sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Privataria tucana: ao vivo, com Amaury Ribeiro



Daqui a pouco, às 20 horas, ao vivo, o debate-entrevista com Amaury Ribeiro Júnior, autor do “Privataria Tucana”, que documenta e descreve os caminhos do dinheiro no “tucanoduto” das privatização.

A reportagem de Amaury é um processo penal.




West Bay, Tortola, Ilhas Virgens:o esconderijo dos privatas brasileiros no Caribe
O livro de Amaury Ribeiro Júnior são dois, que me consumiram a noite e a manhã, numa escandalizada leitura.
Um dos livros, com 200 páginas, conta a histórias de um time de lavadores de dinheiro, todos girando em volta de José Serra, durante e depois do criminoso processo de privatizações.
Há os “amicci” – Ricardo Sérgio, Vladimir Rioli e Daniel Dantas – e a “famiglia” – a filha, Verônica, o genro, Alexandre Bourgeois e o “primo” Gregório Marín Preciado – com suas contas e contratos na Ilhas Virgens, na paradisíaca cidade de Tortola.
Ou, mais precisamente, em caixas postais, como a  P.O. Box 662.
A Caixa Postal 662 é o endereço predileto do crime financeiro organizado. Muito mais perigosa e criminosa que qualquer fortaleza do tráfico.
É lá, por exemplo, que “fica” a AES Holdings, braço criado pela AES americana, talvez para não conspurcar o Cemitério Nacional de Arlington, cidade da Virgínia onde fica sua sede, onde repousam os herois da democracia americana. E outra caixa postal vizinha, a PO Box 31106, ficam a AES Cemig, a AES Tietê, a AES Brazilian Holdings e uma dúzia de outras, de nomes muito interessantes, como a AES Treasure Cove, ou “Buraco do Tesouro”…
Voltemos aos livros do Amaury.
O “segundo livro”, de 120 páginas, é uma fantástica coleção de provas. Os registros, transferências de dinheiro, as operações, a entrada de dinheiro com capitalizações fajutas de empresas, o tráfico de influência, a gestão temerária, a advocacia administrativa, a corrupção estão retratadas, em inglês e português, nos seus mínimos detalhes, no que deve ter sido uma longa e penosa missão de reportagem.
Reportagem? Não, “os livros” de Amaury não são  uma reportagem.
Deveriam ser olhados como a instrução de um processo criminal.
É a ísso que o Ministério Público está desafiado.
Amaury Ribeiro já “instruiu os autos”.
É com os senhores, senhores promotores.
PS. Estou em São Paulo, onde será lançado o livro, com um debate ao vivo sobre a obra, a partir das 20 horas. O Tijolaço transmitirá.
http://www.tijolaco.com/a-reportagem-de-amaury-e-um-processo-penal/

Como o livro do Amaury bota o Dantas na cadeia (de novo)


Ao Zé (veja aqui como os amigos de Dantas se referem, com carinho, ao Ministro da Justiça) Cardozo e ao brindeiro Gurgel não faltam no livro do Amaury Ribeiro Junior motivos para levar o Cerra à cadeia.

Nem faltam motivos para encarcerar, de novo, o banqueiro condenado por passar bola a um agente da Polícia Federal – clique aqui para ver o vídeo do jornal nacional que o Gilmar Dantas (*) ignorou para dar o segundo HC Canguru.

Sugere-se ao amigo navegante que vá à página 89 do Amaury para ver como banqueiro condenado lavou dinheiro e depois deslavou para trazer o dinheiro da privatização.

(Não terá sido essa lavanderia o PAC do Governo cerra/FHC?)

Na página 130, vê-se como o banqueiro condenado se valia da empresa Beacon Hill, num paraíso fiscal, para lavar dinheiro.

A Beacon Hill era muito frequentada pelo Ricardo Sergio de Oliveira, a filha do Cerra e o genro do Cerra.

Gente finíssima.

Ela, indiciada.

Ele, o genro, com os bens indisponíveis.

(Não lembra o Kassab ?Bens indisponíveis …)

Na página 132 do livro do Amaury lê-se como Naji Nahas – que honra este ansioso blogueiro com duas ações na lista das 41 que o enobrecem -, Paulo Maluf e Celso Pitta (que Deus o tenha !) usavam a Beacon Hill.

Como se sabe, Naji Nahas visitou o PF Hilton na excelsa companhia do banqueiro condenado.

Nas páginas 181 e 191 em diante, Amaury publica os documentos que comprovam a associação da filha de Cerra com a irmã de Dantas em vários negócios.

Em Miami ! Em Miami !, of all places !

Negócios tão limpos e imaculados, que elas fecharam uma das empresas pouco antes da eleição de 2202.

Talvez para não atrapalhar Daddy.

E por esses negócios, onde violaram 60 milhões de sigilos fiscais, a filha do Cerra está devidamente indiciada.

Na Satiagraha, como se sabe, quando Cerra pensou em privatizar a estátua do Borba Gato,  ligou para o Naji Nahas.

Foi para combinar uma operação “limpissima” de privatização com o Daniel Dantas e “investidores” árabes.

Pede lá em cima e depois a gente abaixa, disse Daddy.

Mais ou menos como Mendonça de Barros fazia os consórcios da privatização, como mostra o Amaury: uns consórcios “borocochôs”, que a gente acerta por aqui.

Só Beacon Hill bota o Daniel Dantaas na cadeia por mais 20 anos.

Além dos dez que o De Sanctis lhe deu de presente.

Viva o Brasil, não é isso Dr Macabu !


Paulo Henrique Amorim

Como em 1998 Veja noticiou a saída de Ricardo Sérgio do BB

Veja 02/12/98
PrivatizaçãoBode expiatório berra
Com a saída de Ricardo Sérgio, Jair Bilachi, ohomem da Previ, é o novo olho do furacão
Felipe Patury
ardo Sérgio:foi embora.Tempestade à vistaFoto: Cleo Velleda/Folha Imagem
Ele resistiu, esperneou, insistiu — mas acabou caindo. Na quinta-feira passada, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira, 52 anos, tornou-se a quinta vítima do grampo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, e encerrou seu reinado no Banco do Brasil como diretor da área externa, responsável pelos negócios internacionais do banco e pelos grandes clientes no Brasil. Também deixou de ser o maestro de coxia da Previ, o poderoso fundo de pensão do Banco do Brasil, dono de um patrimônio colossal, de 22 bilhões de reais. Nas conversas grampeadas, Ricardo Sérgio comparece com o trecho mais sugestivo de irregularidade. Num telefonema com o então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o diretor do banco afirma que acabara de conceder uma fiança altíssima, de 874 milhões de reais, e reconhece: "Estamos no limite da nossa irresponsabilidade". Mesmo assim, o diretor só deixou o cargo depois de receber recados de que o Palácio do Planalto gostaria muito de ouvir seu pedido de demissão. Na quarta-feira à noite, Ricardo Sérgio chegou a telefonar para seu amigo no Planalto, o ministro Clovis Carvalho, da Casa Civil. Na conversa, explicou por que não pediria demissão, dizendo que havia cumprido seu dever e nada fizera de errado. Clovis Carvalho, com sutileza, explicou-lhe que mesmo assim havia um problema político, um desgaste que precisava ser contornado. No dia seguinte, caiu a ficha. Ao meio-dia, Ricardo Sérgio ligou de São Paulo para o presidente do banco, Paulo César Ximenes, e avisou que estava indo embora.
"Não vou falar mal deum amigo, mas foi umagrande decepção."Do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, sobre Ricardo Sérgio
Esquivo, avesso a fotografias e a qualquer tipo de exposição, Ricardo Sérgio de Oliveira já vinha saindo do anonimato em função do desembaraço com que atuava no Banco do Brasil e na Previ. Com sua influência na Previ, articulou a formação de consórcios que participaram dos leilões de privatização da Vale do Rio Doce e da Telebrás. No caso da Telebrás, chegou a ajudar o consórcio vencedor, o Telemar, chamado de "telegangue" pelo ex-ministro Mendonça de Barros, a pagar a entrada da compra da Tele Norte Leste, que reúne dezesseis teles. Acionou a Previ para que adquirisse 120 milhões de reais em ações de duas empresas do Telemar — o grupo La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, e o grupo Inepar, de Atilano Sobrinho. Ricardo Sérgio também já levou a Previ a comprar prédios de um sócio e amigo seu, José Stefanes Gringo. O ex-diretor do BB e José Gringo são sócios numa corretora paulista, a RMC. Até já veio a público uma carta em que Ricardo Sérgio mostrava seu empenho em que o banco fechasse um negócio com uma empresa de TV por assinatura, a KTV, e censurava, em tom ríspido, os técnicos do banco que, em comunicado à diretoria, diziam que a transação era uma fria. Ele queria porque queria fazer o negócio.Foto: Roberto Jaime Foto: Orlando Brito Ximenes e Pedro Paulo: carta-bombae empréstimos favorecidos
Vontade e missão — Essas práticas hetedoroxas antecederam a história do grampo. E Ricardo Sérgio ficou na corda bamba. Seu amigo de três décadas, o ex-ministro Mendonça de Barros, era um que esperava ansioso pela demissão do diretor. "Não vou falar mal de um amigo, mas foi uma grande decepção", diz o ex-ministro. A decepção veio quatro dias depois da venda da Tele Norte Leste, quando o BNDES, pego de surpresa pela vitória acidental do Telemar, interveio no consórcio e ficou com 25% das ações. Ricardo Sérgio não queria saber do BNDES na jogada. Chegou até a reclamar da intervenção com o ex-presidente do banco, André Lara Resende. Nessa conversa de desavenças com o BNDES, Ricardo Sérgio levou consigo o presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes. É uma indicação de como Ricardo Sérgio e Ximenes tocavam de ouvido na direção do Banco do Brasil — ainda que Ricardo Sérgio fosse o único diretor do BB não indicado por Ximenes. Seu nome apareceu por sugestão do ministro José Serra, da Saúde, em cuja campanha eleitoral Ricardo Sérgio atuou como arrecadador, trabalhando com a mesma discrição com que marcou sua passagem pelo governo.
No plano formal, Ricardo Sérgio não tinha relação alguma com a Previ, mas logo que chegou ao Banco do Brasil recebeu orientação do governo para controlar os negócios do fundo e colocou um braço direito lá dentro. É João Bosco Madeiro, diretor da área mais sensível da Previ, a de investimentos. O fundo do BB é poderosíssimo, tem negócios em 159 empresas e, com seu caixa monumental, é hoje a maior fonte de financiamento do país, centro da romaria de todo empresário que ande atrás de investimento. A disputa para ocupar o espaço de Ricardo Sérgio começou antes mesmo de sua demissão ser formalizada. Na terça-feira passada, numa reunião da Previ no Rio de Janeiro, houve o primeiro quebra-pau. João Bosco Madeiro propôs que a Previ investisse 20 milhões de reais na construção de um shopping center em São Luís, no Maranhão. O presidente da Previ, o economista Jair Antônio Bilachi, bombardeou a proposta no ato.
O shopping em São Luís é um empreendimento de José Braffman, um homem muito ligado a Ricardo Sérgio e, também, sócio de Miguel Ethel, vice-presidente do grupo La Fonte — o mesmo do empresário Carlos Jereissati, do consórcio Telemar. As coisas, então, encaixam-se assim: João Bosco Madeiro, o braço direito de Ricardo Sérgio, leva para a Previ uma proposta que interessa aos amigos de Ricardo Sérgio, e Jair Bilachi se opõe. Até a semana passada, o homem escalado pelo governo para vigiar a Previ de perto era Ricardo Sérgio, o que fazia de Jair Bilachi uma versão masculina da rainha da Inglaterra, com a diferença que, ao contrário da rainha, Bilachi sempre quis mandar. Pois, agora, Bilachi luta para manter-se no trono, só que com o poder que nunca teve. O xadrez pode parecer estapafúrdio, mas é assim mesmo que se movem as peças no tabuleiro da Previ. No plano formal, as decisões são tomadas em colegiado por seis diretores — três indicados pelo governo e três eleitos pelos funcionários. Na prática, todos bicam, ou tentam bicar, na montanha de dinheiro do fundo. Mas o governo, na verdade, é que tem sido o grande regente por trás do espetáculo.
Irregularidades — Na semana passada, soube-se que Jair Bilachi, candidato a mandar de fato na Previ, é um homem muito enrolado. Ele é presidente da Previ desde novembro de 1996 e chegou lá por indicação de Manoel Pinto. Na época, Manoel Pinto era secretário executivo do BB, mas acabou mais tarde sendo rebaixado para a diretoria da Brasil Seguridade, uma das empresas do banco, porque onde Manoel Pinto andava sentia-se um cheiro de enxofre no ar. Bilachi foi gerente de agência do BB em Brasília, depois se tornou o superintendente do banco no Distrito Federal. Saiu dessa função para assumir a presidência da Previ, no entanto deixou para trás um colar de irregularidades. Desde 1995, Jair Bilachi está sendo investigado pelo Banco Central. Nessa época, informada de que poderia haver irregularidades no banco em Brasília, a fiscalização do Banco Central escolheu, aleatoriamente, 118 operações feitas em cinco agências do BB em Brasília. Os técnicos tomaram um susto: 90% das operações examinadas tinham problemas. E problemas cabeludos.
Numa dessas operações, Bilachi atuou como goleiro e atacante. Em 1994, como gerente de uma agência do BB em Brasília, concedeu três empréstimos no valor total de 99 milhões de reais à Encol, a construtora que faliu no ano passado, deixando 42000 famílias com seus apartamentos pagos e não entregues. A Encol já estava mal das pernas, mas mesmo assim Bilachi não apenas deu os empréstimos como aceitou que o avalista fosse o próprio dono da Encol, Pedro Paulo de Souza. Além disso, jogando como atacante, aceitou que a Encol apresentasse como garantia de pagamento debêntures da própria empresa — o que fere uma norma do Banco Central. Essa norma, aliás, proíbe que uma empresa apresente como garantia debêntures até de uma empresa coligada sua — imagine só se forem debêntures dela mesma. No ano seguinte, em 1995, já como superintendente do BB, Jair Bilachi assumiu a posição de goleiro. Passou a rolar os empréstimos da Encol sem que a empresa tivesse desembolsado um único tostão. Naturalmente, até hoje o Banco do Brasil não viu a cor desse dinheiro.
Como resultado das investigações, o Banco Central preparou um relatório de quarenta páginas narrando as 118 operações. Elas somam 140 milhões de reais e envolvem 72 empresas e pessoas físicas. Acionada, a auditoria do Banco do Brasil entrou em ação no final de 1997, dois anos depois de iniciada a investigação do Banco Central. Na auditoria, descobriu-se que Bilachi, como gerente e depois como superintendente, cometeu 31 irregularidades. Coisas como empréstimos sem garantia, rolagem indevida de débitos, fornecimento de créditos num valor acima de sua alçada e sem nenhum estudo técnico. Além disso, diz a auditoria, Bilachi deu empréstimos a empresas sabidamente quebradas, chegou a realizar operações contrariando recomendações técnicas, o que fere normas do próprio BB, e aceitou garantias sólidas como vento. Somando as operações auditadas pelo Banco do Brasil, Bilachi emprestou mais de 110 milhões de reais, sendo que a estrela desses empréstimos era a própria Encol. Se todas as suspeitas se confirmarem, Bilachi poderá ser punido. A pena para essas irregularidades vai desde simples advertência até a demissão do Banco do Brasil, do qual é funcionário de carreira e perderia, portanto, seu trono na Previ.
Carta-bomba — O estágio das investigações sugere que o presidente da Previ terá mesmo problemas em breve. Pelas normas do Banco do Brasil, quando se encontra uma irregularidade cometida por um funcionário, ele primeiro recebe uma carta com pedido de explicações. Se as respostas não forem convincentes, o banco manda uma segunda carta, soliticando novas explicações. Bilachi já está no terceiro estágio — há duas semanas encerrou-se o prazo para que ele envie suas explicações pela terceira vez. "Quando o Banco do Brasil chega a esse estágio é porque as desconfianças já são quase certezas", diz um alto funcionário do banco. Uma das perguntas insistentes que a auditoria tem feito para Bilachi é a seguinte: por que ele respondeu sozinho a uma carta do Banco Central, que lhe indagava sobre irregularidades em sua gestão, quando o próprio Banco Central pedia que sua resposta fosse também assinada ao menos por dois diretores do Banco do Brasil? Na prática, a auditoria suspeita que Bilachi agiu como o menino que, ao tirar notas baixas na escola, esconde o boletim do pai. Diante de tantos problemas, surge uma pergunta central: se estava com a vida tão complicada e soterrado por essa montanha de suspeitas, por que Bilachi foi premiado com o comando da Previ?
É aí que está o olho do furacão. Nas explicações que mandou para o Banco do Brasil em junho passado, Jair Bilachi insinua que fez tudo com o conhecimento da diretoria do Banco do Brasil. Diz, a certa altura, que os empréstimos à Encol, notoriamente um negócio de quinta categoria, só foram dados porque "as orientações emanadas dos escalões superiores da Casa eram no sentido de emprestar". Até as moedas do cofre do Banco do Brasil sabem que quem tinha ligações estreitas com a Encol era o diretor de crédito geral, Edson Ferreira, que chegou a comandar, ele próprio, as negociações da construtora com seus credores. Bilachi não fala das insinuações de envolvimento da diretoria do banco, mas elas estão todas impressas em sua carta, de 31 páginas, enviada para a auditoria do Banco do Brasil. E mais: avisa que assinou sozinho aquela carta ao Banco Central por sugestão — olha só — da própria auditoria do BB. E por quê? Para que os diretores do banco não aparecessem na história. É uma acusação grave. Na terça-feira passada, Bilachi escreveu uma carta-bomba ao presidente do banco, Paulo César Ximenes. Nela, pede a ele que encerre as investigações sobre seu passado recente no banco e, veladamente, diz que se está sentindo injustiçado. Até sexta-feira passada, Bilachi não havia tomado coragem para remeter a carta. Na hora em que a enviar estará dado o sinal. É mais ou menos assim: bom cabrito não berra, mas bode expiatório berra — e alto. Tormentas à vista.
Com reportagem de Consuelo Dieguez, do Rio de Janeiro
Copyright © 1998, Abril S.A.
Abril On-Line

Livro do Amaury, Ricardo Sérgio: “o começo, o fim e o meio”


por Rodrigo Vianna

“Nós estamos no limite da irresponsabilidade”. A frase – que virou símbolo do processo de privatizações conduzido pelo governo de FHC nos anos 90 – foi dita por Ricardo Sérgio de Oliveira, na época poderoso diretor do Banco do Brasil. Não foi dita para qualquer um. Ricardo Sérgio fez a “confissão” a Luiz Carlos Mendonça de Barros, o Mendonção, que presidia o BNDES. Logo depois, em 1998, o telefone de Mendonça caiu (!?) num grampo, e a frase de Ricardo caiu na boca do povo.

Ricardo Sérgio é o ponto de partida para entender o esperado “livro do Amaury”. Como diria Raul Seixas, Ricardo Sérgio é “o começo, o fim e o meio”.  É preciso entender quem é Ricardo Sérgio para compreender os negócios e negociatas narrados pelo jornalista.

O “livro do Amaury” tinha virado uma lenda urbana. Na eleição de 2010, Amaury se transformou – de forma involuntária – no pivô de um escândalo: a campanha de Serra (com ajuda da mão amiga da mídia) tentou fazer do jornalista (repórter premiado e respeitado pelos colegas) uma espécie de “araponga” a serviço do PT. Aos poucos, ficou claro que a investigação conduzida por Amaury durante quase uma década tinha começado muito antes da campanha eleitoral. Ele investigara os porões da privatização tucana, como repórter de várias publicações da “velha mídia”. E havia muita coisa estranha apontando para o entorno de José Serra. Em 2010, Amaury avisou: não existia dossiê nenhum para a campanha de Dilma, o que existia era apuração jornalística; e tudo isso ia virar livro.

Desde então, na internet, leitores questionam: cadê o livro? esse livro não existe? o Amaury blefou?
A resposta está aqui, na foto que mostra a capa do livro. “A Privataria Tucana”  chegou às livrarias nessa semana, como um roteiro que indica ao leitor: qual os caminhos e descaminhos do dinheiro das privatizações. O livro traz documentos, certidões, passa pelo Caribe, pelos arquivos da Justiça de São Paulo e da CPI do Banestado.

No livro,  há evidências apontando as estreitas ligações (coincidências?) entre Ricardo Sérgio e o círculo mais próximo de Serra: a filha Verônica, o genro Alexandre Bourgeois, e o primo de Serra Gregório Marín Preciado.
“A Privataria Tucana” precisa ser decifrado com cuidado. Há um volume gigantesco de informações e documentos. É preciso ler, reler, ir aos documentos reproduzidos no livro, voltar à leitura…

O cipoal de tenebrosas transações passa pelas Ilhas Virgens Britânicas. Ali, Ricardo Sergio mantinha há muitos anos empresas “offshore”. Amaury descobriu que, na mesma ilha e no mesmo endereço (um escritório no Citco Building), o genro de Serra abriu duas empresas offshores, logo depois das privatizações: a Vex Capital e a IConexa Inc. No mesmo endereço, ficava ainda a Decidir – empresa criada (originalmente com sede na Flórida) por Verônica Dantas (irmã do banqueiro Daniel Dantas) e Verônica Serra (filha do ex-governador José Chirico Serra).

Um dado curioso – e certamente ignorado pela maior parte dos leitores: o termo “offshore” tem origem na época da pirataria. Os corsários que se escondiam no Caribe preferiam esconder os tesouros (fruto de pilhagem) bem longe da praia e da costa (em inglês=”offshore”), para dificultar a localização pelos inimigos.  O livro de Amaury mostra que há algo em comum nos métodos dos piratas e dos privatas.

Boa parte dos documentos expostos no livro foi obtida por Amaury numa ação judicial em que era réu. Depois de escrever reportagem na revista “Istoé” com acusações contra Ricardo Sergio, Amaury fora processado pelo ex-caixa de campanha de Serra e FHC. No decorrer do processo, obteve a chamada “exceção da verdade”: instrumento judicial que possibilita ao acusado de calúnia ou injúria provar que é verídica a acusação feita. A decisão da Justiça obrigou a CPI do Banestado a entregar vários documentos a Amaury, o que facilitou o trabalho do jornalista na trilha do dinheiro das privatizações.

Entre os papéis liberados pela CPI, estavam documentos sigilosos agora reproduzidos no livro. Ali, estaria comprovado [faço a citação literal do que está à página 137 do livro]: “81% dos depósitos recebidos no exterior pela Franton Enterprises – do ex-caixa de campanha de José Serra, Ricardo Sergio de Oliveira – foram feitos pelo primo político de Serra, Gregório Preciado. Os dados são originários da famigerada conta Beacon Hill. Também nos papéis, a turbulenta situação das empresas de Preciado, os pagamentos que fez e aomissão de Serra diante da Justiça Eleitoral sobre sua sociedade com Vladimir Rioli”.

Ricardo Sérgio – do alto de suas posições no Banco do Brasil – teria ajudado a salvar empresas de Gregório Preciado. 
Vladimir Rioli é outro personagem importante. Foi sócio de Serra numa empresa de consultoria, e virou vice-presidente do Banespa (na época um banco estatal, pertencente ao governo paulista, controlado pelos tucanos). Curiosamente, Serra não declarou à Justiça Eleitoral, em 1994, a sociedade com Rioli. Por que? Rioli, segundo relatório da CPI publicado por Amaury, beneficiou as empresas de Preciado em operações financeiras estranhas.  Por isso tudo, é importante saber que Preciado teria depositado dinheiro em empresas “offshore” de Ricardo Sérgio…

Mas isso é apenas um detalhe, perto de toda a documentação exposta por Amaury. Ele mostra a sociedade de Verônica Serra com Veronica Dantas (irmã de Daniel Dantas, banqueiro que ganhou muito dinheiro no processo de privatizações) na empresa Decidir.com. Os documentos estão às páginas 190 e 191 do livro.
A leitura, como eu disse, exige tempo. E atenção.

Nos próximos dias, traremos aqui outros textos, esclarecendo pontos específicos do amplo material exposto em “A Privataria Tucana”. O livro foi editado pela Geração Editorial. E já está à venda nas principais livrarias do país.

Guerra Aécio/Serra abriu a caixa preta da "privataria"



Guerra Aécio/Serra abriu a caixa preta da Foto: Divulgação

LIVRO “A PRIVATARIA TUCANA” NASCEU DO PEDIDO DE AÉCIO NEVES PARA QUE O JORNAL ESTADO DE MINAS INVESTIGASSE O RIVAL JOSÉ SERRA; ESCRITO PELO JORNALISTA INVESTIGATIVO AMAURY RIBEIRO JÚNIOR, O LIVRO REVELA COMO O EX-GOVERNADOR PAULISTA, SEUS OPERADORES, SEU GENRO E ATÉ SUA PRÓPRIA FILHA ENRIQUECERAM COM A VENDA DE ESTATAIS

09 de Dezembro de 2011 às 14:07
247 – O livro mais anunciado, comentado e aguardado por aqueles que se intitulam “blogueiros sujos” está nas livrarias. Escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior, a obra “A Privataria Tucana” vem sendo anunciada desde a campanha presidencial de 2010, quando Amaury se tornou personagem da história, ao ser acusado de quebrar o sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do então candidato José Serra. O episódio fez com que Fernando Pimentel, hoje em seu inferno astral, perdesse espaço na campanha para os paulistas liderados por Rui Falcão e Antonio Palocci. Amaury submergiu e se dedicou a concluir seu livro, lançado nesta sexta-feira pela Geração Editorial, do jornalista Luiz Fernando Emediato. É um trabalho que traz revelações importantes sobre a era das privatizações, expõe de forma clara o tráfico de influência comandado por Serra e seus operadores, especialmente o tesoureiro Ricardo Sérgio de Oliveira, e revela ainda como uma guerra interna no ninho tucano deu origem a toda essa história. Ex-repórter do Estado de Minas, que lutava para emplacar Aécio Neves como presidenciável, Amaury recebeu a encomenda de investigar a vida de José Serra. O resultado são as 343 páginas de “A Privataria Tucana”.
Em 2009, Aécio e Serra disputavam a indicação tucana para concorrer à presidência. O mineiro defendia prévias e o paulista se colocava como “o primeiro da fila”. Amaury, que vivia em Belo Horizonte, foi chamado por seus patrões para a missão quando o Estado de S. Paulo publicou um texto intitulado “Pó pará, governador?”, um tanto estranho para os padrões austeros da família Mesquita, pois, já no título, insinuava que Aécio seria um cocainômano – e que, portanto, não poderia sonhar com a presidência. A partir daí, veio a resposta mineira. Segundo Álvaro Teixeira da Costa, dono do Estado de Minas, São Paulo não deveria mexer com Minas, pois os mineiros também saberiam lutar.
Amaury recebeu a encomenda e disse aos patrões que a fragilidade de Serra residia nas privatizações. E assim começou a investigá-lo, bem como a seus principais operadores: Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, e Grégorio Marin Preciado, casado com sua prima. No meio do caminho, Amaury descobriu as contas usadas por Ricardo Sérgio, Gregório e até pela filha de Serra, Verônica, e por seu genro, Alexandre Bourgeois.
Eis algumas das revelações do livro:
• Carlos Jereissati, dono da Oi, usou sua empresa Inifinity Trading, sediada em paraísos fiscais, para pagar propina a Ricardo Sérgio de Oliveira, na empresa Franton Enterprises.
• A propina pela compra da Oi, segundo o autor do livro, seria próxima a R$ 90 milhões. Jereissati e seus parceiros chegaram ao leilão sem recursos e foram socorridos por fundos de pensão, comandados por Ricardo Sérgio de Oliveira e seu braço direito João Bosco Madeiro.
• Ricardo Sérgio de Oliveira, que era chamado de “Mr. Big” e se tornou amigo de Serra por intermédio de Clóvis Carvalho, comprou prédios inteiros em Belo Horizonte, que depois foram também vendidos a fundos de pensão estatais. O livro traz documentos e procurações usadas por Ricardo Sérgio e seus laranjas.
• Na privatização da Vale, vencida por Benjamin Steinbruch com recursos dos fundos de pensão, num consórcio organizado por Miguel Ethel e José Brafman, a propina teria sido de R$ 15 milhões.
• Gregório Marin Preciado, “primo” de Serra, organizou o consórcio Guaraniana, que, também com dinheiro dos fundos de pensão, comprou várias distribuidoras de energia no Nordeste, hoje pertencentes ao grupo espanhol Iberdrola.
• Preciado e Ricardo Sérgio jogavam juntos. Boa parte dos depósitos recebeidos pela Franton Enterprises, de Ricardo Sérgio, eram feitos pelo “primo” de Serra. As movimentações da dupla, documentadas no livro de Amaury, somam mais de US$ 20 milhões. Preciado e Serra também aparecem como sócios num terreno em São Paulo. Também na era Serra, o Banco do Brasil teria reduzido uma dívida de R$ 448 milhões de Preciado para míseros R$ 4,1 milhões.
• O livro também aborda a sociedade entre a empresa Decidir.com, de Verônica Serra, filha do ex-governador tucano, com o grupo Opportunity, de Daniel Dantas. A Decidir.com, voltada para leilões na internet, recebeu cerca de R$ 10 milhões em investimentos, mas nunca apresentou resultados. Em abril de 2002, a empresa foi dissolvida.
• Tanto Verônica Serra como Ricardo Sérgio de Oliveira utilizaram a mesma empresa, a Citco, para abrir suas contas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Além disso, o livro também revela como Serra teria usado o governo de São Paulo para contratar a empresa Fence e espionar adversários políticos – era essa, aliás, uma das encomendas iniciais do Estado de Minas: descobrir por quem Aécio vinha sendo seguido em suas constantes noitadas cariocas. Por último, depois de se dedicar à guerra interna dos tucanos, Amaury escreveu sobre a guerra interna do PT, na campanha de Dilma, entre os grupos de Fernando Pimentel e Antônio Palocci.
O que talvez comprove que PT e PSDB têm muito mais semelhanças do que diferenças. Uma boa sugestão para o répórter seria um lviro sobre a "privataria" petista, com recursos do BNDES, dos fundos de pensão e até do FGTS.

Veronica Serra é ré por quebra de sigilo financeiro



Veronica Serra é ré por quebra de sigilo financeiroFoto: JANETE LONGO/AGÊNCIA ESTADO

FILHA DO ETERNO PRESIDENCIÁVEL TUCANO RESPONDE A PROCESSO, EM SEGREDO DE JUSTIÇA; O GENRO, ALEXANDRE BOURGEIOS, TAMBÉM FOI EXECUTADO POR DÍVIDAS FISCAIS NÃO PAGAS; ORIGEM DA FORTUNA DO CASAL, QUE GERE FUNDOS EM TRANCOSO, É MAL EXPLICADA

09 de Dezembro de 2011 às 14:33
247 – 2003.61.81.000370-5. Este é o número do processo judicial, que corre em segredo de Justiça, contra Veronica Allende Serra. Filha do ex-governador paulista e eterno presidenciável tucano José Serra, ela foi indiciada pelo crime de quebra de sigilo financeiro. Isso porque sua empresa de internet, a Decidir.com, já extinta, teve acesso a todos os dados de milhões de brasileiros, depois de um convênio firmado com o Banco do Brasil, no apagar das luzes do governo FHC.
Verônica é o ponto frágil das pretensões políticas de José Serra. Ex-funcionária da Editora Abril, na revista Exame, como assistente da área comercial, sua vida começou a mudar quando ela ganhou uma bolsa na Universidade de Harvard, paga pelos donos da Ambev. Lá, ela conheceu o futuro marido, Alexandre Bourgeois. Na era da internet, Verônica também abriu a empresa Decidir.com, de leilões eletrônicos, que recebeu R$ 10 milhões em investimentos do grupo Opportunity. Seus negócios, no entanto, jamais prosperaram. Ela e o marido, no entanto, se tornaram prósperos administradores de um fundo de investimentos sediado em Trancoso, na Bahia – isso mesmo, por incrível que pareça, talvez seja o único fundo de investimentos com sede num local feito para não se trabalhar.
Estas são algumas das revelações do livro “A privataria tucana”, que chega nesta sexta-feira às livrarias. Lançado pela Geração Editorial e escrito pelo repórter investigativo Amaury Ribeiro Júnior, o livro traz documentos que comprovam o inquérito em que Verônica Serra consta como indiciada. É também uma espécie de vendeta pessoal de Amaury, que, na campanha presidencial de 2010, foi acusado de tentar comprar dados sigilosos dos familiares de Serra – o jornalista sempre se defendeu argumentando que buscava informações públicas, arquivadas na Junta Comercial, e muitos desses dados são publicados no seu livro.
Execução fiscal
2004.61.82.061807-5. Eis agora o número do processo de execução fiscal movido pelo INSS contra a empresa Iconexa e seu sócio majoritário Alexandre Bourgeois. Genro do presidenciável tucano e gestor de fundos em Trancoso, ele deixou uma dívida de R$ 309,3 mil, mas a execução não prosperou porque Bourgeois não possui bens em seu nome. Nem mesmo no Detran, o que indica que o genro de Serra não tem nem automóveis.
O livro de Amaury Ribeiro Júnior aponta ainda como a privatização foi comandada por dois nomes muito próximos a Serra: Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, e Gregório Marin Preciado, “primo” do tucano (Leia mais a respeito aqui). Ao todo, os movimentações financeiras em paraísos fiscais, documentadas, somam mais de U$S 20 milhões e atingem heróis da “privataria” tucana, mas também petista, como Carlos Jereissati, dono da Oi.

Como o livro do Amaury bota o Cerra em cana


O Gaspari de muitos chapéus vai se arrepender amargamente de ter inventado esse maldito termo “privataria”.

Logo ele, o único a que, de verdade, o Padim Pade Cerra dá ouvidos.

Os dois trocam receitas de veneno, nas conversas madrugada adentro.

É que o livro que vai levar o Cerra à PF Hilton tem esse título: 

“A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, lançado pela Geração Editorial e a que a Carta Capital primeiro teve acesso.

O livro oferece ao Zé (vejam por que os amigos de Dantas chamam o Ministro da Justiça, carinhosamente, de Zé) Cardozo, e, portanto, à ex-Republicana Polícia federal, e ao brindeiro Roberto Gurgel, o guardião da sociedade, a oportunidade ímpar de botar o Cerra na cadeia.

Ele e o que o Amaury chama de “clã Serra”.

Vamos por partes.

O Amaury prova exaustivamente, já que tudo o que diz se acompanha de documentos:

- o genro de Cerra é um lavador de dinheiro e seus bens estão indisponíveis;

- a filha de Cerra é uma lavadora de dinheiro e violadora de sigilos fiscais e bancários; e, por isso, está indiciada num processo;

- Cerra e seu sócio e cunhado Preciado (o Fernando Rodrigues perdeu a oportunidade de entrar para a História do Jornalismo Investigativo …) fizeram uma tramóia com um terreno no Morumbi;

- seu cunhado e sócio Preciado operava o Banespa e, mesmo falido, comprou uma empresa na privatização;

- outro sócio de Cerra, o Rioli lavou dinheiro e operou uma empresa falida, a Calfat com dinheiro público; por isso, mereceu de Amaury o epíteto “Mandrake das privatizações”.

- Cerra escondeu da Justiça Eleitoral suas operações comerciais com Rioli e Preciado;

- Ricardo Sergio de Oliveira, chefe da tesouraria das campanhas do Cerra E DO FERNANDO HENRIQUE é  um “manual da roubalheira”.

Ricardo Sergio, também chamado de “Mr. Big” fez de tudo: 

- lavou dinheiro para a filha e o genro do Cerra; 

- recebeu propina da Carlos Jereissati, sócio de Sergio Andrade na trampa da BrOi; 

- ajudou a montar a trampa da privatização do Daniel Dantas – é aquele momento Péricles de Atenas do Governo Cerra/FHC: “se der m… estamos todos no mesmo barco”.

(Depois Jereissati, desinteressadamente, contribui para a campanha do Cerra com um valor infinitamente menor do que aparece no livro do Amaury. )

Ricardo Sergio foi apresentado ao Cerra pelo Clovis Carvalho, que o Fernando Henrique queria fazer Ministro da Fazenda do Itamar, quando saiu do Governo para ser candidato.

(Quem disse isso ao ansioso blogueiro foi o próprio Farol, dentro de um avião da ponte aérea Nova York – Washington.)

Um dia, no restaurante Massimo, quando este ansioso blogueiro frequentava o Massimo e falava com o Gaspari, o ansioso blogueiro contou que o Ricardo Sergio o processava.

Mr. Big foi um dos pioneiros nessa lista que enobrece o ansioso blogueiro – clique aqui para lersobre as 41 ações que movem contra ele e, não perca !, a “Galeria de Honra Daniel Dantas”. 

Gaspari disse assim: vou falar com o Cerra para acabar com isso.

(Quem acabou foi a Justiça. O advogado Manoel Alceu Affonso Ferreira, defensor deste ansioso blogueiro, botou o Ricardo Sérgio para correr.)

Tem a lavagem de dinheiro de diamantes, operação que contou com o brilho do Ricardo Sergio.

Ricardo Sergio foi quem criou o “business plan” – mostra o Amaury – para as operações subsequentes do banqueiro condenado, Daniel Dantas – e do genro e filha do Cerra.

Lá está, em todas as tintas, o doleiro Messer, que conhece a alma tucana ainda melhor do que o Ciro Gomes.

Ricardo Sergio aparece de corpo inteiro ao receber propina para privatizar a Vale.

A Vale, aquela que, segundo o Fernando Henrique, foi vendida a preço de banana a pedido do Cerra.

- Um último item deste roteiro para levar o Cerra ao PF Hilton seria acompanhar os documentos que o Amaury publica sobre suas relações com a empresa de arapongagem e montagem de dossiês, a Fence.

A Fence foi trabalhar para o Governo de São Paulo, jestão Cerra, sem licitação …).

A Fence, do “Dr. Escuta”, trabalha para ao Cerra desde os bons tempos do Marcelo Lunus Itagiba no Ministério da Saúde, onde a Roseana Sarney foi devidamente defenestrada da campanha presidencial de 2002.

A Fence voltou ao Governo de São Paulo, como Cerra, no âmbito da Prodesp, a empresa de processamento de dados (sigilosos, do Estado de São Paulo).

Um escárnio.

Ficou lá, a trabalhar para os altos desígnios eleitorais do Cerra, até que o Geraldo Alckmin rompesse o contrato.

Só a Fence e o “Dr Escuta” davam uns dez anos de cadeia ao Cerra (os mesmos dez que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis outorgou ao banqueiro condenado).

Se o Zé Cardozo e o brindeiro Gurgel quiserem trabalhar …

Muita gente achava que, se os discos rígidos fossem abertos, a República parava por dois anos.

Foi por essas e outras que a Douta Ministra Ellen Gracie, em boa hora substituída, estabeleceu notável Sumula Vinculante, que rege muitas decisões pelo país afora: Dantas não é Dantas, mas Dantas.

Muita gente achou que a Satiagraha ia sacudir o coreto dos tucanos.

E vai mesmo.

A I e a II.

Por isso, foi um Deus-nos-acuda e teve quem chamou o Presidente “às  falas”.

O Amaury tranquilizou todo mundo.

Deixa os discos rígidos, adormecidos, sob as doutas nádegas do Ministro Eros Grau, que os sequestrou do Juiz De Sanctis.

A Satiagraha I daqui a pouco ressuscita, apesar do Dr Macabu.

Mas, antes disso, as vísceras tucanos vieram à mostra.

Zé e brindeiro: ao trabalho !


Paulo Henrique Amorim