quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Rancor com a imprensa é tema de entrevista de Dunga à revista ESPN



Treinador da seleção brasileira de 2006 até a eliminação da Copa do Mundo de 2010, Dunga foi entrevistado pela revista ESPN. A conversa com o técnico de futebol foi conduzida pelo jornalista Marcelo Gomes, ocupou seis páginas das 74 produzidas pela publicação e rendeu a capa da edição deste mês. Um dos temas abordados pela publicação foi a relação do ex-atleta com a imprensa.

“Não guardo rancor. Faz mal à saúde”, disse Dunga durante a entrevista concedida à ESPN e que foi dividida em 22 perguntas. Apesar da frase, que representa o título da matéria, o ex-técnico da seleção afirma que se o povo brasileiro não o conhece é devido ao que a “televisão coloca”. De acordo com ele, a mídia o definiu como alguém carrancudo, briguento, chato e que não se dá com ninguém. O capitão do tetra declara ser uma pessoa oposta ao que foi divulgado, alguém que consegue manter um ambiente tranquilo por onde está.

Questionado por Marcelo Gomes se o fato de ter batido de frente com a TV Globo determinou sua demissão do comando da seleção de futebol, Dunga discordou do repórter da revista ESPN e afirmou que nunca provocou nenhum emissora enquanto esteve à frente do selecionado brasileiro. O treinador elogiou a equipe do ‘Jornal Nacional’, informando que foi tratado com respeito pelos profissionais do noticiário, mas que outras pessoas da emissora, e de outros veículos de comunicação, se sentiram contrariados com as regras impostas pela CBF.

Integração das mídias
A entrevista de Dunga publicada pela revista ESPN foi pauta para os demais meios do grupo. Nesta semana, a rádio Estadão-ESPN entrevistou o editor-chefe da publicação, Leonardo Mendes Júnior, para divulgar a revista e discutir com os demais comentaristas da empresa a conduta de Dunga como líder da seleção. Os canais ESPN também repercutiram que o ex-volante é capa de janeiro do impresso.

Tendo Dunga como tema, a própria revista informa que no dia 28 o programa ‘Histórias do Esporte’ será especial com o treinador.

Igreja Universal colocará fieis devedores no SPC e SERASA




Medida foi tomada pelos Bispos para reduzir a inadimplência no pagamento do dízimo 
A Igreja Universal vai enviar para o SPC/SERASA os fieis que estão com o pagamento do dízimo em atraso. A medida tomada pelos bispos com o objetivo de reduzir a inadimplência por parte dos fiéis. O departamento de finanças e arrecadação da Igreja, não informou a quantidade de inadimplentes, mas estimasse que os maus pagadores estão causando um prejuízo mensal de quase 1 bilhão de reais.

Quem estiver devendo o dízimo e não quiser ter o nome incluso no SPC ou SERASA, deve entrar em contato com a Universal para renegociar a dívida, podendo parcelar no cartão de crédito o débito, com uma baixa taxa de juros de 72% ao mês.

Além da inclusão dos devedores no SPC e SERASA, a diretoria financeira pretende também cobrar multa, de rescisão de contrato, caso um fiel troque a Universal por outra igreja.

José da Silva Rodrigues Pimenta Pereira, disse que acha justa a medida da Universal, pois vai fazer com que os fieis sejam pontuais com o dinheiro de Deus. “Eu ganho 500 reais, e pago 200 reais pra Universal, nunca atrasei um pagamento, e tem gente que ganha muito mais que eu e atrasa, não acho justo, a Universal tem que tomar uma medida mesmo”, disse José ao repórter de G17.


Medida foi tomada pelos Bispos para reduzir a inadimplência no pagamento do dízimo\

http://www.g17.com.br/noticia.php?id=75

Autor de pedido de CPI da Privataria diz que Serra está desesperado



Para Protógenes Queiroz, Serra desrespeita o Congresso e deve explicações por "expedientes criminosos". Deputado diz que Aécio Neves o parabenizou pelo pedido de investigação

 
Autor de pedido de CPI da Privataria diz que Serra está desesperado
Delegado Protógenes disse que FHC se surpreendeu com atividades sombrias de Serra (Foto: Brizza Cavalcante / Ag. Câmara)
São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) disse nesta quarta (11) que é gesto de “desespero” a crítica de José Serra (PSDB) à CPI da Privataria. Na véspera, o ex-governador paulista Serra classificou de “palhaçada” a eventual instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, pedida por Protógenes, para investigar privatizações de estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. 
O deputado lembrou que as assinaturas colhidas para a abertura da comissão foram protocoladas em dezembro, com o apoio de 185 parlamentares – 14 a mais do que o mínimo exigido pela Constituição. “Na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), dará ao pedido. Mas será instalada”, acredita. Ele antecipou que logo após o carnaval os trabalhos da CPI já devem se iniciar.
A investigação decorre do livro A Privataria Tucana, do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Jr., que apresenta documentos e indícios de um esquema bilionário de fraudes no processo de privatização de estatais na década de 1990. Serra era o ministro do Planejamento, gestor do processo. Com documentos, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira de ter atuado como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas.
Questionado sobre as acusações contidas no livro, Serra primeiro chamou o conteúdo de “lixo”, depois chegou a desqualificar a CPI: "Isso é tudo uma palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço".

Para o parlamentar, o trabalho obscuro de pessoas próximas a Serra, desvendado por Ribeiro causou estranhamento nos próprios integrantes de seu partido, o PSDB. “Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu”, afirmou. Ele ainda relatou que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) o parabenizou pela iniciativa da CPI.
Protógenes viu na atitude de Serra um desrespeito ao trabalho parlamentar de investigação. “Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.”
Confira a entrevista:
Rede Brasil Atual: Como está a tramitação da CPI?
Protógenes Queiroz: 
A CPI ja foi protocolada e agora segue um rito regimental. Logo na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia, deu. Mas será instalada – logo depois do carnaval.
Qual foi a sua impressão do livro A Privataria Tucana?O livro traz vários fatos inéditos, não é uma reedição de fatos que já haviam sido publicados, pelo contrário. Ele se tornou mais que um livro, um documento que cruza com investigações da Polícia Federal, inclusive algumas que eu mesmo coordenei. O fato é que para o próprio PSDB tudo isso também foi uma surpresa, por isso que também houve a assinatura de vários parlamentares tucanos. É como aquela história do marido traído, que é sempre o último a saber e por terceiros.
Isso produziu alguma crise no PSDB?Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu, quer dizer, já colocando a posição de surpresa e neutralidade naquilo que o Serra liderou, nas privatizações.
Algum outro tucano falou alguma coisa?No dia em que entreguei a CPI, o Aécio Neves me abraçou, me dando os parabéns.
Qual deveria ser a posição do Serra neste momento?O Serra deve explicações ao Brasil. Não somente ele, mas também quem estiver ligado a ele, como o Ricardo Sérgio, o grande operador do PSDB. Será que ele foi o operador de todo o PSDB ou só do grupo e da família Serra? Mas é o Serra que deve dar as explicações mais detalhadas, ele é o sujeito que se servia de expedientes criminosos.
Ele chegou a classificar a CPI da Privataria de palhaçada.Ele foi um governador, como ele pode se expressar dessa forma? Ele está desrespeitando o Congresso Nacional e a vontade popular. Mas essa é uma expressão pela qual ele está acostumado, do próprio meio dele. Não é a expressão conveniente para um instrumento sério de investigação do Parlamento brasileiro, nem a expressão dos parlamentares que assinaram a CPI.
Por que acha que ele falou isso?Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.
Como você enxerga que será o trabalho da CPI?Nós vamos ter de ver se aqueles documentos do Amaury são verdadeiros ou não, e caso se confirmem vamos encontrar um foco de investigação e aprofundar.
O Serra será um dos convocados?Com certeza.
A CPI poderia comprometer o futuro do Serra?Em política tudo é possível. Depois que eu prendi o Paulo Maluf por 40 dias e ele foi eleito deputado federal, então tudo é possível. (Antes de seguir carreira política, Protógenes foi delegado da Polícia Federal e atuou em investigações de crimes de colarinho branco.)

Coaf: R$ 855,7 milhões em operações atípicas no judiciário




BRASÍLIA - Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostra que 369 juízes e servidores de tribunais movimentaram R$ 855,7 milhões entre 2000 e 2010 de forma atípica - ou seja, não há explicação imediata para a origem do dinheiro. Segundo o documento, 1.016 integrantes do Judiciário operaram R$ 274,9 milhões em espécie entre 2003 e 2010.

Os dados foram enviados em 2011 à corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, para instruir investigação sobre o aumento do patrimônio de membros do Judiciário. Nesta quinta-feira, a ministra encaminhou o documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como parte das explicações em ação na qual entidades de magistrados pedem o fim da investigação.

Em 2002, membro do TRT-RJ movimentou R$ 283 milhões

Na ação, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) acusam a corregedora de ter divulgado informações sigilosas de forma ilegal. Em dezembro, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, deu liminar suspendendo as investigações. A partir de fevereiro, o plenário do STF julgará o mérito da ação.

O relatório do Coaf mostra que em 2002 uma única pessoa do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio foi responsável por 16 movimentações financeiras no valor total de R$ 282,9 milhões. Em 2008, duas pessoas do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo e uma do Tribunal de Justiça da Bahia movimentaram R$ 116,5 milhões de forma atípica. As irregularidades concentram-se em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo e Roraima.
Os dados foram solicitados ao Coaf em julho de 2009 pelo ministro Gilson Dipp, antecessor de Eliana Calmon no cargo. A resposta chegou em fevereiro de 2011, quando Eliana já respondia pela corregedoria. Com o relatório em mãos, a ministra iniciou uma investigação contra pessoas que ganharam mais de R$ 500 mil entre 2006 e 2010. O primeiro tribunal na mira de Eliana foi o de São Paulo, onde havia o maior número de ocorrências.

Em sua defesa, a corregedora argumentou que, "ao contrário do sustentado pelas impetrantes, o simples acesso ao cadastro de identificação de magistrados e servidores sujeitos à fiscalização da Corregedoria Nacional de Justiça não caracteriza quebra de sigilo". Ela lembrou que há lei específica autorizando o CNJ e demais órgãos de fiscalização administrativa a obter esse tipo de informação para garantir seu papel de zelar pela moralidade no Judiciário.

A ministra negou ter vazado dados do relatório, como acusaram as associações. Ela acrescentou que pediu ao Coaf o fim do sigilo do documento, já que as próprias associações tinham divulgado o conteúdo à imprensa. O Coaf concordou, e, hoje, o documento é público.

A corregedora também afirmou que não promove investigação criminal acerca de juízes e servidores, como acusaram as entidades. "Uma conduta pode ser classificada ao mesmo tempo como ilícito penal, civil e administrativo. E é sob o enfoque administrativo que se concentra a apuração desta corregedoria", explicou. "Em momento algum buscou-se usurpar a competência policial ou do Ministério Público na persecução penal."

Eliana também se defendeu da acusação de que estaria investigando toda a magistratura e todos os servidores. E disse que só iniciou a investigação diante da recusa de tribunais em fornecer dados relativos ao patrimônio dos magistrados. Ela esclareceu que, se alguma movimentação atípica merecer investigação específica contra um magistrado, será aberto procedimento individual sigiloso. Segundo ela, tramitam hoje no CNJ 55 sindicâncias, sendo 17 sobre o suposto crescimento irregular de patrimônio de juízes e servidores.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/coaf-indica-8557-milhoes-em-operacoes-atipicas-no-judiciario-3653788#ixzz1jIdUexCx
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Acusado de praticar crime ambiental, ex-senador Gilvam está detido




O ex-senador Gilvan Borges (PMDB) foi detido agora há pouco em Macapá pela Polícia Ambiental acusado da prática de crime ambiental. Ele comandava uma operação de aterro numa área de ressaca que quer transformar em via para desafogar o trânsito na zona norte. “O governo não faz eu tenho que fazer”, disse ele.
Desde que perdeu o mandato de senador no final de novembro, Borges intitulou-se líder da oposição. Há poucos dias criou um governo paralelo e anunciou que ia fazer obras “em benefício do povo”. A primeira delas seria a abertura de uma via alternativa, ligando os bairros Marabaixo I e Marabaixo II para desafogar o trânsito na rodovia estadual Duca Serra.
Hoje à tarde quando iniciava o aterro da área, foi flagrado pela Polícia Ambiental, que além de detê-lo apreendeu o trator que estava sendo usado. Foi detido também o operador do trator.
Por telefone, de dentro do Ciosp onde está detido aguardando para prestar depoimento, Borges me disse que possui a licença ambiental e que sua detenção não passa de “perseguição” do governo. E ameaçou: “Agora mesmo que eles (o governo) vão se lascar na minha mão”.
“Fui preso porque quero salvar vidas”, exagerou, lembrando que ano passado ocorreram mais de cem acidentes de trânsito com 15 vítimas fatais na rodovia Duca Serra.
Borges disse que sua detenção hoje não vai parar as ações do “governo paralelo” e que nos próximos dias vai climatizar a Maternidade Mãe Luzia.
A movimentação de curiosos é grande na frente do Ciosp do Pacoval, onde o ex-senador está detido. O prefeito Roberto Góes (PDT) e deputados de oposição ao governo também estão no local.
O governador Camilo Capiberibe está viajando e a governadoraem exercício Dora Nascimentoainda não se manifestou sobre o assunto.
A Polícia Militar informou que o Batalhão Ambiental foi acionado pelo Centro Integrado de Operações Especiais (Ciods) através de denúncia de populares e que ao chegar no local constatou que Borges, com o uso de um trator, estava aterrando a área sem a devida licença dos órgãos ambientais para efetuar tal procedimento.
Como se trata de crime previsto na Lei9.605, a polícia conduziu o ex-senador para o Ciosp para que sejam efetuados os procedimentos legais.

Ministra Iriny Lopes: A Secretaria de Mulheres não teve nenhuma participação na MP 557



Ministra Iriny Lopes: “Eu não recebi minuta da Medida Provisória para opinar, eu não fui chamada para nenhuma discussão de mérito, eu não fiz parte de nenhum grupo de estudo ou de análise do que estava sendo proposto”. Foto: Lena Azevedo
por Conceição Lemes
–  Mas eu não participei, não!, disse-me, no início desta noite, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República.
– Como?!
– Eu não participei! Eu pago todos os preços das coisas que eu faço e falo, mas do que eu não fiz, não.
A Medida Provisória 557 institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna. Além da presidenta Dilma Rousseff, assinam-na os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento).
Prossegue a entrevista, que foi solicitada pela  ministra, para esclarecer a participação da Secretaria de Políticas para as Mulheres na elaboração da Medida Provisória 557.
Viomundo – Quando a senhora tomou conhecimento da MP 557?
Iriny Lopes – Quando ela foi publicada [27 de dezembro, no Diário Oficial da União].
Há uns dois ou três meses atrás [precisamente no dia 27 de outubro de 2011], eu procurei o ministro Padilha para que a gente pudesse ter um comportamento uniforme e tranquilo em relação no caso Alyne (veja PS do Viomundo), sobre o qual o Brasil tem de se manifestar.  É um caso que a gente tem tratar com toda a delicadeza que merece.
Nessa reunião, o ministro fez um comentário an passant de que seria um bom momento  para se tomar outras medidas em relação à mortalidade materna.  Mas não passou de um comentário.
Eu não recebi minuta da Medida Provisória para opinar, eu não fui chamada para nenhuma discussão de mérito, eu não fiz parte de nenhum grupo de estudo ou de análise do que estava sendo proposto.
Depois da Medida Provisória publicada, estimulada pelos comentários nos blogs feministas, eu fui procurar me informar mais sobre aquilo que as mulheres estavam fazendo referência.
Viomundo – Se a senhora tivesse participado, que sugestão teria dado?
Iriny Lopes – Por questões de natureza ética, eu prefiro não me manifestar sobre o mérito da MP, neste momento. Temos,  primeiro, de debater o assunto no interior do governo. Depois, eu posso até me manifestar.
Agora, não posso deixar passar a ideia de que eu tinha conhecimento do conteúdo da MP e concordava com ele. Isso não é na verdade, eu não participei nem fui chamada para participar da elaboração da Medida Provisória. A Secretaria de Mulheres não teve nenhuma participação na MP 557.
Viomundo – Em relação ao caso Alyne, como ele tem de conduzido na sua opinião?
Iriny Lopes – Nós não podemos negá-lo nem tergiversar sobre o assunto.  O caso correu o fato e, na minha opinião, poderia ter sido evitado.
Eu acho que a maneira mais coerente e mais afirmativa que o Brasil tem de enfrentar uma situação como essa é dar o mesmo tratamento que demos ao caso Maria da Penha. Ou seja, ao ser denunciado,  partimos decididamente para a construção de algo afirmativo, que não nega o problema mas que busca solução. Temos de fazer o mesmo em relação ao caso Alyne e à mortalidade materna.
É o mais correto. Temos de admitir que o problema ocorreu, porque quando não se admite, não se muda. Isso é fundamental. E, a partir daí, buscar uma maneira afirmativa de superação do problema identificado. É o melhor não só para o Brasil mas para as mulheres brasileiras.
PS  do Viomundo: Em 2002,  a afro-brasileira Alyne da Silva Pimentel, então com 28 anos de idade e 27 semanas de gestação, procurou uma casa de saúde particular em Belfort Roxo, na Baixada Fluminense, RJ, pois estava vomitando e tinha dores abdominais. Uma ultrassonografia constatou a morte do feto.
A casa de saúde transferiu Alyne para um hospital público da região, para que fosse retirado o feto. Como não encaminhou junto qualquer documento que indicasse o seu estado clínico, ela ficou esperando horas no corredor  por atendimento. Aí, entrou em coma e morreu por falta de cuidados médicos adequados. Uma morte perfeitamente evitável.
Em função do caso Alyne, o Brasil foi condenado recentemente pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Cedaw, entidade que monitora o cumprimento da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher).
“Além da reparação adequada da família de Alyne, incluindo indenização financeira, o Brasil foi condenado a implementar uma série de recomendações para reduzir a mortalidade materna”, afirmou a advogada Beatriz Galli em entrevista ao Viomundo.