quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Jornalista lembra agressão do pagodeiro Netinho e é chamado de racista por militante do PCdoB



Repórter da revista Carta Capital, o jornalista Leandro Fortes foi chamado de racista por Carlos Maia, militante do PCdoB. O motivo da acusação do ativista partidário foi o fato do profissional da comunicação ter lembrado que o pré-candidato comunista à prefeitura de São Paulo, o ex-cantor de pagode Netinho de Paula, agrediu a decoradora Sandra Mendes de Figueiredo Crunfli, sua então esposa, em 2005.

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Leandro Fortes rebateu críticas de militante. 
(Imagem: Arquivo Pessoal)
A lembrança de Fortes foi publicada na página no Facebook de Maia, que divulgou uma foto na qual define o pagodeiro como o negro que é “representante da periferia e do povo trabalhador de São Paulo”. Ainda no texto que se sobrepõe à imagem, afirma-se que - com Netinho - os fascistas e a elite burguesa não terão vez em 2012. Ao comentar a publicação do militante, o jornalista limitou-se a afirmar que o ex-vocalista do Negritude Júnior é “espancador de mulheres”.

Com a postura de Fortes, Maia afirmou, no Facebook e também no blog que edita, que a posição do repórter da Carta Capital representa um ato racista. De acordo com o militante do PCdoB, o jornalista só lembrou da agressão porque Netinho é negro. Com a postura de Maia, Fortes rebateu e questionou se apenas citar algo que realmente aconteceu pode ser caracterizado como algum tipo de preconceito. “Quer dizer que denunciar um negro por espancar a mulher é racismo? Toma um prumo, rapaz”, perguntou o jornalista.

A discussão pela rede social continuou e Maia novamente defendeu o pagodeiro e vereador de São Paulo. “Quer dizer que entra em meu mural e tenta esculhambar nosso camarada Netinho, vereador de São paulo pelo PCdoB, eim? Cheio de ódio e rancor, diz que não perdoa o Neto...mas o povo o perdoou...e sabe quem é esse povo, o grosso dele?é um povo negro de origem pobre,branco sofredor”.

Depois da mensagem de Maia, Fortes afirmou que para elogiar tanto o vereador Netinho de Paula é aconselhável conversar com a ex-esposa dele, que foi agredida e chegou a registrar boletim de ocorrência contra o então apresentador da TV Record. “Ok. Liga pra mulher dele que quase ficou cega e teve o septo nasal triturado. Quem sabe ela se emociona com esse seu discurso de movimento estudantil da 5ª série e perdoa o pobrezinho perseguido por piás de prédio”, concluiu.


http://portal.comunique-se.com.br/index.php/editorias/17-destaque-home/67922-jornalista-lembra-agressao-do-pagodeiro-netinho-e-e-chamado-de-racista-por-militante-do-pcdob.html

A carta dos professores de Minas Gerais a Débora Falabella



Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governo de Minas Gerais em 2011 e o que você afirma através das peças publicitárias não corresponde à realidade.
No sentido de informá-la da real situação da educação mineira, apresentamos informações:
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investir em educação. O restante vai para fins previdenciários;
– Desde 2008, há uma diminuição do investimento do governo estadual em educação;
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– Apenas 35% das crianças mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos de ensino em Minas Gerais. Onde está o direito à educação de 65% destas crianças?
A realidade do Ensino médio é igualmente vergonhosa:
– nos últimos 6 anos houve uma redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011, seria de 9,2 milhões de atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os adolescentes tiveram o direito de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências
Os projetos e programas na área da educação são marcados pela descontinuidade e por beneficiar uma parcela muito pequena de alunos.
Veja:
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família não atinge as famílias mineiras que necessitam de ajuda e tampouco é feito por professores, mas por pessoas sem a formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria de ensino profissionalizante, repassando recursos públicos à iniciativa privada.
A respeito dos dados sobre o sistema de avaliação, é importante que saiba que são pouco transparentes, com baixa participação da comunidade escolar e ninguém tem acesso à metodologia adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos profissionais da educação relatada nas peças publicitárias, a baixa participação em inscrições para professor no concurso que a Secretaria de Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é valorizada.
O Governo de Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional, mas subsídio. Em 2011, 153 mil trabalhadores em educação manifestaram a vontade de não receber o subsídio. Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011 o governo mineiro assinou um termo de compromisso com a categoria se comprometendo a negociar o Piso Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu e aprovou uma lei retirando direitos, congelando a carreira dos profissionais da educação até dezembro de 2015.
Compromisso e seriedade com os mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.
Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade em Minas Gerais.

OGX e a questão do talento, conhecimento e ética



DIOMEDES CESÁRIO (*)
Durante toda a semana, os jornais, revistas e televisões apresentaram anúncio da OGX informando o “início da produção de petróleo no Brasil por uma empresa privada brasileira”.
A OGX faz parte do grupo EBX, de Eike Batista, o empresário mais rico do Brasil e um dos maiores do mundo. Para o leitor desavisado, parece tratar-se de uma história de dedicação, esforço próprio e alto risco, como dos pioneiros da indústria de petróleo em todo mundo. Infelizmente, a história é bem mais obscura.
A Origem
A OGX foi criada após Eike contratar Rodolfo Landim, ex-diretor de Exploração da Petrobrás, em 2006, e adquirir blocos para exploração de petróleo no Nono Leilão, promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em pleno governo Lula.
Para escolher as áreas, contratou o geólogo Paulo Mendonça, até então Gerente Executivo de E&P da Petrobrás, responsável pelas locações e detentor de informações acumuladas pelo corpo técnico da empresa.
No Nono Leilão, em novembro de 2007, a empresa de Eike arrematou diversos blocos, com o assessoramento da equipe de técnicos da Petrobrás. Foi exatamente neste leilão que 41 áreas em torno de Tupi foram retiradas por fazer parte do pré-sal, descoberto pela Petrobrás, após décadas de estudo, pesquisas e investimentos. A estatal, de posse das informações recém obtidas nos poços pioneiros, alertou o governo federal que não fazia sentido mantê-las, pois seria uma doação e não um leilão. A partir deste episódio, o governo Lula iniciou a discussão que resultou na mudança do regime do pré-sal de concessão para partilha.
Arco de Cabo Frio e Informações Reservadas
Segundo Ildo Sauer, professor titular da USP e diretor da Petrobrás entre 2003-2007, em artigo na revista Retrato do Brasil, de novembro de 2009, “Vários setores do próprio governo lutavam pela manutenção das regras liberais, mesmo diante de várias descobertas feitas na camada pré-sal. A primeira se deu no bloco de Parati, em 2005. E o primeiro poço com resultados espetaculares foi o 1-RJS-628, de Tupi. Estranhamente, porém, foram mantidos os 11 blocos do chamado ‘arco de Cabo Frio’, arrematados pela OGX, que recrutara a equipe de exploração da Petrobras, sem reação por parte do governo.”
A equipe de técnicos da Petrobrás foi paga a preço de ouro, é claro. Somente Landim – que acabou saindo, em 2009, após desentendimento com Eike – recebeu 165 milhões de reais nos quatro anos em que trabalhou no grupo. Em poucos meses ganhou mais que em toda sua vida na Petrobrás. O salário médio dos diretores da OGX em 2010 foi de 5,96 milhões de dólares por anos, com um máximo de 11,9 milhões de dólares. O salário médio de um diretor da Petrobrás no mesmo período foi de 691 mil dólares – um décimo da OGX – com um máximo de 728 mil dólares, conforme Retrato do Brasil de outubro de 2011.
Ética
A pergunta óbvia é: é legal e moral um empregado ou diretor sair da empresa, onde foi formado e detendo informações estratégicas, para trabalhar imediatamente numa concorrente? A questão é ainda mais grave se esta empresa é controlada pela União Federal.
Em algumas áreas do governo, há períodos de carência que – dizem -, muitas vezes, acabam sendo burlados por contratos de gaveta. O que importa, na verdade, é o posicionamento ético, como o relatado por Celso Furtado, em entrevista no livro “Seca e Poder”: "Eu me recordo de uma história curiosa com Raul Prebisch, o criador do Banco Central da Argentina, de tremenda influência na América Latina. Ele me contou que quando saiu do Banco Central passou por grandes dificuldades financeiras, teve até de vender o piano da mulher. Eu arregalei os olhos: quem passara tantos anos chefiando o BC da Argentina teria o emprego que quisesse! E ele disse: "Mas Celso, eu conhecia a carteira de todos os bancos, administrava o redesconto por telefone, era o homem mais bem informado! Todos queriam me contratar, mas eu não podia trabalhar para nenhum."
A história de sucesso de Eike termina uma de suas propagandas afirmando: “Um marco importante para uma empresa que tem como essência realizar e transformar. Afinal, recursos naturais só se transformam em riqueza para o país quando se tem talento para descobrir onde estão e o conhecimento para se chegar até eles.”
Deixou de informar que o talento – se é que se pode chamar de talento -, ao contrário do que sugere o texto, não foi descobrir o petróleo, mas, onde estavam os detentores de informações e “o conhecimento para se chegar a eles”.
Tecnologia e Patente Brasileira
Por fim, a questão tecnológica. Apesar de elogiar a Petrobrás pela inovação e patente, segue caminho diverso. Em entrevista à revista Carta Capital de novembro de 2011, informava “Eu não ia conseguir montar o FPSO (navio-plataforma) sem a ajuda da Hyundai. Mas vou trazer isso, com estrutura e tecnologia. Será que só eu consigo? Nossos estaleiros vão virar a Embraer dos mares. Um estaleiro com todo o know-how coreano transferido para o Brasil. O bacana é que eu fiz o inverso. Não precisei de 20, 30 anos de pesquisa e desenvolvimento para criar know-how. Comprei tudo, e em quatro ou cinco anos vai estar tudo absorvido e a gente vai virar patente brasileira.”
Como irá descobrir – se permanecer no negócio e não repassá-lo aos chineses ou às “big oil” – a tarefa é bem mais complicada do que aparenta.
(*) Ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET). Reproduzido do site da entidade

Após calote de US$ 1,6 bilhão no BNDES, American Airlines tenta devolver aviões



O presidente da American Airlines, Thomas Horton, reconheceu que está em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Embraer sobre uma dívida pendente de US$ 1,6 bilhão (R$ 2,7 bilhões) com o banco. Entre 1998 e 2002, no governo tucano, o BNDES destinou US$ 3 bilhões à empresa norte-americana para a compra de 200 aviões regionais da Embraer, mas até agora não quitou o total do financiamento. A AMR, controladora da American, entrou em concordata em 29 de novembro do ano passado. ,
Em viagem ao Brasil, Horton afirmou em entrevista ao Valor Econômico que uma das alternativas para o pagamento é devolver algumas aeronaves à Embraer. Só não disse como pretende quitar a parte do BNDES. “Somos grandes operadores de jatos da Embraer. Temos mais de 200 deles. Obviamente, grande parte da reestruturação [da American Airlines] é otimização de frota e redução da dívida. Como nossa frota é nova, pode ser uma oportunidade para a Embraer ter aviões adicionais. É possível [devolver alguns aviões]”, frisou.
O executivo é um grande gozador. Quer dizer, então, que a Embraer receber de volta algumas sucatas é uma “oportunidade” para a empresa brasileira ter “aviões adicionais”? Depois de anos de uso, obviamente, os aviões têm menor valor de revenda.
O interessante é que Horton revelou o montante da pendência com o BNDES. Até então, estimava-se que a dívida era de cerca de US$ 900 milhões, uma vez que o banco sonega à sociedade brasileira o destino dos financiamentos da linha de crédito BNDES Exim, modalidade utilizada na operação com a American Airlines. A única coisa que o banco tinha admitido era que havia sido contatado pela empresa dos EUA para renegociar a pendência.
Ao mesmo tempo em que informou a possibilidade de não pagar o que deve ao BNDES e de ter de devolver aeronaves à Embraer, ele asseverou que a American Airlines encomendou, em julho do ano passado, 460 aviões junto à Boeing e à Airbus pelos próximos cinco anos, no valor de US$ 13 bilhões.
A devolução dessas aeronaves constituiria a segunda vez em que o BNDES levaria um chapéu de uma empresa norte-americana. Em 2010, o BNDES passou pela mesma situação, com o calote da Mesa Airlines, quando o banco retomou 36 jatos Embraer ERJ-145. O financiamento de US$ 607 milhões foi aprovado pelo BNDES no ano 2000.
É o corolário de uma política de trocar o financiamento de empresas nacionais – finalidade para a qual foi criado o Banco – pelo financiamento de monopólios estrangeiros e para a criação de “multinacionais brasileiras”.
Mesmo com a American Airlines em processo de concordata, se reuniu com a TAM para tentar atrair a companhia brasileira a sair da StarAlliance para integrar a aliança OneWOrld, criada pela American. “Esse negócio de companhias aéreas está se transformando, cada vez mais, em um jogo de alianças”, frisou.
Horton também declarou que estava “entusiasmado” com a privatização dos aeroportos no Brasil.

Presos fazem festa com direito a piscina em delegacia do Paraná


Fotos divulgadas nesta quinta-feira (8) mostram uma festa feita promovida por detentos da carceragem da Delegacia deBandeirantes, no norte do Paraná. A comemoração teve direito a churrasco, cerveja, celulares, aparelho de som e até uma piscina inflável, de 2 mil litros, que foi enchida com uma mangueira da própria delegacia.
Veja a reportagem do
ParanáTV 2ª edição, da RPC TV
As fotos foram feitas em dezembro de 2011. Segundo os registros da delegacia, dentre os presos que aparecem nas imagens, dois foram transferidos, um libertado e os outros permanecem na carceragem. Os homens respondem ou responderam a crimes como assassinato, roubo e tráfico de drogas.
O delegado responsável, Alessandro Luz, disse que não tinha conhecimento da festa. “Dá um certo constrangimento de ver uma imagem como essa num setor de carceragem”, comentou ele que também garantiu que irá abrir um inquérito para apurar possíveis falhas de conduta dos funcionários da delegacia.

Agressor deve ser processado mesmo sem a vontade da mulher, diz STF




NÁDIA GUERLENDA
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu, nesta quinta-feira, que, nos casos de agressão física leves previstos na Lei Maria da Penha, o processo judicial deve ser iniciado independentemente da vontade da mulher.

O resultado final foi de 10 votos a favor dessa tese e 1 contrário. O voto divergente foi do ministro Cezar Peluso, presidente do tribunal.

Relator do caso, Marco Aurélio afirmou que baseou seu voto no "princípio da realidade": "Precisamos levar em conta o que ocorre no dia a dia quanto à violência doméstica".

O ministro citou dados estatísticos segundo os quais 90% das mulheres que são agredidas acabam desistindo da ação quando têm que comparecer à Justiça para a chamada "audiência de confirmação", na qual expressam a vontade em processar o agressor --o próprio marido, companheiro ou ex.

"E normalmente [a renúncia ao processo] deve-se ao fato de a vítima vislumbrar uma possibilidade de evolução do agressor, quando na verdade o que acontece é a reiteração da violência", afirmou Marco Aurélio.

Mais cedo, a ministra Cármen Lúcia havia discursado longamente a respeito dos direitos das mulheres e defendido a total aplicabilidade da Lei Maria da Penha. "Enquanto houver uma mulher sofrendo em qualquer canto desse planeta eu me sinto violentada", afirmou.

Ela ainda disse que todas as mulheres sofrem preconceito no trabalho, inclusive as que estão no Supremo, e afirmou aguardar pelo momento em que "nós não precisemos provar que merecemos estar aqui".

Estiveram presentes no plenário a ministra Iriny Lopes (Mulheres), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge. Todas têm posição alinhada com a do relator.

BATE-BOCA

Marta e Iriny se irritaram com a defesa feita pelo advogado-geral do Senado, Alberto Cascais. Ele defendeu a necessidade da reclamação formal da mulher, o que contraria a tese do relator.

No intervalo, Iriny e Marta brigaram com Cascais. "O senhor não representa nem o posicionamento médio do Senado", disse Iriny.

Marta afirmou que apuraria em nome de quem Cascais fez a defesa no STF. "A Câmara aprovou a necessidade da representação [reclamação formal], mas no Senado isso caiu. Ele veio aqui [em nome do Senado] e fez a defesa contrária. Estou indignada", disse a senadora.

Blogueira Yoani Sánchez é colaboradora do Instituto Millenium



Blogueira cubana integra grupo de colaboradores do instituto financiado pelos grupos midiáticos Estado de São Paulo, Abril e RBS, entre outras empresas, para defender valores liberais no Brasil. Na página da entidade, Yoani Sánchez desfruta a companhia de articulistas como Reinaldo Azevedo, Denis Rosenfield, Ali Kamel, Merval Pereira, Marcelo Madureira, Carlos Alberto Sardenberg e Carlos Alberto Di Franco, um dos integrantes mais ilustres da Opus Dei no Brasil.

A blogueira cubana Yoani Sánchez é colaboradora do Insituto Millenium, entidade financiada por um grupo de grandes empresas de comunicação (Estado de São Paulo, Abril e RBS) e de outros setores (Gerdau, Vale, Suzano, entre outras), para defender os valores liberais no Brasil. Entre eles, segundo informa o site da entidade, destacam-se a eficiência, a economia de mercado, a responsabilidade individual, a propriedade privada e a meritocracia.

Apresentada como webmaster, articulista, editora do portal “Desde Cuba” e criadora do site “Generación Y”, Yoani Sánchez faz parte do seleto grupo de colaboradores do Millenium que reúne nomes como Reinaldo Azevedo, Denis Rosenfield, Ali Kamel, Merval Pereira, Marcelo Madureira, Carlos Alberto Sardenberg e Carlos Alberto Di Franco, um dos integrantes mais ilustres da Opus Dei no Brasil.

Apesar de se apresentar como “apartidário”, o Instituto Millenium teve uma participação ativa na campanha presidencial de 2010 no Brasil. Em março daquele ano, em seminário promovido pelo instituto em São Paulo, representantes de grandes empresas de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia e que, se Dilma fosse eleita, o “stalinismo seria implantado no Brasil”. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, disse na época o ex-cineasta Arnaldo Jabor. 

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Não mexerei um palito pela blogueira cubana, diz Fernando Morais

Para ir à ONU, ativista contou com ajuda de ministro e ex-jogador


Gabriel Bonis

Brasil profundo

09.02.2012 14:04



Dias antes de receber um prêmio das Nações Unidas em nome de Maria do Espírito Santo e José Cláudio Ribeiro, extrativistas assassinados em maio de 2011 no Pará, Laisa Santos Sampaio, irmã da ambientalista, precisou contar com a ajuda de amigos e da pressão brasileira à embaixada dos Estados Unidos para obter o visto que lhe permitiria embarcar a Nova York, onde fica a sede da entidade.
Nesta quinta-feira 9, Laisa subiu ao palco da ONU na premiação Heróis da Floresta – que congratulou indivíduos de todo o mundo com trabalhos desenvolvidos em 2011 para a preservação das florestas – para receber a menção criada especialmente em homenagem ao casal de extrativistas. Mas a professora conseguiu embarcar para Nova York somente depois de três fax aos diplomatas americanos justificando sua ida aos EUA, entre eles de autoridades brasileiras e da própria ONU.
Após receber o convite das Nações Unidas, Laisa precisou tirar um novo passaporte e sair do assentamento onde vive em Nova Ipixuna para tentar obter o visto na capital federal.

Foto: Gabriel Bonis

Com pouco tempo, realizou a solicitação pelas vias convencionais. Fez o agendamento, por meio de um despachante pago pelo ex-jogador de futebol Raí, e pediu uma entrevista de urgência para ser atendida antes do embarque na quarta-feira 8 de manhã. A entrevista, no entanto, foi marcada para o dia do voo.
Laisa foi aconselhada a procurar a embaixada do país em um horário especial de atendimento, no qual mostrou aos  atendentes uma carta convite da ONU. “Eles olharam o papel e disseram que não poderiam me ajudar.”

“Amiga, venho da floresta Amazônica. Moro a 100 quilômetros da cidade. Lá não tem internet, nem email”, disse a uma atendente que lhe pediu para seguir os procedimentos diplomáticos. “Ela ainda me perguntou se tinha alguma aldeia perto da minha casa. Eu disse: ‘Moro do lado de uma’.”
“Quase que eu trago uma flecha”, brinca.
Depois dos problemas em Brasília, o jornalista Felipe Milanez, finalista do prêmio da ONU e colaborador de CartaCapital, relata ter pressionado autoridades do governo brasileiro para analisarem o caso da professora. “Apelei para o constrangimento internacional que eles iriam colocar o País, porque eu vou à premiação e farei questão de dizer que o governo não se movimentou para trazer Laisa.”
Após o pedido de intermédio, o Itamaraty se solidarizou e enviou um fax à embaixada americana. A outra ajuda, conta a professora, veio do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com quem se reuniu em Brasília na terça-feira 7. “Ele me disse que era importante estar no prêmio e que me ajudaria.”
Somente às 16h30 de quarta-feira, 30 minutos antes de a representação diplomática fechar, Laisa conseguiu o visto.