quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aprendiz João Doria contra veteranos do PSDB




Aprendiz João Doria contra veteranos do PSDBFoto: Divulgação

CANSADO DO NHENHENHÉM DE JOSÉ SERRA, GOVERNADOR ALCKMIN ENFIA NOME DO APRESENTADOR JOÃO DORIA JR. EM PESQUISA ELEITORAL; RESULTADO NA SEGUNDA 5; NA QUARTA 7, DORIA PREMIA ‘LÍDERES DO BRASIL’ EM JANTAR NO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES; “ESTOU HONRADO”, DISSE O ELEMENTO SURPRESA AO 247; PING PONG

01 de Dezembro de 2011 às 00:16
Marco Damiani_247 – O nhenhenhém de José Serra se voltou contra ele mesmo. Emparedado entre quatro candidatos de baixa densidade eleitoral e o ex-governador que desdenha da chance de disputar a sucessão municipal em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin cansou. E no criador do movimento Cansei!, que em 2007 ensaiou uma aglutinação de empresários para bater duro no governo Lula, acredita ter encontrado o fato novo para oxigenar o PSDB, aquietar a quadra de postulantes e empurrar Serra para o acostamento. Ou, ao menos, pregar-lhe um susto de boa monta.
A surpresinha burilada por Alckmin atende pelo nome de João Doria Jr., 54 anos, cuja popularidade está sendo cotejada, até a sexta-feira 2, com a dos quatro pré-candidatos tucanos (Andrea Matarazzo, Bruno Covas, Ricardo Trípoli e José Aníbal) e o out sider Serra. Versus os políticos, Doria tem a favor de sua imagem, hoje, o fato de pilotar um sucesso televisivo chamado O Aprendiz, na Rede Record. Ali, no papel de si mesmo, ministra lições de empreendedorismo cuja compreensão, ao final, valerá um prêmio de R$ 1,5 milhão. De quebra, apresenta há 12 anos o programa Show Business, na Rede Bandeirantes, no qual já entrevistou cerca de 3 mil empresários. Filiado ao PSDB desde 2001 e recadastrado este ano, por iniciativa do presidente municipal da legenda, Julio Semeghini, a tempo de cumprir todos os prazos legais para uma eventual candidatura, Doria tem no twitter perto de 50 mil seguidores.
LANÇAMENTO EM PALÁCIO? - O levantamento de opinião pública imaginado por Alckmin como forma de arrefecer os ânimos pelas prévias partidárias – já catapultadas para março do ano que vem - é coordenado pelo calejado pesquisador Orjan Olsen. O campo começou na segunda 28. Pela via expressa, o resultado do levantamento estará sobre a mesa do governador já na segunda 5, dois dias depois de ter sido encerrado. E dois dias depois de lida e digerida a pesquisa, na quarta 7 Doria oferece a bambambans do sistema o prêmio Líderes do Brasil. Onde? No Palácio dos Bandeirantes em que Alckmin trabalha e mora. O desempenho do novato na corrida municipal não terá, necessariamente, de ser superior aos demais para que o governador trabalhe por ele. Bastará não apresentar uma rejeição que soe como intransponível. Por todas estas, já se diz nos meios políticos que o festão de elite em palácio será a moldura doirada para um lançamento triunfal da candidatura de Doria, de resto torcedor do mesmo Santos Futebol Clube de Alckmin, com quem costuma ver jogos decisivos lado a lado.
À primeira vista um estranho no ninho, Doria, nessa corrida, leva mais jeito de puro sangue do que de zebra. Ele é presidente do LIDE, o Grupo de Líderes Empresariais, organização que inventou dez anos atrás e se dedica a eventos os mais variados para empresários e executivos de companhias que, em comum, alcançam faturamento anual superior a R$ 200 (du-zen-tos) milhões. Doria se orgulha, nos concorridos almoços do grupo, de poder dizer que sua plateia reúne quase 50% do PIB privado do Brasil. Igualmente, gosta de contabilizar o número de veículos de imprensa presentes a cada encontro, nos quais abre espaço para ministros do governo, senadores, deputados e personagens de diferentes partidos e áreas, inclusive do exterior. Bate mais (bem mais) na administração do PT do que alisa, mas tem muitos trunfos. A seus requintados convescotes, realizados regularmente nos melhores hotéis de São Paulo, já atraiu, em mais de uma sessão, quase uma centena de diferentes veículos de comunicação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comparece ano sim, ano sim. Aluizio Mercadante, da Tecnologia, é palestrante contumaz.
Extremamente protocolar, Doria não vê problemas em assoprar um apito a cada vez que burburinhos vindos dos capitães do capitalismo verde-amarelo atrapalham as perorações de seus convidados. Para ocasiões mais informais, nas quais as famílias dos associados participam de encontros de finais de semana em cenários paradisíacos no Brasil e alhures, saca do bolsilho, para o mesmo fim, seu estimado apito de ouro. Doria só anda em carros importados com motorista, tem horror a atrasos, adiamentos e improvisos e gosta de chamar pelo apelido mais carinhoso ou por simpáticos diminutivos os seus poderosos interlocutores. Enriqueceu com suas ideias e uma jornada de trabalho que começa no desejum e ultrapassa a ceia, de segundo a segunda, praticamente. Como paga, mora em todo um quarteirão no metro quadrado mais caro de São Paulo, no bairro dos Jardins, e administra uma fortuna que, necessariamente, uma vez em campanha, terá seu tamanho revelado. Em tempo: ele é um “com jatinho”.
"CANSEI DO NÃO SEI!" - No campo político, onde, pelo que se vê do seu perfil atual, deveria se esperar um homem nascido e criado pela direita, o que se tem é o avesso. Filho do ex-deputado João Agripino da Costa Doria (1919-2000), eleito em 1962 pelo PDC da Bahia, o João Doria Jr. que Alckmin testa em pesquisa rumou para o exílio, com a família, logo na primeira leva de cassados pelo golpe militar de 1964. Porque nela estava seu pai, que se não era nenhum esquerdista, também não passou no crivo dos generais. Foram, então, dez anos fora do Brasil. Aos 21 anos de idade, já de volta, ele foi politicamente adotado pelo então prefeito de São Paulo Mario Covas, que concedeu-lhe o cargo de presidente da tentacular Paulistur, a então agência de turismo e eventos da maior cidade do País. Com 25 anos, já era presidente da Embratur. Da campanha das Diretas Já, em 1984, Doria se vê como um dos principais organizadores daqueles comícios históricos. Mais perto, ao botar na rua o Cansei! (com exclamação e tudo), esboroou-se politicamente diante da popularidade do presidente Lula, a quem, na prática, queria derrubar, com o apoio de empresários, pela via rápida do impeachment em razão do Caso Mensalão. Frustrado em seu objetivo, recuou, voltou a dedicar-se a seu clube de elite e construiu pontes sólidas com homens de governo como o já citado ministro Mantega. À cerimônia da próxima quarta 7, presença confirmada é do vice-presidente Michel Temer. Ausência certa é da presidente Dilma Rossseff. O Planalto já sabe o quanto Doria com poder político formal pode incomodar.
Não dá para dizer, por mais que se torça o nariz ao seu estilo janota, que Doria, em política, seja realmente um aprendiz. Ele circunda a militância partidária realizando até campanhas de finanças para iniciativas tucanas, mas, efetivamente, jamais mergulhou de cabeça em encontros de diretórios de bairros. Ao contrário, está acostumado a só jogar pelo alto. Fez do LIDE uma organização economicamente poderosa, que anualmente reúne, na Ilha de Comandatuba, na Bahia, políticos e empresários de grande quilate. Uma de suas bandeiras mais antigas acaba de ser encampada pelo governo federal: a privatização de aeroportos. Faz tudo isso temperado com ações sociais que envolvem artistas e personagens populares. Exemplo é o Natal do Bem, que arrecada alguns milhões para entidades sociais e cuja musiquinha revela bem o espírito político de seu tutor: “Eu sou ateu, eu sou judeu, eu sou cristão. Eu preciso da sua mão!”, diz a letra.
A seguir, a entrevista concedida na tarde da quarta-feira 30 por João Doria Jr. ao 247:

247_ O sr. vai ser o candidato dos ricos a prefeito de São Paulo?
João Doria Jr. – Não, da mesma maneira que um candidato pobre não será o candidato dos pobres, ou um candidato negro não será o candidato dos negros. Cada um será o candidato dos que o apoiarem, dos que votarem nele. Eu serei o candidato das pessoas que quiserem votar em mim. Isso se eu vier a ser candidato, é claro.
- Não teme, por ser rico, vir a ser atacado na campanha?
- Minha vida é limpa, não tenho nada a temer. Trabalho desde os 15 anos de idade. Eu sempre fui muito bem avaliado pela minha conduta. Posso, isso sim, ser um exemplo de vencedor. O que importa mesmo é que tenho conteúdo.
- Se eu lhe perguntar em que região da cidade de São Paulo fica a Vila Nhocuné, o sr. sabe dizer?
- Não vejo problema, neste momento, em não saber. Nem mesmo em não saber tudo sobre todos os detalhes dos problemas de São Paulo. O Brasil inteiro sabe que eu sou o aprendiz. E serei um aprendiz muito afiado para aprender tudo a respeito da cidade no mais breve tempo. Tenho clareza que os principais problemas a serem enfrentados são saúde, educação, transportes e segurança. Saberei enfrentá-los. Aonde eu não conhecer, deverei aprender.
-Será preciso ao sr.tomar um banho de povo?
- Não digo isso. É claro que tenho uma atividade que não permitiu, até aqui, estar presente em toda a cidade, olhando de perto o que acontece nos seus muitos bairros. Isso não estava no meu foco de atuação. Mas terei tempo para me preparar no sentido de entender os problemas e buscar a superação.
- Como?
- O que a população espera da eleição é encontrar o melhor gestor público para a cidade. Já tive cargos públicos, sou empresário, gerencio problemas. Me sinto capaz de ser esse homem. Tenho foco, concentração, capacidade. Sei que o poder público, sozinho, não pode tudo. Está provado que sem articulação na sociedade, não dá. Então, um grande programa de parcerias público-privadas pode ser uma ótima alternativa para São Paulo.
- Pode-se esperar, numa eventual gestão João Doria, uma onda de privatizações em São Paulo?
- Um grande programa de PPPs (Parcerias Público Privadas), sim. E estou dizendo parcerias, com fortes mecanismos de controle e fiscalização por parte do poder público. Porque todo e qualquer programa de parceria terá de ser monitorado muito de perto. Males como a corrupção e má administração não existem apenas no setor público, mas também na iniciativa privada. Existe muita má gestão nas empresas. Os problemas não estão apenas nas administrações públicas.
- O sr. poderá ser um candidato no campo de apoio do prefeito Gilberto Kassab ou de oposição a ele?
- Eu sou um pragmático. Como tal, olho para a frente. O que passou, passou. O interesse da população é a solução dos problemas da cidade. É nisso que vai estar o meu foco.
- Mas diante do governo Lula, o sr. foi um ferrenho opositor, líder do Cansei!
- Não poderia ser diferente. Naquele momento, tivemos a coragem de enfrentar um político com 70 por cento de popularidade, mas que comandava um governo apoiado no mensalão, que cooptava os parlamentares. Era o tempo do ‘não sei’, que nós respondemos com o ‘cansei do não sei’. Me sinto orgulhoso de ter liderado um movimento cívico que, naquele momento, reuniu muita gente indignada com o que ocorria.
- Como surgiu isso de o sr. ser colocado pelo governador Alckmin numa pesquisa sobre pré-candidatos tucanos?
- Ele me chamou para saber se eu autorizava a inclusão do meu nome. Eu disse que não via problema nenhum, ao contrário, que me sentia honrado de ter sido lembrado. Não articulei nada, não assoprei nada para ninguém, não sugeri, não agi, não fiz. Sou filiado ao PSDB desde 2001 e, dentro do prazo legal, passei pelo recadastramento de filiações, a pedido do presidente Julio Semeghini, para que não houvesse qualquer filigrana jurídica que colocasse sob suspeita essa minha situação de filiado. Fiquei, é claro, muito feliz com a lembrança do governador.
- O sr. não teme passar por cima dos outros pré-candidatos e do ex-governador José Serra?
- Não, de jeito nenhum. A pesquisa que está sendo feito é absolutamente democrática e deverá servir para monitorar o próprio partido. É mais um instrumento de consulta, absolutamente democrático. Sei que está sendo feito um campo bastante grande, sob a coordenação de um pesquisador muito respeitado por seus pares. Eu sou amigo pessoal do Andrea Matarazzo, que frequenta a minha casa e eu a dele. O Ricardo Trípoli foi o único parlamentar que esteve comigo em recente viagem de negócios à Itália, para você ter uma ideia do nosso bom relacionamento. Me dou igualmente muito bem com o José Anibal. E fui auxiliar do avô do Bruno Covas, por quem tenho o maior apreço. Não há diferenças pessoais entre nós. Também com o ex-governador José Serra, que é um ícone do PSDB, um político que, mesmo que não se coloque, está sempre incluído em todos os movimentos importantes do partido, tenho a melhor relação.
- O sr. faz alguma projeção para o seu desempenho na pesquisa?
- Não, nenhum. Nunca passei por uma experiência desse tipo, mas já está sendo muito interessante.
- E se o seu desempenho for ruim?
- Tudo bem, não faz mal. Eu não pedi para entrar. Não vou sofrer por isso, irei em frente.
- Como o sr. avalia as primeiras reações à possibilidade de vir a ser candidato a prefeito?
- Saiu uma notícia pequena sobre isso, mas foi o suficiente para minha caixa de e-mails ficar lotada, receber muitos telefonemas, todos muitos entusiasmantes. É animador.
- Se a sua candidatura for abraçada pelo partido, pelo que a gente vê das suas relações com grande empresários e empresas, por meio do LIDE, não deverão existir problemas de dinheiro para financiar sua campanha.
- Bom, é você que está dizendo isso, mas acho que você pode estar certo.

Permitido para menores. Eis o que quer a Globo



Permitido para menores. Eis o que quer a GloboFoto: Reprodução

SOB O ARGUMENTO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, REDE GLOBO TENTA DERRUBAR CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA NO SUPREMO; QUATRO MINISTROS JÁ VOTARAM A FAVOR; PARA PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, INTERESSES SÃO LEGÍTIMOS, MAS PURAMENTE COMERCIAIS

30 de Novembro de 2011 às 21:19
Evam Sena _247, em Brasília – A TV Globo pode obter vitória em uma velha luta contra o Ministério da Justiça e sua política de classificação indicativa para a programação de TV. O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta quarta-feira uma ação que questiona a limitação do horário em que podem ser exibidas novelas, séries e filmes, de acordo com sua classificação.
A ação já havia recebido quatro votos a favor quando o julgamento foi interrompido por pedido de vistas do ministro Joaquim Barbosa. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi movida pelo PDT em 2001 e, em maio deste ano, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ligada à TV Globo, entrou com pedido de Amicus Curiae, em que solicita o direito de participar do julgamento por se considerar capaz de contribuir na discussão.
A ADI questiona o artigo 254 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O estatuto prevê multa de 20 a 100 salários mínimos para emissoras que descumprirem as regras da classificação indicativa. A pena pode ser duplicada em caso de reincidência e a emissora pode ter a programação suspensa por até dois dias.
A última portaria do Ministério da Justiça, baseada no ECA, estipula seis faixas etárias com base no nível de violência, consumo de drogas e sexo exibidos em programas de audiovisual. Filmes e novelas classificados como livres podem ser assistidos por pessoas de todas as idades e exibidos em qualquer horário. Classificados na faixa de 10 anos também podem ser veiculados em qualquer horário e recomendado para maiores de 10 anos.
A partir de 12 anos, há veiculação horária: programas recomendados para maiores de 12 anos só podem ser exibidos a partir de 20h; para maiores de 14 anos, a partir de 21h; 16, depois das 22h; e 18, após as 23h. Uma equipe da Secretaria Nacional da Justiça é responsável por determinar a classificação dos produtos de audiovisual, assim como jogos.
Ao contrário de filmes nacionais e estrangeiros e séries estrangeiras, a que os classificadores assistem antes do lançamento para determinar a faixa etária, no caso das novelas e séries nacionais é a própria emissora que estipula a idade mínima. O Ministério acompanha todos os capítulos e, quando considera que o estipulado pela TV não condiz com o conteúdo, pede a readequação ou reclassificação.
É o caso da novela "Mulheres de Areia", que está sendo reprisada na TV Globo durante a tarde, horário em que só é possível exibir programas de classificação livre ou para mais de 10 anos. A Globo teve que usar recursos tecnológicos para esconder os seios da modelo que faz a abertura da novela. Em "O Clone", também reprisada este ano às tardes, cenas de consumo de drogas foram cortadas.
O problema maior ocorre quando o Ministério da Justiça mexe no horário nobre e impõe a reclassificação da novela das 8h, como tentou em "Fina Estampa". O governo chegou a advertir a Globo de que as cenas de violência e prostituição justificavam reclassificação da novela para 14 anos, mas a Globo apresentou justificativas que fizeram o Ministério recuar e manter o programa para maiores de 12 anos.
O relator da matéria no STF, o ministro Antonio Dias Toffoli, votou pelo fim da vinculação horária, alegando que a classificação indicativa deve ser um aviso ao usuário e não uma censura ou pena para que não segue as determinações do Estado. “Buscou a Constituição conferir aos pais o papel de supervisão efetiva sobre o conteúdo acessível aos filhos”, disse.
O ministro sugeriu que a regulação seja feita por emissoras e sociedade civil e que os abusos sejam tratados na Justiça, caso a caso. Antes do pedido de vistas, votaram pelo fim da vinculação horária os ministros Luiz Fux, Carmen Lúcia e Ayres Britto. Não há data para a continuação da análise.
Para a Abert, a vinculação horária é censura. “A censura é um mal que não ousa pronunciar seu nome, preferindo travestir-se de expressões de forte apelo populista”, disse o advogado Gustavo Binenbojm.
Favorável ao sistema atual de classificação indicativa, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, argumentou que o ECA não impõe censura, pois não faz restrição à veiculação de ideias, mas atende ao interesse público de proteção das crianças e adolescentes. Gurgel atacou as emissoras ao dizer que o incômodo da vinculação horária não é a restrição da liberdade de expressão, mas dos interesses comerciais. “É notório que o embaraço existente são os interesses comerciais, legítimos, mas comerciais, e não, evidentemente, a sacralidade da liberdade de expressão”, declarou.

Comissão de Ética pede demissão de Lupi



Comissão de Ética pede demissão de LupiFoto: Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL

POR UNANIMIDADE, CONSELHEIROS SUGEREM QUE O MINISTRO DO TRABALHO SAIA DO GOVERNO; JUSTIFICATIVAS APRESENTADAS POR ELE, ATÉ AGORA, FORAM INCONSISTENTES SEGUNDO O PRESIDENTE DA COMISSÃO, SEPÚLVEDA PERTENCE

Por Agência Estado
30 de Novembro de 2011 às 21:21Agência Estado
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendou, por unanimidade, a presidente Dilma Rousseff a exonerar o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, alvo de denúncias de irregularidades na Pasta. Segundo o presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, a recomendação se dá por "explicações não satisfatórias" dadas por Lupi.
Pertence também disse que Lupi deu respostas "inconvenientes" à própria Comissão, ao Congresso e à imprensa. De acordo com Pertence, essa é a sanção que a Comissão pode aplicar ao ministro. Além da recomendação de demissão, a Comissão também fez advertência a Lupi.
Questionado se a presidente Dilma agora vai demitir o ministro do Trabalho, Pertence respondeu: "Aí, não é um problema da Comissão", disse ao final de reunião de rotina realizada hoje no Palácio do Planalto. Sobre o ministro das Cidades, Mário Negromonte, também alvo de denúncias na pasta que comanda, não houve abertura de processo.

Mensagem de juízes contra reitor da USP é alvo da Veja




Mensagem de juízes contra reitor da USP é alvo da VejaFoto: DIVULGAÇÃO

REINALDO AZEVEDO ATACA ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA, QUE SE MANIFESTOU A FAVOR DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE

30 de Novembro de 2011 às 22:06
247 - O vejista Reinaldo Azevedo atacou o manifesto da Associação Juízes para a Democracia a favor dos estudantes da USP e contra o reitor Grandino Rodas. A mensagem foi reproduzida por Claudio Tognolli em reportagem do Brasil 247 recordista de curtidas e compartilhamentos nas redes sociais. Para Azevedo, qualquer magistrado que integre essa entidade deve ser declarado sob suspeita (leia mais aqui).
Relembre agora reportagem histórica no 247:
Claudio Tognolli_247 – Com a epígrafe citando a clássica frase É preciso solidarizar-se com “as ovelhas rebeldes”, a Associação Juízes para a Democracia emitiu nesta terça-feira um duro comunicado contra a a reitoria da USP. No documento, a entidade estabelece que segmentos da sociedade, que ostentam parcela do poder institucional ou econômico, com fundamento em uma pretensa defesa da legalidade, estão fazendo uso, indevidamente, de mecanismos judiciais, desviando-os de sua função, simplesmente para fazer calar os seus interlocutores e, assim, frustrar o diálogo democrático”.
Trata-se de um sutil golpe contra o reitor da USP, Grandino Rodas, cujo nome foi construído no mundo do direito e, sobretudo, no da magistratura. A entidade deixa claro o descontentamento contra a presença de forças policiais no campus da USP, no Butantã, para debelar focos de estudantes amotinados. E contra comportamento análogo adotado pela reitoria da Unicamp. Veja a íntegra da nota:
A ASSOCIAÇÃO JUIZES PARA A DEMOCRACIA - AJD, entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem por finalidade trabalhar pelo império dos valores próprios do Estado Democrático de Direito e pela promoção e defesa dos princípios da democracia pluralista, bem como pela emancipação dos movimentos sociais, sente-se na obrigação de desvelar a sua preocupação com os eventos ocorridos recentemente na USP, especialmente em face da constatação de que é cada vez mais frequente no país o abuso da judicialização de questões eminentemente políticas, o que está acarretando um indevido controle reacionário e repressivo dos movimentos sociais reivindicatórios.
Com efeito, quando movimentos sociais escolhem métodos de visibilização de sua luta reivindicatória, como a ocupação de espaços simbólicos de poder, visam estabelecer uma situação concreta que lhes permita participar do diálogo político, com o evidente objetivo de buscar o aprimoramento da ordem jurídica e não a sua negação, até porque, se assim fosse, não fariam reivindicações, mas, sim, revoluções.
Entretanto, segmentos da sociedade, que ostentam parcela do poder institucional ou econômico, com fundamento em uma pretensa defesa da legalidade, estão fazendo uso, indevidamente, de mecanismos judiciais, desviando-os de sua função, simplesmente para fazer calar os seus interlocutores e, assim, frustrar o diálogo democrático.
Aliás, a percepção desse desvio já chegou ao Judiciário trabalhista no que se refere aos “interditos proibitórios” em caso de “piquetes” e “greves”, bem como no Judiciário Civil, como ocorreu, recentemente, em ação possessória promovida pela UNICAMP, em Campinas, contra a ocupação da reitoria por estudantes, quando um juiz, demonstrando perfeita percepção da indevida tentativa de judicialização da política, afirmou que “a ocupação de prédios públicos é, tradicionalmente, uma forma de protesto político, especialmente para o movimento estudantil, caracterizando-se, pois, como decorrência do direito à livre manifestação do pensamento (artigo 5º, IV, da Constituição Federal) e do direito à reunião e associação (incisos XVI e XVII do artigo 5º)”, que “não se trata propriamente da figura do esbulho do Código Civil, pois não visa à futura aquisição da propriedade, ou à obtenção de qualquer outro proveito econômico” e que não se pode considerar os eventuais “transtornos” causados ao serviço público nesses casos, pois “se assim não fosse, pouca utilidade teria como forma de pressão”.[1]
Ora, se é a política que constrói o direito, este, uma vez construído, não pode transformar-se em obstáculo à evolução da racionalidade humana proporcionada pela ação política.
É por isso que a AJD sente-se na obrigação de externar a sua indignação diante da opção reacionária de autoridades acadêmicas pela indevida judicialização de questões eminentemente políticas, que deveriam ser enfrentadas, sobretudo no âmbito universitário, sob a égide de princípios democráticos e sob o arnês da tolerância e da disposição para o diálogo, não pela adoção nada democrática de posturas determinadas por uma lógica irracional, fundada na intolerância de modelos punitivos moralizadores, no uso da força e de expedientes “disciplinadores” para subjugar os movimentos estudantis reivindicatórios e no predomínio das razões de autoridade sobre as razões de direito, causando inevitáveis sequelas para o aprendizado democrático.
Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais.
Decididamente, é preciso mesmo solidarizar-se com as ovelhas rebeldes, pois, como ensina o educador Paulo Freire, em sua pedagogia do oprimido, a educação não pode atuar como instrumento de opressão, o ensino e a aprendizagem são dialógicos por natureza e não há caminhos para a transformação: a transformação é o caminho."

Comando da Aeronáutica contesta reportagem de Istoé


O Comando da Aeronáutica contesta o teor da reportagem da revista ISTOÉ, em sua última edição de número 2194, sobre supostas irregularidades na folha de pagamento do Comando da Aeronáutica. Dessa forma, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) presta os seguintes esclarecimentos: O Comando da Aeronáutica, ao longo do ano de 2011, vem atualizando as informações administrativas constantes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) decorrentes do desligamento de militares da Aeronáutica. Essa atualização se dá através do envio de informações retificadoras ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O principal item em atualização é a inclusão da data de desligamento de ex-soldados. Por meio das informações da RAIS, o MTE poderá atualizar ou inserir a data de desligamento, bem como qualquer outro dado relativo aos ex-soldados no Cadastro Nacional de Informações e Serviços (CNIS). É importante salientar que esse cadastro não proporciona qualquer efeito na elaboração da folha de pagamento da Aeronáutica. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), por sua vez, destina-se a fornecer informações utilizadas pelo programa de seguro-desemprego, condição não aplicável aos militares. O ato administrativo que implica o imediato cancelamento do pagamento de remuneração (salário) de um militar da Aeronáutica é a publicação do seu desligamento do serviço ativo em boletim interno de sua organização militar, fato que a própria reportagem afirma ter ocorrido. No momento em que a reportagem acusa a Aeronáutica de desviar até R$ 3 bilhões a partir de apurações incompletas, em particular a ausência de informações contidas na RAIS, comete equívocos, mistura conceitos, apresenta deduções descontextualizadas e confunde o leitor, promovendo uma “farra de suposições”. Outro erro da reportagem foi confundir o conceito de “inativo” extraído do Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES)*, com o de “aposentado”. Inativo, no SIGPES, significa que o indivíduo não está exercendo atividade funcional na instituição, podendo estar nessa condição de forma remunerada ou não. O ex-soldado Paulo André Schinaider da Silva, citado na matéria, teve seu licenciamento (exclusão do serviço ativo) da Aeronáutica publicado em março de 2004. Desde então não faz jus e não recebe nenhum tipo de remuneração. Tal fato também impossibilita que outro cidadão possa receber salário em seu lugar. Cabe destacar que o Comando da Aeronáutica tem mantido informados o Ministério da Defesa e o Ministério Público Federal a respeito das acusações apresentadas por ex-soldados da Aeronáutica. Brasília, 28 de novembro de 2011. Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica Esclarecimento: O Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES) é uma ferramenta do Comando da Aeronáutica destinada a produzir informações relativas ao efetivo militar e civil, ativos, inativos ou pensionistas vinculados a este Comando.

Além da luz - Os universos paralelos estão de volta




Além da luz - Os universos paralelos estão de voltaFoto: DIVULGAÇÃO

TEORIA SURGIDA HÁ POUCO MAIS DE 50 ANOS – E CONSIDERADA DE INÍCIO UM ABSURDO TOTAL – GANHA ESPAÇO NA FÍSICA MODERNA GRAÇAS À RECENTÍSSIMA DESCOBERTA DE QUE CERTAS PARTÍCULAS SUBATÔMICAS PODEM VIAJAR MAIS RÁPIDO QUE A LUZ

29 de Novembro de 2011 às 19:29
Por Luis Pellegrini e Eduardo Araia
A 23 de setembro último foi anunciado que um feixe de neutrinos - disparados de um acelerador de partículas do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça, em direção a um receptor situado na região de Gran Sasso, Abruzos, na Itália, a 732 quilômetros de distância - tinha superado a velocidade da luz. Com efeito, segundo tudo indica, os neutrinos chegaram a seu destino 60 nanossegundos (bilionésimos de segundo) antes do que deveriam se estivessem respeitando a velocidade da luz.
O experimento foi realizado segundo todas as regras da pesquisa científica. Faz parte de um projeto que na verdade teve início há três anos, envolve dezenas de cientistas de primeira ordem, e os seus resultados foram controlados centenas de vezes. “No entanto, não vejo a hora em que alguém mais obtenha os mesmos resultados”, comentou Antonio Ereditato, porta-voz da equipe do Cern/Gran Sasso, “repetindo a experiência de maneira independente. Só assim tiraremos um suspiro de alívio”.
Uma descoberta do gênero, com efeito, se confirmada poria em crise o inteiro panorama das teorias físicas conhecidas, a partir da relatividade de Einstein. Por essa razão, a notícia suscitou verdadeira comoção no mundo da ciência, bem como certo ceticismo. “Afirmações extraordinárias pedem provas extraordinárias, que ainda não obtivemos”, comenta Franz Muheim, do Instituto de Física Nuclear de Edinburgo, Escócia. Mas a dúvida é rebatida por outros especialistas, como Tony Doyle, da Universidade de Glasgow, também na Escócia: “A descoberta merece crédito. Foi obtida por cientistas renomados que não buscavam nada do gênero”.
Todos concordam que a teoria da relatividade demonstrou ser correta em demasiadas ocasiões para ser simplesmente arquivada. Porém, se houver confirmação da descoberta italiana, será necessário criar uma nova teoria para explicar como e por que, em certas condições, algumas partículas viajam mais velozes do que a luz.
Já se sabe o que acontecerá nos próximos meses: a experiência deverá ser repetida e confirmada por novas aferições. Não apenas no Gran Sasso, mas também pelos físicos do Minos (Main injector neutrino oscillation search), mega laboratório científico análogo ao europeu, instalado no Fermilab de Chicago, EUA.
Albert Einstein certamente suspeitava a existência dos universos paralelos
Albert Einstein certamente suspeitava a existência dos universos paralelos
Dentre as várias alterações de conceitos que a confirmação dessa descoberta acarretaria, a mais extraordinária é sem dúvida a da hipótese dos universos paralelos, outras dimensões espaço-temporais que existiriam de modo paralelo à nossa própria dimensão. Como comenta George Matsas, físico teórico da Unesp, “se as observações forem mesmo confirmadas, um cenário possível é que os neutrinos estejam viajando por dimensões extras que só eles visitam”, como se fosse um atalho. Essa possibilidade é, em princípio, compatível com a teoria da relatividade de Einstein.
Para os autores de ficção, bem como para vários pensadores de linha esotérica, o tema dos universos paralelos exerce um eterno fascínio. Afinal, quem resiste à ideia de que, num outro plano, pode existir um outro eu vivendo uma vida diferente desta aqui? O que muita gente não sabe é que a hipótese não se restringe à ficção: a ciência a tem levado cada vez mais a sério.
A área científica que aloja essa ideia é a física quântica – aquela que estuda as leis do mundo subatômico, que reduzem tudo a probabilidades e cujas esquisitices incomodaram até Albert Einstein. Os mundos paralelos emergiram na academia como solução a uma das charadas quânticas mais conhecidas: a do gato de Schrödinger.
O disparador de neutrinos, no Cern, Suíça
O disparador de neutrinos, no Cern, Suíça
Nesse desafio, criado pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1935, um gato é colocado numa caixa selada com um contador Geiger, um frasco de veneno e um átomo radiativo que tem 50% de chance de desintegrar dentro de uma hora. Se o átomo se desintegra, o contador Geiger percebe e aciona um mecanismo que quebra o frasco de veneno, levando o gato à morte. De acordo com a teoria quântica, ao final daquela hora o átomo deve se encontrar num estado superposto de desintegração e de não desintegração. Ou seja: o gato está ao mesmo tempo num estado insólito, tanto de vivo quanto de morto.
Schrödinger propôs seu enigma como uma forma de sublinhar como a teoria quântica pode desafiar o senso comum. De fato, como alguém pode estar vivo e morto ao mesmo tempo? Os cientistas puseram suas mentes para trabalhar no assunto e, de início, pensou-se que a solução era forçar o mundo quântico a decidir-se por uma das alternativas, abrindo a caixa e observando seu conteúdo. É a chamada interpretação de Copenhague – a opção, considerada pelo físico dinamarquês Niels Bohr, que destaca o papel do observador do fenômeno. Detalhe frágil dela: os pesquisadores teriam de monitorar o tal gato por uma hora.
Em 1957, o americano Hugh Everett III, então aluno da Universidade de Princeton, propôs uma nova perspectiva para o enigma. Segundo ele, a matemática da teoria quântica realmente descreve a realidade e, se suas equações desembocam em resultados diferentes, todos eles podem ser concretizados em algum lugar. Mas onde?
Instalações de superfície do Laboratório Gran Sasso, na Itália
Instalações de superfície do Laboratório Gran Sasso, na Itália
Como a ideia parecia maluca demais e Everett não continuou a pesquisar nessa área, o tema caiu no esquecimento. Em 1970, porém, outro americano, Bryce DeWitt, da Universidade do Texas, reviu o trabalho de Everett e concluiu que o único lugar em que todos esses resultados poderiam ocorrer eram universos paralelos. Para DeWitt, tais universos coincidiriam com o nosso em termos espaciais, mas estariam isolados, e em consequência teriam uma interação muito pequena com nosso universo. A hipótese ganhou o rótulo de “interpretação de muitos mundos”: cada resultado possível corresponde ao surgimento de um novo universo. No caso do gato, em um universo ele esbanja saúde, mas em outro está definitivamente morto.
A revisão de DeWitt passou a ser considerada mais palatável para os físicos quando estes começaram a aceitar que, para elaborar a teoria unificadora de todas as leis da natureza – aquela que reunirá a relatividade de Einstein à quântica –, seria preciso haver outras dimensões além das comuns. O avanço nos instrumentos usados para pesquisar o reino quântico começou a possibilitar investigações cada vez mais acuradas dessa área, e nos anos 1990 uma descoberta mexeu com a interpretação de Copenhague: segundo a pesquisa, não é propriamente o observador que “decide” qual estado vai prevalecer, mas as interações com o ambiente do sistema observado (denominadas descoerência). A novidade complicou ainda mais a já difícil busca de uma evidência experimental para a teoria de Everett.
Em 1995, o americano Edward Witten, da Universidade de Princeton, propôs que todos os eventos observados poderiam ser explicados em um grande cenário com 11 dimensões – o chamado multiverso. Como as dimensões do multiverso seriam diferentes dos mundos paralelos de Everett, parecia que o assunto chegara novamente a um beco sem saída.
Três anos depois, o físico sueco-americano Max Tegmark, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), voltou à experiência do gato de Schrödinger e pôs-se no lugar do animal para refletir sobre o que ele conseguiria ver na caixa. Sua conclusão foi intrigante: segundo a interpretação de muitos mundos, em diversas versões ele morreria, mas sempre haveria universos nos quais viveria, e em alguns ele até seria imortal.
O receptor de neutrinos do Gran Sasso
O receptor de neutrinos do Gran Sasso
Em 2003, Tegmark avançou nessa hipótese e elaborou uma classificação em quatro partes para os universos paralelos. Os de tipo I estão além da vista de nosso universo, mas têm as mesmas propriedades cosmológicas. Os de tipo II, nascidos logo depois do Big Bang, também estão além da vista do nosso universo, e suas propriedades cosmológicas podem ser algo diferentes.
O tipo III abrange os universos associados à interpretação de muitos mundos. Já os universos de tipo IV podem ter leis da física bem diferentes das que conhecemos.
Hoje em dia, os físicos encaram de formas distintas a noção de universos paralelos. Para alguns, a resposta à charada está em alguma variação da interpretação de Copenhague. Para outros, a chave reside mesmo na interpretação de muitos mundos. Mas o dilema talvez não dure muito, graças ao progresso das experiências, que captam dados cada vez mais sensíveis sobre o reino subatômico, e novidades como os chamados computadores quânticos (muitíssimo mais potentes que os atuais, pois conseguiriam trabalhar em outros estados além de ligado ou desligado).
VÍDEO
TUDO O QUE VOCÊ QUER SABER SOBRE NEUTRINOS: UM DOCUMENTÁRIO PRODUZIDO PELO CERN (ORGANIZAÇÃO EUROPEIA PARA A PESQUISA NUCLEAR) WWW.CERN.CH

http://www.brasil247.com.br/pt/247/revista_oasis/26831/Al%C3%A9m-da-luz---Os-universos-paralelos-est%C3%A3o-de-volta.htm