terça-feira, 3 de abril de 2012

Assassinatos de homossexuais batem recorde em 2011, diz entidade




AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

O número de assassinatos de homossexuais no Brasil atingiu o ápice em 2011, chegando a 266, segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia), que acompanha os casos desde a década de 1970.

Houve crescimento pelo sexto ano consecutivo e, de acordo com a entidade, 2012 deve registrar novo recorde. Isso porque, nos três primeiros meses deste ano, já houve 106 assassinatos.

Os dados divulgados pelo GGB se baseiam em notícias sobre os crimes veiculadas em jornais e na internet.

Para o antropólogo Luiz Mott, fundador da entidade, o número real de mortes deve ser maior. Mott criticou o governo federal por não criar um banco de dados específico sobre crimes contra gays. "Esse banco de dados estava previsto desde o Plano Nacional de Direitos Humanos 2, de 2002. Nem Lula nem Dilma cumpriram essa obrigação", disse.

De acordo com o relatório, a maior parte dos assassinatos foi contra gays (60%), seguido de travestis (37%) e lésbicas (3%).

"A maior visibilidade dos homossexuais --estimulados pelas paradas gays e pela presença de personagens gays e travestis em novelas-- provoca maior agressividade dos homófobos", disse Mott.

Os Estados com mais mortes foram Bahia (28), Pernambuco (25) e São Paulo (24).
Para o GGB, 99% desses homicídios têm relação com homofobia. Segundo o antropólogo, há também uma "homofobia cultural, que expulsa as travestis para a margem da sociedade, onde a violência é mais endêmica" e uma "homofobia institucional, quando o governo não garante a segurança dos espaços frequentados pela comunidade LGBT".

Em 2010, 260 homossexuais foram mortos. As estatísticas começaram a subir a partir de 2006, quando foram registrados 112 assassinatos.

Malta vê tentativa de criação de 'império homossexual' no Brasil



Malta vê tentativa de criação de 'império homossexual' no Brasil Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

SENADOR DO PR CRITICA PROJETO DE LEI QUE PRETENDE CRIMINALIZAR A HOMOFOBIA, DIZ QUE O PAÍS NÃO É HOMOFÓBICO E ACUSA MILITANTES GAYS DE PROMOVER PERSEGUIÇÃO CONTRA AQUELES QUE NÃO CONCORDAM COM ELES

03 de Abril de 2012 às 21:35
Agência Senado - O senador Magno Malta alertou, nesta terça-feira (3), para a possibilidade de criação de “um império homossexual no Brasil”. De acordo com ele, o país não é homofóbico e os militantes gays estariam promovendo perseguição contra aqueles que não concordam com eles.
Ao criticar projeto que criminaliza a homofobia (PLC 122/2006), em tramitação no Senado, Malta reclamou que manifestações contrárias à homossexualidade serão punidas com mais rigor que as manifestações contrárias a qualquer outro grupo caso a proposta vire lei.
– Se você não aluga seu imóvel para um homossexual, ou não aceita o ato afetivo de um casal gay, pega sete anos de cadeia. Se demite ou não admite um homossexual na sua empresa, cinco anos de cadeia. Eu posso não alugar minha casa para um negro, eu posso demitir um portador de deficiência, eu posso não admitir gestos afetivos de um casal heterossexual na porta da minha casa e pedir que eles se beijem em outro lugar, longe dos meus filhos. Mas, se eu fizer isso com um casal homossexual, um simples boletim de ocorrência me levará para a cadeia.
Boa parte do pronunciamento de Malta na tribuna foi dedicada ao que chamou de “campanha contra o pastor Silas Malafaia”, um dos líderes da Assembleia de Deus. O religioso está sendo processado por se manifestar contra os organizadores da 15ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo, que levaram figuras de santos católicos em posições sensuais para a Avenida Paulista, em junho de 2011.
Em seu programa de TV, Malafaia teria aconselhado os católicos a “baixar o porrete” e “entrar de pau” nos participantes e organizadores. Para o procurador que atua no processo, ele teria se comportado como “assassino de homossexuais”.
De acordo com Magno Malta, com a acusação, tenta-se calar a posição contrária à homossexualidade, adotada pelo pastor. Ele recordou o episódio em que um bispo da Igreja Universal chutou uma santa em um programa de TV, e, reprovando o ato, perguntou onde estão, hoje, os defensores da Igreja Católica que naquela época se voltaram contra os evangélicos.
Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que conhece os autos do processo e o contexto da fala de Malafaia. Para ele, o pastor não queria incitar a violência física ao dizer “entrar de pau”, apenas teria usado um termo comumente usado no sentido de criticar com veemência, ou responder com forte crítica.
– Eu li tudo e acho que estão agindo com intolerância contra Malafaia, ele não estava incitando a violência física – disse.
Estupro
Magno Malta também repudiou a decisão da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de absolver um acusado de estuprar três meninas de 12 anos. O argumento apresentado foi o de que, como elas atuavam como prostitutas, não se pode presumir a violência.
Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, que concluiu seus trabalhos em 2010, Malta disse que os ministros presentes ao julgamento olharam “a letra morta” da lei e ignoraram o sofrimento de uma garota pobre que luta pelo pão diário entregando seu corpo por dinheiro.

Gurgel: grampos contra Demóstenes são legais



Gurgel: grampos contra Demóstenes são legaisFoto: Divulgação

SEGUNDO O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, NÃO HÁ QUALQUER ILEGALIDADE NAS APURAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL QUE LEVARAM À EXPOSIÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE O SENADOR DEMÓSTENES TORRES E O BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA; DEFESA DE DEMÓSTENES PRETENDE DESQUALIFICAR GRAVAÇÕES QUE NÃO PASSARAM PELO STF

03 de Abril de 2012 às 21:40
Agência Brasil – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje (3) que não há qualquer ilegalidade nas apurações da Polícia Federal que levaram à conexão entre o senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes tem prerrogativa de foro por ser parlamentar, e sua defesa alega que a Justiça Federal de Goiás deveria ter obtido autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo. Como isso não ocorreu, seu advogado disse que entrará com uma reclamação no STF na próxima segunda-feira (9) pedindo a nulidade das provas.
Para Gurgel, trata-se de uma estratégia que não terá respaldo no STF. “Claro que a defesa tem que procurar socorrer-se daquilo que lhe parece, já que o mérito está cada vez mais complicado”.
Segundo o procurador-geral, não há ilegalidade no trabalho da Justiça Federal em Goiás porque o senador não era o alvo da investigação, e sim Cachoeira. “Agora, o senador ligava com uma frequência imensa para Cachoeira, por isso há muitos áudios com o senador”.
Ele também garante que em nenhum momento foram iniciadas apurações a partir das falas de Demóstenes e que não houve ilegalidade na retenção do caso em Goiás por três anos. “Isso [a ilegalidade] se justificaria se a investigação tivesse avançado em relação a ele”.

Presidente da Câmara cogita CPI para investigar "caso Cachoeira"


Maurício Savarese
Do UOL, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta terça-feira (3) que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode ser necessária para investigar parlamentares que se associaram ao empresário do jogo Carlinhos Cachoeira. Ele também considera a possibilidade de que apenas o Conselho de Ética da Casa tenha de lidar com o assunto.
Nas últimas semanas, quatro deputados apareceram em contatos de cachoeira, investigados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). São eles, Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). Caso haja indícios de participação deles em esquemas de corrupção, o processo será remetido ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Congresso mantém tradição de tolerância com erros de políticos

Foto 1 de 11 - Nesta segunda-feira (25/7), o Senado arquivou uma representação contra Roberto Requião (PMDB-PR), depois dele tomar o gravador de um jornalista e ameaçar agredi-lo. Não se trata, no entanto, de um caso raro de político perdoado por seus pares nos últimos anos. O UOL Notícias lista aqui dez dos mais polêmicos casos dos últimos anos, que, apesar da gravidade, muitas vezes nem sequer chegaram a ser investigados no Congresso Arte/UOL
“Precisamos investigar mais fundo. Existem investigados na classe política, no Judiciário e até jornalistas”, afirmou Maia. O presidente da Câmara se disse “estupefato” pelas denúncias no mesmo caso que levaram o senador Demóstenes Torres a pedir desfiliação do Democratas. O parlamentar goiano sofre pressões para renunciar a seu mandato.

Envolvido, Demóstenes se desfilia do DEM

O senador Demóstenes Torres (GO) pediu a desfiliação do DEM no começo da tarde desta terça-feira (3) após uma série de acusações de seu envolvimento com Carlinhos Cachoeira. O ofício foi encaminhado ao presidente do partido, José Agripino Maia (RN). Assim, o processo de expulsão aberto ontem (2) pelo DEM deixa de existir. Com a decisão, Demóstenes permanece no Senado, mas sem partido. 
Em resposta à cúpula do DEM, Demóstenes escreveu em seu pedido de desfiliação que discorda "frontalmente da decisão" de abrir um processo de expulsão e que o partido fez "um prejulgamento público" do seu caso.
Agripino nega que tenha havido pré-julgamento. Segundo ele, foi dado a Demóstenes prazo de uma semana para defesa. “Coisa que ele nunca fez”, afirmou o presidente da legenda. "Para nós isso é um assunto superado e agora o Conselho de Ética do Senado que vai tratar disso", disse.
"O Democratas mostra assim que é um partido diferente dos outros, que não passa a mão na cabeça de ninguém. Agimos com rapidez e fica o exemplo: nenhum membro do partido que for pego em situação semelhante terá condescendência", completou o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA). "O partido está aliviado com decisão."
Segundo análise do colunista Fernando Rodrigues, a saída espontânea de Demóstenes do partido foi um ato calculado "milimetricamente" para minimizar seus danos políticos no atual processo. Se tudo der certo, o senador eleito por Goiás em 2010 poderá se candidatar novamente a algum cargo nas eleições de 2014.

Dez frases de Demóstenes Torres, antes e depois da crise

Foto 1 de 10 - "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", afirmou o senador ao criticar o colega Renan Calheiros, acusado de cometer irregularidades, em 2007 Mais 09.out.2007 - Lula Marques/Folhapress

Relembre o caso Demóstenes

A relação entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira começou a ser divulgada pela imprensa dias após a deflagração da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira e mais 34 pessoas no final de fevereiro. Inicialmente, Demóstenes foi acusado de receber presentes caros de Cachoeira em seu casamento, mas negou conhecer as atividades ilegais do empresário.
Vazamento de interceptações telefônicas colhidas pela Polícia Federal mostraram, no entanto, que além de conhecer a atuação de Cachoeira, Demóstenes também participava do esquema, interferindo a favor do empresário em assuntos políticos e obtendo em troca o repasse de dinheiro resultante da exploração do jogo ilegal em Goiás.
Com as acusações, Demóstenes se recolheu em seu gabinete. Em seu microblog Twitter, o senador disse que não integrava nenhuma "organização ilegal".
Com o risco de ser cassado, o senador estuda a hipótese de renunciar ao mandato, mas retarda sua decisão por receio de perder a prerrogativa de foro privilegiado –renunciando à cadeira no Senado, o inquérito não seria mais julgado pelo STF. Além disso, caso seja cassado ou renuncie ou mandato, Demóstenes corre o risco de ficar inelegível até 2017.

Entenda as suspeitas envolvendo Demóstenes Torres

A Polícia Federal prende o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, durante a Operação Monte Carlo, que desarticulou um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás. Além de Cachoeira foram presas outras 34 pessoas. 
  • Alan Marques/Folhapress
    Carlos Augusto Ramos,o Carlinhos Cachoeira, ficou conhecido em 2004 após divulgação de vídeo que o flagrou oferecendo propina a Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu

Veja vídeos sobre denúncias contra o senador Demóstenes Torres - 5 vídeos

OAB pede renúncia imediata do senador Demóstenes Torres
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil acredita que o político não tem outra saída, que não seja a renúncia
Compartilhe este vídeo: