sábado, 25 de fevereiro de 2012

A era dos homens imortais



Recursos como próteses para substituir neurônios, máquinas que

 constroem DNA, coração e até um outro cérebro permitirão que

 a próxima geração viva pelo menos até os 150 anos - e as 

sucessoras, ainda muito mais

Monique Oliveira
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O ano será 2045. Ele marcará o início de uma era em que a medicina poderá oferecer à humanidade a possibilidade de viver por um tempo jamais visto na história. Órgãos que não estejam funcionando poderão ser trocados por outros, melhores, criados especialmente para nós. Partes do coração, do pulmão e até o cérebro poderão ser substituídos. Minúsculos circuitos de computador serão implantados no corpo para controlar reações químicas que ocorrem no interior das células. Estaremos a poucos passos da imortalidade.

Esta é a previsão de um grupo muito especial de cientistas conhecidos por ocupar a vanguarda de pesquisas que permeiam temas como a ciência da computação, a biologia e a biotecnologia. Entre eles, estão George Church, professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o gerontologista e biomédico especializado em antienvelhecimento Aubrey de Grey e o engenheiro Raymond Kurzweil, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que profetizou o surgimento da internet. Eles são os líderes de uma espécie de nova filosofia, batizada de Singularidade.
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Na astronomia, singularidade nomeia um lugar no espaço onde um corpo não envelhece. Na medicina, os arautos da imortalidade afirmam que ela nada mais é do que uma consequência real de uma revolução em curso que já faz disparar em velocidade sem precedentes a expectativa de vida humana. “Considerando a rapidez das inovações, uma pessoa nascida em 2050 terá 95% de chance de viver mil anos”, disse à ISTOÉ o inglês Aubrey de Grey.

Neste momento, o grupo está envolvido no crescimento da Universidade da Singularidade, já instalada no Vale do Silício, nos Estados Unidos, o mesmo que dá sede às principais empresas de inovação na área de informática. É na universidade, por exemplo, que trabalha o professor venezuelano José Luís Cordeiro. “Bactérias unicelulares que viviam há milhões de anos não envelheciam”, disse à ISTOÉ. “Nossas células germinativas também não envelhecem. Óvulos e espermatozoides vivem indefinidamente quando congelados”, afirma, apontando um dos fatores que levam a ele e a seus companheiros a acreditar no maior prolongamento da vida humana. No Brasil, os pesquisadores acompanham com olhos atentos os movimentos dos colegas internacionais. “A singularidade pode até não ter esse nome, mas o seu advento é certo”, acredita Marcos Formiga, coordenador do Núcleo de Estudos do Futuro da Universidade de Brasília.
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Tanta certeza está sustentada nos avanços já obtidos e naqueles que certamente virão. Só para se ter uma ideia, a partir do que se tem hoje, acredita-se que uma criança que acaba de nascer tem grandes chances de ultrapassar os 130 anos. “Com base nos recursos que temos atualmente, ela poderá viver pelo menos até os 150 anos”, afirmou à ISTOÉ Steven Austad, diretor do Instituto Barshop, fundação para estudos de longevidade ligada à Universidade do Texas, nos Estados Unidos. “Isso é perfeitamente factível, basta analisar os recentes progressos.”

Um dos campos nos quais os avanços foram mais notáveis é o das células-tronco, estruturas versáteis capazes de gerar diferentes tecidos do organismo. Há exemplos bem-sucedidos pelo mundo afora. Na área da cardiologia, diversos experimentos têm demonstrado seu poder para regenerar partes do músculo cardíaco. Em um deles, feito na Universidade de Louisville (EUA) com 16 portadores de insuficiência cardíaca, todos tiveram parte do tecido do coração regenerado com células-tronco retiradas do próprio órgão. Em metade deles, o tecido continuava se regenerando um ano após a injeção das estruturas. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisadores as utilizaram para restaurar a função motora em pessoas vítimas de acidente vascular cerebral. Dos 20 pacientes tratados, a maioria recuperou parte dos movimentos. “Acredita-se que as células-tronco impeçam o avanço da lesão e até regenere o neurônio”, diz a neurobiologista Rosália Mendes Otero, que comanda o estudo.
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A substituição de órgãos inteiros doentes por outros, sadios, é outra das razões apontadas pelos cientistas para justificar a crença em uma vida espetacularmente longa. Nos últimos anos, os avanços na medicina regenerativa – responsável por esse campo – impressionam. Tanto é que, segundo pesquisa realizada pela consultoria OThink, de São Paulo, 59% de cerca de mil entrevistados dizem acreditar que, em 2050, será possível produzir órgãos em laboratórios. De fato, já se conseguiu criar e implantar em seres humanos traqueia, bexiga, uretra e vasos sanguíneos. E há experiências de criação de mais órgãos, entre eles o coração e o fígado.

Um dos fatores mais importantes associados ao tempo de vida de um homem é sua genética. Seu DNA aponta qual será sua vida média e também pode trazer alterações que o predispõe a doenças. Por isso, boa parte dos esforços está concentrada em inventar recursos que interfiram no material genético de cada um. Um dos mais fantásticos é uma máquina que lê e muda a estrutura do DNA. O cientista George Church, de Harvard, por exemplo, criou um DNA artificial com um aparelho feito por ele, chamado Mage. O equipamento fabrica cerca de quatro milhões de genomas por dia. Com o invento, Church diz que é possível mudar a formados genética e os órgãos e tecidos que são constituídos a partir dela, promovendo a cura de enfermidades. “O DNA pode criar qualquer coisa biológica” disse à ISTOÉ.

Invenções como essa podem fazer com que a terapia gênica, cujo objetivo é corrigir defeitos genéticos, dê um salto e se firme como boa opção para estender a vida. Hoje, existem experimentos interessantes nessa área. Pesquisadores conseguiram, entre outras façanhas, mudar o gene de pacientes com hemofilia do tipo B, distúrbio genético caracterizado por sangramentos prolongados. O feito, realizado pela Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, em parceria com a Universidade de Filadélfia, foi alcançado inserindo o gene certo – responsável por determinar a fabricação de fator coagulante do sangue – dentro das células de seis pacientes. Quatro não tiveram mais sangramento espontâneo. “Por causa do sucesso, em 2013 teremos mais brasileiros participando do estudo”, diz Margareth Castro Ozelo, coordenadora do trabalho.
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PESQUISAS
George Church, acima, criou uma máquina que
fabrica material genético. Aubrey de Grey (acima) dirige uma
fundação que busca recursos para estender a vida humana
 
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Interferir no poder da genética passa também pela identificação de alterações que podem levar ao desenvolvimento de doenças. “Se uma pessoa fuma e tem predisposição genética para o câncer de pulmão, apresenta o dobro de chance de ter a enfermidade em comparação a um indivíduo que só fuma”, explica Renato Veras, coordenador da Universidade da Terceira Idade, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Por isso, para viver mais, é preciso conhecer as predisposições.” Para ajudar nessa tarefa, começam a proliferar testes que indicam vulnerabilidades, como a alguns tipos de câncer, e aptidões, como para o desempenho esportivo.

Mas, para que análises de predisposição genética possam ser feitas em larga escala e mapeiem mais doenças, cientistas alertam para a necessidade de se recolher o maior número de informações genéticas possível de uma população, a exemplo da Islândia, que mapeou o genoma de quase todos os seus habitantes. “No Brasil, ainda estamos começando esse processo”, diz Marcos Barcelos Pinho, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do Progenética, laboratório especializado em diagnósticos moleculares, em São Paulo.

No mundo, a construção de bancos de dados de genoma é uma realidade mais próxima. “O importante neste momento é garimpar, associar genomas a diferentes perfis para que seja possível correlacioná-los”, afirmou à ISTOÉ Thomas Perls, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. O pesquisador acabou de completar o estudo de dois supercentenários e descobriu que o segredo da longevidade desses idosos não era a ausência de genes ligados a doenças, mas outros, capazes de neutralizá-los. “Eles até ficavam doentes, mas se recuperavam”, explica Perls.
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PRESENTE E FUTURO
O francês Lemaitre “rejuvenesceu” células. Ao fundo, uma simulação mostra
como seria sua imagem mais jovem, apontando os possíveis efeitos de seu estudo
Explicação semelhante para a longevidade foi encontrada no Brasil, na mais antiga pesquisa desse tipo por aqui realizada. O estudo concentra-se na avaliação de 80 idosos de Veranópolis, cidade mais longeva do País, localizada a 150 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Desde 1994, pesquisadores investigam o peso, para a vida longa, de fatores que vão da influência da espiritualidade às informações genéticas. Eles também encontraram fatores protetores que neutralizam a ação de genes para determinadas doenças. “Há genes associados à mortalidade precoce, mas outros que os impedem de atuar”, diz o geriatra Emílio Moriguchi, um dos coordenadores do trabalho.

Evitar os possíveis danos que os alimentos podem causar ao DNA também é um ponto de apoio da ciência que busca a imortalidade. Segundo o principal representante da Singularidade, o engenheiro Raymond Kurzweil, uma dieta de restrição calórica, com apenas os nutrientes necessários para a vida, pode nos levar a viver muito mais. A hipótese é que uma dieta restritiva pode ativar “os genes da sobrevivência”, que ajudariam o organismo a utilizar a energia de maneira mais eficiente, além de estabilizar o DNA, que ficaria menos mutante. “Seguir um regime pobre em calorias e rico em vitaminas realmente prolonga a vida humana”, explica Lucyanna Kalluf, nutricionista e farmacêutica, criadora do Instituto de Nutrição Personalizada, em São Paulo. De fato, um estudo de restrição calórica feito no MIT mostrou que a estratégia foi capaz de elevar a expectativa de vida das cobaias em 30%.
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COMIDA
O cientista Kurzweil propõe dieta de baixa caloria para viver mais
Esses são apenas exemplos dos instrumentos disponíveis atualmente para fazer com que a raça humana ultrapasse limites da longevidade. O futuro também promete soluções interessantes. Na Suíça, o cientista Henry Markram, diretor do Instituto do Cérebro, da Escola Politécnica de Lausanne, tenta recriar as funções do cérebro de um mamífero. Até agora, conseguiu reproduzir o córtex de um rato e intenta fazer o mesmo com o humano. Ele estima que o seu cérebro humano estará pronto em 2024. No meio do caminho, no entanto, é possível que próteses neurais, capazes de estimular eletricamente neurônios, sejam um subproduto desse experimento. Os pesquisadores já identificaram o material ideal, nanotubos de carbono, excelente condutor, assim como as células nervosas.

Na França, cientistas da Universidade de Montpellier orquestraram resultado igualmente ousado: transformaram uma célula de um homem de 74 anos em célula-tronco embrionária. Ou seja, a deixaram em um estado no qual tornou-se novamente capaz de se transformar em qualquer tecido do corpo. Foi a primeira vez que se conseguiu “rejuvenescer” uma célula. No campo das drogas, há também boas promessas. Em uma pesquisa da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, a rapamicina – usada para evitar a rejeição de órgãos após transplantes – possibilitou a cobaias viver 30% a mais do que o seu potencial genético permitiria. O próximo passo é testá-la com essa finalidade em humanos.
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Na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, cientistas descobriram que a molécula CCL11 acelera o envelhecimento cerebral. Agora, buscam uma forma de impedir sua atuação. E em um trabalho premiado pela fundação dirigida pelo inglês Aubrey de Grey, o pesquisador polonês Andrzej Bartke usou hormônios para estender a vida de ratos por até 1.819 dias. A expectativa de vida desse animal é de 360 dias.
Tudo isso dá ainda mais fôlego a quem acredita que um dia o homem será imortal. “A ideia de viver para sempre pressupõe que nossas moléculas se renovem e, mesmo assim, continuemos com a sensação de sermos a mesma pessoa”, disse à ISTOÉ o pesquisador George Church. “E posso afirmar que somos capazes de mudar essas moléculas e continuarmos sendo quem somos.”

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Bóris Casoy acusa Lula pela morte de ex-dona da Daslu


Ao comentar o passamento da antiga dona da mega boutique de luxo Daslu, Eliana Tranchesi, na madrugada da última sexta-feira (24.02), o apresentador do “Jornal da Noite” (TV Bandeirantes), Bóris Casoy, lançou uma teoria no mínimo inédita: ela teria falecido por culpa do governo Lula, que, em 2005, teria engendrado a Operação Narciso, da Polícia Federal, apenas para desviar o foco do escândalo do mensalão.
Veja, abaixo, o vídeo enviado pelo leitor Evandro. Em seguida, continuo comentando.
Agentes da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal e da Receita Federal fizeram uma busca na sede da Daslu, naquele ano, para coleta de provas de que a empresa estava envolvida em crimes de sonegação fiscal e contrabando, os quais acabaram sendo comprovados, gerando a Tranchesi pena de prisão de 94 anos, pena que ela jamais sequer começou a cumprir devido à Justiça ter ficado tocada pelo seu estado de saúde.
A tese de Casoy é bastante curiosa. Apesar de a Operação Narciso ter sido levada a cabo, simultaneamente, em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, de a Justiça ter autorizado a operação, de o ministério Público ter descoberto o esquema e de a Polícia Federal ter feito mais de mil operações durante o governo Lula, a pobre Tranchesi – que, após seu falecimento, vem sendo tratada pela mídia como uma espécie de Che Guevara capitalista – teria sido vítima de uma armação do governo Lula.
Não se sabe se Casoy considera que Tranchesi faleceu pelo processo criminal todo que enfrentou e não apenas pela operação de 17 de julho de 2005, mas está claro que acha que não deveria nem ter sido processada criminalmente pelos crimes que cometeu simplesmente por estar doente.
O âncora do telejornal da TV Bandeirantes, assim como quase todos os outros colunistas, articulistas e editorialistas da grande imprensa, sempre disse “exagerada” a operação que envolveu 250 policiais federais, apesar de a sede da Daslu, então, ser um prédio de quatro andares e 17 mil metros quadrados, que, pelo tamanho, permitiria que provas fossem tiradas de lá se não tivesse sido cercado e ocupado de surpresa.
Aliás, vale um registro: o uso de 250 policiais na Operação Narciso e a prisão, por alguns dias, da dona da mega boutique de luxo foram considerados “truculência” pelos mesmos colunistas, articulistas e editorialistas – entre os quais o próprio Casoy – que consideraram absolutamente normal o uso de 2 mil policiais militares para desocupar o bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, e que, ali, não enxergaram truculência.
O tratamento VIP dado pela mídia tucana à dona da Daslu pode ser compreendido através da foto abaixo.
A Operação Narciso, naquele 2005, gerou indignação na imprensa e não foi devido à fartura de provas que condenou Eliana Tranchesi a quase cem anos de prisão, com localização de notas de entrada de mercadorias importadas nas quais vestidos de 10 mil reais haviam sido registrados pelo valor singelo de 100 reais.
A explicação para a indignação midiática, pois, reside no fato de que a filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – que, à época, também era governador –, trabalhava na Daslu quando suas operações criminosas foram descobertas. Ela iniciara no trabalho havia pouco tempo como uma das vendedoras da empresa que ficaram conhecidas como “dasluzetes” e pouco depois foi promovida a “diretora de novos negócios”.
Estranhamente, a Secretaria da Fazenda de São Paulo não notou nada de estranho nas operações da Daslu, apesar de que suas operações eram tão escandalosas, com suas notas de entrada com preços populares, que a Polícia Federal chegara à empresa, em 2005, sabendo exatamente o que procurar, o que a obrigou a montar uma operação ampla para evitar que sumissem com as provas.
Segundo o âncora da Band, “Eliana Tranchesi foi exposta à execração pública e humilhada”. Veja só, leitor, que esse sujeito parece entender que tudo aconteceu só por ela ter sonegado algumas centenas de milhões de reais em um esquema que o Ministério Público chamou de “organização criminosa” e que gerou multa de um bilhão de reais, além da ação penal. Chega a parecer que, pelos crimes cometidos, deveriam ter feito uma estátua para Tranchesi.
O comentário de Casoy não contém indignação com a ilegalidade, à diferença da indignação contra as famílias do Pinheirinho. No caso da ricaça, o jornalista mostrou compaixão e indignação por ela ter falecido por desgostos que a descoberta de suas operações ilegais lhe causou, o que, no limite, talvez possa ser verdade, mas não muda o fato de que a culpa foi de quem montou o esquema criminoso, e de mais ninguém.

Anvisa conclui sindicância e inocenta Agnelo Queiroz



Anvisa conclui sindicância e inocenta Agnelo QueirozFoto: Valter Campanato/ABr (31.08.2011)

PELA SEGUNDA VEZ, ÓRGÃO REGULADOR QUAL GOVERNADOR ERA DIRETOR EM 2008 EMITE NOTA ISENTANDO AGENLO QUEIROZ DE RELAÇÕES COM DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO; DEPUTADO FEDERAL FERNANDO FRANCISCHINI ACUSOU O CHEFE DO EXECUTIVO DE RECEBER CASA ONDE VIVE PARA BENEFICIAR EMPRESA

25 de Fevereiro de 2012 às 14:46
Brasília 247 – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inocentou o governador Agnelo Queiroz em sindicância que apurava se quando ele era diretor daquela agência teve responsabilidade administrativa pela autorização de funcionamento da importadora de medicamentos Saúde Import. Esta é a segunda sindicância concluída pelo órgão que isenta o governador de acusações de corrupção.
A denúncia do deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR)acusa o governador de “relação suspeita” entre a autorização da Anvisa e um negócio imobiliário com o empresário Glauco Santos, dono da Saúde Import. Segundo Francischini, um ano antes de a Anvisa liberar convênio com a empresa, Glauco vendeu uma casa no Lago Sul para Agnelo por R$ 400 mil. A mansão é onde o governador vive até hoje com a família.
Após denúncia, o caso foi investigado em sindicância. Essa investigação pode resultar na abertura de processo administrativo disciplinar a fim de prosseguir a apuração em relação à conduta de outros servidores. O corregedor da Anvisa Ivon Carrico assinou na sexta-feira (24) uma declaração que isenta a participação do governador, ex-diretor da agência, na acusação de negociar um bem imóvel por um acordo na agência em 2008.

Veja íntegra da nota enviada à imprensa:

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Comunicação Social

Brasília, 24 de fevereiro de 2012 – O governador Agnelo Queiroz comunica ter tomado conhecimento do resultado da segunda sindicância aberta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), procedimento este iniciado em atenção ao ofício de um parlamentar da oposição, acerca de seus atos quando diretor daquela autarquia.
A Anvisa, por intermédio da corregedoria, atesta mais uma vez a conduta ilibada de Agnelo Queiroz em seus atos administrativos.
O governador considera ter sido acusado com má-fé e ignorância pelos adversários, visto que os acontecimentos a ele imputados sequer eram da alçada de sua diretoria. Agnelo Queiroz renova o voto de confiança nas instituições brasileiras.

Horário de verão termina neste domingo


Após quatro meses em vigência, o horário de verão terminará à 0h deste domingo (26). Os brasileiros que moram nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, além do Estado da Bahia, terão que atrasar o relógio em uma hora.

O horário é adotado no país com o objetivo principal de aliviar as redes de transmissão de energia nos períodos do dia em que o consumo é mais intenso.

Na última vez em que foi adotado, no entanto, o resultado da medida foi inferior ao esperado pelo setor elétrico e em relação à edição anterior. A redução de demanda na última edição foi de 4,4%. No ano anterior, a economia foi maior, de 4,7%.

Desde 2008, um decreto presidencial estabelece datas fixas para o início e término do horário de verão. Antes, anualmente, era publicado um decreto para definir o período da mudança.

De acordo com o decreto, a mudança no horário ocorre, todos os anos, entre o terceiro domingo de outubro e o terceiro domingo de fevereiro. Se a data coincidir com o domingo de Carnaval --como ocorre neste ano--, o final do horário de verão é transferido para o próximo domingo.

Editoria de Arte/Folhapress
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1052834-horario-de-verao-termina-neste-domingo.shtml

Chefe do BB não fala com seu maior acionista



Chefe do BB não fala com seu maior acionistaFoto: Divulgação

MINISTRO MANTEGA TENTA ESTANCAR A CRISE ENTRE O BANCO DO BRASIL E A PREVI, MAS FRACASSA; ALDEMIR BENDINE (DIR.), DO BB, DIZ QUE NÃO HÁ HIPÓTESE DE ESTENDER A MÃO A RICARDO FLORES (ESQ.); CRISE COMEÇOU PORQUE FLORES, SUCESSOR DE SÉRGIO ROSA (CENTRO), NÃO NOMEOU BENDINE PARA A VALE

25 de Fevereiro de 2012 às 08:00
247 – O Banco do Brasil é o maior banco brasileiro. A Previ, que cuida das aposentadorias dos funcionários do Banco do Brasil, é o maior fundo de pensão do Brasil e também o principal acionista individual do BB. Tanto o presidente do BB como da Previ, direta ou indiretamente, estão vinculados ao Ministério da Fazenda. Seria mais do que natural, portanto, que os dois se encontrassem, se este pedido partisse da Fazenda. Mas não foi isto o que aconteceu. O presidente do BB, Aldemir Bendine, se nega a estender a mão ao presidente da Previ, Ricardo Flores. A informação está na Folha de S. Paulo deste sábado, que, nesta semana, mergulhou na profunda crise do BB. Uma crise que vem sendo noticiada em primeira mão e com exclusividade pelo 247.
Tudo começou quando, no início do governo Dilma, Flores não chancelou a ida de Bendine para o comando da Vale. Para saber mais a respeito, leia a reportagem “Guerra atômica no BB”. Em seguida, a direção atual do banco amplificou a guerra ao demitir o vice-presidente Allan Toledo e ao promover a dança de cadeiras em 13 diretorias.
Embora a guerra aparente ser entre Aldemir Bendine e Ricardo Flores, o principal personagem deste conflito é o executivo Ricardo Oliveira, verdadeira eminência parda do Banco do Brasil. Vice-presidente da área de governo do BB, ele é próximo a duas forças do PT: Gilberto Carvalho e Delúbio Soares. Oliveira foi quem conseguiu nomear os dois últimos presidentes do BB: Lima Neto e Aldemir Bendine. E é ele quem tem alimentado a guerra entre o banco e a Previ. Para saber mais a respeito, leia a reportagem “Há uma guerra no BB e seu nome é Ricardo Oliveira”.
O clima é praticamente insustentável e, em breve, a presidente Dilma Rousseff pode ser forçada a entrar em ação. Hoje, é bastante provável que haja mudanças no comando de instituições que estão entre os principais vetores da economia brasileira.

Dilma quer o fim da guerra no Banco do Brasil



Dilma quer o fim da guerra no Banco do BrasilFoto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO

DE ACORDO COM O JORNAL ESTADO DE S. PAULO, ELA TERIA ORDENADO AO MINISTRO GUIDO MANTEGA QUE ESCOLHA ENTRE ALDEMIR BENDINE, DO BB, E RICARDO FLORES, DA PREVI

Por Agência Estado
25 de Fevereiro de 2012 às 09:39Agência Estado
Na certeza de que as brigas na diretoria do Banco do Brasil poderão respingar no seu governo e afetar a credibilidade da instituição em um mercado sensível, a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ponha um fim às disputas alimentadas por grupos do PT que trabalham pelo controle do banco.
O Palácio do Planalto tem a informação de que as brigas internas na diretoria do BB alimentam os boatos sobre desavenças entre o ministro da Fazenda e seu secretário executivo, Nelson Barbosa. Este último foi chamado ontem pela presidente para uma conversa no Palácio da Alvorada. Assim como Mantega, ele recebeu um ultimato para pôr fim às brigas no BB.
De acordo com um auxiliar da presidente, Dilma fica muito irritada toda vez que lê uma nota na imprensa a respeito da intensa disputa pelo poder dentro do BB porque, logo em seguida, aparece uma outra, sempre sobre possíveis desentendimentos entre Mantega e Barbosa.
Tudo isso num momento em que o Ministério da Fazenda mal se refez do desgaste da demissão do presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, que saiu no rastro de suspeitas de envolvimento em um suposto esquema de desvio de dinheiro para paraísos fiscais. Sem ter o que dizer a respeito da demora na demissão de Denucci, visto que as denúncias eram de meses antes, Mantega jogou a culpa pela nomeação no PTB. Na avaliação de Dilma, foi uma resposta ruim.
Segundo informações de bastidores do Planalto, as disputas no BB são puxadas pelo presidente da instituição, Ademir Bendine, e pelo presidente da Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil), Ricardo Flores, ambos do PT. Os dois foram escolhidos para os cargos por Mantega. Vivem um processo de briga, cada um temendo levar uma rasteira do outro.
Pela ordem dada por Dilma, o ministro terá de mandá-los se entender. Se isso não ocorrer, deverá optar por um dos dois. Por enquanto, Bendine tem certa vantagem em relação a Flores.
Na transição do governo Lula para o de Dilma Rousseff, Flores foi escolhido para substituir Sérgio Rosa, petista oriundo das alas sindicais que chegou a ser cotado para coordenador de campanha da então candidata a presidente, em 2010. Mas Rosa foi parar na Brasilprev.
Flores não era o preferido de Rosa nem de Bendine, que defendia o nome de Paulo Caffarelli, então vice-presidente de Negócios e Varejo do BB. Mas, na época, Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, foi acusada de tráfico de influência junto a Caffarelli. Mantega teve de escolher Flores.
De 2004 para cá, Bendine é o presidente que ficou mais tempo à frente do BB. O que joga a favor dele é que a instituição tem registrado elevados lucros nos últimos anos. Além disso, muitos veem Bendine com a força certa em outra disputa, a travada pelo PT com o PMDB. É ele que tem contido as tentativas de avanço de peemedebistas sobre o BB.

Serra desce do muro e é candidato a prefeito



Serra desce do muro e é candidato a prefeitoFoto: FáBIO GUINALZ/AGÊNCIA ESTADO

ANTECIPADA POR 247, DECISÃO FOI CONFIRMADA NA EDIÇÃO DESTE SÁBADO DA FOLHA; FIEL AO SEU ESTILO, EX-GOVERNADOR DISSIMULA SUAS INTENÇÕES ATÉ O ÚLTIMO MINUTO E NÃO IMPEDIRÁ A REALIZAÇÃO DAS PRÉVIAS PREVISTAS PARA O DIA 4 DE MARÇO

25 de Fevereiro de 2012 às 08:03
247 – Sim, José Serra é candidato a prefeito de São Paulo. Esta era a manchete do 247 na noite de ontem e também a da Folha de S. Paulo na manhã deste sábado. O ex-governador, ex-prefeito e ex-candidato tucano à presidência da República, tomou a decisão na noite de ontem, após um encontro definitivo com o atual prefeito, Gilberto Kassab, que tem jurado fidelidade incondicional ao antigo padrinho político. O que anima Serra é a possibilidade de nacionalizar a campanha, enfrentando um candidato, Fernando Haddad, que, na prática, seria um preposto de Luiz Inácio Lula da Silva – assim, a campanha teria caráter presidencial, antecipando a disputa de 2014. Além disso, o secretário de Fazenda da prefeitura de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, anunciou ontem que o município tem R$ 4,3 bilhões para investir em ano eleitoral – dinheiro que pode fazer diferença na disputa.
Um dos grandes entusiastas da candidatura Serra, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) tem acompanhado o ex-governador nas reuniões para tratar da sucessão paulistana. O ex-governador promete uma posição oficial sobre o assunto até domingo.
Apesar de Kassab já ter dito várias vezes que seu apoio a Serra é incondicional, o ex-governador só não fez o anúncio oficial ainda porque não pretende se arriscar e quer ter certeza da vitória, o que deve depender da coligação que o PSDB conseguir reunir em torno de sua candidatura. O PTB, por exemplo, já mandou avisar que desistiria da candidatura própria por Serra. O PPS é outro tradicional aliado, mas precisa ainda desistir da candidatura em torno de Soninha Francine. O problema será fazer DEM e PSD se entenderem na capital.
Apesar das costuras de Serra, o PSDB mantém a condução das prévias internas, que pretendem escolher o candidato do partido entre os secretários estaduais Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e o deputado federal Ricardo Trípoli. Neste caso, Serra tem ainda uma cartada. Jogaria todas as suas fichas na eleição do fiel escudeiro Matarazzo, que depois aceitaria ser vice do próprio Serra, numa chapa puro-sangue. Seria uma puxada de tapete e uma traição aos filiados, mas, em se tratando de Serra, nada surpreende. Outra possibilidade, mais civilizada, seria Serra disputar as prévias, o que vem sendo negociado com o governador Geraldo Alckmin. Neste caso, a disputa interna do PSDB seria adiada.