sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vereadora tucana demite assessor que tinha envolvimento com o traficante Nem segundo investigações da polícia







A vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB) exonerou nesta sexta-feira o seu assessor de gabinete Willian de Oliveira, ex-presidente da associação de moradores da Rocinha, após tomar conhecimento das suspeitas da Polícia Civil que levaram a prisão dele no início da manhã de hoje em casa, na Rocinha, zona sul do Rio.



"Eu exonerei o Willian do meu gabinete hoje. Todo mundo que tem alguma suspeita sobre a conduta deve ser afastado da vida pública. Vamos aguardar para ver as investigações, o que a polícia vai apresentar além das imagens. Estou bastante abalada com isso. Caso se confirme de que houve uma negociação, um benefício de uma associação [...] essa terá sido a maior decepção da minha vida pública", afirmou à Folha a vereadora.


Mais cedo, a polícia divulgou uma imagem reproduzida de um vídeo que teria sido gravado por uma moradora, onde Willian participa de uma reunião com o ex-chefe do tráfico da Rocinha Antônio Bonfim Lopes, o Nem, durante negociação de um fuzil AK 47 com Alexandre Leopoldino Pereira, conhecido como Perninha --ex-chefe de campanha de Willian para deputado estadual pelo PTB-RJ em 2010 e, segundo a assessoria do governador Sérgio Cabral (PMDB), funcionário do Palácio Guanabara.


Até as 16h, Alexandre Pereira continuava foragido. O traficante Nem cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.


A vereadora Andrea Vieira disse que apesar da "forte imagem" divulgada pela polícia, ela vai aguardar o resultado das investigações para se manifestar sobre o episódio. "O Willian tem uma vida absolutamente legal. É uma pessoa que goza da minha mais absoluta confiança não só como meu assessor. Sou amiga pessoal da família do Willian. Convivi com ele durante muitos anos. Sei que dentro da Rocinha ele era considerado inimigo do Nem, por isso eu quero que seja investigada a afirmação dele", destacou.


No final da manhã de hoje, Willian disse que sua prisão foi uma "armadilha". Ele foi preso sob as acusações de associação ao tráfico e por participar da negociação de uma arma (fuzil AK47) de uso restrito das Forças Armadas, segundo informações divulgadas pela Polícia Civil.


De acordo com policiais da DRFA (Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis), o ex-presidente da associação de moradores da Rocinha mantinha ligação com o traficante Nem, quando ele chefiava a favela. A polícia apreendeu um computador e documentos na casa de Willian.


Ainda de acordo com Willian, as imagens do vídeo foram gravadas em outubro de 2010, às vésperas das eleições, quando ele concorria ao cargo de deputado estadual. Segundo a polícia, a gravação mostra Oliveira recebendo dinheiro do traficante.


"Naquele dia, Nem me disse que se eu não saísse do caminho dele ele iria destruir minha vida, como faz agora. Eu não vendo fuzil, não sou criminoso, a Rocinha sabe. Eu fiquei oprimido por muito tempo naquela comunidade", disse Oliveira, que também atuava como presidente de um movimento popular de favelas.


Willian afirmou à polícia que Nem tentava intimidar ele com o dinheiro para que se afastasse da campanha eleitoral. "Ele então aceitou porque o Nem estava nervoso, estava alterado e quando desceu do andar para baixo ele devolveu o dinheiro para o traficante que estava embaixo. Em comunidade as coisas muitas vezes não são aquilo que parece ser", disse a vereadora.


A polícia informou que também investiga a ligação de Andrea Gouvêa com o traficante Nem. Willian trabalhava como assessor para ela, ganhando cerca de R$ 4.000 por mês. Ela foi intimada a prestar esclarecimentos na segunda-feira (5) na DRFA.Da redação, com informações do Uol.

Serra já considera se candidatar em 2012



Serra já considera se candidatar em 2012Foto: LEONARDO SOARES/AGÊNCIA ESTADO

EX-GOVERNADOR TUCANO AINDA PRETENDE DISPUTAR A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PELA TERCEIRA VEZ, MAS, OBSCURECIDO PELA ASCENSÃO DE AÉCIO NEVES NO PSDB, JÁ PENSA NA PREFEITURA COMO ENCERRAMENTO HONROSO PARA A CARREIRA; ALÉM DO MAIS, SE MUDAR DE IDEIA, É SÓ DEIXAR A PREFEITURA DE NOVO

02 de Dezembro de 2011 às 18:10
247 – Suas negativas quase convenceram, mas tucanos e democratas próximos de José Serra afirmam que o ex-governador e candidato à presidência derrotado em 2010 voltou a considerar a possibilidade de se candidatar a prefeito de São Paulo no ano que vem. Um dos maiores entusiastas da ideia é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que conseguiu convencer o diretório tucano municipal a adiar a decisão sobre a candidatura do partido.
Na equação feita por Serra, há vários fatores. O primeiro é o potencial de Fernando Haddad, que não pode ser desprezado. Apesar de não ser tão conhecido dos paulistanos, ele não só índice de rejeição em torno de 10% segundo pesquisas internas tucanas, como tem como cabo eleitoral o popular ex-presidente Lula, que faz tratamento contra câncer. Haddad ainda é do partido que dirige o governo federal, o que pesa nas tratativas para alianças.
A preferência de Serra é disputar a Presidência da República pela terceira vez em 2014, mas uma variável pode fazê-lo mudar de idéia. O cerco do PSDB nacional tem se fechado em torno do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que conta com o apoio do presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE) e do ex-presidente Fernando Henrique.
Serra está cada vez mais isolado no partido, não participa de decisões importantes e até mesmo de propaganda política em rádio e TV. Segundo políticos próximos do tucano, ele enxerga hoje dois cenários: se Aécio for mesmo o candidato do PSDB a presidente nas próximas eleições nacionais, é melhor para Serra encerrar a carreira em um posto de destaque, como prefeito da maior capital do país, e evitar que essa grande fatia do eleitorado nacional caia nas mãos do PT.
No segundo cenário, contando que há muita coisa para acontecer até 2014, Serra voltou a avaliar como mais vantajoso para sua meta principal assumir a prefeitura. Mesmo que ele deixe o cargo dois anos depois, novamente, ele ganhará visibilidade e poder de articulação com partidos e patrocinadores. E ainda poderá dar eco ao seu discurso de oposição dura contra o governo Dilma e do PT.
Tucanos paulistas são animados com a ideia. Serra não só é o nome mais forte para disputar a prefeitura da capital, como é também o mais provável de unir o PSDB de Alckmin e o PSD de Kassab, com uma aliança potencialmente capaz de conter o PT de Haddad. O Palácio dos Bandeirantes teme a boa avaliação da presidente Dilma Rousseff nos municípios paulistas, o que pode credenciar seu partido aumentar o número de prefeitos no estado governador pelo PSDB há duas décadas.

Sem cela especial, presídio libera acusado de abuso sexual



Sem cela especial, presídio libera acusado de abuso sexualFoto: DIVULGAÇÃO

O ADVOGADO LUIZ FERNANDES FOI PRESO ACUSADO DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR CONTRA QUATRO PARENTES; MAS COMO TEM DIREITO A CELA SEM GRADES, TEVE PERMISSÃO DO MINISTRO DO STF GILMAR MENDES PARA AGUARDAR O JULGAMENTO EM CASA, COM A FAMÍLIA

02 de Dezembro de 2011 às 16:50
Fernando Porfírio _247 – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, defendeu a prerrogativa dos advogados e cassou decisão de um juiz de Bauru (SP). O ministro concedeu prisão domiciliar ao advogado e assessor sindical Sandro Luiz Fernandes, 45. O advogado é acusado de abusar sexualmente de quatro parentes, incluindo dois filhos. Ele foi preso no dia 30 de setembro na Penitenciária de Tremembé (SP), depois de se apresentar à polícia em Bauru (329 km de SP).
O Estatuto dos Advogados prevê que no caso de prisão o profissional deve ficar detido numa cela de “Estado Maior”, sem grades. Na falta desse local, o advogado tem direito a aguardar em prisão domiciliar.
Sandro é acusado de atentado violento ao pudor por supostamente ter cometido abusos sexuais contra a filha, a sobrinha, a cunhada e o filho de 9 anos. A mulher de Sandro, Fernanda Fernandes, é suspeita de ter sido conivente com os abusos.
Pela lei, por ser advogado, Sandro tem direito a ficar em cela especial num quartel da Polícia Militar. Como não havia um local como esse disponível a defesa de Sandro pediu ao STF que seu cliente deixasse a prisão e aguardasse o julgamento em casa.
“Como apresentamos provas de que não havia nenhum quartel com cela para receber o Sandro, o ministro Gilmar Mendes atendeu nosso pedido e concedeu prisão domiciliar para nosso cliente”, afirmou o advogado de Sandro, Ricardo Ponzetto.
A defesa de Sandro afirma que o advogado é inocente e que as denúncias têm motivação financeira. “Há casos em que os filhos matam os pais para ficar com a herança. E há outros em que pode acontecer o que está acontecendo”, disse Ricardo Ponzetto.
A defesa de Sandro aguardava a decisão do ministro Gilmar Mendes sobre o pedido de Reclamação, que tinha como objetivo conseguir que seu cliente fosse transferido para prisão domiciliar até que o processo ao qual responde transite em julgado, uma vez que não há no Estado de São Paulo uma sala de Estado Maior (sem grades), prerrogativa legal de réus que são advogados, juízes e promotores.
“A prerrogativa profissional prevista no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994) está sendo descumprida pelo juiz da 2º Vara Criminal de Bauru, Jaime Ferreira Menino”, afirmou Ricardo Ponzetto ao Brasil 247.
“Foi o próprio Supremo que julgou em outras ocasiões a prerrogativa que requeremos. Não havia uma defesa apenas dos direitos do Sandro, e sim dos direitos dos advogados. Ao negar essa prerrogativa o juiz estava afrontando não apenas a lei, mas também desrespeitando uma decisão do Supremo”, afirmou Ponzetto.

Prisão de Valério deixa Congresso apreensivo



Prisão de Valério deixa Congresso apreensivoFoto: MARCELO PRATES/AGÊNCIA ESTADO

EM AGOSTO, NA CRISE DOS TRANSPORTES, O RÉU NO PROCESSO DO MENSALÃO ALERTAVA O GOVERNO PARA A IMPORTÂNCIA DE “CUIDAR” DO DEPUTADO VALDEMAR COSTA NETO (À DIR.), QUE TEM O LÍDER DO PR, LINCOLN PORTELA (À ESQ.), COMO BRAÇO-DIREITO; PELO JEITO, SÓ ESQUECERAM DE CUIDAR DE VALÉRIO

02 de Dezembro de 2011 às 15:07
247 – Era agosto quando o empresário Marcos Valério alertava o governo para o risco de não cuidar das relações com o deputado Valdemar Costa Neto (PR), seu colega como réu no processo do Mensalão. O conselho, um franco "Cuidem do Valdemar", foi devidamente registrado por reportagem do 247, que expôs a influência de Valdemar não apenas no Ministério dos Transportes, mas no governo. Valério não deixou claras as razões por que os governistas deveriam se preocupar com o homem forte do PR – na ocasião, caía o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, abalando a relação do partido com o governo –, mas a dica surtil efeito (a ministra Ideli Salvatti foi convocada para acalmar os ânimos no PR) e revelou que o operador do Mensalão ainda sabe muito sobre os meandros governamentais.
Sabe tanto que deve estar provocando apreensão no Congresso Nacional. Os meandros conhecidos por Valério podem vir à tona agora que o empresário foi preso durante a Operação Terra do Nunca, em Belo Horizonte, por conta de acusações de grilagem de terras na Bahia. Quem estaria na lista das últimas ligações de Marcos Valério? A pergunta é inevitável, já que a operação policial que o levou à cadeia nesta sexta-feira dificilmente não envolveu escutas telefônicas.
A prisão de Valério também aumenta a expectativa sobre o julgamento do Mensalão, previsto para o primeiro semestre de 2012. Será também um julgamento sobre o primeiro governo do ex-presidente Lula, já que um dos principais réus é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O PT nega a existência do Mensalão, mas admite a prática de “caixa dois” de campanha. Jefferson, durante todo o processo, tentou fazer com que Lula fosse também tornado réu no Mensalão, mas não conseguiu.
Transferência
Depois de preso em Belo Horizonte – a polícia foi buscá-lo em casa, às 6h, Valério e outros três detidos foram encaminhados para Salvador, para prestar depoimento. Lá, os quatro detidos se reúnem a outros 11 acusados, um deles a mãe do piloto de Fórmula 1 Luiz Razia, a ex-tabeliã do município de Barreiras, vizinho de São Desidério, Ana Elizabete Vieira Santos.
A Polícia Civil baiana, em conjunto com o Ministério Público da Bahia e de Minas Gerais, cumpriu 23 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pelo juiz da comarca de São Desidério, Gabriel Moraes Gomes, a pedido do MP, em três Estados (Minas Gerais, Bahia e São Paulo). As investigações duraram 17 meses. São dez presos na Bahia, quatro em Minas e uma em São Paulo - o empresário Marcus Vinícius Rodrigues de Martins.
Os suspeitos, empresários, advogados e funcionários de órgãos públicos da Bahia, são acusados de falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa e formação de quadrilha. Eles teriam montado um esquema de registro de imóveis inexistentes, que eram dados como garantia de transações financeiras.

Tucano vai à Justiça pela demissão de Lupi



Tucano vai à Justiça pela demissão de LupiFoto: Divulgação


02 de Dezembro de 2011 às 18:07
Rodolfo Borges _247 – Os parlamentares brasileiros costumam ser encarados como cidadãos privilegiados, acima do bem e do mal e rodeados de benefícios. Mas, nesta sexta-feira, um deles optou por abrir mão de suas prerrogativas enquanto deputado para acionar a presidente da República na Justiça como qualquer cidadão. E, por incrível que pareça, o tucano Fernando Francischini acredita que é mais fácil conseguir a exoneração do ministro Carlos Lupi enquanto cidadão brasileiro do que enquanto parlamentar.
Francischini entrou com ação na 5ª Vara Cível da 4ª Região da Justiça Federal, do Paraná, contra Dilma, Lupi e a União, solicitando o afastamento de Lupi do Ministério do Trabalho e a devolução do valor que o ministro acumulou enquanto assessor-fantasma de gabinete na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Segundo o deputado tucano, a presidente teve todos os indicativos necessários para decidir pela demissão do ministro, mas não o fez. “Agora estou apelando para quem deve ser o órgão imparcial”, disse Francischini ao 247.
O parlamentar baseou a ação, principalmente, na recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República para que a presidente exonerasse o ministro. “O conselho pede e a presidente não atende. É tão absurda a situação do ministro Lupi que resolvi apelar para a Justiça. Abri mão de minhas prerrogativas como parlamentar e resolvi agir como cidadão comum”, justifica.
A presidente Dilma decidiu resolver o caso Lupi depois de retornar de viagem de três dias à Venezuela, iniciada nesta sexta-feira. Dilma não gostou de ficar sabendo da recomendação da comissão por meio da imprensa, mas a falta de uma ação mais rápida da presidente causou estranhamento. “Enquanto parlamentares, já fizemos tudo que podia fazer para investigar e mostrar para ela (Dilma) que o ministro mentiu, que não prestou os esclarecimentos necessários”, diz Francischini.

Marcos Valério está preso



Marcos Valério está presoFoto: CHARLES SILVA DUARTE/AGÊNCIA ESTADO

POLÍCIA PRENDE PROTAGONISTA DO MENSALÃO, TRÊS SÓCIOS E OUTRAS 12 PESSOAS; ELE CONTINUAVA OPERANDO FAVORES NO GOVERNO E CONSEGUIU UM CONTRATO DE R$ 14,9 MILHÕES NO MINISTÉRIO DO TURISMO; ACUSAÇÃO É DE GRILAGEM DE TERRAS

02 de Dezembro de 2011 às 11:59
247 – O empresário Marcos Valério de Souza, operador do Mensalão, foi preso na manhã desta sexta-feira, em Belo Horizonte, durante a Operação Terra do Nunca, desencadeada nos Estados da Bahia, Minas e São Paulo. O motivo da prisão é uma acusação de grilagem de terras, para a compra de áreas em São Desidério, na Bahia. Também foram presos três sócios de Valério.
De acordo com informações do Ministério Público, Marcos Valério atuava em conjunto com advogados e oficiais de cartório de Registro Gerais de Imóveis e de Tabelionato de Notas na falsificação de documentos públicos, criando matrículas falsas de imóveis inexistentes e da União. Segundo o MP, o objetivo era entregar esses documentos para garantir dívidas das empresas de Marcos Valério. Os agentes estão cumprindo ao menos 23 mandados de prisão e de busca e apreensão nos municípios de Barreiras, Santa Maria da Vitória e São Desidério, no oeste baiano.
O empresário se tornou uma figura nacionalmente conhecida em 2005, quando o ex-deputado Roberto Jefferson o acusou de ser o “operador do Mensalão”. Pouco tempo depois, sua ex-secretária Fernanda Karina revelou todo a mapa do esquema. Valério intermediou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT, depois da eleição presidencial de 2002. Graças a esse apoio, passou a administrar contas importantes de publicidade no governo federal, por meio de suas agências DNA e SMPB. O Rural pretendia incorporar o Banco Mercantil de Pernambuco, enquanto o BMG passou a gozar de privilégios no crédito consignado.
Julgamento do século
A prisão de Valério aumenta a expectativa sobre o julgamento do Mensalão, previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2012, que será também um julgamento sobre o primeiro governo do ex-presidente Lula. Os principais réus são o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-deputado Roberto Jefferson. O PT nega a existência do Mensalão, mas admite a prática de “caixa dois” de campanha. Jefferson, durante todo o processo, tentou fazer com que Lula fosse também tornado réu no Mensalão, mas não obteve êxito. Marcos Valério, por sua vez, permaneceu calado durante os últimos seis anos e, graças a isso, conseguiu ir tocando sua vida. Um de seus interlocutores frequentes ainda é o deputado Waldemar Costa Neto, outro protagonista do Mensalão.
16 detidos
A Polícia civil e o Ministério Público da Bahia (MP) informaram que foram presas 15 pessoas, além do empresário Marcos Valério, durante a Operação Terra do Nunca, desencadeada nos estados da Bahia, Minas e São Paulo.
De acordo com o delegado Carlos Ferro, da delegacia de Barreiras na Bahia, 16 pessoas já foram presas, entre elas 11 em Barreiras, que já estão prestando depoimento. Outras quatro foram detidas em Minas, entre elas o empresário Marcos Valério, e um empresário do ramo de cerâmica, que foi detido no interior de São Paulo. Ainda de acordo com o delegado, todos os presos serão encaminhados para Salvador, onde devem prestar depoimento.
Com informações da Agência Estado

Fátima Bernardes sobre Bonner: “Nossa separação é apenas profissional”



Fátima Bernardes sobre Bonner: “Nossa separação é apenas profissional”Foto: DIVULGAÇÃO

APRESENTADORA, QUE VAI GANHAR UM PROGRAMA NAS MANHÃS DA GLOBO EM 2012, NEGA CRISE CONJUGAL

02 de Dezembro de 2011 às 10:54
Yuri Antigo_247 - No mesmo dia em que foi anunciada sua saída do “Jornal Nacional”, da Globo, Fátima Bernardes garantiu que seu novo rumo profissional não tem nenhuma ligação com uma possível crise no casamento com William Bonner. "Não, gente, não estamos nos separando", disse a jornalista. "Imaginei que fossem me fazer esta pergunta, mas nossa separação é apenas profissional. Estou deixando a bancada do principal jornal do País para me dedicar a um projeto meu. Na hora em que o William estiver apresentado o jornal, vou estar em casa jantando com as crianças, como fazem tantas mães por aí", completou, mostrando a aliança na mão esquerda.
A jornalista, que será substituída por Patrícia Poeta na bancada no “Jornal Nacional” a partir da próxima terça-feira, 6, há tempos já manifestava a amigos cansaço após 13 anos na mesma função. O formato da atração que Fátima vai comandar nas manhãs da Globo, a partir de abril de 2012, é guardada a sete chaves. Comenta-se que o programa deverá ser no estilo do “Estúdio i”, que Maria Beltrão apresenta diariamente na Globo News.

Carajás e Tapajós




DIVIDIDO EM TRÊS, O PARÁ SERÁ MAIS RICO E MAIS COBRADO PELA POPULAÇÃO

26 de Novembro de 2011 às 13:04

Leonardo Attuch

Nas mãos dos eleitores do Pará, no domingo 11, o Brasil tem uma chance histórica para dar dois passos à frente. Cerca de 4,6 milhões de paraenses irão às urnas para votar no plebiscito que pode dividir sua atual área territorial em três, criando dentro dela os Estados de Carajás e Tapajós. À primeira vista, de pronto se enxerga mais políticos (dois governadores, seis senadores, dezenas de deputados federais e estaduais) e novas estruturas de poder (sedes governamentais, assembleias legislativas, etc.). Uma antevisão, infelizmente, forte o suficiente para embotar a razão, mas que precisa ser ultrapassada. Esses dois novos Estados, se aprovados, terão extrema importância para a economia não só do Pará, mas de todo o Brasil.
Tome-se, em benefício da análise, as mais recentes criações de Estados no Brasil. É consensual, hoje, que o corte do antigo Mato Grosso em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, efetuado em 1977, foi um acerto de duração permanente, mesmo tendo ocorrido em plena ditadura militar. A divisão daquela imensa área levou para municípios e populações antes desassistidas novos serviços públicos. Estes, por sua vez, aceleraram o desenvolvimento econômico e social regional, consolidando atualmente Mato Grosso do Sul como um dos maiores produtores de alimentos do País. Não houve, como contrapartida, qualquer esvaziamento da riqueza inerente a Mato Grosso. Mais ­recentemente, em 1988, nasceu, de um vértice de Goiás, o Estado do Tocantins. Imediatamente após sua criação, a nova capital, Palmas, tornou-se um grande polo de atração de indústrias e serviços.
Onde hoje há apenas o gigantesco Pará, com seu 1,24 milhão de km² (equivalente a quatro Itálias!) de conflitos sociais e péssimos indicadores de ­desenvolvimento humano, amanhã o quadro tem tudo para ser outro – caso os eleitores locais superem a desinformação inicial e abram passagem para o crescimento. Vítima do desmatamento, por meio do qual o banditismo impera e se produz um noticiário repleto de crimes políticos e chacinas, sabe-se, há muito, que a atual estrutura de governo do Pará é insuficiente para elucidar todas as suas complexas equações. Os fracassos administrativos se acumulam, governo após governo, à esquerda ou à direita. A verdade é que há, naqueles limites, um Estado cujo tamanho equivale ao de vários países europeus, mas apenas um único e singular governo.
Ao mesmo tempo, Carajás e Tapajós nasceriam sobre terras férteis para a agricultura, ricas para a mineração e amplas o suficiente para que nelas conviva o gado. Administrações mais próximas da população local seriam mais cobradas, melhor fiscalizadas e teriam, dessa forma, renovadas condições para preencher o atual vácuo administrativo.
O Brasil, cujo tamanho territorial é comparável ao dos Estados Unidos (8,5 milhões de km² contra 9,6 milhões de km²), chegou a um PIB de US$ 2,19 trilhões em 2010. O irmão do Norte, mesmo combalido, atingiu US$ 14,7 trilhões – mais de seis vezes maior. Aqui, são 27 Estados. Lá, 50. A relação entre produção de riquezas, território e organização administrativa, goste-se ou não, é direta.

Duda Mendonça ao 247: "Dividir o Pará é urgente"




Duda Mendonça ao 247: Foto: NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO

UM DOS PUBLICITÁRIOS MAIS RENOMADOS DO BRASIL, DUDA MENDONÇA MERGULHOU DE CABEÇA NA CAMPANHA PELA DIVISÃO DO PARÁ EM TRÊS ESTADOS, COM A CRIAÇÃO DE CARAJÁS E TAPAJÓS; “ESTOU NESSA BRIGA DE GRAÇA, POR PURO IDEALISMO”

02 de Dezembro de 2011 às 08:29
Leonardo Attuch_247 – No mundo da publicidade, poucas pessoas têm um currículo comparável ao do baiano Duda Mendonça. A agência DM9, que fez história na propaganda brasileira, era de Duda mais nove – um deles, Nizan Guanaes, que hoje é o dono da marca. Duda se tornou ainda mais conhecido por conta de suas campanhas políticas, à esquerda e à direita. Ele ajudou a fazer de Paulo Maluf prefeito de São Paulo e a eleger Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. O momento mais dramático de sua vida aconteceu em 2005, no auge do Mensalão, quando ele admitiu ter recebido boa parte dos recursos das campanhas do PT fora do Brasil – o que poderia ter causado o impeachment de Lula. Depois disso, Duda continuou realizando campanhas públicas e privadas, mas submergiu. E só voltou à cena agora para liderar a campanha pela divisão do Pará em três estados, com a criação de Carajás, cuja capital seria Marabá, e de Tapajós, onde a sede do governo seria Santarém. “Entrei nessa por puro idealismo”, disse ele ao 247. “Estou fazendo a campanha de graça”. O plebiscito, marcado para o dia 11 de dezembro, tem exacerbado as emoções dos paraenses.
Personagem polêmico, Duda passou a ser atacado em vários frentes. A Folha de S. Paulo o apontou como patrocinador de vaquejadas no Pará. “A imprensa brasileira é hoje uma vergonha”, diz ele. “As pessoas te ligam perguntando uma coisa e publicam outra”. Na Veja, o colunista Roberto Pompeu de Toledo o criticou, lembrando que Duda, duas décadas atrás fez uma campanha contra a divisão da Bahia, dizendo que o “Jorge não poderia se separar do Amado”, o “João do Gilberto”, e assim por diante. “Foi uma matéria sem vergonha, feita para ser usada aqui na campanha política”.
Duda conhece a realidade do Sul da Pará. Tem uma fazenda em Xinguara, onde engorda cerca de 10 mil bois. “Quem é contra nunca visitou esse pedaço do Brasil”, diz ele. “O Pará tem mais de 1 milhão de pessoas que vivem com dois reais por dia; tem gente que para ter acesso a um hospital precisa viajar cinco dias de barco; em Carajós e Tapajós a presença do Estado é inexistente; a tal ponto que os políticos de Belém nem vêm mais aqui pedir votos”.
Estado rico, com povo pobre
Do ponto de vista de atributos naturais, o Pará é um dos estados mais ricos do Brasil. Carajás tem a maior província mineral do mundo e condições ideais para a pecuária. “Mas a Vale deixa menos impostos em Carajás do que uma rede de supermercados”, diz Duda. Só com a Lei Kandir, que retirou receita dos estados exportadores, o Pará perdeu R$ 21 bilhões, segundo o publicitário. “E o governador, o Simão Jatene, era amigo do Antônio Kandir e do Fernando Henrique”, diz Duda.
Tapajós, por sua vez, possui terras em quantidade suficiente para a produção de grãos, num modelo de desenvolvimento sustentável. Mas as duas regiões, onde a presença do Estado é frágil, são marcadas por chacinas e conflitos agrários permanentes.
Somos, sim, a favor
Aqui, no 247, não escondemos nossa posição. Somos amplamente favoráveis à criação dos estados de Carajás e Tapajós – e também de outros, como a Bahia do Oeste. O projeto deste portal prevê a criação de uma rede nacional de jornais online. Além do Brasil 247, já temos Brasília 247, Bahia 247, Rio 247 e Pernambuco 247. Em 2012, teremos o Pará 247, mas também os jornais Carajás 247 e Tapajós 247, mesmo que a divisão não seja aprovada no plebiscito do dia 11. O Pará é grande demais para ser um só. E o Brasil deveria ter a grandeza de olhar para o Pará com generosidade – e não com a mesquinhez de quem enxerga apenas mais senadores, deputados e estruturas administrativas.
Leia, aqui, o artigo Carajás e Tapajós, que publicamos a respeito da divisão do Pará.