segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Silvio Santos conversa com funcionários de shortinho e chinelo

 

'A Globo é um muro e ultrapassar esse muro, a gente só consegue de vez em quando', diz apresentador

Rio - Silvio Santos apareceu bem à vontade para um bate-papo com os funcionários do SBT. A conversa fez parte das comemorações pelos 30 anos da emissora e foi ao ar na noite deste domingo. Silvio falou sobre a disputa da Globo e da Record, deu dicas sobre como ter sucesso e ainda revelou que não recebe salário do SBT.

Silvio: 'A Globo é um muro'

"Nós de televisão estamos vendo que por mais que a Record queira se aproximar da Globo, em todos esses anos ela não passou de 11 pontos e ultimamente ela tem caído pra 10, 9, 8 pontos. A Globo é um muro e ultrapassar esse muro, a gente só consegue de vez em quando", disse sobre a briga pela audiência entre as emissoras.

Questionado por um funcionário sobre como ter sucesso nos negócios como ele, Silvio deu algumas dicas. "Não me preocupo com os elogios ou com a críticas (...) Se você fizer aquilo que sua intuição manda e usar bom senso, deixando de lado a vaidade, você tem todas as possibilidade de conseguir seu objetivo. Só não consegue o objetivo quem sonha demasiado, quem tenta dar o passo maior que a perna..."

E o dono da emissora surpreendeu ao contar que não recebe salário para apresentar seus programa. "Eu até me surpreendo com a minha popularidade. Nunca foi objetivo meu. Eu não dou entrevista para os colegas, eu não vou a programas dos colegas. Hoje no SBT eu faço o meu programa, e posso garantir a vocês, embora vocês vão dar risada, eu sou voluntário, eu não ganho absolutamente nada", disse, arrancando risadas dos funcionários.

"Doe o seu salário", governador Cid Gomes


 
Foto: ELZA FIUZA AGENCIABRASIL-ABr


No Ceará, diante da greve dos professores, o governador diz que os docentes deveriam trabalhar por amor. E que quem quisesse aumento, que fosse para o setor privado. Resultado: está no ar uma campanha para que ele governe por amor


22 de Agosto de 2011 às 20:07
Rodolfo Borges_247 – A frase vem causando polêmica no Ceará e, por intermédio das redes sociais, em todo o país. Irritado com as exigências dos professores cearenses para abandonar a greve no estado, o governador Cid Gomes disparou: "Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado”. Além de não contribuir em nada para solucionar a greve, o comentário do governador ampliou de 65% para 70% a adesão dos professores do estado à paralisação, que, por decisão de assembleia realizada na tarde desta segunda-feira, 22, vai continuar.

Os professores do estado estão parados desde o dia 5 de agosto em protesto por um reajuste salarial, melhores condições de trabalho e eleições diretas para a direção das escolas. “A declaração do governador só fez jogar combustível na greve. A adesão no interior nunca foi tão grande”, disse ao Brasil 247 o secretário-geral do Sindicato Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Apeoc), Juscelino Linhares. “A declaração é ainda mais infeliz se levarmos em conta que as escolas privadas do estado pagam ainda menos que o governo”, completou o professor.

Levantamentos nacionais apontam o salário dos docentes cearenses como o quinto ou sexto menor do país – dependendo dos cálculos. A remuneração inicial para um profissional que vai passar 40 horas por semana dentro da sala de aula por lá está em torno de R$ 1,3 mil por mês, menos da metade do que ganha um professor em Brasília ou no Maranhão. A Secretaria de Educação do Estado argumenta, contudo, que a maioria dos quase 13 mil professores efetivos já recebe em média R$ 2,24 mil, devido às gratificações acumuladas com o tempo.

Se o problema não é dinheiro, como sugere o governador, fica a sugestão para que o próprio Cid Gomes abra mão de sua remuneração enquanto administrador do estado e comande o Ceará por gosto, ou, pelo menos, pelo dever cívico, em nome do país ou coisa que o valha. É o que brasileiros por todo o país veem pedindo via Twitter e Facebook e campanha que o Brasil 247 lança: Doe seu salário, governador. Em nome da educação do Ceará.

Gaddafi está a salvo em Trípoli, diz filho do líder líbio

Saif al Islam Gaddafi, filho de muammar Gaddafi, aparece e diz que pai está bem



Saif al Islam Gaddafi, filho do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, disse nesta segunda-feira que seu pai continua em Trípoli, apesar do aparente avanço das forças rebeldes na capital do país, e afirmou que o governo "quebrou a espinha dos insurgentes".
Conduzido por um veículo blindado, o filho de Gaddafi apareceu no hotel onde os jornalistas estrangeiros estão hospedados, no centro de Trípoli.

Questionado se seu pai continua a salvo na capital, Saif al Islam --tido por muitos como potencial sucessor do líder líbio-- respondeu de maneira curta: "é claro".

O correspondente da BBC em Trípoli, Matthew Price, diz que o filho do líder líbio parecia confiante, embora, segundo relatos, os insurgentes tenham tomado o controle da maior parte da capital líbia.

"Nós quebramos a espinha dos rebeldes. Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando", disse.

Nesse domingo, Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que Saif al Islam estava detido, junto de outros dois filhos de Gaddafi, Muhammad e Saadi.

No entanto, segundo o correspondente da BBC, ainda não está claro se o filho de Gaddafi foi detido e depois libertado, ou se ele chegou mesmo a ser preso em algum momento.

De acordo com Price, o fato mais importante parece ser que, enquanto todos pensavam que Gaddafi estava praticamente derrubado pelo avanço dos insurgentes, um alto integrante do governo aparece em público e dá indícios de que as forças do regime ainda não estão totalmente derrotadas.

COMBATE EM TRÍPOLI

Rebeldes que tentam tomar o controle de Trípoli ainda enfrentam a resistência por parte de tropas leais a Gaddafi, que é perseguido pelos insurgentes.

Os rebeldes disseram que, até noite desta segunda (horário local), haviam ocupado cerca de 80% da capital da Líbia, incluindo a sede da TV estatal. Mas um correspondente da BBC que acompanha um dos comboios rebeldes ressalta que as forças de Gaddafi reconquistaram parte do território desde então.

O movimento pela tomada de Trípoli foi iniciado na madrugada de domingo pelos insurgentes, que estabeleceram postos de checagem na cidade.

Centenas de moradores saíram às ruas para celebrar. Ao mesmo tempo, violentos confrontos explodiram nos arredores do quartel-general de Gaddafi e em outras partes da cidade.

Tropas pró-Gaddafi continuavam no controle das ruas ao redor de um importante hotel de Trípoli, o Rixos, onde se hospedam diversos jornalistas ocidentais.

"Estamos nos preparando para mais uma noite de intensos combates", disse à BBC um morador da capital. "Acho que as forças de Gaddafi vão recorrer a técnicas de guerrilha porque sabem que não têm o apoio da população."

Mas outro morador criticou os rebeldes, dizendo que estes estavam "invadindo as casas das pessoas e roubando tudo".

O porta-voz do regime de Gaddafi, Moussa Ibrahim, disse que 1,3 mil pessoas foram mortas na cidade entre domingo e segunda-feira. O número não pode ser confirmado de forma independente.

A TV líbia controlada por rebeldes diz que forças pró-Gaddafi estão "bombardeando indiscriminadamente" áreas vizinhas ao quartel general de Gaddafi, em Bab al-Azizia.

PARADEIRO DE GADDAFI

Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que os insurgentes só declararão vitória quando Gaddafi for encontrado. Seu paradeiro era desconhecido até a noite desta segunda-feira.

"Não sabemos se ele ainda está (em seu complexo, em Trípoli), nem se está dentro ou fora da Líbia", afirmou Jalil.

Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional para que Gaddafi renuncie. A China disse que respeitará o desejo da população líbia e a Rússia se declarou neutra em relação ao avanço rebelde em Trípoli. O Egito se tornou o mais recente de uma série de países a reconhecer o Conselho de Transição como o governo legítimo da Líbia.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda que "o regime de Gaddafi (em vigor há 42 anos) está chegando ao fim e que o futuro da Líbia está nas mãos do povo", mas instou os rebeldes a evitar a violência.

A correspondente da BBC Rana Jawad, que está em Trípoli, disse que há na cidade a sensação de que o fim dos combates pode estar próximo e que os rebeldes tendem a sair vitoriosos.

Na Praça Verde, que recentemente fora palco de protestos pró-Gaddafi, apoiadores dos rebeldes arrancaram, entre domingo e segunda-feira, as bandeiras verdes identificadas com o regime do líder líbio.

O momento histórico de combate à corrupção e as resistências do sistema






Para entender as dificuldades da Presidente Dilma Roussef, em seus esforços para o combate à corrupção no poder executivo (já que a Constituição veda a sua atuação nos outros dois poderes do Estado) é preciso recuar um pouco no tempo, a fim de entender o cipoal da administração no serviço público brasileiro.


Quando o Presidente Getúlio Vargas criou, em 1938, o Dasp – Departamento Administrativo do Serviço Público – e instituiu o concurso para a admissão de servidores públicos, ele deu o passo mais importante para a criação de um verdadeiro estado nacional. Mesmo que ele tenha reservado alguns cargos para provimento arbitrário do chefe de governo, como os de tesoureiros e fiscais do imposto de consumo, a providência representava poderoso golpe contra as oligarquias políticas, que faziam do governo uma reserva de empregos e sinecuras, destinadas à perpetuação da sua própria espécie, de condôminos da república, e exploradores dos trabalhadores rurais e urbanos.



O governo Dutra, que se seguiu à queda do Estado Novo, começou a abrir brechas na legislação de Vargas. Ao estabelecer um pacto político dito de união nacional, e assegurar a aprovação de uma constituição que não fosse mais democrática do que convinha aos verdadeiros senhores do poder, o governo federal passou a nomear “interinos” e a postergar muitos dos concursos públicos. Vargas, ao reassumir o governo, em janeiro de 1951, foi obrigado a ceder um pouco e não retornar às duras exigências de seu tempo de governo excepcional. Enfrentou a poderosa coalizão de adversários, que unia as velhas forças conservadoras - opostas à sua política social - aos novos empresários, apaixonados pelos Estados Unidos e contrários ao seu projeto de desenvolvimento econômico autônomo. Sua prioridade foi outra: a de resistir, o quanto pôde, aos golpistas que o levariam ao suicídio em agosto de 1954. Foi obrigado a abandonar o projeto de criar uma burocracia profissional, nos moldes da francesa e da alemã, que vinha desde Bismarck - preservada durante a República de Weimar e abandonada com o nazismo. Por isso, em dezembro de 1944 – dez meses antes de ser deposto – Getúlio Vargas deu novo passo importante ao seu projeto, com a criação da Fundação que recebeu seu nome, com o objetivo de criar quadros superiores para a administração do Estado. Somente um ano depois, ao assumir o governo, logo após a guerra, De Gaulle criaria, na França, a famosa ENA,École Nationale d’Administration, que, até hoje, só forma cem alunos por ano, destinados aos cargos mais elevados do poder executivo. Getúlio e De Gaulle tinham a mesma preocupação: a de criar uma burocracia competente e democratizar realmente o acesso à alta administração do Estado, retirando das oligarquias, que controlam os partidos, o poder de sobrepor-se ao executivo, mediante a nomeação dos servidores para os cargos de confiança. Na França, o presidente e os ministros só podem nomear um grupo reduzido de pessoaspara a composição do gabinete pessoal. O mesmo ocorre nos Estados Unidos.

Hoje, como sabemos, a Fundação Getúlio Vargas, alterada pelas circunstâncias políticas, forma mais quadros para as atividades privadas do que para o serviço público. Pensando nisso, logo no início do governo Sarney – e de acordo com uma idéia de Tancredo, admirador das instituições francesas – o ministro da Administração, Aluísio Alves, decidiu criar uma Escola Nacional de Administração, que ainda existe em Brasília, mas distanciada da idéia original, baseada na ENA francesa. A ENA recruta seus alunos entre os melhores dos colégios públicos da França.

Embora tenhamos quadros técnicos de comprovada competência, treinados por escolas especializadas, como as da Fazenda e da Polícia Federal, os cargos em comissão predominam. A presidente Dilma Roussef é conhecida pela sua preferência pelos quadros técnicos. Sabe-se que uma das razões que a levaram a deixar o Ministério de Minas e Energia e ocupar a Chefia da Casa Civil foi a de que ela resistiu bravamente à nomeação de pessoas indicadas pelas conveniências políticas a fim de ocupar a direção das empresas de energia ainda controladas pelo Estado.

Eliminar a terceirização das responsabilidades do Estado, proibir o repasse de dinheiro às ongs – a não ser as de comprovada e antiga probidade, como a Cruz Vermelha – é tão importante quanto a reforma política. A raiz do problema, como já se tornou lugar comum nesta coluna, está na separação objetiva entre os Três Poderes da República, o que é inerente aos sistemas presidencialistas.

Os presidentes da República, desde a redemocratização de 1985, têm sido reféns dos partidos que os apóiam, com a única e singular exceção de Itamar. O sucessor de Collor, dentro das circunstâncias peculiares de seu mandato, conseguiu governar - como bem lembrou Pedro Simon, na homenagem que o Senado prestou ao homem público de Minas - sem gastar um centavo com propaganda, e sem aceitar o mínimo desvio ético de seus ministros.

Dentro do jogo complexo da política, ele seria, no exercício da oposição, forte esteio para a estabilidade do governo Dilma, ao participar do combate tenaz aos atos de corrupção. Ele teria a autoridade que falta a outros opositores, que ousam convocar a opinião pública contra o governo, e que seriam os primeiros a serem banidos da vida pública, no caso de completo saneamento moral da política. Fazem lembrar o expediente dos punguistas que gritam “pega ladrão”, enquanto fogem com a carteira da vítima.Felizmente – e conforme registramos ontem, neste mesmo espaço – fortalece-se, no Congresso, a percepção de que a política terá que resolver, sim, o problema da corrupção no Estado. Dessa percepção participam também membros da oposição, conscientes da gravidade do momento nacional e mundial. Não é comum que as sociedades suicidem-se. Em alguns casos, elas morrem lentamente, de caquexia – como parece ser agora o destino dos Estados Unidos, se o seu povo não se unir pelas grandes causas, como se uniu tantas vezes na História. Sendo assim, é certo que um grupo numeroso de parlamentares honrados se una ao povo, a fim de apoiar a chefe de governo em seu propósito de dar rumos éticos ao Estado.

Essa idéia de apoio firme a Dilma, além dos seguidores nas duas Casas do Congresso começa a crescer em algumas assembléias legislativas dos Estados. As horas estão batendo nos calcanhares dos políticos, empurrados pelo sentimento de urgência. Alguns deles, portadores antigos dessa convicção ética, estão sendo ouvidos com maior atenção, como é o caso dos senadores Christovam Buarque e Pedro Simon.

A novidade como continuidade

 





Como toda coisa nova, não é fácil entender o governo Dilma Rousseff. Mais difícil ainda é enxergar para onde está indo.

Ele é novo por três razões principais. Todas são importantes e produzem efeitos significativos em nosso sistema político.

É novo por ser nosso primeiro governo genuinamente de continuidade. Desconsiderando aqueles da República Velha, diferentes demais para comparar com os subsequentes e nos quais tampouco houve algum que se pudesse dizer que era de continuidade nítida, sempre tivemos sucessões de ruptura.

Assim foi de Eurico Gaspar Dutra para Getúlio Vargas, de Café Filho para Juscelino Kubitschek, dele para Jânio Quadros e daí para João Goulart. Até a eleição de Fernando Collor, foram longos anos de anormalidade e improvisações, a maior parte delas discricionárias. Não faria sentido falar em continuidade ao longo desses 30 anos, a não ser do autoritarismo (a rigor, sequer na época dos generais houve sucessões pacíficas).

Dilma é a primeira presidenta eleita para dar continuidade ao governo que a antecedeu. Collor não era isso para José Sarney, Fernando Henrique se sentia maior que Itamar Franco (e era), e Lula e ele haviam sido adversários (quase) a vida inteira. A continuidade propiciada por sua reeleição em 2006, assim como pela de FHC em 1998, é diferente. O que ambos tiveram foram mandatos longos, renovados no meio do caminho.

Em quase 125 anos de vida republicana, estamos vivendo algo que é comum na maior parte dos países democráticos, mas que é inusitado para nós. Ao menos no plano federal, pois nos estados e municípios já tivemos muitos casos de largos períodos de continuidade administrativa e política.

Embora nossos costumes não estranhem situações como os 20 anos de governos peessedebistas em São Paulo, não sabemos o que acontece quando o que está em questão é a Presidência da República, muito mais relevante em termos simbólicos e concretos. Será, por exemplo, que a chamada fadiga de materiais, o desgaste causado pela passagem do tempo, se torna problema mais cedo que no nível estadual?

A segunda novidade está em Dilma não se encaixar no “tipo ideal” de presidente que existe em nossa cultura política. Ela nada tem de extraordinário ou de excepcional, elementos fundamentais na construção das imagens de seus antecessores. Não foi percebida como “salvadora”, predestinada a promover mudanças. Ninguém a viu como “intelectual brilhante”, capaz de derrotar a inflação com golpes de genialidade. Não foi eleita em razão de sua biografia de maior liderança popular de nossa história.

Ela é uma pessoa “normal” (tão normal quanto pode ser alguém que chega aonde ela chegou). Uma boa gestora, atributo quase irrelevante na escolha dos que a antecederam. Uma profissional da administração pública, sem experiência parlamentar e sem muitos anos de convivência com as raposas e os outros animais que habitam o Congresso Nacional.

De novo, esse não é um perfil inédito nos governos estaduais e nas prefeituras, mas é a primeira vez que temos alguém assim no Palácio do Planalto. Nossa cultura está madura o suficiente para não se frustrar à medida que ficar mais claro que Dilma é o que é? Que sua vida não a preparou para tirar coelhos da cartola nos momentos de dificuldade?

A terceira novidade é que Dilma mostra ter menos disposição de considerar natural o que os outros achavam inevitável. Talvez em razão de sua pequena familiaridade com o modo de ser dos políticos, está sendo diferente do que se esperava.

Qual foi a última vez em que um presidente disse, sem papas na língua, que ia fazer “uma faxina” nas burocracias mais famosas por sua aparente blindagem? Quem arregaçou as mangas e trocou ministros e assessores com a mesma rapidez?

É claro que isso provoca surpresas e desconfortos, pois representa uma ruptura com as regras íntimas de nosso sistema político. Enfim, é “dando que se recebe” que, desde a redemocratização, os governos conseguiram suas frágeis maiorias parlamentares.

Pena que Dilma não esteja recebendo o apoio que merece nesse processo. Seus aliados no Congresso estão assustados, a parte moderna das oposições se cala para não legitimá-la, a grande mídia prefere se omitir. (Alguém duvida que se José Serra tivesse sido eleito e possuísse a coragem de Dilma, fazendo o que ela faz, não estaria sendo endeusado?)

Com suas novidades e diferenças, Dilma tem um nível de aprovação popular superior aos presidentes que vieram antes dela. Está melhor que Lula em momento parecido de seu primeiro governo e bem acima dos outros.

Para reduzir o perigo da obsolescência, Dilma investiu em programas novos, seja na área social, seja na política econômica. Se considerarmos que seus responsáveis já enfrentaram, com sucesso, desafios semelhantes, é razoável acreditar que, até 2014, trarão resultados.

Por mais que exista uma torcida favorável para que o agravamento da crise internacional prejudique o desempenho do governo e crie insatisfações na sociedade, os riscos de que ela mude radicalmente os sentimentos são pequenos.

O calendário vai ajudá-la na preservação de uma base parlamentar adequada a governar, apesar das faxinas em curso (e das novas que, muito provavelmente, virão). É que as eleições municipais, já iniciadas nos bastidores, tornam deputados e senadores, especialmente do chamado “baixo clero”, mais acessíveis aos argumentos do governo federal. Para quem precisa garantir a eleição de aliados nos municípios, nada melhor que contar com sua boa vontade.

O futuro do governo em nada depende do sucesso do PT nas eleições do ano que vem. Para o partido, elas são muito mais importantes que para Dilma.

E 2014? Se Dilma fizer, como tudo indica, um bom governo, ela se torna, automaticamente, candidata à reeleição (pois ninguém acredita que as regras mudarão até lá). E será uma candidata com grandes chances, como é natural em nosso sistema político.

Se isso vai ocorrer ou não, dependerá dela. Como diz Lula, será candidata “se quiser”. (A pergunta é por que ele precisava afirmar uma coisa tão óbvia.)

Paulo Bernardo admite uso de jatinho de empresas em campanha




ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira, em nota, que utilizou aeronaves de "várias empresas" no ano passado, mas que não se lembra os "prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões".

Bernardo disse que a utilização das aeronaves privadas se deu durante a campanha eleitoral, "nos fins de semana, feriados e férias", e que o serviço foi pago. Na época, ele era ministro do Planejamento do governo Lula.

"Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como Ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal", diz a nota assinada pelo Ministro.

Sobre o uso dos jatinhos no período de campanha, ele escreve: "Em 2010, quando era ministro do Planejamento, participei, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período."

A mulher do ministro, a também ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), foi candidata ao Senado pelo Paraná na eleição de 2010. Ela também divulgou nota hoje, um pouco antes do marido, na qual afirma que utilizou "para deslocamentos avião fretado, com contrato de aluguel firmado".

Franklin de Freitas - 31.out.10/Folhapress
Os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)
Os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)

O PSDB informou ontem que irá propor a convocação de Paulo Bernardo para que explique no Senado o seu envolvimento com a empreiteira Sanches Tripoloni.

Segundo reportagem da revista "Época", Bernardo teria usado um turbo hélice da empresa que recebe dinheiro do governo federal e tem obras no Paraná, Estado do ministro.

O ministro, conforme a revista, se recusou durante 40 dias a responder sobre se usou ou não avião da empreiteira. A Folha também repetiu o questionamento no fim de semana, mas sem sucesso.

Na nota, Bernardo acusou a revista de fazer uma série de reportagens contra ele e, por causa disso, não teria respondido à publicação.

De acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal, "nenhuma autoridade pode receber transporte [...] ou qualquer outro favor de fonte privada".

A Sanches Tripoloni realiza várias obras públicas no Paraná e em Mato Grosso, com recursos federais. Em julho, a Folha revelou que a consultora Teresinha Nerone, amiga de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, trabalhou para convencer o Ministério dos Transportes a reajustar os valores de uma obra tocada pela Sanches Tripoloni, a construção do anel viário de Maringá (PR).

"Não existe relação entre o exercício do cargo de Ministro do Planejamento e fatos decorrentes da execução de obras públicas no estado do Paraná", diz a nota de Bernardo.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como Ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal.

Em 2010, quando era Ministro do Planejamento, participei, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período.

Não existe relação entre o exercício do cargo de Ministro do Planejamento e fatos decorrentes da execução de obras públicas no estado do Paraná. Como deputado federal paranaense, nos anos 2003 e 2004, e reconhecendo a importância da obra para o Estado, nos empenhamos para obter recursos, através de emenda de bancada.

O Contorno de Maringá foi incluído no PAC - Programa de Aceleração do Crescimento porque preenchia todos os critérios, como importância do projeto para a economia local e para a população. Defendi a inclusão do Contorno de Maringá no PAC, assim como de outras obras prioritárias em outras regiões do país, por uma razão simples: eram importantes para o desenvolvimento daqueles Estados, não porque iriam beneficiar esta ou aquela construtora.

REVISTA ÉPOCA

A Revista Época fez nos últimos dois meses, quatro matérias em que cita a mim ou à Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, com insinuações indevidas, algumas de forma absolutamente gratuita, sem me ouvir, como foi o caso da publicada na edição de 20 de junho de 2011, sob o título "Do Pantanal para Campinas".

Este fato contraria os Princípios Editoriais das Organizações Globo que diz, na seção 2: "correção é aquilo que dá credibilidade ao trabalho jornalístico: nada mais danoso para a reputação de um veículo do que uma reportagem errada ou uma análise feita a partir de dados equivocados".

Eu fui citado ao lado de uma grande foto, numa matéria totalmente alheia a mim, apenas porque deveria ser uma testemunha a ser ouvida.

Como se não bastasse, seguiram mais três novas matérias: "Os ministros indesejados", publicada na edição de 10 de julho de 2011; "Mudar para ficar tudo igual", edição de 17 de julho de 2011 e a desta semana "Por que ele não responde?".

Tanto na matéria "Os Ministros Indesejados" como em "Mudar para ficar tudo igual", segue um jogo de palavras, sem uma única fonte, com insinuações, sem nenhuma comprovação, expondo um ato legítimo de lutar por recursos para uma obra importante para o Estado, com malfeitos e desvios.

Novamente a Revista contraria outro item importante dos Princípios Editoriais das Organizações Globo que diz no item w da Seção 1: "denúncia anônima não é notícia; é pauta, mesmo se a fonte for uma autoridade pública: a denúncia deve ser investigada à exaustão antes de ser publicada."

E por fim, quando, por causa dos antecedentes e insinuações colocados pelas reportagens anteriores, julguei desnecessário atender à reportagem da Revista Época, sou surpreendido com a matéria "Por que ele não responde?", com novas insinuações sobre o uso de aeronaves particulares durante o ano de 2010.

De novo, a Revista contraria aqui os Princípios das Organizações Globo, no item e, da Seção I de que "ninguém pode ser perseguido por se recusar a participar de uma reportagem".

Quero destacar que estou e sempre estive à disposição do Congresso Nacional para a prestação de quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Defendo, como sempre defendi, o máximo de transparência na utilização do dinheiro público. Considero este o meu dever e minha responsabilidade política.

Brasília, 22 de agosto de 2011

Paulo Bernardo Silva
Ministro das Comunicações"

Para procurador, acusações contra Bernardo podem ser 'graves'

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou na tarde desta segunda-feira que, "tal como postas na imprensa", as denúncias contra o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) "são graves".

Gurgel afirmou, entretanto, que é preciso analisar os fatos. "O Ministério Público não pode se precipitar e formar seu juízo a partir das denúncias da imprensa", disse ele.

A revista "Época" informou no final de semana que o ministro viajou recentemente num avião da construtora Sanches Tripoloni, que faz obras para o governo federal.


Gurgel se reuniu no final da tarde com o vice--presidente Michel Temer.

Ao deixar a Vice-Presidência, Gurgel afirmou se tratar de uma visita de cortesia para "cumprimentar" Temer.

Sobre denúncias em outras pastas, Gurgel disse que nem todas já chegaram ao Ministério Público.

Segundo ele, como ficou um período à espera de ter sua recondução aprovada, precisa de um tempo para "tomar pé" dos novos casos que chegaram.

"Há denúncias que são noticiadas na imprensa e ainda não chegaram ao Ministério Público", afirmou.

Franklin de Freitas - 31.out.10/Folhapress
Os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)
Os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)

JATINHO

A carona num jatinho de empresários com interesses no Ministério da Agricultura foi um dos motivos que precipitaram na semana passada a saída de Wagner Rossi do comando do ministério.

De acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal, "nenhuma autoridade pode receber transporte [...] ou qualquer outro favor de fonte privada".

A Sanches Tripoloni realiza várias obras públicas no Paraná e em Mato Grosso, com recursos federais.

Paulo Bernardo afirmou, em nota, que utilizou aeronaves de "várias empresas" no ano passado, mas que não se lembra os "prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões".

Ele disse que a utilização das aeronaves privadas se deu durante a campanha eleitoral, "nos fins de semana, feriados e férias", e que o serviço foi pago. Na época, ele era ministro do Planejamento do governo Lula.

"Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como Ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal", diz a nota assinada pelo ministro.

Sobre o uso dos jatinhos no período de campanha, ele escreve: "Em 2010, quando era ministro do Planejamento, participei, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período."

A mulher do ministro, a também ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), foi candidata ao Senado pelo Paraná na eleição de 2010. Ela também divulgou nota hoje, um pouco antes do marido, na qual afirma que utilizou "para deslocamentos avião fretado, com contrato de aluguel firmado".

O PSDB informou ontem que irá propor a convocação de Paulo Bernardo para que explique no Senado o seu envolvimento com a empreiteira Sanches Tripoloni.

Gianecchini inicia hoje a quimioterapia


Gianecchini inicia hoje a quimioterapia
 
Foto: FÁBIO MOTTA/Agência Estado

 

Colocação mal feita de um cateter causou sangramento e adiou o tratamento; erro gerou crise no hospital Sírio-Libanês


22 de Agosto de 2011 às 09:13
247 – Um possível erro médico no tratamento do ator Reynaldo Gianecchini abriu uma crise no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tido como um dos mais avançados do Brasil, onde se tratam autoridades de todo o País, como a própria presidente Dilma Rousseff.

A quimioterapia, que já deveria ter começado, será iniciada apenas nesta segunda-feira 22. Ela foi adiada em função de um sangramento ocorrido durante a colocação de um cateter na semana passada. “Na noite de anteontem (17/8), durante a passagem de cateter central, o paciente apresentou sangramento que foi prontamente tratado com as medidas necessárias”, diz boletim emitido pelo hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde Gianecchini está internado. O hospital não divulga quando começa o tratamento.

De acordo com a apuração do 247, o erro na colocação do cateter causou uma perfuração no pulmão do ator, que sofreu sérias consequências na UTI do hospital, tendo corrido, inclusive, risco de morte. O erro teria gerado também atritos entre a equipe médica do hospital. O médico Raul Cutait Filho, que chefiava o time, teria sido afastado. Em uma nota lacônica divulgada hoje, o Sírio informa que Cutait continua na equipe.

A família do ator está transtornada. A situação também chegou à jornalista Marília Gabriela, ex-mulher de Gianecchini, que pediu providências e está ajudando a família a apurar o caso. Os familiares exigem uma investigação do hospital.

Na nova fase do tratamento, o ator está aos cuidados do infectologista David Uip. Ouvido pelo 247, o médico Uip diz que desconhece qualquer crise que envolva a direção do hospital ou outros colegas e afirma ainda que todas as informações são prestadas pelos boletins médicos. “Esse é o meu acordo com a família do ator Gianecchini”, diz ele. Uip também diz que apenas conduz uma das três equipes que cuidam do tratamento do ator.

Balas que mataram juiza eram de um lote que pertencia à polícia

Balas usadas na morte de juíza são da Polícia Militar, diz jornal
Jornal do Brasil

Os 21 projéteis recolhidos por peritos no carro onde a juíza Patrícia Acioli foi morta no dia 11 teriam sido compradas pela Polícia Militar e enviadas para três batalhões do Rio, entre eles o 7º BPM (São Gonçalo). As informações foram publicadas no jornal O Dia desta segunda-feira.

As informações teriam sido conseguidas junto aos agentes da Divisão de Homicídios (DH). Segundo os policiais, os cartuchos de calibre 40 - recolhidos no local do assassinato - pertencem a um lote de 10 mil projéteis vendido pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) à Polícia Militar.
Agora a polícia quer descobrir quais foram os batalhões que receberam as munições deste lote de projéteis calibre 40. O batalhão de São Gonçalo - área de atuação da magistrada e onde ela já havia determinado várias prisão de policiais envolvidos com um grupo de extermínio - estaria entre os que receberam a munição.

A magistrada foi executada com 21 tiros no último dia 11


A magistrada foi executada com 21 tiros no último dia 11

Ainda de acordo com informações dos agentes, apenas os projéteis de calibre 40 são da Polícia Militar. Os de calibre 45, no entanto, pertencem às Forças Armadas.

Entenda o caso

A magistrada Patrícia Acioli, 47 anos, foi atingida por 21 disparos na noite do último dia 11. Ela chegava em sua casa, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, quando foi rendida por homens armados em motos e carros. Segundo testemunhas, seriam quatro assassinos.

A juíza constaria numa lista de 12 nomes marcados para morrer apreendida com o miliciano Wanderson Silva Tavares, o "Gordinho". O suspeito está preso.
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/08/22/balas-usadas-na-morte-de-ju...

A hipocrisia judicial. Pobres algemadas e identificadas

Criminoso pobre tem nome e sobrenome
Os telejornais vespertinos desta quinta-feira levaram a todo o país as imagens de mulheres gaúchas presas em Canoas sob a suspeita de operar uma rede de tráfico de drogas em lugar de marido encarcerado.

Clique aqui para ver.

Os rostos das jovens apareciam em primeiro plano.

Todas identificadas com nome e sobrenome.

À medida em que passavam pelas câmeras, apareciam devidamente algemadas, sem que aparentassem qualquer ameaça à autoridade policial ou a si próprias.

Depois, foram levadas à parede que tinha o painel da delegacia ao fundo, submetidas à execração pública – com o testemunho Implacável das câmeras de alcance nacional.

Na véspera, os criminosos responsáveis pela maior evasão fiscal de que se tem notícia, apanhados na Operação Alquimia, eram protegidos de forma impermeável.

Não há sequer a identidade dos suspeitos.

Tudo em nome de um suposto “segredo de Justiça”.

Foi a espetacularizacao sob medida para dois ministros da Suprema Corte: um, Gilmar Dantas (*) que viu na Operação Satiagraha uma tentativa de Golpe de Estado: o “espetáculo” de brancos de olhos azuis serem encarcerados devidamente algemados; outro, o Ministro Mello, o guardião da Constituição que, na prática, aboliu as algemas em ricos.

Depois, o STJ baixou uma “súmula vinculante”: rico não pode, sequer, ser investigado.

Agora, as pobres traficantes de meia tijela de Canoas, essas, coitadas, que ofereçam o grátis espetáculo do pão e do circo.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

Estadão “crava” espada em Dilma

O Conversa Afiada reproduz post de Rodrigo Vianna, no Escrevinhador:

“Estadão” crava a espada em Dilma


por Rodrigo Vianna


A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar.


Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…


O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?


Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.


Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem.


Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”. Exemplo, aqui:

Walter BenedetteComentado em: Dilma participa de solenidade em escola de oficiais


20 de Agosto de 2011 | 20h52


A Dilminha tá fazendo certinho, adulando um pouco os milicos, ai eles se derretem todos e se dobram ficando de quatro para a ex-terrorista.



Volto eu. Para essa gente, terroristas não foram os que mataram, torturaram e impediram o país de viver em regime democrático. Não. Para eles, “terroristas” são os que lutaram contra a ditadura.


A foto da página A-7  cumpre o papel de agradar essa gente.


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Regime de Gaddafi se aproxima do fim na Líbia, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso nesta segunda-feira em apoio ao povo líbio no momento em que os conflitos pela saída do ditador Muammar Gaddafi do poder entram em sua reta final.

Obama reforçou que a situação no país ainda é incerta e os combates continuam, apesar de estar "claro que o regime de Gaddafi tenha chegado ao fim". Gaddafi deve renunciar "explicitamente" ao poder, disse.

Sergey Ponomarev/Associated Press
Rebeldes são vistos durante confrontos em Tripoli; Obama diz que era do Gaddafi se aproxima do fim
Rebeldes em confrontos em Tripoli; Obama diz que era do Gaddafi se aproxima do fim

Depois de uma campanha de bombardeio cinco meses da Otan, a aliança militar do Ocidente, Obama disse que a situação chegou a um "ponto de virada" nos últimos dias. No entanto, segundo ele, há elementos do regime que continuam a ser uma ameaça.

Obama ressaltou que a coragem da população da Líbia foi imbatível e que a revolução no país pertence ao povo líbio. "Seus sacrifícios foram extraordinários", disse.

Segundo o presidente, os avanços dos opositores de Gadddafi mostram que a busca por "dignidade humana é muito mais forte que qualquer ditador".

Um porta-voz da Casa Branca afirmou que o presidente continua se opondo à presença de tropas terrestres americanas na Líbia. "[Esta posição] não mudou", disse Josh Earnest a jornalistas em Massachusetts, onde Obama está de férias.

Sergey Ponomarev/Associated Press
Moradores cumprimentam rebeldes nos arredores de Trípoli; Obama diz que Gaddafi precisa "deixar explicitamente" o poder
Moradores cumprimentam rebeldes; Obama diz que Gaddafi precisa "deixar explicitamente" o poder

Segundo Earnest, Obama se reuniu com seu conselheiro de segurança John Brennan nesta segunda-feira para se atualizar sobre os avanços rebeldes em Trípoli.

O porta-voz ressaltou que as autoridades dos Estados Unidos acreditam que o ditador Muammar Gaddafi continua na Líbia e que "não há informações" de que ele tenha deixado o país.

No domingo, Obama disse que o regime de Gaddafi chegou ao seu "momento decisivo" e que o "tirano" líbio deve partir para evitar um banho de sangue. O presidente também pediu em comunicado que os rebeldes respeitem os Direitos Humanos, preservem as instituições do Estado e sigam para a democracia.

"O regime de Gaddafi apresenta sinais de colapso. O povo da Líbia prova que a busca universal pela dignidade e pela liberdade é muito mais forte do que o punho de ferro de um ditador".

Está prevista para hoje uma reunião de Obama com sua equipe de segurança nacional em caráter de urgência para tratar da situação no país árabe, já que os rebeldes controlam boa parte da capital, Trípoli.

CASA BRANCA

Também nesta segunda-feira, o governo americano anunciou que não há evidências de que Gaddafi tenha deixado Trípoli após a chegada das tropas rebeldes, reiterando parcialmente informações divulgadas mais cedo pelo Pentágono.

"Esta é a melhor informação que temos", disse o porta-voz Josh Earnest a jornalistas. "Não há evidências que indiquem que ele se foi", acrescentou.

Gaddafi, que enfrenta a chegada das tropas rebeldes à capital, ainda está na Líbia, afirmou mais cedo o porta-voz do Pentágono, coronel David Lapan.

"Acreditamos que tenham permanecido no país. Não temos informações de que tenha deixado o país", disse Lapan a jornalistas.

As forças leais a Gaddafi controlam apenas uma parte da capital, onde os rebeldes entraram na noite de sábado (20), embora os enfrentamentos continuem hoje.

Os combates se concentraram claramente nos arredores da casa do ditador líbio, em Bab al-Aziziya, constatou um jornalista da AFP.

Gaddafi ainda estaria em sua residência, disse uma fonte diplomática à France Presse.

PARADEIRO DE GADDAFI

O líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião na Líbia, afirmou nesta segunda-feira que espera que Gaddafi seja capturado vivo.

Louafi Larbi/Reuters
Ditador Muammar Gaddafi passeia de carro no complexo Bab Al Azizia em abril; rebeldes cercaram o local
Ditador Muammar Gaddafi passeia de carro no complexo Bab Al Azizia em abril; rebeldes cercaram o local

Ele pediu ainda aos combatentes rebeldes que respeitem a lei e prometeu um julgamento justo para os membros do regime de Gaddafi. "Eu peço a todos os líbios que exerçam autocontrole e respeitem a propriedade e a vida de outros e que não queiram aplicar a lei com as próprias mãos", disse Mustafah Abdeljalil.

Jalil, contudo, não quis especular sobre o destino de um dos filhos de Gaddafi, Saif al Islam, capturado na tarde de domingo, e se seria entregue à corte internacional. Ele disse apenas que ele "está em mãos dos rebeldes e em um lugar seguro".

Apesar de existir uma ordem de busca e captura a nível internacional contra ele, o Tribunal Penal Internacional só pode atuar quando a Justiça do país envolvido não o faz ou renuncia de maneira explícita a julgar o acusado.

Hoje, a rede de TV Al Jazeera informou que dois corpos encontrados podem ser de Khamis, "[outro dos filhos do ditador líbio]:http://www1.folha.uol.com.br/mundo/963424-filho-de-gaddafi-e-chefe-da-inteligencia-podem-ter-morrido-diz-tv.shtml, e do chefe de inteligência do regime, Abdallah Senussi.

OFENSIVA REBELDE

Os rebeldes oposicionistas recuaram na tarde desta segunda-feira (horário local) de uma área próxima à Praça Verde, em Trípoli, para coordenar a ofensiva na capital da Líbia, segundo a agência de notícias Reuters.

Não está claro exatamente qual a estratégia dos rebeldes, que já controlam cerca de 80% a 90% da cidade. Segundo a correspondente da rede americana CNN, os rebeldes estão trabalhando em um esforço "sistemático e coordenado" para garantir o controle de toda a capital. Há muitos rebeldes nos arredores da cidade, todos armados e a expectativa, ainda segundo a CNN, é que eles entrem na cidade e falam uma "varredura rua a rua".

O jornal espanhol "El Pais" também fala em uma estratégia rebelde de conquistar "casa a casa" em Trípoli.

Funcionários da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e do governo americano estão preocupados com um possível ataque final contra os civis líbios.

A Otan, segundo a rede de TV CNN, está alerta para qualquer sinal de concentração de tropas e armas. Mais cedo, a aliança disse que não encerrará a operação no país até que todas as forças de Gaddafi tenham se rendido.

O temor é que, em caso de um ataque massivo, não há como separar rebeldes das forças leais e dos civis na capital, uma área densamente povoada.

Por enquanto, contudo, os rebeldes dizem estar surpresos com a reação tímida das tropas do regime. Todos esperavam, segundo a rede CNN, um grande número de tropas e tanques nas ruas.

As agências de notícias relatam apenas batalhas esparsas na cidade e o paradeiro desconhecido de Gaddafi, que na véspera prometera ficar em Trípoli e lutar até o fim.