sobre duas das principais redações do País?; 247 foi perguntar


18 de Agosto de 2011 às 15:48
247 – Em sua carta de demissão, o ex-ministro Wagner Rossi cutucou não uma, mas duas onças da mídia com as próprias mãos. “Sei de onde partiu a campanha contra mim”, escreveu ele. “Só um político brasileiro tem capacidade de pautar Veja e Folha (...) para que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias”.

A referência velada é, ninguém duvida, a José Serra, político com diálogo direto com diferentes jornalistas do País, preferencialmente entre os que possuem posição de mando em redações. Mas daí a dizer que ele “tem capacidade de pautar Veja e Folha” é ir bem além.

247 levou o tema aos comandos das redações de Veja e Folha para checar, afinal, se Serra, mesmo sem ser um assalariado nessas publicações, tem mesmo a capacidade de ditar assuntos a serem abordados (pauta). Procuramos saber, além disso, se Serra também tem poderes para manter os assuntos “por tantos dias” nas páginas dos dois veículos, como Rossi apontou.
O editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, rechaçou a afirmaçã
o do ex-ministro.
“A Folha não é, nunca foi nem considerada a situação de ser pautada por um político”, registrou Dávila por e-mail ao 247. “O jornal é pautado por notícia e pela defesa do interesse do leitor, sempre seguindo os princípios editoriais de apartidarismo, independência e pluralidade”, completou.
No Senado, um dos melhores amigos de Serra, o senador tucano por São Paulo Aloysio Nunes Ferreira, não gostou nada dos termos da carta de Rossi. “É uma absurdo querer jogar a culpa pra cima da imprensa”, disse. “Não foram apenas a Folha e a Veja que trataram desse assunto”. O senador lembrou que também em Ribeirão Preto, onde ele tem seu berço político, assim como o ex-ministro Rossi, a imprensa noticiou os escândalos no Ministério da Agricultura. “A Tribuna de Ribeirão, a Gazeta de Ribeirão, a Folha de Potirendabe, O Globo, o Estadão, o Correio Braziliense, todos foram atrás desse assunto”, elencou.

A direção da revista Veja está sendo procurada para também se manifestar.

Dilma "a verdadeira faxina é contra a miséria"

Dilma: Foto: MISTER SHADOW/Agência Estado


Sem fazer referência à crise política, presidente aproveita o mote da imprensa no lançamento do Plano Brasil Sem Miséria em São Paulo e, de quebra, elogia e agradece presença de FHC


18 de Agosto de 2011 às 14:49
Ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sem seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff lançou hoje o Plano Brasil Sem Miséria na sede do governo do Estado de São Paulo, há 16 anos comandando pelo PSDB. O programa, que pretende ser a marca do governo Dilma e uma das principais metas da presidente, unifica os cartões e a base de dados dos programas sociais do governo federal, o Bolsa Família, e dos programas dos governos estaduais do Sudeste - Renda Cidadã (São Paulo), Renda Melhor (Rio de Janeiro), Incluir (Espírito Santo) e Travessia (Minas Gerais).

Sem fazer nenhuma referência à crise política que seu governo enfrenta, com a queda de quatro ministros em sete meses de governo apenas e a ameaça dos partidos da base aliada de não votar nenhum projeto no Congresso enquanto as emendas parlamentares não forem liberadas, Dilma usou a seu favor o termo "faxina" - utilizado pela imprensa para se referir às denúncias de corrupção de membros de sua equipe.

"Quero reafirmar a importância concreta e simbólica do pacto que firmamos hoje, semelhante ao pacto do mês passado, com os governadores do Nordeste e que faremos em breve no Norte, Sul e Centro-Oeste", afirmou Dilma, durante seu discurso. "É o Brasil inteiro fazendo, de fato, como usa a imprensa, a verdadeira faxina que esse País tem de fazer: a faxina contra a miséria. O Brasil inteiro em um grande abraço republicano, certos e conscientes de que nossa maior riqueza não é o petróleo, o minério ou a agricultura, mas 190 milhões de brasileiros."

Dilma disse que a miséria no País é resultado de muitos anos da falta de compromisso com a população, mas fez questão de citar os ex-presidentes FHC e Lula como pessoas que tiveram a coragem e a generosidade de encarar o desafio. Sentada ao lado de FHC, ela fez questão de agradecer a presença do ex-presidente.

"Esse problema só não é maior porque tivemos, nos últimos anos, um presidente capaz de levar 40 milhões de brasileiros para classe média, ou seja, uma Argentina. Essa é sem dúvida a herança bendita que o governo do presidente Lula me legou, entre tantas outras, mas é ao mesmo tempo nosso maior desafio, que é avançar ainda mais", afirmou. "O grande pacto republicano e pluripartidário que estamos firmando hoje é um pacto capaz de transformar a realidade social que vivemos. Por isso, queria também agradecer a presença do senhor presidente Fernando Henrique Cardoso, por esse seu gesto", disse.

Dilma elogiou também o engajamento dos governadores do Sudeste. "Quando olho para essa sala e vejo os governadores de São Paulo, do Rio, de Minas Gerais e do Espírito Santo sinto um engajamento pleno e sincero dos senhores nesse projeto e tenho certeza de que o plano começa como um plano vencedor", continuou.

Em relação à crise financeira internacional, a presidente enfatizou que o caminho mais seguro para o País enfrentá-la é o combate à pobreza e o fortalecimento do mercado interno. "O mundo vive hoje um momento de inquietude e perplexidade, mas, no meio de tantas interrogações, o Brasil já demonstrou que o caminho seguro para sair ou se proteger da crise é combater a crise mais crônica da história humana, que é a pobreza, e criar um mercado interno sólido, com recursos para enfrentar as turbulências que podem nos atingir. Sabemos que a ascensão social de milhões brasileiros fortaleceu nossa economia."

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi o que mais elogiou a iniciativa da presidente, de quem disse ter feito um acerto histórico ao reconhecer a importância da estabilidade econômica conquistada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique e da unificação dos programas sociais em torno do Bolsa Família, durante o governo do ex-presidente Lula.

Também participaram da cerimônia os governadores Sergio Cabral (Rio de Janeiro), Antonio Anastasia (Minas Gerais) e Renato Casagrande (Espírito Santo); os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Carlos Lupi (Trabalho), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Helena Chagas (Comunicação Social) e os senadores Marta Suplicy (PT-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, além de prefeitos, deputados e outras autoridades.

FHC e Dilma, juntos de novo: namoro ou amizade?

                           

FHC e Dilma, juntos de novo: namoro ou amizade?

Foto: NILTON FUKUDA/Agência Estado

 

Em São Paulo, na manhã de hoje, a presidente e o ex outra vez estiveram lado a lado; houve troca de olhares, sorrisos e sussurros ao pé do ouvido; Dilma lançou o Plano Brasil Sem Miséria em pleno território tucano; e quando o PT souber?


18 de Agosto de 2011 às 15:36

Marco Damiani_247 – Aconteceu outra vez. De novo em público, foram trocas de olhares, sussurros ao pé do ouvido, certamente trocas de impressões sobre vários assuntos e uma combinação implícita de se verem outra vez. A exemplo dos casais em pleno flerte, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não fizeram o menor esforço para esconder que é cada vez maior a identificação entre ambos. Na manhã desta quinta-feira 17, FHC foi o convidado de honra a participar, ao lado de Dilma, da cerimônia de assinatura do Plano Brasil Sem Miséria – região Sudeste, no Palácio dos Bandeirantes. Na mesa comandada pelo governador Geraldo Alckmin, Dilma e FHC se sentaram lado a lado, o que permitiu uma animada troca de ideias.

Antes, na festa de 90 anos do jornal Folha de S. Paulo, Fernando Henrique e Dilma também haviam ficado bastante próximos. Foi quando surgiu o convite da presidente para FHC aparecer lá em Brasília, no seu gabinete no Palácio do Planalto. Polido como sempre, o ex-presidente sugeriu que Dilma recebesse o grupo político chamado The Elders, que inclui, além dele próprio, outros líderes políticos, como Nelson Mandela, Jimmy Carter e Felipe Gonzalez. Ali, Dilma retrucou de imediato: “Vá também sozinho.”

Na sequência, a presidente redigiu a histórica carta com a qual homenageou a passagem dos 80 anos do ex-presidente. Nela, com elogios rasgados à gestão dele na administração federal, Dilma tirou das costas de FHC o peso da herança maldita, que lhe fora imputado por Lula e os petistas. O partido estrilou e, agora, diante das novas cenas de aproximação entre Dilma e FHC, não tem nenhum motivo para ficar feliz. Afinal, é como se um aventureiro lhe tirasse a noiva para dançar. Começa assim...

Humor sarcástico gera polêmica, mas dá audiência; entenda o por quê

Do UOL



KÁTIA DEUTNER*

Colaboração para o UOL

Daniel Zukerman, o Impostor do "Pânico na TV", e André Machado, produtor do programa, foram fotografados no funeral da cantora Amy Winehouse em Londres (26/7/11)
Daniel Zukerman, o Impostor do "Pânico na TV", e André Machado, produtor do programa, foram fotografados no funeral da cantora Amy Winehouse em Londres (26/7/11)
Em tempos do politicamente correto, debochar de determinados grupos ou situações delicadas pode causar polêmica, gerar processos e até arruinar a carreira de humoristas que se utilizam de episódios do cotidiano para criar piadas.

A “invasão” do funeral da cantora Amy Winehouse pelos humoristas do “Pânico na TV”, por exemplo, foi uma “escolha” que dividiu opiniões. Para uns tratava-se de mais uma peripécia dos personagens do programa, para outros, foi uma falta de respeito sem precedentes. Já os humoristas Danilo Gentili e Rafinha Bastos, do "CQC", costumam protagonizar histórias que provocam reações inflamadas. Gentili foi rechaçado quando associou a imagem do gorila King Kong ao estilo de vida de jogadores de futebol. Já Bastos não teve a mesma “sorte”: além de alvo de críticas, passou a ser investigado por apologia ao crime, depois de ter feito piadas sobre estupro durante um show de comédia.
“O gosto p
elo grotesco sempre existiu na cultura ocidental e há um segmento da sociedade que se diverte com situações constrangedoras”, diz a antropóloga Zilda Knoploch, CEO da Enfoque Pesquisa de Marketing (SP). "Podemos dizer que as cenas são um reflexo do inconsciente coletivo e, por isso, fazem sucesso. A audiência é prova de que o público se identifica com a proposta e a mensagem destes programas. Hoje, mais do que nunca, há opções e o controle remoto é poderoso”, afirma ela, que é especialista em pesquisa de mercado.

Para o humorista Chico Anysio, o humor não tem limites. "Quem impõe o limite é o humorista, de acordo com a sua moral e o seu caráter. A vida inteira fiz personagens judeus, negros e gays. Sempre trabalhei com todos esses assuntos e não tive problema com ninguém, porque o importante é a forma como você os aborda. Tem que ter respeito”, diz Chico. “Fiz vários gays e não era um trabalho discriminativo."

Humilhar, brincar com assuntos sérios, fazer as pessoas passarem por condições desumanas e até mesmo se machucarem são alguns dos artifícios. Mas a boa audiência não significa aprovação das pessoas para tais atitudes, segundo o psicólogo Jacob Goldberg, de São Paulo. “A exploração do sofrimento alheio causa a mobilização de sentimentos sadomasoquistas. O fato desperta atenção e curiosidade. O humor covarde é um apelo aos extintos mais primitivos de perversão. Fazer rir da caricatura da mulher, do homossexual, do judeu e do pobre é fácil. Difícil seria a ‘pegadinha’ com banqueiros e militares”, diz.

Divulgação
Odete Roitman, de "Vale Tudo". Vilã de Beatriz Segal caiu nas graças do público

A turma de Odete

Lembrar-se de vilãs sarcásticas como Odete Roitman (“Vale Tudo”) ou Nazaré Tedesco (“Senhora do Destino”) é muito mais fácil do que de outra personagem das mesmas novelas globais. “O fascínio pela maldade, pelo sofrimento, pela violência funciona para algumas pessoas como uma descarga de adrenalina e é isso que faz a bilheteria de filmes de ação ser lucrativa. Estes programas apenas contêm uma fração deste mesmo conteúdo”, diz a antropóloga Zilda.

Há, ainda, outro lado nesta questão. As novelas gostam da luta de c
lasses, os pobres contra os ricos. “E os maus sempre são punidos no final. Proporciona um prazer aos que se identificam com os personagens humilhados. A novela é uma válvula de escape para quem quer ver a justiça sendo feita. Funciona como um alívio, um desfecho desejado”, diz a antropóloga.

Exemplo na TV

O poder didático da televisão é inegável. Capta recursos volumosos para ações sociais, faz ídolos e pode destruí-los. “As famílias devem filtrar o acesso de menores de idade a este tipo de programação até que tenham discernimento e maturidade para perceber que não é um modelo a ser seguido”, diz Zilda Knoploch.

Para o psicólogo Jacob Golberg crueldade é educar crianças para servirem a padrões desumanos de comportamento. “Pesquisas já comprovaram que crianças negras, pobres, obesas têm complexo de inferioridade exatamente por serem vítimas desta cultura avacalhada, que, indiretamente, privilegia os modelos de dominação, rica, branca e arrogante. Este humor fascista não coincide com os direitos humanos de uma sociedade psicologicamente madura."

O caso Amy A dupla Daniel Zukerman e André Machado do "Pânico na TV" enganaram uma das agências de notícias mais respeitadas do mundo, a Reuters, ao se passarem por assessores de Amy Winehouse no enterro da cantora. A repercussão na internet foi ruim. Fãs acharam que a invasão da cerimônia foi desrespeitosa. Duas semanas depois, o “Pânico” apresentava a façanha, que foi ao ar em um formato diferente das invasões habituais, quando exaltam a habilidade do humorista em driblar esquemas de segurança. Cenas de paparazzi metralhando seus flashes no rosto de Amy e uma demonstração de respeito às tradições judaicas foram exibidas, entremeadas por repetidas justificativas de que a matéria era uma homenagem à cantora.

"Está na cara que pegou mal. Foi uma atitude juvenil de querer entrar em uma festa que não foi convidado. O famoso bicão profissional. É engraçado desfilar na SPFW como se fosse modelo, sem ofender ninguém. Mas, dessa vez, acho que perderam a mão”, avalia Tony Góes, colunista e crítico de televisão do jornal "Folha de S.Paulo". Para ele, há um limite para tudo."Acho que os produtores tiveram mais retorno negativo do que positivo. Duvido que a família Winehouse não teve conhecimento do fato. Ao mesmo tempo em que sofriam, passaram por essa brincadeira de mau gosto. E o pior: não teve graça. Eles deveriam ter arquivado as imagens”, diz Tony Góes, que escreveu sobre o assunto. O crítico do UOL Mauricio Stycer também comentou o programa em seu blog. Segundo ele, a invasão do funeral ganhou tratamento especial na edição, no esforço de diminuir o impacto negativo. A dúvida que ficou, então, é se parte da gravação ocorreu antes ou depois do funeral.
* Com colaboração de Bárbara Stefanelli

**Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa da Rede TV! informou que a equipe do programa "Pânico na TV" não daria entrevista sobre o assunto. O UOL também tentou falar com o humorista Daniel Zukermann, mas até o fechamento dessa reportagem não obteve resposta de sua assessoria de imprensa pessoal.

A falácia das privatizações

Da CartaCapital

A conta não ficou só nos pedágios

Rodrigo Martins 18 de agosto de 2011 às 10:54h - Carta Capital

As privatizações das rodovias paulistas iniciadas no fim dos anos 1990 prometeram o céu: pistas melhores e menos gastos públicos. As estradas são realmente boas. Quanto à redução das despesas do governo… Basta ver a situação da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), que operou as rodovias por 40 anos e hoje está em situação calamitosa. Em 2010, a empresa de economia mista vinculada à Secretaria Estadual de Logística e Transportes, apurou um prejuízo de 583 milhões de reais. Com esse resultado, o rombo acumulado pela companhia desde a sua fundação ultrapassou a marca dos 8,32 bilhões de -reais. No fim do ano passado, se a empresa tivesse de fechar as portas, o seu patrimônio não seria suficiente para quitar os débitos. Faltariam 967,2 milhões de reais para honrar todos os compromissos.



Após a privatização das rodovias, a Dersa acumulou prejuízos bilionários. Por Rodrigo Martins. Foto: Apu Gomes/Folhapress

cenário é ruim, mas, de acordo com uma auditoria da KPMG, poderia ser melhor caso o governo do estado tivesse quitado as indenizações que deve à empresa pelas rodovias que entregou à iniciativa privada com o Programa Estadual de Desestatização. A dívida soma 2,5 bilhões de reais. Esse valor, por sinal, seria bem maior hoje se a companhia não tivesse abdicado de cobrar juros e correção monetária sobre o débito. O prejuízo da Dersa em 2010, por exemplo, seria 40% menor, uma diferença de ao menos 240 milhões de reais, segundo os cálculos da KPMG.


Em 2009, a empresa perdeu a operação das últimas três estradas que controlava, encerrando uma história de 40 anos como concessionária de rodovias. A Ecopistas pagou 595 milhões de reais e prometeu investir outros 828 milhões para explorar, por 30 anos, o corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto. Já a rodovia D. Pedro I foi outorgada à concessionária Rota das Bandeiras por 1,39 bilhão de reais, mais investimentos de 2,1 bilhões até 2039. Como a Dersa poderia explorar esses corredores por mais 13 anos, ficou acertado que a empresa receberia 1,58 bilhão de reais a título de indenização no primeiro caso e 935 milhões no outro. A Dersa não sabe estimar quanto deixa de arrecadar em pedágios atualmente pela privatização dessas estradas. No último ano em que as operou por 12 meses completos, faturou 281 milhões.

O que chama mais a atenção no relatório da KPMG, datado de 29 de março, é a constatação de que “a continuidade das operações da companhia depende do aporte de recursos financeiros do governo do estado de São Paulo, seu principal acionista, e do recebimento das indenizações citadas anteriormente”. Além disso, o texto assinado pelo auditor Wagner Petelin levanta “dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional” da empresa. É por essa razão que o deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo, pretende incluir questionamentos sobre a saúde financeira da Dersa durante uma audiência a ser realizada no parlamento paulista. A oposição espera convocar o presidente da empresa, Laurence Casagrande Lourenço, para esclarecer o excesso de aditivos em obras da Dersa. “Os empreendimentos costumam terminar com um preço bem superior ao do contrato original e causa estranhamento saber que, apesar de estar à frente das maiores obras viárias do estado, a Dersa tenha acumulado prejuízos- tão elevados.”

De acordo com Márcio Cammarosano, professor de Direito Administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os administradores da Dersa podem exigir o pagamento das indenizações devidas pelo governo paulista, mesmo sendo o estado o seu principal acionista. “Trata-se de uma empresa de economia mista, que também deve satisfações aos seus sócios privados. Se a Dersa tinha direito a explorar essas rodovias por mais tempo e foi impedida, deve ser ressarcida, porque isso pode afetar a economia interna da empresa”, avalia. É pouco provável, no entanto, que os sócios privados da companhia venham requerer alguma coisa. Eles detêm apenas 0,000001% das ações da Dersa. O restante pertence à Fazenda paulista. “Normalmente, numa situação como essa, a administração da empresa entra em acordo com o estado, o principal acionista.”

Por meio de nota, a Dersa diz ter solicitado ao Estado “autorização para converter em capital social a parcela do passivo não circulante, registrada como ‘adiantamento para futuro aumento de capital’”. Em outras palavras, o governo pode autorizar o aporte de 3,4 bilhões de reais para tapar o buraco contábil da empresa. “Tão logo sejamos autorizados pelo nosso acionista, faremos a atualização contábil e passaremos a uma situa-ção de patrimônio líquido positivo”.

Esse investimento, contudo, não diz respeito ao pagamento das indenizações devidas à Dersa pela privatização das rodovias, um débito que deve ser quitado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A nota afirma ainda que a Dersa está negociando com o DER, mas informa que a empresa também possui dívidas com o órgão estadual, sem, no entanto, especificar esses valores. “Ao final das tratativas teremos um encontro de contas, com resultado positivo em favor da Dersa, e um plano de quitação desse débito”, completa o texto. Quanto à decisão de não cobrar juros e correção monetária correspondente às indenizações, a companhia alega ter agido em conformidade com o “princípio da prudência”, uma vez que “não existia naquele momento uma expectativa do correspondente ingresso financeiro imediato”.

Atualmente, a Dersa sobrevive com a receita das travessias de lanchas e ferry-boats que operam no litoral paulista e a prestação de serviços técnicos no campo da infraestrutura de transportes e logística, sobretudo no apoio a grandes projetos viários do governo. A empresa garante não ser dependente do Tesouro paulista, “o que significa que os aportes de capital do acionista são dirigidos somente a investimentos da empresa”. Por essa razão, as contas da Dersa não são registradas no Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), mecanismo de controle dos gastos públicos aberto aos parlamentares. No fim, a empresa virou uma caixa-preta que não permite avaliar até que ponto as privatizações de rodovias prejudicaram a Dersa e, a despeito do pagamento das concessões, criaram, na prática, um rombo a ser coberto pelos cofres públicos.

O jornalismo sexista


Da CartaCapital

Jean Wyllys 18 de agosto de 2011 às 10:09h
A cobertura jornalística do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em Niterói (RJ), deixa claro que as mulheres ainda têm, no espaço público, a vida avaliada a partir de suas vidas privadas. Na maioria das matérias (boa parte delas mera reprodução sem críticas nem acréscimos de uma matéria matriz, feita por um jornalão e por um telejornalão), os jornalistas analisam detalhes íntimos das supostas violências que Patrícia sofrera de seu namorado e praticamente a chamam de “mulher de malandro”, para usar uma expressão vulgar. Isso porque, segundo as matérias, a juíza teria retirado a queixa contra o namorado para, logo em seguida, retomar o relacionamento com o mesmo.
O que sua morte teria a ver com os meandros do seu namoro, que é uma questão pessoal? Absolutamente nada até que venha a se provar que a juíza foi vítima de um crime passional e não de uma execução sumária e cruel por conta de sua atuação contra milícias e grupos de extermínio integrados por policiais civis e/ou militares corruptos, como apontam os indícios.
Evidentemente, o desenrolar da investigação policial pode vir a apontar alguma relação entre os dois motivos. Mas as notícias dominicais não cuidaram disso. Sem sequer justificar a exposição da intimidade de Patrícia num suposto motivo passional para o crime chocante, as notícias simplesmente expuseram eventos da vida afetiva da juíza como que para transformá-la de vítima em culpada pelo próprio fim trágico.
Tratamento semelhante foi dado a Eliza Samudio, a moça que teve um filho com o ex-goleiro Bruno e cujo desaparecimento é atribuído a um crime bárbaro que teria, como mentor intelectual, o próprio Bruno. E também à estudante Geisy Arruda, que foi hostilizada por colegas da faculdade que freqüentava quando foi à aula com um vestido considerado pelos marmanjos curto demais. Em ambos episódios, as mulheres forma convertidas em culpadas pela violência de que foram vítimas por discursos misóginos mal disfarçados.
Desvalorizar as mulheres a partir de sua conduta na esfera privada e/ou a partir dos usos que fazem de seus corpos para que não ocupem os espaços de poder continua sendo uma das características da exclusão em uma sociedade que não superou o patriarcalismo histórico. Esse patriarcalismo também vigora na cobertura jornalística e é, por ela e nela, reproduzido. Nas palavras da antropóloga Debora Diniz, “a violência não é constitutiva da natureza masculina, mas sim um dispositivo cultural de uma sociedade patriarcal que reduz os corpos das mulheres a objetos de prazer e consumo dos homens”.
Outro exemplo – este aparentemente banal – do patriarcalismo que vigora na cobertura jornalística é a recusa, por parte da maioria dos jornalistas e comentaristas, em usar o termo “presidenta” para se referir a Dilma Rousseff sob o argumento que, apesar de correta, a opção pela forma feminina é “desnecessária e incomum”, ignorando, assim, o sexismo e machismo materializados e reproduzidos na prática linguística.
Determinados temas da agenda doméstica de uma vítima podem e devem se tornar públicos, sobretudo quando a violência em questão não é de interesse de apenas uma mulher, mas corresponde a estruturas de poder que hierarquiza as identidades de gênero numa sociedade. É o caso da violência doméstica, que não pode mais ser tratada como “assunto de marido e mulher, no qual não se deve meter a colher”, para recorrer a outra expressão vulgar.
A cobertura jornalística precisa assumir sua parcela de culpa nesse machismo generalizado e complacente com as violências domésticas e públicas contra as mulheres. Uma coisa é tratar de forma pública problemas generalizados. Outra é expor a vida individual quando se parece estar diante de um fato que diz respeito à segurança pública e ao problema da violência urbana.
A dominação masculina vem se transformando ao longo dos tempos. A figura da mulher já não pertence mais inteiramente àquele lugar de subalternidade de 1949, quando a escritora feminista Simone de Beauvoir proferiu sua célebre frase “On ne naît pas femme, on le devient”. Porém, quando parte da imprensa se prontifica a devassar a vida íntima de uma juíza atuante e corajosa assassinada numa emboscada, vê-se que as mulheres se tornam mulheres num lugar ainda subalterno e que há muito que se avançar no enfrentamento do machismo e do sexismo.
Jean Wyllys
Jornalista e linguista, é deputado federal pelo PSOL-RJ e integrante da frente parlamentar em defesa dos direitos LGBT.

Faxina de Dilma engrossa corrente do 'volta, Lula'

                           

                           

Faxina de Dilma engrossa corrente do 'volta, Lula'
 
Foto: AGÊNCIA BRASIL

 

 

Cresce no Congresso movimento que quer o ex-presidente como candidato em 2014; Dilma é vista como fria e cruel, enquanto o ex foi mais solidário nas desgraças de seus ministros; o próprio Lula tenta esfriar os ânimos: “Isso, agora, é um tiro no pé”



18 de Agosto de 2011 às 07:55
Marco Damiani_247 – Os ponteiros do relógio político que cronometra a sucessão presidencial de 2014 foram adiantados. Pelos fatos. Com a queda de Wagner Rossi do Ministério da Agricultura, ontem, um movimento entre parlamentares da base aliada já chamado de ‘volta, Lula’ ganhou combustível para crescer e se consolidar. Trata-se de uma referência direta, entre deputados e senadores, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à sucessão da presidente Dilma Rousseff. Essa movimentação, capitaneada por líderes do PMDB, em Brasília, trabalha com o ingrediente de que a própria Dilma terá de abrir passagem para a candidatura Lula. Por bem ou na marra.

O grupo que já sonha, neste momento, com a volta de Lula faz uma aposta de que o governo Dilma será de “crise permanente”, com ministros sendo assados nos fornos da imprensa sem que a presidente interfira nem mesmo para baixar a temperatura. Ao contrário de Dilma, que já demarcou seu estilo de não oferecer nenhuma espécie de anteparo para ministros atingidos por denúncias de corrupção e má gestão, Lula demonstrava mais interesse em preservar seus quadros. Ao longo de seus 8 anos de mandato, é certo que ele teve 9 ministros defenestrados. Ao seu modo, porém, o então presidente procurava suavizar as quedas ou agia diretamente para resgatar o prestígio do ministro humilhado. Foi assim, por exemplo, com o atual senador Romero Jucá (PMDB-RO). Demissionário do Ministério da Previdência em julho de 2005, Jucá voltou forte à estrutura de poder no segundo mandato de Lula, que o fez líder do governo no Senado. No caso mais rumoroso, o da demissão do então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, em junho de 2005, Lula passou, com o tempo, a fazer do próprio Dirceu um de seus principais interlocutores dentro do PT, sinalizando que, apesar das circunstâncias, não iria abandonar o antigo parceiro. Esse tipo de solidariedade é muito cara aos políticos e tem tudo para ser um fator decisivo na escolha do candidato.

Com Dilma, ao que se vê, é bem diferente do que acontecia sob Lula. Numa demonstração de frieza e objetividade em relação aos problemas de cada um, a presidente determinou que, como primeira providência diante de uma denúncia, o ministro acusado terá de dar explicações no Congresso. Frente a frente com os parlamentares e sob as vistas da imprensa. Lula, nesse aspecto, costumava usar todo o poder de seus aliados na Câmara e no Senado para, bem ao contrário, realizar manobras que evitassem convocações de integrantes do governo.

Ao 247, na terça-feira 16, o ex-ministro Delfim Netto observou que, mais uma vez em antagonismo a Lula, a presidente Dilma não tem obsessão pela reeleição. “Dilma não governa para se reeleger, mas apenas para fazer um governo que deixe o País melhor do que o que ela encontrou”, afirmou. “Ela faz uma política diferente, por isso nem sempre é compreendida”. Vista a questão por esse ângulo, Lula terá ainda menos trabalho para realizar seu sonho de voltar, o quanto antes, ao Planalto. É ele próprio quem disse, em mais de uma ocasião após ter deixado o governo, que ainda não “desencarnou” do papel de primeiro mandatário. Uma situação que pode perdurar até 2014.

No dia seguinte à entrevista de Delfim ao 247, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, que o candidato do PT e seu campo de influência em 2014 “sairá de uma conversa entre Dilma e Lula”. Uma entrevista que deu forte contribuição, sem dúvida, para acelerar todo o processo especulativo em torno da eleição distante. Uma aceleração a tal ponto que demandou um pisão no freio do próprio Lula. Em conversas reservadas com caciques do partido, ele já usou a expressão “tiro no pé” para definir o quanto o adiantamento das conversas sobre candidatura pode prejudicar a sua própria. “Se seguirem com isso, é o começo do fim”, comentou seu aliado Jorge Vianna (PT-AC). O próprio Lula, ao dizer mais aos seus interlocutores, tem afirmado que a decisão de tentar ou não a reeleição caberá a Dilma. A maioria, porém, acredita na avaliação do ministro Bernardo, pela qual o nome de Dilma ou Lula para 2014 será definido em conversas entre Dilma e Lula. E não apenas por Dilma.

Mesmo que consiga controlar no PT essa espécie de “queremismo” versão 2011 – o movimento original, em 1945, defendia a permanência de Getúlio Vargas no poder --, Lula terá ainda mais trabalho para fazer o mesmo no PMDB. Depois da demissão de Rossi – ministro que, durante sua via sacra de denúncias pela mídia, não mereceu uma audiência especial com a presidente, indo diretamente à Câmara contar as suas versões --, ficou claro que até mesmo os denunciados com forte apoio político terão o mesmo tratamento frio por parte de Dilma. Ela foi a menos empenhada em sustentar o então chefe da Casa Civil Antônio Palocci, promoveu uma verdadeira fritura administrativa sobre Alfredo Nascimento, dos Transportes, exonerou em conversa pessoal de cinco minutos o ex da Defesa Nelson Jobim e assistiu, impassível, a Rossi se debater em meio às denúncias que terminaram por afogá-lo. É esse tipo de comportamento que, se de um lado, está rendendo popularidade a Dilma, por outro faz com que ela perca a confiança dos políticos de sua base. E o posicionamento deles será decisivo para emoldurar a conversa entre a presidente e Lula sobre quem, afinal, será o candidato em 2014, quando chegar a hora de essa conversa acontecer.

CBF ameaça divulgar gravações contra diretor da Globo

RICARDO FELTRIN
EDITOR E COLUNISTA DO F5
Não vai ficar barato para a Globo sua repentina decisão de noticiar os escândalos envolvendo a CBF, Ricardo Teixeira e a Fifa. Agora surgiram indícios (ou insinuações) de que a entidade máxima do futebol brasileiro tem gravações de diálogos que comprometeriam Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes. Essas gravações não autorizadas foram feitas a partir de ligações telefônicas ou na própria sede da CBF. Elas revelariam quando e como a Globo manipulou o horário de partidas de times e da seleção, para atender a seus próprios interesses...
Márcio Neves/Gremio.net
T de Vingança
Teixeira também teria gravações mostrando como Pinto (foto ao lado) e seus comandados globais agiram nos últimos anos, quando tinham acesso livre à CBF. Fonte desta coluna, que pede anonimato, informa que as gravações teriam diálogos permeados de arrogância, prepotência e desprezo completo de Campos Pinto e seus subordinados pela concorrência. Inclusive uma das gravações mostraria emissários da Globo usando termos chulos contra Record e até contra a Band, que hoje é parceira da Globo no futebol.
Prato pelando
A ameaça de levar as gravações a público teria por finalidade não só vingar Teixeira do que ele considera "traição", por parte da Globo, mas também colocar a emissora numa situação delicada junto à imprensa, a parceiros e anunciantes do esporte. Algo do tipo: "eu morro, mas você vai morrer! Morrer comigo! Bwahahaha! Bwahahahahahahahannn...". Tá bom, é só um jeito de dizer. Teixeira não dá risada como vilão de desenho... Vou continuar, agora sério...
Bombardeio
Campos Pinto está sob ataque de outro 'front', além do da CBF. Desafetos do diretor dentro da Globo ainda o culpam pelo fato de a emissora ter perdido a transmissão das Olimpíadas de Londres 2012 para a Record. Para esses executivos, a "soberba" do executivo o impediu de avaliar a situação corretamente. Ele subestimou a concorrente, afirmam.
Outro lado 1
Por meio da CGCom, a Globo informou que não vai se manifestar sobre o assunto, a menos que se torne um fato.
Outro lado 2
O F5 procurou o assessor de Teixeira, Rodrigo Paiva, deixou recado no telefone antecipando o assunto, mas não obteve resposta.