quinta-feira, 15 de março de 2012

Dilma testa limites da base parlamentar (Editorial)



O Globo
Assim como foi ungida e eleita pela força de Lula, Dilma Rousseff recebeu do patrono uma equipe de governo montada. Por uma dessas trapaças do destino, escândalos começaram a abrir espaço à presidente para tentar montar uma equipe própria logo nas primeiras semanas de Planalto.
O primeiro a sair do circuito, mal iniciado o governo, foi Antonio Palocci, colocado na Casa Civil com a evidente função de manter pontes com o passado. Dilma logo preencheu o vazio como quis (Gleice Roffmann no lugar de Palocci, e, num troca-troca com Luiz Sérgio, este deixou a coordenação política com Ideli Salvatti e foi para o cargo dela na Pesca).
O desmonte do Ministério lulopetista prosseguiu à medida que surgiam casos de desvio de verbas públicas por meio de convênio com ONGs fajutas, malversação de emendas parlamentares, sobrepreços em obras de infraestrutura, entre outros golpes.
Mas, no preenchimento dos cargos, ficou evidente a força dos compromissos herdados de Lula. O ministro apanhado em delito saiu, porém o partido dele continuou dono do pedaço.
A destituição de Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo no Senado é mais uma tentativa de Dilma de ganhar alguma independência. O afastamento de Jucá é positivo, por afirmar a autoridade de uma presidente refém de acertos lastreados no fisiologismo. E veio depois da provocação feita com a rejeição no Senado da recondução de Bernardo Figueiredo, indicado por ela, à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A dimensão do ato extrapola o senador de Roraima e atinge, na verdade, o grupo que controla a Casa: os peemedebistas José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). O troco presidencial teve requintes, porque foi nomeado novo líder Eduardo Braga (PMDB-AM), crítico do esquema de poder existente no Senado.
A resposta veio rapidamente: Romero Jucá, o camaleônico parlamentar sempre à disposição do poderoso do momento, ganhou a relatoria da comissão mista do Orçamento de 2013, cargo estratégico. O cerco a Dilma se mantém. Dilma aproveitou e, na Câmara, substituiu o petista Cândido Vaccarezza (SP), na liderança do governo na Casa, por outro petista paulista, Arlindo Chinaglia. Zerou a pedra das colisões entre Vaccarezza e Ideli Salvatti.
A dúvida é sobre a estratégia de Dilma para lutar esta boa batalha.
Sem considerar o contexto histórico, cabe lembrar que Stalin, ao ser aconselhado a não perseguir os católicos, perguntou: “Quantas divisões militares tem o Papa?” E quantas divisões, no campo político de batalha, Dilma tem?
Conspira contra sua correta intenção de fazer um governo próprio, com sua marca, o fato de ocupar a cobertura de um edifício construído por uma engenharia política fisiológica, e que só funciona na base do toma lá dá cá.
Tanto quanto isso, o cenário econômico é muito diferente daquele que permitiu o patrono de Dilma administrar sem maiores problemas, não uma equipe, mas uma confederação de grupos e aparelhos, sem comungar um projeto comum a não ser o do poder pelo poder e o de vantagens pecuniárias. Sem contar a facilidade de Lula para fazer política, dom inexistente em Dilma.
Começa a se configurar um cenário tensionado em que a presidente precisa cada vez mais executar um projeto para enfrentar os problemas econômicos, mas sua base parlamentar tem outras preocupações, as mesmas cultivadas durante oito anos.

Dilma sobre o PR: com a faca no pescoço, não


O calor se extinguiu. Difícil dizer saber, porém, se a festa íntima de Dilma com o PR chegou ao fim. Os últimos diálogos ainda descem a rampa do Planalto. A dona da casa limpa as manchas vermelhas no sofá –sangue? vinho?
Os que ficaram cochicham críticas contra os que já foram. Sobre o tapete, apagados pelo reflexo do abajur, restos de uma coisa antiga chamada recato. Ações e reações dão à cena ares de folhetim barato.
Dilma mandou dizer ao PR: com a faca no pescoço, não vai negociar. Exige que o parceiro se retrate do rompimento. A legenda faz pose de durona. Só desmancha o bico se lhe for restituído o cômodo dos Transporte$.
E Dilma: “Mas eu convidei o Blairo Maggi. Ele é que não quis!” O PR ofereceu outros nomes. Foram recebidos, declara Blairo em privado, com desapreço. Alguns, diz ele, foram riscados a caneta por Ideli Salvatti, a governanta.
Em nome da patroa, Ideli informou: nada de Transportes. No máximo, duas diretorias numa estatal vinculada. Uma para o ex-senador César Borges (PR-BA). Outra para o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), suplente da senadora petê Marta Suplicy.
Assim, nada feito, refugam os peérres. Eles esticam a corda. Resmungam pelos cantos a intenção de infernizar a vida do governo de madame nas comissões do Senado. Se não forem notados, esticarão a corda no plenário.
Noutros tempos, esse tipo de movimento era feito no escurinho. Hoje, é tudo assim, meio desabrido. O recato saiu de moda em Brasília.

Demóstenes tem faculdade com sócios ocultos



Demóstenes tem faculdade com sócios ocultosFoto: Pedro França/Agência Senado

SENADOR DO DEM, AMIGO DO “PROFESSOR” CACHOEIRA, COM QUEM FALAVA POR MEIO DE RÁDIOS TRAZIDOS DOS EUA, É TAMBÉM DONO DA NOVA FACULDADE, EM CONTAGEM (MG); QUEM SERÁ SEU SÓCIO?

15 de Março de 2012 às 19:24
247 - O senador Demóstenes Torres (DEM) é dono de uma faculdade em Contagem, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte e não revela pra ninguém quem são seus verdadeiros sócios no empreendimento.
A Nova Faculdade foi instalada oficialmente em dezembro de 2011 em uma suntuosa sede própria de 8.500 metros quadrados, construída em ritmo frenético, com trabalhadores se revezando 24 horas por dia. São cursos de administração, ciências contábeis, direito, farmácia e enfermagem. Conta ainda com cursos de pós-graduação e extensão em saúde.
A participação de Demóstenes na Nova Faculdade consta de sua declaração à Justiça Eleitoral em 2010 como tendo sido integralizadas as 200 quotas em 25 parcelas de R$ 8 mil, o que valeria, segundo informações do senador, R$ 200 mil. O sócio principal do senador no empreendimento é provavelmente o empresário de Anápolis-GO, Marcelo Limirio, ex-dono do Laboratório Neo Química e sogro de Alexandre Baldy, secretário de Indústria e Comércio do governo de Goiás. Demóstenes não revela quem são os verdadeiros sócios, mas as ligações de Baldy e Limírio permitem supor que gente graúda de Anápolis esteja na empreitada. “É possível que tenha participação de Carlinhos Cachoeira nessa faculdade”, comenta um vereador da cidade.
A participação de Demóstenes Torres na faculdade com míseros R$ 200 mil em 25 parcelas é considerada subestimada por especialistas em educação. A estrutura construída é de 81 salas de aula com capacidade para até 50 alunos, sendo que todas elas possuem computador. Metade delas possui também projetores de multimídia e telas de projeção. Conta também com quatro laboratórios de informática com capacidade para até 26 alunos e equipados com computadores novos e modernos, além de projetores de multimídia.
A estrutura tem custo estimado em alguns milhões de reais. Para os cursos da área de saúde há laboratórios caríssimos como química, bioquímica, biofísica, microbiologia, genética, anatomia - com peças alemãs que representam fielmente os modelos anatômicos humanos e um moderno laboratório de microscopia “com equipamentos de excelente qualidade (que) atende a todas as disciplinas de área básica que fazem uso de microscópios e lupas”, como ressalta o site da faculdade. Há também área de lazer, auditório para 200 lugares e um estacionamento para 400 vagas.
O peso do senador Demóstenes Torres foi decisivo também para a autorização de funcionamento pelo Ministério da Educação. Em apenas 14 dias, a Nova Faculdade recebeu a chancela do então ministro Fernando Haddad, em dezembro de 2010.
A diretora da faculdade, Renata Carla de Castro Costa, era assessora do gabinete do senador Demóstenes Torres até 2008. Abaixo, segue o registro da exoneração.
EXONERAÇÃO
ATO DO DIRETOR GERAL Nº 160, de 2008
O DIRETOR-GERAL DO SENADO FEDERAL, no uso da atribuição que lhe foi conferida pelo artigo 10, § 3º, da Resolução do Senado Federal nº 07 de 2002, e tendo em vista o que consta do Processo nº 001451/08-1, RESOLVE exonerar, a pedido, na forma do disposto do artigo 35, inciso II, da Lei nº 8.112, de 1990, RENATA CARLA DE CASTRO COSTA, matricula nº 181861, do cargo, em comissão, de Assessor Técnico, do Gabinete do Senador Demóstenes Torres, a partir de 08/02/2008.
Senado Federal, 13 de fevereiro de 2008.
José Alexandre Lima Gazineo, Diretor-Geral Adjunto.

Haddad em São Paulo tem tudo para repetir a vitória de Brizola no Rio em 1982.




Com a volta do exílio e das eleições diretas para governador em 1982, Leonel Brizola lançou-se candidato a governador do Rio.

As pesquisas indicavam a veterana lacerdista Sandra Cavalcanti com 30% e Brizola em 4º lugar com apenas 3%. (Foto)

Exatamente como o datafolha apontou José Serra (PSDB) com 30% e Fernando Haddad em 4º lugar com 3%.

Em cada entrevista e em cada auditório que Brizola passava em sindicatos, associações, escolas, fazia um arrastão de votos. Mostrava-se, de longe, o melhor candidato, o mais consistente. Quando houve debates na TV, a sagacidade de Brizola o levou a subir nas pesquisas até chegar à vitória no dia das eleições. Sandra Cavalcanti caiu para 4º lugar quando as urnas foram abertas.

Quem ouviu ou leu as entrevistas de Haddad, já percebeu seu preparo, seu entusiasmo com o desafio da prefeitura paulista, sua sagacidade, seu raciocínio rápido e respostas certeiras, sua capacidade de argumentação e convencimento, o que traz enorme credibilidade no que diz. É certeza que, com o correr do tempo, por onde Haddad passar fará um arrastão de votos, inclusive na TV, seja nos debates, seja no horário eleitoral gratuito. Ainda mais tendo o apoio de Lula.

Por isso Haddad deve repetir a vitória de Brizola em 1982. E José Serra deve repetir a derrota de Sandra Cavalcanti.

Governo se enrola e depois confirma bebida na Copa



Governo se enrola e depois confirma bebida na CopaFoto: Divulgação

APÓS REUNIÃO TENSA NA PRESENÇA DA MINISTRA DA CASA CIVIL E DO LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA, DEPUTADO ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP), MINISTRO DO ESPORTE, ALDO REBELO GARANTE VENDA DE ÁLCOOL NO MUNDIAL, DE ACORDO COM COMPROMISSO FIRMADO JUNTO À FIFA

15 de Março de 2012 às 16:06
247 – Afinal, a Copa de 2014 no Brasil terá ou não bebida alcóolica? Em uma reunião realizada no início da noite de ontem entre líderes da base governista com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e com o relator da Lei da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), ficou acordado a proibição da venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol durante a Copa do Mundo e a Copa das Confederações, como dita o Estatuto do Torcedor.
Mas a informação foi logo rebatida pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em uma nota divulgada ontem. "O governo federal esclarece que o compromisso assumido junto à Fifa relativo à venda de alimentos e bebidas nos estádios e outros locais durante a Copa do Mundo consta do projeto de lei originalmente encaminhado ao Congresso Nacional, em seus artigos 34 e 43, os quais foram mantidos no texto do relator aprovado pela comissão especial", diz a íntegra da nota.
O anúncio aconteceu após reunião tensa de emergência no Palácio do Planalto, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o próprio ministro do Esporte, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o relator do projeto, deputado Vicente Cândido. O assunto é polêmico e enfrenta resistência de bancadas, como a evangélica.
A mensagem desmente deputados governistas que, nesta quarta, disseram que não havia esse compromisso por parte do governo quando se candidatou a sediar o torneio. Chinaglia declarou que fez um levantamento entre os líderes da base governista, e que praticamente, por unanimidade, eles se posicionaram contra a liberação da venda de bebidas. “A partir desta situação, no mérito todos os partidos se posicionaram contra a liberação da venda e consumo de bebidas alcoólicas”.

Lobão confirma 247: no páreo para presidir Senado



Lobão confirma 247: no páreo para presidir SenadoFoto: Roberto Stuckert Filho/Presidência

INFORMAÇÃO PUBLICADA AQUI DOIS DIAS ATRÁS REPERCURTE NA MÍDIA; MINISTRO DAS MINAS E ENERGIA DISSE A SENADOR AMIGO QUE, SE TIVER O APOIO DA PRESIDENTE DILMA E DE JOSÉ SARNEY, É CANDIDATÍSSIMO AO CARGO; DESTINO DA JOGADA NAS MÃOS DO IMPERADOR DO MARANHÃO

15 de Março de 2012 às 18:30
247 – O ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, é o candidato da presidente Dilma Rouseff à Presidência do Senado. A noticia foi publicada em primeira mão, na terça-feira 13, pelo 247. Hoje, o portal iG confirma a notícia, veiculando uma frase do próprio Lobão, dita a um senador amigo.
- Com o apoio do Sarney e da Silma?, perguntou ele ao interlocutor. Claro que sim, completou o ministro, referindo-se a aceitar a condição de candidato.
Em reunião no Palácio do Planalto, na segunda-feira 12, a presidente Dilma disse ao senador Renan Calheiros que Lobão é o nome de sua preferência. Ela atuou, assim, para esfriar as pretensões do próprio Calheiros em concorrer ao cargo. Neste primeiro momento, o senador do PMDB de Alagoas recuou. O desenrolar desse tema vai depender, ainda desta vez, dos movimentos do presidente do Senado José Sarney. Ele tanto pode aderir ao plano de Dilma como decidir trombar com ela. Por enquanto, está enigmático como um esfinge.

Logo em cima dos pilotos, Constantino Junior?



Logo em cima dos pilotos, Constantino Junior?Foto: Patricia Stavis/Folhapress

DEPOIS DE DEMITIR 1.100 AEROVIÁRIOS, GOL PARTE PARA CIMA DOS COMANDANTES, CO-PILOTOS E COMISSÁRIOS; PLANO DE LICENÇA NÃO REMUNERADA POR UM ANO ESTÁ ABERTO; SALÁRIOS E BENEFÍCIOS SERÃO SUSPENSOS; “ELES VÃO DE DEMITIR MAIS”, ALERTA SINDICATO

15 de Março de 2012 às 14:15
247 – Um modo inédito de conter despesas pode ser colocado em prática na Gol Linhas Aéreas, da família Constantino. Depois de demitir 1,1 mil aeroviários – o pessoal de solo – em 2011, agora a empresa buscar economizar sobre os funcionários que voam em seus aparelhos, os aeronautas.
Desde o dia 6 de março está aberto um plano de adesão a licenças não remuneradas de um ano de duração. No período, os que aderirem não receberão salários nem benefícios. Na volta, não haverá garantia de emprego. O Sindicato Nacional dos Aeronautas emitiu nota repudiando o plano e negando apoio à iniciativa. A Gol espera contar com a adesão, a partir de 1º de abril, de cerca de 120 pilotos e 100 comissários.
No ano passado, a Gol demitiu funcionários de solo e, também, na diretoria. “Não apoiamos essa ideia de licença por um ano”, reagiu o presidente do Sindicato dos Aeronautas, Gerson Fochesatto. “Se ninguém aderir, é claro que eles vão demitir”.

Hasta la vista!



Hasta la vista!Foto: DIVULGAÇÃO

DEPOIS DE SOFRER HUMILHAÇÕES EM AEROPORTOS DA ESPANHA, BRASILEIROS MANDAM DE VOLTA NO MESMO VOO, SOB ALEGAÇÃO DE FALTA DE VISTO, O ESPANHOL PABLO FERREIRÓS BENNETT, QUE VEIO AO PAÍS A NEGÓCIOS; HÁ POUCAS SEMANAS, UMA SENHORA BRASILEIRA DE 77 ANOS FICOU QUATRO DIAS RETIDA NO AEROPORTO DE MADRI

15 de Março de 2012 às 13:49
247 – Depois de sofrer dezenas de humilhações com brasileiros sendo mal tratados em aeroportos da Espanha, especialmente o de Madri, o Brasil deu sua retaliação na semana passada: mandou de volta um cidadão espanhol de volta à sua terra, segundo reportagem do UOL. Pablo Ferreirós Bennett, natural da cidade de Alicante, desembarcou em São Paulo no último dia 2 com o objetivo de participar de uma feira educacional – um motivo justo e sem razão de questionamentos, como foram os de muitos brasileiros barrados na Espanha. No entanto, alegando que faltava ao espanhol um visto de trabalho, as autoridades brasileiras literalmente devolveram Bennett, no mesmo avião em que veio.
A política de imigração já foi alvo de longos debates entre o Brasil e a Espanha, especialmente depois de vários episódios em que brasileiros – turistas ou em viagem de negócios – não puderam entrar no país nos últimos anos. No início de fevereiro, as autoridades do País cansaram da humilhação e avisaram Madri que mudariam as regras: a partir de 2 de abril, a imigração brasileira passará a tratar os espanhois da mesma forma que o serviço de imigração espanhola trata os brasileiros. De acordo com a decisão do Ministério das Relações Exteriores, serão exigidos dos espanhóis, além do passaporte válido por pelo menos seis meses, passagem de volta com data marcada, comprovação de reserva em hotel ou alojamento e dinheiro suficiente para se manter por aqui pelo período declarado.
As novas medidas “de reciprocidade” – conforme descreveu o próprio governo brasileiro – parecem já ter sido aplicadas em Pablo Ferreirós Bennett, no entanto. A revolta nacional se intensificou com um último episódio, que tomou os noticiários brasileiros e chocou a população. Uma idosa de 77 anos ficou retida durante nada menos que quatro dias no aeroporto de Madri, sem poder tomar banho ou dormir confortavelmente. Dionisia Rosa da Silva voltou ao Brasil sem visitar a filha e o genro – que estavam em situação ilegal no país – praticamente em estado de choque. A devolução de Pablo foi o troco do Brasil aos espanhois, que terão de dar muito mais satisfações às autoridades brasileiras se quiserem entrar no País a partir de agora.

CNJ mudará regras de depósitos judiciais



CNJ mudará regras de depósitos judiciaisFoto: Antonio Cruz/Agência Brasil

SUGESTÃO DA FEBRABAN PODE GERAR CONCORRÊNCIA ENTRE INSTITUIÇÕES

15 de Março de 2012 às 14:40
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai mudar as regras para a escolha de bancos que podem administrar depósitos judiciais. O CNJ estuda a possibilidade de abrir a licitação para instituições privadas. A proposta foi levantada esta semana pela Federação Nacional das Associações de Bancos (Febraban) durante reunião com a ministra Eliana Calmon. O presidente da Febraban, Murilo Portugal, disse que os bancos privados têm interesse em participar da concorrência. A ministra não se opôs à ideia.
Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que a escolha do administrador dos depósitos judiciais deve ser feita por meio de concorrência entre os bancos oficiais. Ou seja, os bancos privados estão excluídos das licitações. O problema surgido agora é que as duas principais instituições financeiras públicas – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – tem se recusado a participar de licitação ou então um deles não se inscreve, impossibilitando a concorrência.
Os casos mais recentes ocorreram em Mato Grosso. O Tribunal de Justiça abriu duas licitações, mas nenhum banco oficial se mostrou interessado. Diante do problema, o presidente da corte estadual consultou o CNJ questionando se, em caso de licitações desertas, o órgão poderia realizar a contratação direta ou se o certame deve ser repetido. O Tribunal também questiona se, na falta de bancos oficiais, poderia abrir o processo a bancos privados.
O conselheiro Silvio Rocha, relator do caso no CNJ, começou a julgar o caso na sessão da última terça-feira (13), mas a decisão foi adiada a pedido da ministra Eliana Calmon. A ministra suspendeu o julgamento alegando que iria se reunir com os representantes dos bancos para discutir regras que disciplinem a licitação nos casos de depósitos judiciais.
A ministra sustenta que o tema chamou a atenção da Corregedoria depois que alguns tribunais relataram dificuldades enfrentadas em processos licitatórios para a contratação do banco administrador dos depósitos judiciais. Mas a reunião com os bancos foi provocada pela insatisfação de credores com a morosidade do Tribunal de Justiça de São Paulo para o pagamento de dívidas judiciais. A ministra pediu informações sobre os depósitos de precatórios.
Os representantes dos bancos oficiais alegam que em alguns casos os editais de licitação trazem exigências ou condições que desestimulam a participação dos bancos. Os entraves serão analisados pelo Conselho e, segundo a ministra, poderão resultar em uma proposta de resolução com diretrizes a serem observadas pelos tribunais.

PR entre Serra e Chalita; Haddad não



PR entre Serra e Chalita; Haddad nãoFoto: Antonio Cruz/Agência Brasil_Elza Fiúza/Agência Brasil

PARTIDO DE TIRIRICA ROMPEU COM O GOVERNO E DEIXOU CANDIDATO DO PT EM SÃO PAULO FALANDO SOZINHO; APOIO PODE IR PARA PSDB OU PMDB; CANDIDATO PRÓPRIO NÃO ESTÁ DESCARTADO; OLHE SÓ QUEM SERÁ

15 de Março de 2012 às 16:54
247 – Não será com o PR a primeira aliança eleitoral a ser fechada pelo candidato do PT a prefeito de São Paulo. Após rompimento na quarta-feira 14 com o governo federal, em razão da falta de acordo na nomeação do novo ministro dos Transportes, o partido descartou qualquer possibilidade de concorrer em coligação com Fernando Haddad. A legenda que tem o deputado federal mais votado das últimas eleições parlamentares – o palhaço Tiririca, com 1,3 milhão de votos – oscila entre fechar com o PSDB de José Serra ou o PMDB de Gabriel Chalita. A legenda não descarta, na falta de acordo, concorrer com o próprio Tiririca, que pode demonstrar a capacidade de tirar votos de diferentes candidatos.
Na quarta 14, ainda se recuperando de uma pneumonia, o ex-presidente Lula fez seu primeiro movimento de bastidores no apoio a Haddad – depois de ter sido o maior responsável pela escolha do candidato dentro do PT. Lula telefonou para o govenador de Pernambuco, Eduardo Campos, e marcou de receber a visita dele para tratarem da coligação com o PT em São Paulo.
Com o candidato José Serra fechado em copas, Haddad conseguiu também na quarta 14 lançar sua primeira proposta de campanha. Ele se comprometeu a acabar com a inspeção veicular em São Paulo.

Presidente Dilma dá alma gaúcha ao seu governo



Presidente Dilma dá alma gaúcha ao seu governoFoto: Edição/247

ALÉM DOS SETE NOMES DO PRIMEIRO ESCALÃO QUE JÁ FORMAM A “REPÚBLICA DO CHIMARRÃO”, PRESIDENTE ASSUME CARACTERÍSTICAS QUE FORAM DE GETÚLIO VARGAS, JOÃO GOULART E ERNESTO GEISEL; ALÉM DISSO, TEM A ENERGIA DO EX-GOVERNADOR LEONEL BRIZOLA; ELA FAZ JUS AO JEITO PERSONALISTA DE ADMINISTRAR NASCIDO NOS PAMPAS

15 de Março de 2012 às 17:01
247 – Seis ex-presidentes da República nasceram no Rio Grande do Sul, cumprindo mandatos diretos e indiretos que somaram 36 anos e meio de poder – o maior período de ocupação da Presidência por representantes de um mesmo Estado. A presidente Dilma Rousseff não poderá acrescentar seu nome e seu tempo na chefia da administração federal a essa lista. Ela, afinal, nasceu em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Na prática, porém, é como se fosse mais uma representante dos pampas no principal cargo da República. Dilma surgiu e se desenvolveu politicamente no Rio Grande do Sul, onde militou na luta armada, cerrou fileiras no partido de Leonel Brizola e, mais tarde, assinou ficha de filiação no PT. Foi ali que tornou-se um quadro da administração pública e é dali que está buscando colaboradores que já integram postos-chave de seu governo.
No estilo sem meneios de governar, no gosto pela objetividade que, às vezes, pode ser rude, e até na provocação de tensões em nome de atingir seus objetivos, Dilma apresenta características que apontam diretamente para traços da personalidade de seus antecessores gaúchos.
De Getúlio Vargas (1882-1954) vem o gosto da presidente pelo trabalhismo, no qual militou dentro do PDT, o verdadeiro sucessor pós-anistia do PTB getulista. Também se viu em Getúlio, acentuadamente, o perfil nacionalista que se manifesta naturalmente em Dilma. As empresas estatais criadas nas duas passagens dele pela Presidência, por outro lado, igualmente são intocáveis para a atual mandatária, crítica ferrenha das privatizações executadas nos governos do carioca de berço político paulista Fernando Henrique Cardoso.
É possível reconhecer, na determinação com que encara temas espinhosos, como o da Comissão da Verdade, por exemplo, o mesmo tipo de fibra e coragem, em Dilma, verificado antes no presidente João Goulart (1919-1976). Empenhado em fazer as chamadas reformas de base, Jango, primeiro fruto da estirpe trabalhista de Vargas, foi deposto pelos militares junto com suas ideias. Não se conhece, dele, qualquer tipo de autocrítica quanto a seus planos para o Brasil. Ao contrário. O ex-presidente morreu no exílio como adversário jurado do regime militar, contra o qual pelejou, ao seu modo, até o fim. Como já se sabe, Dilma arriscou sua própria vida nas ações armadas das quais participou contra os governos militares. Hoje, ela igualmente não abre mão de suas ideias facilmente, fazendo o tipo que até dá um boi para não entrar numa richa, mas que oferece uma boiada para não sair da disputa uma vez iniciada.
A semelhança com o general Ernesto Geisel (1907-1996), transparece no pouco gosto pela política partidária. Especialmente, no entanto, o traço de união com um dos mais emblemáticos representantes da ditadura está, outra vez, no nacionalismo e, sem dúvida, na aposta em grandes obras. Geisel tinha obsessão pelo planejamento do governo e o procurava materializar o sonho do Brasil Grande, pautado por obras de impacto. Ele próprio preferia ser visto muito mais como um gestor do que como um político. Com o carinho que demonstra pelo PAC – Plano de Aceleração do Crescimento --, o conjunto de obras de infraestrutura que formam a espinha dorsal das realizações do seu governo, a presidente Dilma também persegue, noutro contexto, a meta do Brasil potência. Ela pode rejeitar a comparação, mas vestígios do DNA geiseliano estão presentes, agora, até mesmo no dirigismo da economia, quando Dilma e sua politica econômica escolhem os setores econômicos que merecem e os que não merecem privilégios fiscais. A atenção que, como Geisel, ela dedica à Petrobras, é outra pontinha de unidade ideológica com o “Alemão”.
É, no entanto, com um político gaúcho que jamais chegou à Presidência, mas que governou dois Estados – o próprio Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro --, que Dilma mais se espelha. Ela foi correligionária de Leonel Brizola (1922-2004), o caudilho que agia pela via democrática. Como seu antigo chefe político, a presidente não parece ter medo de provocar tensões, carregar bandeiras polêmicas e valer-se da legalidade para impor suas vontades. Brizola julgava-se um político empírico. Dilma é uma técnica bem formada, mas como ele também toma decisões pela impressão pessoal que tem sobre algum problema, ultrapassando os pareceres técnicos. Ela poderia, neste sentido, ter vacilado em relação à construção da usina de Belo Monte, na região Norte. Convencida, porém, de que a usina irá proporcionar crescimento à região, ela assumiu uma polêmica internacional sem receio de eventuais desgastes em sua imagem. Tal qual Brizola, Dilma cultiva um certo desprezo pelas estruturas partidárias, optando por governar com equipes de sua confiança. Ela, à medida do politicamente possível, não faz questão de agradar chefes de partidos, dando seguidos recados de que o governo, ao contrário do que eles possam pensar, é dela, e não deles. A presidente gosta de manter os militares subordinados à sua estreita orientação, proporcionando o desenvolvimento de estruturas potencialmente explosivas, como a Comissão da Verdade, sem dar ouvidos a ameaças e manifestos feitos na reserva em nome da ativa. Igualmente apoia-se em aliados de ocasião, sem ligar para a coloração ideológica. Brizola foi amigo de seu adversário Collor de Mello, enquanto Dilma escuta conselhos do tucano Fernando Henrique. A presidente, sem dúvida, ficaria muito bem com um lenço vermelho atado no pescoço.