terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A desfaçatez, o cinismo, a hipocrisia na anáilise de Merval sobre livro Privataria

Merval ataca livro na CBN. E “Privataria” vende, vende…



Acabo de ouvir o “debate” entre o imortal Merval Pereira e o âncora Carlos Alberto Sardemberg sobre o livro de Amaury Ribeiro Júnior na rádio CBN.
“A privataria tucana” é desqualificado como livro e seu autor acusado de ter sido um violador de sigilos fiscais dos parentes de José Serra, embora não haja ali um dado fiscal relativo a eles e todos os documentos sejam da CPI do Banestado, da Junta Comercial de São Paulo e de cartórios.
A argumentação sobre o livro é, basicamente, a seguinte:
1- Amauri não prova a ligação das boladas transferidas do exterior com a privatização das empresas públicas feitas no Governo FHC;
2- Não é crime ter empresas em paraísos fiscais, porque grandes empresas, como a Petrobras – que teria uma empresa na Holanda -  as possuiriam também, para agilizar seus negócios e
3-As privativações já teriam recebido um atestado de honestidade pelo TCU, pela Justiça e pelas CPIs que as investigaram.
Ah, e um argumento pleno de “mérito”: as denúncias não seriam novas e Amaury é um homem processado por violação de sigilo.
Bem, de fato, não são novas. Porque faz anos que todos sabem, a começar pela grande imprensa, que as privatizações estiveram eivadas de pressões e negociações obscuras, “no limite da responsabilidade” como disse um de seus personagens.
O que o livro de Amaury Ribeiro faz de novo é provar, através de documentos, que existem situações inexplicáveis envolvendo seus personagens – e é bom lembrar que é o próprio FHC quem disse que ninguém fez mais pressão para privatizar a Vale e a Light que José Serra.
De fato, o livro não traz uma fotografia de alguém pegando um maço de dinheiro como nos panetones de Arruda. Até porque o montante dos negócios da privatização não era de milhões, mas de bilhões e não envolvia pequenos fornecedores, mas gigantes internacionais. Mas mostra o mecanismo usado para transferir recursos entre os beneficiários da venda das empresas e os supostos facilitadores do negócio.
Quanto a ter uma empresa em paraísos fiscais, é claro que muitos podem ter, seja uma empresa que faz negócios internacionais sejam aqueles que, por outras razões, as desejem ter, como fez o sr. Paulo Maluf nas Ilhas Jersey. Seria o caso de saber se Sardemberg e Mercal seriam tão compreensivos se, por exemplo, a filha da então candidata Dilma tivesse uma delas, nas Ilhas Virgens.
Mas é intrigante e todos gostariam se saber destes atestados de honestidade e, sobretudo, das CPIs que investigaram as privatizações federais. Devo ter deixado de ler os jornais. Ao contrário, só soube que a CPI do Setor Elétrico foi enterrada por um acordão entre o PT, o DEM, o PSDB e o PMDB, além de pequenos partidos. A CPI da Vale, solicitada pelo Deputado Brizola Neto, não alcançou número para ser instalada e a da Telefonia…alguém viu?
Quanto ao fato de Amaury estar sendo processado por uma quebra de sigilo que ele nega e da qual não resultou exposto nenhum documento protegido por este segredo legal isso, no máximo, o igualaria à filha de José Serra, que também responde por quebra de sigilo – este, bancário – não de algumas ,mas de 60 milhões de pessoas e que, com provas categóricas, como a reportagem da Folha mostrada aqui, expuseram o que não tinham direito legal de expor.
Mas, como é fácil compreender, Merval e Sardemberg não tem limites quando se trata de defender as privatizações e José Serra. Não se ia esperar mesmo deles uma análise ponderada dos fatos. Mas, sim, uma visível “tabelinha” para desmoralizar o livro.
O problema é que, justamente por isso, “A Privataria Tucana” não pára de vender, mais e mais. Recebo uma informação da Geração Editorial de que já não são mais 100 mil, mas 120 mil os exemplares da tiragem até agora mandada rodar.
Repercussão que já cruzou o Atlântico e bateu lá no jornal português Ionline, cuja matéria ilustra o post e pode ser lida, em pdf, aqui.

Maia cria CPI amanhã às 12h


O Deputado Protógenes Queiroz acaba de postar no twitter: Marco Maia, presidente da Câmara, marcou com ele, Protógenes, no próprio gabinete do Maia, nesta quarta feira, às 12 horas, a criação da CPI da Privataria.

Antes o Conversa Afiada tinha publicado:

No programa Entrevista Record Atualidade, que vai ao ar nesta terça-feira, na Record News, às 22h10, logo após o programa do Heródoto Barbeiro, o deputado Protogenes Queiroz, do PC do B/SP, confia em obter 200 assinaturas para a CPI da Privataria.

O mínimo necessário para instalar uma CPI na Camara são 171 assinaturas.

O que é inédito, segundo Protógenes, ainda mais que há assinaturas de deputados tucanos, do DEM, como o Ephraim Filho, e Almeida Lima, do PPS. 

Protógenes tinha esperança de, ainda nesta terça-feira, conseguir a do deputado ACM Neto, do DEM da Bahia.

E o presidente da Camara, Marco Maia, instala ou não instala a CPI, perguntou o ansioso blogueiro ?

Ainda no incio da tarde desta terça-feira, Protogenes recebeu de um intermediário a confirmação de que Maia vai cumprir o regulamento: com as assinaturas mínimas, instala a CPI.

Sobre o recurso aqui mencionado por Mauricio Dias – “Protógenes pode levar a CPI ao Supremo” – Protógenes reconheceu que existe este recurso, que o brasileiro pode, sempre, confiar no Supremo, mas acredita que a própria Câmara saberá reagir aos anseios das redes sociais, da mídia alternativa e da voz das ruas – e instalar a CPI.

Sobre o livro “A Privataria Tucana “, do Amaury Ribeiro Junior – que dá origem à CPI- e as apuracões da Operação Satiagraha que ele presidiu, Protógenes disse que “são as mesmas pessoas de sempre “, que ele conhece desde que trabalhou na apuracão da lavagem de dinheiro no Banestado.

O tesoureiro das campanhas do Cerra e FHC (Ricardo Sergio de Oliveira), a figurinha carimbada do Daniel Dantas, Naji Nahas, a filha do Cerra, a irmã do Dantas, os doleiros Messer, Matalón e Toninho da Barcelona – todos “velhos conhecidos”.

E com a CPI da Privataria, o brasileiro poderá saber onde foi parar o dinheiro apurado com a venda do patrimônio nacional ?

Eles diziam – continua o raciocínio de Protógenes – eles diziam que iam vender a Vale para botar dinheiro na Saúde, na Educação.

Onde foi parar esse dinheiro ?

Protógenes insiste em dizer que vai chamar para depor o presidente do Banco Central no Governo FHC, Armínio Fraga.

Protógenes quer saber por que Armínio Fraga não acabou com o regime das chamadas CC-5, uma forma deslavada de lavar dinheiro. 

Protógenes investigou a fundo a composição da dívida externa brasileira, sobretudo, a relação dela com o banco francês Paribas.  

Protógenes tem certeza de que o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, diante do livro do Amaury, que corrobora a investigação da Satiagraha, saberá apressar o recurso ao Supremo que reavivará a Satiagraha, abatida provisoriamente no STJ, por obra de um Dr. Macabu.

O STJ considerou que a Satiagraha estava “contaminada?”, porque diante do boicoto de Luiz Fernando Corrêa, diretor da PF,  ao trabalho de Protógenes, a Satiagraha recorreu a funcionários da ABIN para localizar endereços no Google.

Um crime !

Uma contaminação letal, bradou o Dr Macabu, que tem um filho no escritório de um dos 4004 advogados de Daniel Dantas, o banqueiro condenado a dez anos cadeia.

Ponderou Protógenes:

Esse raciocínio do Dr. Macabu contamina TODAS as Operações da Policia Federal, que recorre rotineiramente – e legalmente – ao Banco Central, ao Ministro da Fazenda, à Receita Federal …

Protógenes não tem duvida do espírito cívico do Dr. Gurgel, que lidera uma instituição – o MPF – que os brasileiros respeitam e admiram.

Paulo Henrique Amorim

A justiça e os seus paradoxos



Mauro Santayana


O Ministro Marco Aurélio de Mello contestou, em decisão liminar, os poderes do Conselho Nacional de Justiça, exatamente no último dia de trabalho normal do STF, antes do recesso de fim de ano. Se o Ministro, conhecido por suas resoluções inusitadas, escolheu esta véspera de Natal, terá tido suas razões. Em política – e é de política que se trata, porque tudo é política – não há coincidências. Há circunstâncias. Só o ministro sabe quais são as suas, e todas as especulações se fazem ociosas.


Sua excelência é daqueles magistrados que não se escondem das luzes. É de seu costume opinar sobre todas as coisas, e nisso não está só no mais alto tribunal do país. O mundo mudou, estamos na época em que todos desejam comunicar-se com todos, e a nova Babel se ergue em tijolos de quilobaites. Houve um tempo  em que os juízes só se manifestavam nos autos. É certo que em todos os tempos e em todos os lugares, o ato de julgar tem sido difícil. Os juízes não são infalíveis. Nada há de perfeito no mundo, e por mais isentos queiram ser os magistrados, eles são feitos do mesmo barro de que se fazem os outros homens. De qualquer forma, com seus erros, quando os há, e seus acertos, que são mais importantes, a sociedade precisa de juízes e de tribunais. Deles não pode prescindir.


O que faz democráticas as sociedades é o sistema de múltiplo controle de seus membros e de suas instituições. A consciência da vida, de que só os seres humanos são dotados, reclama regras de convivência e sua observância, ou seja, as leis. Os homicídios, por exemplo, devem ser punidos, para impedir que o instinto de répteis, que ainda atua no fundo do cérebro, prevaleça. Em 2007, segundo dados oficiais, havia 90.000 casos de homicídios não resolvidos, ou seja, sem punição para os seus autores.  Em conseqüência da ineficácia da polícia e da morosidade da justiça, somos um dos países mais inseguros do mundo. Os que furtam para comer – e os códigos penais de quase todos os países civilizados aceitam a condição atenuante – devem ser perdoados, o que não tem ocorrido aqui. O direito à vida é anterior ao direito à propriedade, como os princípios éticos reconhecem.


Os julgamentos não são equações matemáticas, em que para tais e quais fatores só pode haver uma conclusão (embora haja teorias que admitem mais de uma resposta, ou nenhuma resposta, para alguns problemas). Os juizes são pessoas que julgam atos pessoais, e julgam com seus próprios instrumentos intelectuais e éticos. A balança pode ser precisa, mas os pesos, como sabemos, costumam variar. E chegamos a uma penosa conclusão: a de que há juízes que cometem atos ilícitos. No passado, era quase impossível conhecer seus desvios e puni-los, mas nos últimos anos alguns deles foram denunciados, indiciados, processados e condenados.


Todos sabemos que há  conflito entre a Ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, e alguns membros do Supremo Tribunal Federal, entre eles o Ministro Marco Aurélio, a propósito do Conselho Nacional de Justiça. É normal – e até desejável – que os altos magistrados brasileiros divirjam: na justiça, como em todas as outras atividades humanas, toda ortodoxia, todos os dogmas – mesmo os tidos como clássicos em Direito – merecem ser vistos com  sábio ceticismo. O conhecimento – e nele se reúnem os do saber jurídico, o dos fatos em si, o do peso das circunstâncias – é sempre uma possibilidade, jamais uma certeza. Todos os juízes, diante dos autos, são acometidos da razão socrática: sabem que conhecem pouco do que vão julgar. Antes de uma decisão, os bons juízes refletem muito, apelam para a razão e, aqueles que nele crêem, suplicam pela ajuda de Deus.


Mas é preciso que haja instituições que zelem pela retidão dos juízes. Que o juiz se equivoque, por falta de informações completas, ou por não encontrar a relação do delito com as leis penais, não o faz passível de reparos ou punição. O que os torna delinqüentes é o dolo. Para os equívocos existem as instâncias de apelação, mas, para o comportamento doloso, devem atuar órgãos como o Conselho Nacional de Justiça. O CNJ é composto por magistrados escolhidos, em sua maioria, pelos tribunais e, em minoria, pela OAB e pelo Parlamento. Em sua composição, de 15 membros, todos são profissionais do Direito, com a exceção de “dois cidadãos”,  de notório saber jurídico e reputação ilibada, conforme o artigo 102-B, da Constituição.


Os juízes, mediante sua associação corporativa, contestam esse poder do CNJ – e preferem que o órgão não  avoque o exame das denúncias, antes que elas sejam investigadas no âmbito do tribunal em que ocorram. Trata-se de uma posição corporativa, que não deve prevalecer. É preciso que haja  instituição distanciada das relações pessoais com os acusados, para que o exame dos atos imputados se faça com a imparcialidade possível, ainda que sujeita à condição humana dos investigadores e julgadores.


Se a sociedade for consultada, ela dirá que, sim, que é preciso que os juízes sejam fiscalizados e investigados e, se for o caso, processados. Nesse caso, não há dúvida de que a opinião nacional está com a Ministra Eliana Calmon. Enfim, como advertiam os latinos, corruptio optimi pessima est.

Protógenes derrota Dantas no STF. Jogo começa a mudar



FHC com o martelo do leilão da Telebrás. À direita, o Mendonção. Se arrependimento matasse ...

Saiu em Notícias STF: 

Arquivado pedido de inquérito de Daniel Dantas contra o deputado Protógenes Queiroz

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli arquivou petição (PET 4937) pela qual o banqueiro Daniel Valente Dantas solicitava a instauração de inquérito contra o deputado federal Protógenes Pinheiro Queiroz (PCdoB-SP) para apurar a suposta prática dos delitos de divulgação de segredo (artigo 153, parágrafos 1º-A e 2º do Código Penal – CP) e de violação de sigilo funcional  (artigo 325 do CP).

O motivo alegado por Daniel Dantas seria a divulgação, em 7 de agosto deste ano, de material sigiloso referente à chamada “Operação Satiagraha”, levada a efeito pela Polícia Federal a partir de 2004  contra o desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro, que resultou na prisão, determinada pela 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, de banqueiros (entre eles Daniel Dantas), diretores de banco e investidores, em 8 de julho de 2008. A operação foi comandada pelo então delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz.

Segundo Daniel Dantas, tais dados sigilosos consistiriam em arquivos digitais referentes, entre outros, a laudos técnicos elaborados pela Polícia Federal contendo arquivos de mídia idênticos a “material apreendido nos domínios de Protógenes Queiroz e (do escrivão da Polícia Federal) Walter Guerra Silva por ordem do juízo da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, nos autos da Ação Penal nº 2008.61.81.011893-2, hoje convertida na Ação Penal nº 563, em trâmite no STF”.

Decisão

Em sua decisão, o ministro Dias Toffoli baseou-se em parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que sugeriu o arquivamento do processo por considerar que os documentos que instruem o feito não contêm indícios concretos da participação do deputado Protógenes Queiroz nos fatos narrados, “não havendo, assim, subsídios ou elementos que possam justificar a instauração de investigação criminal contra o parlamentar”.

Segundo o procurador-geral da República, o agora deputado foi condenado pelos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual, por ter revelado dados sigilosos a jornalistas sobre a Operação Satiagraha, bem como pela posterior edição das filmagens realizadas pela imprensa no possível intuito de ocultar tais circunstâncias”.

Entretanto, segundo o procurador, os anexos dos autos da PET 4937 mostram que o material cuja divulgação é atribuída ao deputado foi apreendido nos meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009, “não havendo nos autos qualquer elemento concreto no sentido de que o parlamentar ou o outro representado (Walter Guerra Silva) ainda tivessem acesso aos citados arquivos digitais”.

Além disso, ainda segundo o procurador-geral, conforme relatado nos autos, ambos os sítios eletrônicos foram criados por grupos de hackers anônimos, não havendo indícios de que Protógenes Queiroz tenha sido um dos responsáveis pela divulgação indevida.

O ministro Dias Toffoli observou, em sua decisão, que, “em hipóteses como a presente, na linha da orientação jurisprudencial firmada nesta Suprema Corte, não há como deixar de acolher o requerimento do Parquet (Ministério Público), assentado nos elementos fático-probatórios dos autos, que não justificam a instauração da persecução penal contra o requerido com prerrogativa a de foro perante esta Suprema Corte”. Tal  prerrogativa decorre do fato de Protógenes Queiroz ser deputado federal, com direito, portanto, de ser julgado pelo STF.

Citando precedentes (Inquéritos 510,  719 e 1538, entre outros), o ministro Dias Toffoli observou que a jurisprudência do STF “assevera que o pronunciamento de arquivamento (do procurador-geral da República), em regra, deve ser acolhido, sem que se questione ou se entre no mérito da avaliação deduzida pelo titular da ação penal”.

Conforme  lembrou o ministro Dias Toffoli, estão ressalvadas apenas duas hipóteses – atipicidade da conduta e extinção da punibilidade –, em que o Tribunal poderá analisar o mérito das alegações trazidas pela Procuradoria-Geral da República.

Navalha
Como disse o Galvão Bueno, depois que a Holanda empatou: a coisa já esteve melhor para o banqueiro condenado a dez anos de cadeia.
Clique aqui para ler “Protógenes confia em 200 assinaturas para a CPI da Privataria “, que pega Dantas de cima abaixo.
Como diz o Conversa Afiada, quem encosta no Dantas apodrece.
Paulo Henrique Amorim

Pará: ex-governadora Ana Júlia ganha boquinha de R$ 30 mil



Pará: ex-governadora Ana Júlia ganha boquinha de R$ 30 milFoto: DIVULGAÇÃO

DERROTADA NA ÚLTIMA ELEIÇÃO ESTADUAL, QUANDO ENTREGOU O GOVERNO PARAENSE AO TUCANO SIMÃO JATENE, PETISTA FOI INDICADA PARA A DIRETORIA FINANCEIRA DA BRASILCAP, QUE TEM COMO SÓCIO MAJORITÁRIO O BANCO DO BRASIL

Por Agência Estado
20 de Dezembro de 2011 às 09:37Agência Estado
Onze meses e meio depois de entregar o governo do Pará ao tucano Simão Jatene, que a derrotou na eleição de 2010, a ex-governadora Ana Júlia Carepa (PT) foi indicada para a diretoria financeira da Brasilcap, empresa que tem como sócio majoritário o Banco do Brasil Seguros e Participações.
A informação de que Ana Júlia foi indicada para a diretoria foi dada ao Grupo Estado pela empresa, sob a justificativa de que se trata de uma escolha dos sócios: BB Seguros e Participações (66 66% das ações), Icatu Seguros S.A (16,67%), Companhia Seguros Aliança da Bahia (15,8%)e sócios minoritários (0,87%). Ana Júlia terá salário de cerca de R$ 30 mil mensais.
Funcionária de carreira do Banco do Brasil, Ana Júlia estava afastada de suas atividades profissionais havia cerca de 20 anos. Nesse período, foi presidente do Sindicato dos Bancários, deputada federal, senadora e governadora do Pará. Tentou a reeleição, mas foi derrotada. Logo depois do resultado das urnas ela tentou cavar um lugar na direção do Banco do Amazônia (Basa). Mas nada conseguiu.
Como havia uma vaga na diretoria da Brasilcap, o PT do Pará passou a pressionar pela indicação da ex-governadora a partir de outubro. Caso a nomeação seja confirmada, Ana Júlia integrará um colegiado que é composto pelo presidente da Brasilcap, Marcos Lobão; o diretor comercial, Joilson Rodrigues Ferreira; e Rogério Leite, diretor.
Ana Júlia integra uma corrente minoritária dentro do PT, a esquerdista Democracia Socialista (DS), a mesma do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence. Durante o governo dela (2007/2010), foi acusada pelos próprios companheiros petistas de só dar importância à ala à qual pertence, governando de costas para o restante do PT.
Filiado ao PT do Pará, o hoje ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi obrigado a fazer uma intervenção no secretariado de Ana Júlia quando era ministro das Relações Institucionais do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tamanha era a confusão dentro do próprio partido.
Apesar das críticas que sofreu tanto por parte de petistas quanto da população quanto à sua forma centralizadora de governar, o que acabou sendo o fator preponderante para a derrota de Ana Júlia na tentativa de reeleição não foi a política, mas a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Os eleitores acabaram responsabilizando a ex-governadora pela escolha do Estádio de Manaus para a Copa e não o de Belém. Isso foi fatal para as pretensões políticas de Ana Júlia.

Soninha, 4 anos depois, denuncia caixinha no PT



Soninha, 4 anos depois, denuncia caixinha no PTFoto: DIVULGAÇÃO

VEREADORA DE SÃO PAULO AFIRMOU TER SIDO COBRADA PELO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO PARA REPASSAR 5% DOS SALÁRIOS DOS FUNCIONÁRIOS DE SEU GABINETE, FILIADOS OU NÃO, ENTRE 2005 E 2007, QUANDO MILITAVA NA SIGLA. “AGORA QUE ELA VEM FALAR DISSO?”, IRONIZOU O ATUAL PRESIDENTE DO PT PAULISTANO, ANTÔNIO DONATO

20 de Dezembro de 2011 às 11:49
247 – A vereadora de São Paulo Soninha Francine (PPS) denunciou a existência de caixinha no PT, partido pelo qual militou entre 2005 e 2007. Segundo a pré-candidata à prefeitura da capital paulista, que concedeu entrevista ao site Congresso em Foco, o diretório municipal do partido exigia que ela repassasse 5% do total de R$ 60 mil mensais disponíveis para cada um dos 12 vereadores, à época, para as despesas do gabinete, independente da filiação. “Eu achava isso um absurdo. Todo mês a gente quebrava o pau”, contou Soninha ao portal. No início de dezembro, o noticiário brasiliense publicou documentos que compravam o mesmo esquema realizado no Partido Social Cristão (PSC), que também ficava com 5% dos salários dos funcionários comissionados da Câmara.
Licenciada para atuar numa autarquia do governo do estado, a vereadora denunciou: “A direção partidária exigia uma porcentagem sobre a gratificação de todos os assessores nomeados no gabinete, fossem eles filiados ao PT ou não”. Em resposta às denúncias, o líder do PT na Câmara de Vereadores e ex-presidente municipal da legenda, Ítalo Cardoso, negou a cobrança de valores de funcionários sem filiação ao partido. Segundo ele, só filiados são obrigados a contribuir. “Se a Soninha tem outro tipo de relação, eu não tenho nada com isso”, afirmou. Cardoso garantiu que a cobrança compulsória da ‘caixinha’ de funcionários ligados ao PT nunca existiu e até hoje não existe. O atual presidente do diretório municipal, Antônio Donato, afirmou que a cobrança é feita apenas aos filiados do partido, e ironizou Soninha: “Agora que ela vem falar disso?”. Tanto Cardoso como Donato afirmaram que Soninha deve recorrer à Justiça. “Se teve algum problema com ela, ela que procure o que achar de direito”, avaliou o presidente do PT local.
Segundo a reportagem, Soninha reconhece que parte dos funcionários de seu gabinete à época eram filiados ao PT e contribuíam por força do estatuto, apesar de haver uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral que considera também essa hipótese ilegal. Mas sustentou a versão de que a cobrança era feita sobre todos e que a pressão era constante. “Vinha sempre alguém representando o diretório zonal: ‘Ó, tá na hora de pagar a contribuição mensal. São 5% sobre a GNA [nome da verba de gabinete disponível para contratar funcionários]’”. Confirmada a versão de Soninha, a reportagem estima que o PT municipal poderia arrecadar R$ 36 mil mensais em todos os 12 gabinetes de vereadores, ou R$ 468 mil por ano. Para a vereadora, trata-se de uma apropriação de dinheiro público em benefício de uma instituição privada, um partido político.

Serra, que não queria, vê que Kassab não o quer



Serra, que não queria, vê que Kassab não o querFoto: DIVULGAÇÃO

COM REJEIÇÃO NAS PESQUISAS E RESPINGADO PELO LIVRO A PRIVATARIA TUCANA, JOSÉ SERRA, QUE SEMPRE DISSE NÃO QUERER SER CANDIDATO A PREFEITO, VÊ AGORA QUE NÃO O QUEREM; PUPILO GILBERTO KASSAB JÁ BUSCA ALTERNATIVAS: VICE-GOVERNADOR AFIF, EX-PRESIDENTE DO BC MEIRELLES E ATÉ O SECRETÁRIO SCHINEIDER!

Por Agência Estado
20 de Dezembro de 2011 às 09:50Agência Estado
Marco Damiani _247, com Agência Estado – No curto espaço de tempo em que foi prefeito de São Paulo, entre 2005 e 2006, José Serra deixava claro aos seus principais auxiliares que não gostava de exercer o cargo. Nos últimos tempos, ele vem negando a seus interlocutores a vontade de ser candidato a prefeito mais uma vez, no que muitos interpretam como um jogo de cena, que esconde sua necessidade de concorrer ao cargo para recuperar um mandato de destaque. Agora, porém, depois que pesquisas de opinião apontaram altos índices de restrições contra ele e, ainda, o sucesso editorial A Privataria Tucana disseminou suspeitas sobre sua conduta, Serra começa a conhecer a rejeição de seus maiores aliados. Já está sendo assim com o prefeito Gilberto Kassab, que parecia ter reservado ao seu PSD como legenda auxiliar para apoiar o PSDB na recondução de Serra à Prefeitura, mas que, na prática, está à cata de outro nome para concorrer.
A cada oportunidade, Kassab procura estimular os pré-candidatos Guilherme Afif Domingos, vice-governador do Estado, Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e até mesmo o seu secretário de Educação, Alexandre Schineider.
“É uma pessoa qualificada, já foi secretário adjunto de governo, quer continuar na vida pública. Não tenho dúvida nenhuma de que um dia ele poderá ser prefeito e, se for, será um grande prefeito”, afirmou Kassab ontem em entrevista à TV Estadão.
Caso não haja o acordo com os tucanos, o prefeito trabalha para que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, saia candidato pelo PSD. Ocorre que o economista tem resistido à proposta. Schneider, então, passou a ser apontado como uma opção.
“Nós temos efetivamente muito a mostrar na educação. Se tem algo de que nos orgulhamos, são esses resultados. Schneider é o que ficou mais tempo na secretaria, quase sete anos, por sua qualidade, inteligência e identidade com o tema”, disse o prefeito em relação ao secretário, que migrou do PSDB para o PSD. Os pré-candidatos do PMDB, Gabriel Chalita, e do PT, Fernando Haddad, tem a educação como foco principal de atuação.
O prefeito quer um candidato próprio para defender o seu legado. Petistas e tucanos, por exemplo, já ensaiam bombardear a atual gestão na campanha.
À Folha, em entrevista publicada hoje, Kassab, declarou publicamente sua preferência por outro canditado à prefeitura da capital paulista, no lugar de José Serra: Afif. Leia trechos da entrevista.
Folha - O sr. começará seu último ano de mandato com avaliação em queda, os bens bloqueados e um dos principais projetos, a inspeção veicular, contestado judicialmente.
Gilberto Kassab - Na verdade, contestado pelo Ministério Público. Todos sabem o respeito que eu tenho pelo Ministério Público. Mas o Ministério Público contestar não quer dizer que ele está certo. Cabe ao Poder Judiciário depois dirimir quaisquer dúvidas. Se o Ministério Público estivesse certo sempre, não precisaria ter eleição, eles governariam.
De qualquer maneira, o sr. entra nesse último ano com a avaliação negativa.
As coisas vão muito bem na prefeitura. Todos os programas, todas as áreas. É muito importante saber compreender as pesquisas. A interpretação das pesquisas, para quem está dentro da gestão, é muito favorável.
Muita gente associa a queda de avaliação ao fato de o sr. ter passado este ano muito dedicado à criação do PSD.
Não é verdade. Eu acordo cedo, durmo tarde, me dedico à cidade todos os dias, minha agenda é pública. E por isso, pela ação de todos os secretários e suas equipes, que as coisas estão acontecendo.
O sr. tem dito que sua avaliação será feita nas urnas. Acha essencial ter um candidato que vá defender sua gestão?
Não. O candidato não pode ser escolhido em função dessa questão. O candidato tem de ser escolhido em função de suas qualidades, que seja alguém efetivamente identificado com a cidade e que seja um bom gestor, uma pessoa preparada para ser prefeito.
O sr. tem defendido aliança com o PSDB, mas também propugna que o candidato seja do seu partido.
Não é verdade. Tanto é que eu sempre dou prioridade para a candidatura de José Serra. Não há, da nossa parte, essa questão compulsória que seja um candidato do PSD.
O que eu tenho dito é que é importante mais uma vez que seja escolhido o melhor candidato da aliança. E eu tenho dito sempre que a aliança tem dois bons candidatos hoje, que são o Serra e o Afif.
O sr. acha que um dos dois aceitará ser candidato?
Vamos deixar para janeiro, para conversar com eles. O Serra já tem dito com muito mais clareza que não será candidato. O Afif, em algumas conversas preliminares, tem manifestado a intenção de colaborar, caso a aliança entenda que possa ser ele o candidato, ele analisaria.
O sr. fez ou fará um aceno ao governador Geraldo Alckmin de que, se houver aliança em 2012, o sr. prontamente apoiaria a reeleição dele em 2014?
É evidente. Se estamos numa aliança, se essa aliança é renovada em 2012, é evidente que a sequência natural é ela continuar em 2014. Se ele é o governador e é candidato à reeleição, teria o nosso apoio.
O sr. acha os quatro pré-candidatos do PSDB viáveis?
Não quero ser desrespeitoso com ninguém. São pessoas que considero amigas, que têm história na vida pública. Eu prefiro não fazer nenhuma manifestação agora, até porque estão disputando prévia. Eu posso afirmar que, com certeza, os candidatos que eu vejo identificados e possíveis de serem apoiados pela aliança são o Serra e o Afif.
O Datafolha mostra grande influência do ex-presidente Lula na eleição. O sr. teme que o PT volte a vencer em São Paulo?
Não sei por que temer. Defendo alternância no poder. O ex-presidente Lula é uma pessoa muito bem avaliada, tanto é que se elegeu, se reelegeu e fez sua sucessora.
Mas já era há quatro anos, quando apoiou a Marta, e eu venci. Não quero dizer que não seja importante, mas se fosse definitivo não precisava haver eleições. Era só esperar 1º de janeiro para passar a faixa para Haddad.
Qual a influência de José Serra no seu governo?
Uma influência grande, de quem é ouvido, de quem foi eleito num primeiro momento, e tem aqui ainda uma equipe que deixou como legado. É uma pessoa presente na administração.
Ao mesmo tempo que o sr. fala em aliança com o PSDB em SP seu partido está próximo à presidente Dilma. É difícil se manter no fio da navalha?
Não é verdade. É um partido independente no plano federal e que até 2014 será independente. Portanto, não há a menor possibilidade de estarmos integrados ao governo da Dilma. Porque este é o nosso compromisso.
Se Dilma oferecer um ministério ao PSD na reforma ministerial a resposta será não?
Será não. Posso lhe afirmar. Caso ela queira convidar alguém que é filiado ao partido, essa pessoa, se quiser aceitar, terá de se afastar temporariamente. Não será uma indicação partidária.
Eu não me sinto à vontade de apoiar o governo da presidente Dilma. Eu não a apoiei na eleição, apoiei o Serra. Posso recomendar que os deputados votem a favor de seus projetos, como na DRU, mas não integrar o governo.
Caso em 2014 se repitam os mesmos candidatos, Dilma e Serra, o sr. manterá a posição?
É muito difícil eu não ficar ao lado do ex-governador Serra. Mas a posição do partido será uma. Essa é a minha posição pessoal. O partido vai definir com toda a liberdade, terá sua convenção. Não é porque eu sou presidente do partido que eu sou dono.
Na sabatina da Folha, em junho, o sr. deu nota dez à sua gestão. Que nota dá agora?
Dez de novo. Só falta você achar que uma gestão não vai dar dez. Significa não acreditar no que está sendo feito.
Mas dez não significa que não há mais nada a ser feito?
Não. É dez dentro de sua intenção, de sua conduta.