segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Em tv da família de Gilmar Mendes apresentador prega extermínio de menino de rua.


Seg 27 Fev
Que tal criar grupos para exterminar meninos de rua? Sugestão na TV de Gilmar Mendes
Esse fascitóide de quinta categoria se chama Márcio Mendes. É um técnico rural que a família do ministro Gilmar Mendes, do STF, mantém como cão raivoso na emissora de TV do clã para atacar adversários e inimigos políticos. A TV Diamante, retransmissora do SBT, é, acreditem, uma concessão de TV educativa apropriada por uma universidade da família do ministro. Mendes, vocês sabem, é o algoz do fim da ... obrigatoriedade do diploma para o exercício de jornalistas.

Vejam esse vídeo e vocês vão entender, finalmente, a razão. Esse cretino que apresenta esse programa propõe a criação de um grupo de extermínimo para matar meninos de rua. Pede ajuda de empresários e comerciantes para montar um "sindicato do crime", uma espécie de Operação Bandeirante cabocla, para "do nada" desaparecer com esses meninos. E preconiza: "Faz um limpa, derrete tudo e faz sabão". Repito: trata-se de transmissão em concessionária educativa na TV da família de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu denunciei isso, faz dois anos, na CartaCapital, em uma das matérias sobre os repetidos golpes que o clã dos Mendes dá para derrubar o prefeito eleito da cidade de Diamantino, que ousou vencer a família do ministro nas urnas.
Vamos ver o que diz o Ministério das Comunicações e a Polícia Federal, a respeito. Seria bom saber qual a posição do SBT, também.
Veja o vídeo:



Haddad se diz 'tranquilo' sem Kassab e contra Serra

Haddad se diz 'tranquilo' sem Kassab e contra SerraFoto: LUIZ CLAUDIO BARBOSA/AGÊNCIA ESTADO

PRÉ-CANDIDATO DO PT À PREFEITURA DE SÃO PAULO SE CONSIDERA MAIS CONFORTÁVEL AO ENCAMPAR DISCURSO DE MUDANÇA NA CAPITAL PAULISTA; CAMPANHA PETISTA PRETENDE RESGATAR A HISTÓRIA E OS PROJETOS QUE FORAM IMPLEMENTADOS PELO PARTIDO NA CIDADE

Por Agência Estado
27 de Fevereiro de 2012 às 20:48Agência Estado
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad admitiu hoje, após visita à região da Freguesia do Ó e Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da Capital, que a entrada do tucano José Serra na disputa e a confirmação do apoio do PSD do prefeito Gilberto Kassab ao ex-governador o libera para encampar um discurso de mudança nesta campanha, com relação à administração da cidade. "Fico mais tranquilo porque vou representar melhor as ideias que acredito, está mais adequado o candidato ao discurso", reconheceu o petista.
Haddad acredita que o eleitorado paulistano pede mudanças reais na gestão e que a cidade "está sintonizada com este clima". "Sempre me coloquei como candidato com uma plataforma de mudança, nunca abdiquei deste discurso. Vejo que há muito subinvestimento na cidade", afirmou. O pré-candidato disse que aposta na memória do eleitorado com relação aos investimentos das últimas administrações do PT na cidade e conta com a boa avaliação do governo federal para conquistar os eleitores. "Nosso horizonte é muito bom, são duas administrações com grandes realizações na cidade e um governo federal muito bem avaliado", apontou. Segundo Haddad, sua campanha pretende resgatar a história e os projetos que foram implementados pelo seu partido na cidade.
Haddad voltou a dizer que não se surpreende com a entrada de Serra no embate eleitoral: "Estamos na sexta eleição do século XXI e é a quinta que ele (Serra) participará. Não vejo qual a surpresa disso." Segundo Haddad, a entrada do tucano no cenário eleitoral não deverá alterar a política de alianças de sua campanha. Apesar de dizer que não há problemas nos partidos da base aliada terem candidaturas próprias neste pleito - como o PMDB que lançou na Capital o deputado federal Gabriel Chalita - o PT vai insistir nas negociações com PCdoB, PSB, PDT e PR e o próprio PMDB para eventuais alianças, seja no primeiro ou segundo turno.
Ultimamente, Haddad tem mantido conversas com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é também presidente nacional do PSB, sobre um eventual acordo em São Paulo. Haddad também tem mantido conversas com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é também presidente nacional do PSB, sobre um eventual acordo em São Paulo. Haddad também tem mantido conversas regulares com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de um tratamento contra um câncer na laringe.
O petista disse que espera de todos os candidatos uma campanha com menos ataques e mais propostas e lembrou que "sempre frisou" que vai conduzir uma campanha propositiva. "Eu penso que o cidadão nessa eleição estará com os ouvidos atentos para propostas concretas. É o que espero de todos os concorrentes. Tenho certeza de que, se não é a totalidade, a grande maioria vai se comportar desta maneira". O pré-candidato ressaltou que o eleitorado espera uma campanha de alto nível, intelectual e ética.

Emergentes buscam maior representividade com banco dos BRIC



Gabriel Bonis


Insatisfeito com a baixa representatividade em organismos financeiros internacionais, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na reunião dos chefes de finanças do G20 no sábado 24, na Cidade do México, que o BRIC (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China) só vai contribuir com um nova ajuda à Europa caso o Fundo Monetário Internacional (FMI) realize a reforma em suas cotas para aumentar o poder dos emergentes no órgão.
Há tempos os emergentes pressionam por mais influência nas agências e entidades financeiras, sem grande sucesso. Por isso, a revista econômica norteamericana Bloombergaponta que, em paralelo ao evento no México, os representantes do BRIC discutiriam um novo caminho: a criação de um banco multilateral a ser mantido apenas por países em desenvolvimento para financiar projetos nestas regiões.
A medida, apresentada pela Índia, ainda está em fase de inicial de discussão, mas circula entre o grupo e vai ser debatida de forma mais específica na reunião dos BRIC em março, diz a publicação.
Irritados com pouca influência no FMI e Banco Mundial, entre outras agências, apesar das extensas reservas financeiras, países em desenvolvimento discutem criação de entidade para financiar exclusivamente seus projetos. Foto: 401K/Flickr

A inciativa é bem vista por Amir Khair, ex-secretário de Finanças em São Paulo e especialista em contas públicas. Segundo ele, a eventual criação do banco do BRIC pode ter um forte apelo político. “É uma forma de união dos emergentes, que possuem enorme força neste contexto internacional em que FMI e Banco Mundial servem apenas para financiar os desenvolvidos.”
Júlio Sérgio Gomes de Almeida, doutor em economia e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), destaca que a ação seria um instrumento de promoção de investimentos e exportações entre os emergentes. “As agências existentes cumprem esse papel, mas possuem uma orientação de gestão mais dirida pelos países desenvolvidos.”
O banco dos BRIC seria, neste contexto, um instrumento para os emergentes evidenciarem ainda mais sua força, uma vez que as tentativas de conquistar espaço no FMI e Banco Mundial para eliminar as nomeações de um europeu e um americano para a presidir as entidades, respectivamente, não foram bem sucedidas.
“Há um déficit de representatividade destes países nos organismos internacionais. É natural que desejem aumentar sua influência, porque até agora quase não houve avanços”, ressalta o consultor.
Em 2011, após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn, os emergentes não conseguiram se unir ao redor de uma candidatura própria para a direção do FMI, que acabou entregue à francesa Christine Lagarde. O mesmo pode ocorrer em junho, quando Robert Zoellick deixará o comando do Banco Mundial.
De acordo com Khair, os europeus possuem mais cotas de participação no FMI do que sua atual importância econômica, uma manutenção irreal de influência que frustra os emergentes. “Caso todos os BRIC invistam neste banco (juntos, eles possuem mais de 4 trilhões de dólares em reservas), seria um volume de recursos expressivo para se aplicar em projetos de países em desenvolvimento, que teriam mais chances de sucesso e retorno.”
Uma afirmação lógica, pois, segundo dados do próprio FMI, os países do BRIC devem crescer juntos 24% em 2012, enquanto os EUA têm estimativa de 1,8% de avanço do PIB e os 17 países da Zona do Euro vão encolher 0,5% ao todo.
A criação do banco, que entrou em pauta porque os organismos existentes não têm conseguido (ou mostrado vontade suficiente) de financiar as nações em desenvolvimento de forma efetiva, poderia dinamizar os recursos para os emergentes. “Estados Unidos e Europa ainda tentam superar a crise e o retorno dos investimentos em países em desenvolvimento é garantido, além de haver um grande mercado consumidor”, destaca Khair.
Esse número atraente de compradores é um dos atrativos para a criação do banco, que pode ampliar os mercados de exportação destes países, além de ser um benefício adicional conferido aos emergentes menos desenvolvidos, aponta Almeida. “Esse instrumento atende aos interesses dos emergentes com maior poder, mas também potencializa o desenvolvimento e investimentos nas demais nações emergentes.”
Para o  ex-secretário de Finanças em São Paulo, o banco permitiria desenvolver políticas específicas a países africanos com empréstimos a condições mais favoráveis, algo pouco provável no FMI ou BM. “Esses lugares podem dar retorno, precisam apenas de uma ajuda.”
A fim de atender essa demanda, a entidade deveria ter um perfil semelhante ao do BM, financiando projetos de desenvolvimento, defende o consultor do IEDI. “A instituição não pode ter preferência de países ou privilegiar interesses dos emergentes de maior força para evitar disputas de poder.”
“Os emergentes, principalmente os BRICs são credores agora. Nada mais justo que usem seu dinheiro para o desenvolvimento próprio”, afirma Khair.

Garotinho: ‘Rosinha será candidata a reeleição em Campos’



Fotos: Berenger / Carlos Grevi
Deputado diz que em 2014 pode ser candidato a Governador ou a Senador

Deputado diz que em 2014 pode ser candidato a Governador ou a Senador
O deputado federal e ex-governador, Anthony Garotinho, presidente estadual do Partido da República (PR), visitou esta semana a redação do Site Ururau e concedeu uma entrevista onde falou sobre eleições municipais de 2012 com projeções em todo o Estado, dos seus planos para 2014, analisou o Governo Rosinha em Campos e afirmou que sua esposa é candidata a reeleição, além de destacar o maior objetivo político que é de chegar a Presidência da República.

As eleições de 2012 devem ser um parâmetro para as de 2014? Cabral foi reeleito com apoio de 91 dos 92 municípios fluminenses. Que resultado o seu grupo planeja?
O nosso grupo político vai eleger em torno de 30 Prefeituras. Quando falo no grupo político não falo só no PR (Partido da República) e nem só Democratas (DEM). Em algumas cidades os nossos candidatos estão no PP, onde muitos foram eleitos quando o Dornelles (Francisco) ainda estava em aliança conosco. Em algumas cidades nossos candidatos estão no PSB, pessoas que já tinham sido eleitas e reeleitas, e em alguns lugares estão no PV. O que importa é que o Estado se dividiu claramente entre dois grupos, o grupo do Governo que é representado pela liderança do governador Sérgio Cabral e o grupo de oposição liderado por mim. Essas candidaturas é que vão disputar nos municípios. Nós esperamos fazer em torno de 30, vai ter um grupo independente em torno de 20 e acho que o governo também faz uns 30. Os outros partidos estão fragilizados.

Mas como funcionarão esses apoios aos candidatos que não são dos partidos oficialmente aliados?
Olha o que acontece em relação ao PSB. Vou citar o caso típico de Petrópolis. O PMDB tem um candidato a Prefeito, que é o deputado Bernardo Rossi, o ex-prefeito Rubens Bomtempo é candidato pelo PSB contra a máquina do Estado, e tem o nosso o apoio contra o candidato do PMDB. O mesmo acontece em Friburgo onde a ex-prefeita Saudade, prefeita por duas vezes, é a candidata contra o prefeito do PMDB. Ela é a nossa candidata, embora esteja no PSB. Onde nós temos candidato, temos contra o PMDB. É uma candidatura pontual. A aliança estadual do PSB hoje é com o Sérgio Cabral, mas essas pessoas já estavam no PSB.


O senhor faz severas críticas ao Governo Cabral e diz que busca a sua retirada do poder. O porque dessa posição?
A prática recomendada na política são alianças em torno de programas. Cabral fez uma aliança com 16 partidos que compõem o Governo do Estado e a Prefeitura em cima de negócios. É um Governo onde trabalham os amigos do Governador, os grandes empreiteiros, a família do Governador. A esposa é advogada do Metrô e da Supervia. O Rio de Janeiro vive talvez o seu maior escândalo moral dos últimos anos, claro que com uma mídia comprada, vendida que está silenciada a esse respeito. Então essa campanha também é importante para fazer com que o povo se atente para esses pontos que vamos colocar.

Quais são as principais feridas do Governo Cabral?
Por exemplo, a educação. Uma tragédia. A educação do Rio de Janeiro só ficou a frente do Piauí, no ENEM (Ensino Nacional de Ensino Médio). Nós tínhamos um programa, o Nova Escola, que era tão bom, que hoje é copiado pelo Governo de São Paulo. O Governo do PSDB de São Paulo está copiando. Você pega a Saúde, virou UPA, não tem mais nada. Na segurança pública, virou UPP, que nada mais é, como todos nós sabemos, um acordo entre Polícia e traficante. Agora a Polícia Federal começou a prender comandante de UPP com acordo com o tráfico. Era claro que não poderia haver política de segurança. Como poderia explicar que em seis anos do Governo Sérgio Cabral não foi construído nenhum presídio no Estado? Durante todo o Governo meu e de Rosinha, foram construídos 11 Casas de Custódia e Presídios. Se as pessoas estão sendo presas elas precisam ser colocadas em algum lugar. Como você prende bandido sem construir presídio? É mentira, na verdade ninguém foi preso, foi um ou outro traficante.

Uma preocupação dos municípios do interior, é da chegada dos traficantes que estariam deixando as comunidades na capital e seguindo para novas regiões. É assim que o senhor vê?
Olha o que está acontecendo no Rio de Janeiro. Antes o que havia? Disputa de facção. Como não há mais, a outra facção rival a que está protegida pela Polícia, como um caso claro do Morro de São Carlos, onde teve operação da Polícia Federal e prendeu o chefe da UPP, um policial, com 13 mil reais no bolso, ou seja, a Polícia que está instalada ali, a UPP, protege a venda livremente dentro da comunidade e isso em todas as UPP´s. Você chega lá, por exemplo, na Cidade de Deus, tem feirão de drogas na praça protegido pela Polícia. A facção rival se manda de lá e vai pra onde? Para o interior. Não está havendo fuga de bandido da comunidade, é a facção rival que vai para o interior. É um acordo de Cabral com o tráfico que está vendendo normalmente. A droga obedece a mesma lógica de qualquer outro produto. Se tivesse diminuído a oferta o preço da droga estaria caríssimo e com dificuldade. As pessoas não deixaram de cheirar e fumar de uma hora para outra. Se tivesse dificuldade para comprar, o preço teria subido, é porque está liberado.



O PR e o DEM oficializam nesta segunda-feira um acordo visando as eleições 2012 e 2014, como se dará essa união de Garotinho e César Maia, ex-desafetos?

Vamos fazer a divulgação de um documento, uma carta de princípios chamada ‘Aliança Republicana Democrática e Popular’, onde reconhecemos nossas diferenças. César Maia é um liberal e eu não sou, sou um trabalhista. Mas entendemos a necessidade de por fim a essa política de compra de partido no Estado. Sérgio Cabral age no mercado partidário como uma dona de casa que vai ao supermercado. Ela (dona de casa) apanha assim um produto e coloca no carrinho. Ele (Sérgio Cabral) pergunta quanto custa esse partido aqui? Coloca no carrinho dele e vai levando. Os partidos que ele não conseguiu comprar são aqueles que estão enfrentando essa eleição agora, o Democratas junto com o PR, o PSDB que tem a candidatura do Otávio Leite e o PSOL com a candidatura do (Marcelo) Freixo. O resto está tudo alinhado.

Pode haver também uma aliança com o PSDB, pois em muitos casos já se percebe uma aproximação.
O PSDB já está caminhando conosco em alguns municípios, inclusive aqui em Campos. Mas na capital já tinham lançado o Otávio Leite, nós entendemos, e é até importante para uma previsão de segundo turno. Ele corre numa faixa diferente da nossa. Nossa candidatura lá vai ser bem popular com bastante entrada na Zona Oeste do Rio e na Leopoldina. Eu fui o deputado federal mais votado na cidade do Rio, com 174 mil votos, e só na Zona Oeste foram 100 mil votos. Nosso tempo de televisão vai ser grande, ou seja, se nós conseguirmos levar a eleição para o segundo turno nós entramos.

E a aliança para 2014 com o DEM, o que está proposto e o que há de novas possibilidades de entendimento?
EM 2014 nós teremos uma eleição nacional, ou seja, de Presidente da República junto com a de Governador, então vamos ver quais as forças vão estar agrupadas. Será que o PT e o PMDB vão permanecer juntos? Não sei. Pode ser que sim como pode ser que não. A quem diga e só o tempo vai mostrar, que essa aliança já vai se romper nessa eleição, porque o ex-deputado (Jorge) Picciani (presidente estadual do PMDB) está lutando para tirar a aliança com o PT, para indicar o seu filho que é deputado federal, porque ele próprio ficou sem espaço. Ele não pode ser candidato a federal porque um filho é federal, o outro é estadual, não pode ser candidato a Governador porque não tem voto para isso, não pode ser a Senador, porque Cabral saindo do Governo será candidato a Senador. Então ele não tem espaço e está empurrando o PT para fora e em acordo com Cabral, que finge que não vê, mas na verdade é acordado com ele. Cabral está esperando o julgamento do mensalão esse ano e se o PT sentar no banco dos réus, ele empurra o PT para fora da aliança. Ele (Cabral) é um oportunista. Eu costumo dizer que as pessoas podem não gostar de mim, do meu posicionamento político, mas eu sou um trabalhista. O César Maia é um liberal, e o Sérgio Cabral é o que? É um vazio, político sem substância, sem conteúdo oportunista que vai se moldando de acordo com seus interesses. Não tem posição.


Depois de ser eleito Governador, Deputado Federal e ter disputado eleição presidencial e ter tido mais de 15 milhões de votos, qual é o objetivo maior de Garotinho?
Eu fui alvejado de uma campanha cruel quando estava me preparando para uma segunda eleição presidencial (de 2006). Há poucos meses da convenção do PMDB, onde eu seria candidato a Presidência da República, por um partido grande e que me daria tempo de televisão, a Revista Veja percebendo que o segundo turno se daria entre eu e Lula, tirando o (Geraldo) Alckmin, lançou uma campanha mentirosa contra mim dizendo que eu viajava num avião de um traficante quando sabia que não era verdade, tanto é que foi condenada na Justiça, mas isso me causou um dano na minha imagem muito grande. Mas eu conto com uma coisa muito importante, que é o tempo. Eu tenho apenas 51 anos. Tem muito gente que começa a vida aos 50 anos, como o José Alencar, ex-vice Presidente da República. Então eu tenho muito tempo pela frente. Nunca escondi de ninguém que tenho um projeto para o Brasil. Lancei meu livro, ‘Brasil dos Brasileiros’ e continuo com esse sonho que pretendo transformá-lo em realidade. O fato é que só oito brasileiros entre os 190 milhões, alcançaram mais de 15 milhões de votos desde o início da história das eleições diretas no Brasil. São eles, Lula, Fernando Henrique, Collor e Dilma que se elegeram, e Alckmin, Serra, eu e Marina que não fomos eleitos.

O Garotinho será candidato a Governador em 2014?
Posso ser candidato a Governador, mas dentro de uma aliança também posso ser a Senador. Quem foi o vice de Collor? Senador Itamar Franco. Quem foi o vice de Fernando Henrique? Senador Marcos Maciel. O de Lula? Senador José Alencar. O Brasil passa muito pelo Senado, onde ficam as grandes referências da política brasileira. Então vamos aguardar um pouco. É claro que minha meta hoje é ser Governador, mas vou fazer uma consideração política. Eu tenho um grande adversário que o Brizola também tinha, e consideração que fiz para ele, as vezes faço para mim, que são as organizações Globo. Quando Brizola foi se candidatar a segunda vez ao Governo do Estado eu disse a ele que não deveria fazer isso, porque por melhor que o governo fosse a Globo iria vender para fora do Rio de Janeiro que a imagem estava mal. A meta dele era ser Presidente, pois Governador já tinha sido e ganharia para Senador tranquilo. Foi eleito Governador e a Globo acabou com ele, ao ponto de ser candidato a Presidência e chegada atrás do Enéias (Carneiro). As vezes temos que aprender com as lições. Se preservar da fúria jornalística e aprender com a história tendo um mandado parlamentar numa Câmara importante como o Senado, talvez seja o melhor caminho para alçar o que quero que é a Presidência da República. O tempo vai dizer isso. Mas tenho que me colocar nesse momento como centralizador dessa mudança no Estado do Rio de Janeiro, até porque se não tiver alternativa serei candidato a Governador.

O que representa essa aliança entre o PR e o DEM para Campos e o interior fluminense?
O DEM está muito fragilizado no interior do Estado e praticamente não estava nos municípios do interior. César Maia sempre foi um político da capital. Nós que montamos diretórios em 80 municípios. Acho que em Campos o DEM pode fazer dois vereadores.

E com as alianças com vários partidos que no Governo Rosinha forma o movimento ‘Campos de Todos Nós’, o que se esperar para as eleições de outubro?
Nosso grupo vai ter em torno de 400 candidatos, isso inicialmente. Mas, o importante é que temos uma visão clara que no primeiro mandato de Rosinha, não houve uma ampla maioria na Câmara de Vereadores. Precisamos fazer uma composição para poder governar, mesmo assim com muita instabilidade. Agora esperamos eleger pelo menos 20 dos 25 vereadores para que tenha a maioria e assim levar adiante seu programa de transformações econômicas e sociais em Campos.



E a Prefeita Rosinha Garotinho será candidata a reeleição? Ela ainda não se posiciona.
Rosinha é candidata. As mulheres são muito cautelosas. Pelo sofrimento que passou, perseguições, instabilidades criadas pela oposição Rosinha ficou muito magoada. Mas ela sabe da importância que tem para a cidade de Campos e não vai fugir dessa responsabilidade.

O seu grupo costuma trabalhar com pesquisas. Isso tem sido feito?
O Governo Rosinha tem 86% de aprovação e ela 72% de intenção de voto. O cenário é muito favorável. Eu digo favorável, porque não existe eleição ganha. Todas as eleições são disputadas e respeitamos a oposição, que se conseguir apresentar um projeto melhor do que o nosso, quem sai ganhando é Campos.

Se tivesse que destacar uma bandeira do Governo Rosinha, qual seria?São muitas as ações. A Prefeitura de Campos estava muito desorganizada e sem foco. Ninguém podia fazer uma análise da Prefeitura, até porque não tinha dados para fazer. A Prefeitura estava tão desorganizada que nem fazer conciliação bancária há 10 anos, nem prestação de contas enviava para o Tribunal de Contas (TCE). As contas eram reprovadas porque não tinham as informações. Hoje os números são diferentes. Campos foi campeão no ano passado pela Revista dos Municípios em investimentos, com R$ 540 milhões. Foi o município que obteve a maior per capita de investimentos do país, ficando atrás de Guarulhos em números absolutos, Belo Horizonte, Rio e São Paulo que são capitais. Em número relativos Campos ficou em primeiro lugar dividido pela população. A marca do governo é o investimento. A cidade está voltando a tomar forma, com investimento no social, educação, saúde, infraestrutura. Um projeto de casa como esse, o Morar Feliz, foi mais que o Estado fez. A cidade está mais bonita e a cidade está funcionando. Problemas tem é claro. Mas temos que comparar de onde saiu e onde estamos hoje, e onde podemos chegar. Se Rosinha conseguiu dar esse salto em quatro anos, se nos últimos 11 anos, o dinheiro tivesse sido aplicado da mesma forma, estaríamos bem melhor. Nos próximos cinco anos o Porto da Barra do Furado e do Açu, nossas expectativas são geométricas e a população precisará escolher o que quer.

E como analisa o papel da oposição?
Não que a oposição seja fraca, é que não tem projeto. Podem criticar um projeto com o da passagem social? Então apresentem alternativa melhor para o município, para habitação. As pessoas moraram durante anos na beira das estradas e lagoas. A dignidade que as famílias tiveram esse ano durante a enchente e sem maiores prejuízos para o município. Pode criticar, mas com qualidade, porque até a crítica é boa, mas com consistência. Critica a creche, mas apresenta o que para o lugar? A casa, faz o que no lugar? A passagem social, faz o que no lugar? Uma vereadora criticou que está gastando muito com remédio, aí perguntou-se com qual e ela disse a Vacina Prevenar. Campos tem a marca como única no país que vacina as crianças sem cobrar nada, contra a meningite. Há quanto tempo não se ouve falar em surto de meningite em Campos, e por quanto tempo vão ficar imunizadas. E a HPV? Não tem resultado agora, mas lá na frente a mortalidade por câncer de colo de útero vai lá pra baixo. Então são investimentos pesados planejados inovadores. Os nossos Governos são marcados por projetos que se tornaram referência. Já estão fazendo experimentos com a Prevenar na Bahia, por conta do Governo Federal. Criei o cheque cidadão aqui em Campos e o Governo Federal no mesmo projeto copiou e criou o Bolsa Família. O Desafio que depois virou o PETI, o Programa de Erradicação de Trabalho Infantil, dona Ruth Cardoso (esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) pegou o projeto aqui que tirava as crianças do corte de cana e levou para o Brasil inteiro. Eu não tenho dúvida que esses programas da Rosinha vão ser da mesma forma.


Os royalties voltam a ser destaque no Congresso Nacional e a preocupação pela perda por parte dos produtores também. Como está essa discussão e o que o senhor imagina?O Governo Federal já teria atropelado e aprovado seu projeto se não tivesse havido uma obstrução muito articulada na Câmara que nós fizemos. Esse ano o Governo Federal precisa aprovar o novo marco regulatório das licitações, claro que tem junto a situação dos royalties. É verdade que não é só royalties, o projeto não é só royalties, o projeto prevê mudança do conceito de concessão da partilha e muda bastante a forma como o País trata a questão do petróleo. Então, dificilmente será aprovado esse ano onde só vamos conseguir votar alguma no primeiro semestre, no segundo semestre tem eleição. A pauta está trancada com quatro medidas provisórias que precisam ser votadas primeiro. Além dessas medidas provisórias, existe a questão do Código Florestal que a prioridade do Governo aprovar o projeto no segundo turno. Ainda tem o veto da emenda 29. Há uma rebelião na Câmara contra os vetos que foram colocados pela Presidente Dilma (Rousseff). Acho que ganhamos mais um ano.

Mais uma hora sairá e o que fazer?
O que temos que fazer é tentar encontrar uma solução negociada para essa questão do petróleo. Ganhamos o ano passado, ganhamos esse ano, mas que vão fazer em algum momento vão, e temos que evitar uma perda grande. Temos que fazer um Marco Divisório. O que é concessão antiga, o que é Pós Sal fica e o que é Pré Sal pode ser dividido, mas com outro critério, não com o que está colocado nessa lei, que está com FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e FPE (Fundo de Participação dos Estados) que o STF já declarou inconstitucional. A Câmara tem que aprovar até o final desse ano os novos critérios e quem fez essa lei não quer mais do jeito que está. O Maranhão vai ganhar mais que o Rio de Janeiro, mesmo não produzindo nada. Isso é igual alguém que está com muita fome e vai em cima do prato de comida e come tudo na hora. Se for alimentando aos poucos perde um pouco do apetite. Na hora que abrir os trabalhos vão vir com tudo em cima. O Governo hoje não tem clima para aprovar isso, nem na Câmara. Por isso e vão empurrar para o segundo semestre que tem eleição. Será que o Governo vai querer uma briga com o Rio de Janeiro, com São Paulo, que até agora não se interessou muito porque não deixaria de ganhar, mas não estaria perdendo, o que muda dentro de dois anos quando passaria a ganhar. Quanto mais tempo passa, comprometemos mais gente.

O senhor apresenta a proposta na mudança da cobrança do ICMS, o que inverteria completamente esse cenário.
Nós queremos uma paridade tributário para o petróleo, que ficou com uma diferença de tributação com relação aos outros produtos, que são taxados na origem e o petróleo no destino, ou seja, exportamos imposto. Todo o petróleo que produzimos aqui acaba sendo tributado onde é consumido. Como São Paulo é o maior consumidor no Brasil, nós  mandamos boa parte de nossa arrecadação para lá, outra para Minas. O Rio de Janeiro como só consome 20%, fica com 20% de arrecadação do petróleo. Se todo petróleo fosse tributado no Rio de Janeiro seria bem melhor, inclusive dos royalties. Já tiraram o ICMS e agora querem os royalties. Só que o ICMS é uma questão de interpretação tributária, mas os royalties é legal, é indenização, que como pagar a quem não produz nada? Agora com essa questão de indenização, os incidentes nas plataformas estão aparecendo mais, antes acontecia, mas não ganhava destaque. O petróleo é do Brasil, mas os royalties são dos produtores, é assim no mundo todo, nos Estados Unidos, na Suécia, na Holanda. Porque aqui vai ser diferente? Porque os deputados querem? Não é assim.


E a PEC 300 tão sonhada pelos militares? O senhor acredita que mais uma vez não será votada?
O Governo é de uma burrice fenomenal. Se soubessem o que diz a PEC 300 atual deixariam votar. A PEC 300 atual não estabelece mais uma correlação entre os salários dos policiais com do Distrito Federal, acabou isso. O texto que está para ser votado diz apenas que tem que haver um piso nacional que será fixado pela própria Câmara Federal, que provavelmente deve ser em torno de R$ 2,5 mil, o que a maioria dos Estados já paga. Os Estados que ficam de fora o Governo Federal poderia socorrer esses Estados, mas se estabelece que ninguém pode ganhar menos que R$ 2,5 mil já resolve um grande problema enorme. E o Governo Federal aportaria alguns recursos para cobrir essa pequena diferença do que existe hoje no piso nacional. A PEC 300 aprovada hoje em primeiro turno diz apenas que terá que ter um piso nacional.

A greve dos militares acabou o expondo nacionalmente por conta de uma conversa gravda com o Cabo Daciolo. O que de fato ocorreu?
Publiquei no meu blog um oficio do Governo da Bahia me respondendo a respeito das interceptações telefônicas, dizendo que em momento algum eu estive sob investigação. Quem estava era o Daciolo e que pediram autorização para a gravação na Segunda Vara Federal de Salvador. O Governo do Estado do Rio não me responde. Pois bem, quanto ao Daciolo fiquei amigo desse líder quando esteve a frente da greve dos Bombeiros e ganhou a simpatia da população do Rio de Janeiro. Quando houve essa greve da Polícia Militar, eu simplesmente liguei para ele para perguntar como estava o clima no Rio e se teria greve. Nada demais. O resto é especulação. O que não pode é transformar uma pessoa do bem em marginal. Quando houve a decisão da Justiça Militar de que ele e os outros militares deveriam ser presos, deveriam ser na forma de lei, no Grupamento Especial de sua categoria, jamais em Bangu. Sérgio Cabral cometeu um dos atos mais violentos da história do Rio de Janeiro, ao transformar as forças policiais em pessoas criminosas tratando os policiais como marginais de farda porque participaram de uma greve. O caso dos 436 militares presos, nem a ditadura militar chegou tão longe. Foi uma postura autoritária. Cabral não gosta de ser questionado. Ele é uma espécie de reizinho.

Estamos as vésperas de dois dos maiores eventos da história no Rio de Janeiro, que são a Olimpíada e a Copa do Mundo. Como ex-Governador como vê esse cenário para receber esses mega eventos?
Eu desejo que o cronograma de desembolso financeiro previsto pela União seja cumprido, porque se não for o Rio de Janeiro não tem condições de arcar com recursos próprios, agora, se atrasar... Segundo as informações do Jornal do Estado de São Paulo, durante o carnaval, o Governo Federal queria estadualizando as obras, entregando parte até para o município do Rio, transferindo o dinheiro. Isso acelera, mas corre outro risco, a incompetência gerencial não deixar sair do papel, como no caso do papel, onde famílias da Região Serrana até hoje não tem casas.


Qual a diferença do Garotinho que iniciou a carreira política há 30 anos, para o Garotinho de hoje? 
São 30 anos de disputa eleitoral, em 1982. Comecei minha vida política quando tinha 15 anos, quando ingressei no Partido Comunista do Brasil onde militei durante muito tempo. A primeira vinda de Luiz Carlos Prestes a Campos, quando voltou do exílio, o recebi na Faculdade de Medicina de Campos para uma palestra para os jovens. Eu conservo dentro de mim, não perco nunca a utopia do desejo de sonhar com um mundo melhor e lutar justiça social, e sou apaixonado pelo povo. Infelizmente temos um modelo político que me obrigou mudar de partido algumas vezes por perseguição, outras vezes por desilusões. Trocar de partido é uma coisa, mas nunca troquei de lado, sempre estive ao lado do povo brasileiro, das pessoas injustiçadas, das pessoas que sonham com um país e estado melhor. Não tenho uma visão patrimonialista da política. Pelos cargos que já ocupei, pela projeção e ciclo de amizades não só no Brasil, mas no Mundo. Temos fotos no Centro Cultural entregando livros para Fidel Castro, Françoise Miterrant, Bill Clinton. Não mudei e me mantenho a mesma pessoa sem que o poder me estragasse o que acontece com muita gente que se corrompe.

Ururau