quarta-feira, 11 de abril de 2012

Contagem regressiva para a cassação de Demóstenes



Contagem regressiva para a cassação de DemóstenesFoto: Lula Marques/Folhapress

HÁ DIAS RECLUSO EM SUA RESIDÊNCIA, SENADOR FOI AO GABINETE SÓ PARA RECEBER O DOCUMENTO QUE LHE INFORMA SOBRE INVESTIGAÇÃO DO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO; ELE TERÁ DEZ DIAS ÚTEIS, CONTADOS A PARTIR DE AMANHÃ, PARA APRESENTAR DEFESA

11 de Abril de 2012 às 16:02
Agência Brasil - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) foi notificado no início da tarde de hoje (11) de que será investigado pelo Conselho de Ética do Senado sobre as denúncias veiculadas na imprensa de participação em um esquema de exploração de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Há dias recluso em sua residência, Demóstenes Torres foi ao seu gabinete exclusivamente para receber o documento, entregue pela secretária-geral da Mesa Diretora, Cláudia Lira.
Cumprido esse procedimento regimental, o parlamentar terá dez dias úteis, contados a partir de amanhã (12), para apresentar sua defesa ao Conselho de Ética. O prazo foi estabelecido ontem (10), pelo presidente interino do conselho, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
Mais cedo, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse à Agência Brasil que ontem foi acertado entre todos os líderes da Casa a necessidade de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para apurar todas as informações decorrentes da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desmontou a quadrilha que trabalhava com a exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. Ele também disse que caberá à comissão apurar, ainda, o envolvimento de Carlos Cachoeiras com "entes públicos e privados".
Segundo ele, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), está negociando com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), o objeto determinado das investigações. Ou seja, os pontos que caberá à CPMI investigar.
O senador do PSOL disse também que o texto do requerimento de convocação da CPMI deve ficar pronto ainda hoje. Nos próximos dois dias, caberá aos líderes buscar o apoio de suas bancadas. "Como a CPMI é um consenso entre os líderes da Câmara e do Senado, não haverá problema em preencher o mínimo necessário de assinaturas nas duas Casas", acredita o parlamentar.

Mídia demo-tucana já faz menção à relação entre Veja e Cachoeira


Está caindo a ficha da grande mídia demo-tucana quanto ao potencial explosivo da vindoura Comissão Parlamentar de Inquérito que investigará as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e empresas privadas, sem prejuízo de suas relações com o governo de Goiás e, sobretudo, com órgãos de imprensa ligados ao PSDB e ao DEM, como a revista Veja. Essa tomada de consciência transparece em denúncias fracas que essa mídia está fazendo ao PT.
A tentativa da grande mídia de envolver também o PT em um escândalo que atinge em cheio dois expoentes da oposição – o senador Demóstenes Torres, do DEM (agora desfiliado), e o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo – é absolutamente frágil e busca, apenas, tentar induzir a sociedade à crença de que o partido do governo estaria envolvido com um criminoso que, agora se sabe, é responsável pelas maiores denúncias contra petistas durante a década passada.
As denúncias da mídia contra o PT em nada se comparam ao envolvimento de Perillo com Cachoeira, que transparece em dezenas de nomeações e contratos com o governo de Goiás.
Está sendo usada gravação da Polícia Federal, feita no ano passado, na qual Claudio Abreu, à época diretor da empreiteira Delta, aparece conversando com o araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos braços-direitos do bicheiro, sobre tentativa de suborno de Claudio Monteiro, chefe de gabinete do governador de Brasília, Agnelo Queiróz (PT), para que facilite manutenção de contrato de limpeza urbana firmado pelo governo anterior, do demo José Roberto Arruda.
Além disso, também está sendo difundida, com grande destaque, menção da quadrilha de Cachoeira ao subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais do governo Dilma, Olavo Noleto.
Contudo, as acusações são tão frágeis que a Polícia Federal não indiciou nenhuma dessas pessoas. A exposição desproporcional dessas escutas que a mídia pretende que atinjam ao PT visa apenas ludibriar a sociedade, fazendo-a pensar que o escândalo em questão seria “suprapartidário”, o que é um absurdo porque escutas da PF mostram que o bicheiro Carlinhos Cachoeira esteve por trás de grande parte das acusações da Veja ao PT.
O ataque da mídia tucana ao PT se torna ainda mais absurdo quando se nota que uma das informações mais estarrecedoras oriunda das escutas da PF, a que versa sobre o envolvimento da Veja com Cachoeira, até agora não havia sido divulgada por nenhum desses grandes meios de comunicação.
Todavia, isso mudou nesta quarta-feira (11/04). A Folha publicou “análise” de seu colunista Fernando Rodrigues em que, ao acusar o PT de “ira mal-resolvida” contra PSDB e DEM por suas condutas durante o escândalo do mensalão, acaba citando um caso que a mídia terá que divulgar, pois o deputado federal do PT de Pernambuco Fernando Ferro já avisou que fará requerimento à CPI pedindo convocação – não será convite, mas convocação – de Roberto Civita, dono da editora Abril, que edita a Veja.
Fernando Rodrigues distorce os fatos na página A7 da Folha de São Paulo de quarta-feira 11 de abril ao dizer que “(…) Os governistas vislumbram a possibilidade de usar a CPI do Cachoeira para constranger jornalistas que usaram as informações do empresário na apuração de reportagens (…)”.
Na verdade, as gravações mostram o bicheiro confraternizando com o editor da Veja Policarpo Jr. por ataques que a revista fizera ao governador petista de Brasília, Agnelo Queiróz. Em outro ponto, as escutas mostram membros da quadrilha afirmando que praticamente todas as matérias da Veja contra o PT partiram de seu chefe, Cachoeira. Há centenas de telefonemas trocados entre Policarpo e Cachoeira que mostram relação íntima entre o bicheiro e a revista.
Até aqui, não há nada minimamente comparável entre petistas e Cachoeira ao que há envolvendo a oposição. Podem até surgir relações do bicheiro com alguém da base aliada, mas o forte empenho do PT, de Lula e do governo Dilma para que a CPI seja instalada mostram que o governismo está disposto a finalmente escancarar a espantosa promiscuidade da mídia demo-tucana e da oposição com o crime organizado.

Fatos exigem a reabertura do Inquérito do Grampo sem Aúdio



Em 1º de julho de 2009, a Polícia Federal concluiu o inquérito do grampo sem áudio. Depois de dez meses de investigação, os delegados William Morad e Rômulo Berredo não encontraram qualquer registro gravado de uma conversa entre o ex-presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres, do DEM de Goiás. Ninguém apresentou fita, CD ou dragão para comprovar o suposto grampo de uma conversa inócua.
Não foram encontrados indícios de que a Abin ou a PF estivessem ouvindo os telefonemas do presidente do STF – ao contrário do que alardeou a revista Veja em agosto de 2008, com ampla repercussão na imprensa, no Congresso e na Corte Suprema. Não se incriminou a Abin, como queriam a revista, o senador e o ministro, nem se chegou às origens da farsa, seus autores e suas motivações.
As investigações da operação Monte Carlo e suas predecessoras na Polícia Federal, agora de conhecimento público, trazem novos elementos para iluminar aquele episódio. O mais importante desses fatos novos é a revelação de que o bicheiro Carlinhos Cacheira detinha informantes bem posicionados na Polícia Federal, incluindo os delegados (hoje presos) Deuselino Valadares dos Santos e Fernando Byron, além dos arapongas “autônomos” Idalino Matias, o Dadá, e Jairo Martins, ambos associados à sucursal da revista Veja em Brasília.
O inquérito da Monte Carlo demonstrou que o delegado Deuselino Valadares foi cooptado pela quadrilha de Cachoeira depois de ter produzido, em meados de 2006, três relatórios para a PF sobre as atividades do bicheiro e suas ligações políticas, incluindo Demostenes Torres (aqui, na reportagem de Leandro Fortes na Carta Capital). Deuselino, a quem o bicheiro chama de Neguinho, abriu a empresa Ideal Segurança, com participação oculta de Cachoeira.
Em 2008, a Polícia Federal voltou a investigar Cachoeira e sua rede, por meio da Operação Las Vegas. Aqui, na reportagem da Carta Capital:
   “A participação do senador Demóstenes Torres só foi novamente levantada pela PF em 2008, quando uma operação também voltada à repressão de jogo ilegal, batizada de “Las Vegas”, o flagrou em grampos telefônicos em tratativas com Carlinhos Cachoeira.”
O relatório final da Operação Las Vegas foi encaminhado ao procurador-geral da república, Roberto Gurgel, em setembro de 2009, e estranhamente engavetado, como demonstrou reportagem de Jailton de Carvalho no Globo.
O que a Polícia Federal não sabia em 2008 nem em 2009 é que o delegado Deuselino Valadares era informante de Cachoeira e seu bando , e poderia tê-los deixado a par das investigações. Provavelmente a PF não conhecia também a profunda infiltração dos arapongas Dadá e Jairo no aparato policial, fatos que só se tornaram evidentes e comprovados agora, na Operação Monte Carlo.
Estão aí os novos elementos para que seja reaberto Inquérito do Grampo sem Áudio: a descoberta da infiltração na Polícia, a conexão entre os agentes de Cachoeira e a revista que bancou o grampo e, por fim, uma nova motivação para a farsa: desqualificar a Operação Las Vegas.
O Ministério Público e a PF precisam apurar se Demostenes e Cachoeira sabiam que estavam sendo investigados e seus telefonemas, grampeados. Se de fato sabiam, é preciso apurar se eles engendraram um plano para desqualificar e embaralhar as investigações. Nesta hipótese, o senador disparou o conhecido golpe do pega-ladrão: espalhou aos quatro ventos, com a ajuda da revista Veja, que estaria sendo grampeado, não por policias com autorização judicial, mas por arapongas a serviço do governo. De quebra, mas não menos importante, ajudou a desqualificar a Operação Satiagraha.

Lula quer CPI para se vingar de Marconi



Lula quer CPI para se vingar de MarconiFoto: Divulgação

INVESTIGAÇÃO FOI ABERTA POR PRESSÃO DE DILMA, A PEDIDO DO EX-PRESIDENTE. A SEDE DE VINGANÇA DE LULA PELO CASO DO MENSALÃO É MAIOR DO QUE SEU TEMOR DE QUE O ESCÂNDALO DE CACHOEIRA POSSA RESPINGAR AINDA MAIS EM INTEGRANTES DO PT; “A PRINCÍPIO, LULA É A FAVOR DE QUE HAJA CPI", DISSE PAULO OKAMOTO, DIRIGENTE DO INSTITUTO LULA

11 de Abril de 2012 às 07:11
247 – A pedido de Lula, a presidente Dilma Rousseff deu o ultimato necessário ao Senado e à Câmara para que a CPI do Cachoeira saísse do papel. A investigação dos esquemas do empresário dos jogos ilegais vai permitir ao ex-presidente se vingar de antigos desafetos. O principal alvo é o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que já teve seu nome envolvido na teia do bicheiro, segundo os grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
A sede de vingança de Lula é maior do que o temor de que o escândalo de Goiás possa respingar ainda mais em integrantes do PT. Nesta terça-feira, o chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, do DF, se afastou do cargo para se defender das acusações de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Como lembrou Fernando Rodrigues na Folha de hoje, o clima de "vendetta" ainda existe por causa do tratamento que os petistas e seus aliados mensaleiros consideraram injusto no processo do mensalão -o mais grave caso de corrupção durante o governo Lula e que destruiu a carreira de vários políticos.
Ainda na Folha, Paulo Okamoto, dirigente do Instituto Lula, revelou o estado de espírito do presidente sobre o caso: “A princípio, Lula é a favor de que haja CPI. O que ouvi ele dizer é que está com os poucos cabelos que tem em pé com tudo que há sobre o caso. Se for verdade o que a imprensa está dizendo, Marconi entregou o Estado para Cachoeira”.
Em seu primeiro mandato, em 2000, Perillo regulamentou uma lei estadual que autorizava a exploração de loteria instantânea. A grande beneficiária do decreto era a Gerplan. Figura no inquérito da Operação Monte Carlo como uma antiga empresa de propriedade de Carlinhos Cachoeira, recolhido desde 29 de fevereiro ao presídio federal de Mossoró (RN).
Ao Estadão, Perillo também reconheceu que concedera duas audiências ao contraventor, ambas para tratar de benefícios fiscais para a fábrica dele de medicamentos genéricos, a Vitapan. Além das audiências, o governador admitiu encontros com Cachoeira em ocasiões festivas.

Além da Veja, o Estadão também se alia a Cachoeira



O Estadão publica três telefonemas do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) com o sargento Dadá,  gravados durante a Operação Monte Carlo.

Na Operação Satiagraha, Protógenes teria recorrido a Dadá como informante (o assunto já foi amplamente noticiado na época). Depois Protógenes foi processado, num processo que beira a perseguição, acusado de irregularidades como vazar informações e quebrar sigilo funcional.

Nos telefonemas eles marcam encontro e falam sobre depoimento em juízo que Dadá prestaria, provavelmente referente ao processo contra Protógenes.

Em nenhum momento os diálogos mostram qualquer envolvimento com atividades ilegais, e muito menos tem qualquer vinculação com Cachoeira ou seu esquema.

O Estadão me sai com essa manchete:


Ora, parece manchete plantada pelo grupo de Cachoeira. Aliás, essa manchete é o que o deputado Carlos Leréia (PSDB/GO), ligadíssimo a Cachoeira, já vinha falando em tom de ameaça para inibir Protógenes quando recolhia assinaturas para a CPI do Cachoeira.

Assim o Estadão entra no clube da Veja, como aliado de Cachoeira. Noticiar o fato tudo bem, fazer o jogo de Cachoeira é que não dá.

Protógenes respondeu:

"Realmente não tenho lembrança nenhuma [desses diálogos]. Quero saber de algum diálogo existente com o sistema Cachoeira. Na manchete [do jornal] dá entender que tenho alguma vinculação. Foi até bom essa entrevista para poder esclarecer a população de tamanha irresponsabilidade", disse.

Ele confirmou conhecer Dadá e já ter tratado de assuntos profissionais com ele, mas não sabia das relações com Cachoeira e ficou surpreso quando soube da prisão.

"Se eu tivesse envolvimento, esse trabalho [da PF] iria revelar. E não seria o autor do requerimento de CPI depois dos pedidos de prisão", afirmou.

Está claro que é grande a pressão da velha imprensa demotucana para conter o ímpeto da CPI, procurando atirar contra governistas.

PF revela intimidade entre Protógenes e Dadá



PF revela intimidade entre Protógenes e DadáFoto: Carol Guedes/Folhapress_Ivan Cavalcante_DivulgaçãoCarol Guedes/Folhapress_Ivan Cavalcante_DivulgaçãoCarol Guedes/Folhapress_Ivaldo Cavalcante_Divulgação

GRAVAÇÕES DA OPERAÇÃO MONTE CARLO FLAGRARAM O DEPUTADO DO PC DO B, AUTOR DO REQUERIMENTO DE CRIAÇÃO DE UMA CPI PARA INVESTIGAR O ELO DE CARLINHOS CACHOEIRA COM POLÍTICOS, EM CONVERSAS SUSPEITAS COM O BRAÇO DIREITO DO BICHEIRO NO ESQUEMA GOIANO DE JOGOS ILEGAIS

11 de Abril de 2012 às 07:33
247 - Desde que passou a recolher assinaturas para instaurar a CPI da Operação Monte Carlo, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B/SP) teria recebido recados do próprio Carlinhos Cachoeira para que parasse. O bicheiro ameaçava contar tudo sobre a Operação Satiagraha, que deu notoriedade ao delegado. Braço direito do contraventor, o sargento Idalberto Martins, o Dadá, também foi preso na Operação Monte Carlo e atuou diretamente na Satiagraha, ao lado de Protógenes.
O deputado foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com Dadá em gravações da Polícia Federal. Nos áudios da Monte Carlo, Dadá trata Protógenes por "professor" e "presidente" e marca encontros em locais já conhecido pelos dois.
Leia na matéria de Rosa Costa, de O Estado de S.Paulo:
BRASÍLIA - Autor do requerimento de criação de uma CPI para investigar a ligação de políticos com Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano: Idalberto Matias Araújo, o Dadá. Os grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam a proximidade do parlamentar com um possível alvo da CPI que deverá ser instalada no Congresso Nacional.
Espécie de faz-tudo do esquema e conhecido araponga de dossiês políticos, Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha.
A ligação de Protógenes com Dadá permite questionamentos sobre sua autoridade para integrar a CPI. Os diálogos revelam o empenho do deputado, delegado licenciado da PF, em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado.
Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. "E aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. As ligações foram feitas para o celular do deputado. Fica evidente a preocupação de Protógenes em não ser visto ao lado de Dadá. Eles sempre combinam encontros em locais distantes do hotel onde mora o deputado, como postos de gasolina e aeroportos.
Procurado pelo Estado por três vezes em seu gabinete ontem, Protógenes não foi localizado e também não respondeu às ligações para seu celular.
Dadá foi identificado na Operação Monte Carlo - que o levou e ao bicheiro Cachoeira à prisão, em fevereiro -, como o encarregado de cooptar policiais e agentes públicos corruptos, de obter dados sigilosos para a quadrilha e de identificar e coordenar a derrubada de operações de grupos concorrentes. Ele está preso desde o mês passado, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e exploração de máquinas caça-níqueis.
Em agosto do ano passado, Dadá tratou de seu depoimento no inquérito da Satiagraha com o próprio Protógenes, com o advogado Genuino Lopes Pereira e com o escrivão da Polícia Federal Alan, lotado na Coordenação de Assuntos Internos da PF(Coain-Coger), uma subdivisão da Corregedoria-Geral. O assunto é o mesmo: Dadá e Jairo Martins, outro araponga ligado a Cachoeira e que esteve informalmente sob o comando de Protógenes na Satiagraha, só deveriam se manifestar em juízo.Se integrar a CPI contra Cachoeira, Protógenes investigará dois de seus colaboradores, como indicam os grampos obtidos peloEstado.
O advogado Genuino Pereira afirmou que não conhece Protógenes e negou que seus clientes tenham combinado a versão que dariam em depoimento à PF. Alega que eles se comportaram daquela forma por coincidência. Alan não foi encontrado no local de trabalho.
Xerife. Com uma imagem de quem se tornaria o "xerife" da Câmara, Protógenes foi eleito graças à carona que pegou nos 1,3 milhão de votos do palhaço Tiririca (PR-SP) para preencher o total de votos exigidos pelo quociente eleitoral de São Paulo. A iniciativa de criar uma CPI para investigar Cachoeira e seus colegas é, até agora, o auge de sua promessa de campanha.
Nos áudios da Monte Carlo, Dadá trata o deputado por "professor" e "presidente". Uma das interceptações mostra Protógenes sugerindo a Dadá que o encontre num novo hotel. "Não tô mais naquele não", avisa, num sinal de que os encontros são constantes. No grampo de 11 de agosto de 2011, acertam o local da conversa, mas se desencontram. "Tá onde?", pergunta. Dadá responde: "Em frente da loja da Fiat", ao que o deputado constata: "Ah, tá. Estou no posto de gasolina". "No primeiro?", indaga Dadá. "Isso", confirma o deputado.

Alô, Dilma: a primeira CPI a gente nunca esquece


Alô, Dilma: a primeira CPI a gente nunca esqueceFoto: Edição/247

DILMA ROUSSEFF TERÁ DE ENFRENTAR SUA PRIMEIRA CPI; EM TODOS OS GOVERNOS, ELAS PARALISARAM A AGENDA LEGISLATIVA E PROVOCARAM TERREMOTOS; EM BRASÍLIA, O QUE SE COMENTA É QUE CARLOS CACHOEIRA ORGANIZAVA UM MENSALÃO PARA LIBERAR O JOGO NO BRASIL; HAVIA ATÉ UMA TABELINHA COM O VALOR DE CADA DEPUTADO

11 de Abril de 2012 às 06:06
247 – A primeira CPI é como o primeiro sutiã. Um momento transformador. Um rito de passagem. E que sempre embute dúvidas, riscos e incertezas. Por isso mesmo, como no clássico da propaganda, quando ocorre pela primeira vez, a gente nunca esquece. Desde a redemocratização, as Comissões Parlamentares de Inquérito têm abalado governos no Brasil. Com Fernando Collor, uma só bastou. Foi a CPI do esquema PC Farias, que selou seu impeachment. Com Itamar Franco, a dos “anões do orçamento” provocou grandes estragos. Fernando Henrique Cardoso estreou com a investigação dos precatórios. E a de Lula, a dos Correios, deu vazão ao maior escândalo político da história recente – o mensalão – que está prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Dilma estreará com a CPI do bicheiro Carlos Cachoeira. Uma CPI aparentemente inofensiva para o governo. Mas quem conhece a rotina de Brasília sabe que CPIs nunca são inofensivas. Sabe-se como começam, mas nunca como terminam. Especialmente quando o personagem em questão é um contraventor com tentáculos tão amplos não só no mundo no político, mas também com ramificações na mídia e no Judiciário.
Cachoeira tinha como braço direito o senador Demóstenes Torres, hoje sem partido, que será um dos grandes astros da festa. Mas a investigação pode incomodar parlamentares do PSDB, como Carlos Alberto Leréia, do PT, como Rubens Otoni, do PTB, como Jovair Arantes, e do PP, como Sandes Júnior, entre muitos outros. O risco maior é que a investigação revele o trabalho que Cachoeira vinha articulando para liberar o jogo no Brasil. De acordo com um senador, ouvido pelo 247, o burburinho atual em Brasília diz respeito a uma tabela com o valor de cada deputado. Sim, Cachoeira organizava um gigantesco mensalão para alimentar a sua bancada da jogatina. Eis aí um potencial escândalo para rivalizar com o próprio mensalão.
A CPI terá também o efeito de produzir notícias diárias desde a sua instalação, que pode ocorrer ainda nesta semana, até as eleições municipais. E, com ela, muitos governistas esperam desviar o foco do julgamento do mensalão – que poderá ocorrer também no primeiro semestre deste ano. Como a CPI teve o apoio de parlamentares do PT, muitos líderes da oposição já a veem como uma manobra diversionista para fazer com que os crimes do mensalão prescrevam.
Se isso não bastasse, Carlos Cachoeira também exercia grande influência na mídia, especialmente na revista Veja, que se alimentou de vídeos e grampos ilegais produzidos por sua quadrilha. O deputado Fernando Ferro (PT/PE) já avisou que irá apresentar requerimento pela convocação de Roberto Civita, dono da Editora Abril. “Ele se associou ao crime organizado e isso não pode ficar impune”, disse ele. Nesse contexto, uma imprensa que sempre mergulhou de cabeça nas CPIs, desta vez, poderá ficar dividida. Parte irá comemorar a investigação, parte irá denunciar supostos ataques à liberdade de expressão no Brasil.
Mas como ficará o governo Dilma diante de tudo isso? Até agora, a presidente construiu uma boa imagem diante da opinião pública conduzindo sua “faxina ética”. Passa a imagem de ser uma pessoa séria, numa Brasília dominada pela corrupção. Ocorre que a CPI chega também em má hora para a presidente, uma vez que sua base de sustentação tanto na Câmara quanto no Senado encontra-se desarticulada. Quando Dilma substituiu seus líderes na Câmara (Cândido Vaccarezza) e no Senado (Romero Jucá), o que se comentava é que as velhas raposas do Congresso estariam se aninhando para pegar a presidente Dilma na próxima esquina.
Seja como for, grandes emoções nos aguardam.

Claro dá vexame histórico nas redes sociais



Claro dá vexame histórico nas redes sociaisFoto: Reprodução

OPERADORA É ACUSADA DE FAZER PROPAGANDA ENGANOSA AO OFERECER SMARPHONES A R$ 9 E DEPOIS CANCELAR OS PEDIDOS; ALÉM DISSO, NÃO RESPONDE AOS CLIENTES, QUE CRIAM HASHTAGS, BLOG E PÁGINA NO FACEBOOK PARA DIZER: #OBRIGADOCLARO

11 de Abril de 2012 às 08:47
247 – A operadora Claro deu um grande vexame nas redes sociais nesta terça-feira, 10, ao deixar sem resposta milhares de clientes que reclamavam de uma suposta propaganda enganosa da empresa. A companhia controlada pelo mexicano Carlos Slim, homem mais rico do mundo, fez uma promoção com diversos modelos de smartphones a R$ 9, que durou até esta segunda-feira 9. Segundo os internautas, porém, muitos dos pedidos – realizados em diversos estados – foram cancelados pela operadora, que não deu qualquer satisfação.
Revoltados, os clientes da Claro criaram a irônica hashtag #ObrigadoClaro, citando o perfil oficial da operadora no Twitter, @ClaroRonaldo, que é associada ao ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno. Nesta terça-feira, quando o assunto mais movimentou a rede social, a Claro não publicou sequer um post sobre o assunto, nem deu resposta a cliente algum nas redes sociais. Além dos protestos no Twitter, a empresa ganhou uma página pública no Facebook e um blog, criado pelo usuário Michael Ferranti exclusivamente para reclamar sobre o assunto. Na página, o cliente explica todo o processo da operadora para cancelar as compras e divulga números de pedidos dele e de amigos.
“Entre os dias 04/04 e 09/04 eles venderam pela loja online para vários estados smartphones em qualquer plano pós por 9 reais, plano com fidelidade de 12 meses! er não querem cumprir as ofertas estão cancelando os pedidos (MUITOS) alegando erro de sistema”, escreveu a usuária Katia S. R. (@ka0704) no Twitter. “#ObrigadoClaro por ter cancelado meu pedido e por me fazer esperar na linha 1:44 hs e desligar”, protestou Adan Bustamante (@Adan_Bustamante).
No ano passado, a Claro já chegou a liderar a lista do Procon em reclamações entre as empresas do mesmo setor. Em 2010, ela ocupou o desonroso quinto lugar entre as 50 empresas, de todos os setores, que mais receberam reclamações. Neste ano, houve uma melhora: ela ocupou o 17º lugar entre todas as empresas, com 507 reclamações no total. No ranking dos últimos três meses de 2012, porém, ela já decaiu drasticamente, voltando para o 4º lugar.
O péssimo atendimento, que deixou os clientes falando sozinhos nesta terça-feira, ou aguardando horas ao telefone, e uma possível propaganda enganosa mostram que ela não deve lutar para fugir dessa lista negra nem honrar os consumidores que conquistou até hoje. #ObrigadoClaro

CPI do Ronaldinho aprovada em Porto Alegre



CPI do Ronaldinho aprovada em Porto AlegreFoto: Divulgação

CONVÊNIOS DE R$ 5,7 MILHÕES COM INSTITUTO RONALDINHO GAÚCHO SERÃO INVESTIGADOS POR VEREADORES DA CAPITAL GAÚCHA; SUSPEITAS DE DESVIOS E SUPERFATURAMENTOS; SERVIÇOS PRESTADOS TÊM PROBLEMAS; JOGADOR NÃO VAI ESCAPAR DE SER CONVOCADO

11 de Abril de 2012 às 09:30
247 – No mesmo dia em que o Senado aprovou a tramitação de um processo no conselho de ética contra o senador Demóstenes Torres e o Congresso se prepara para fazer a CPI do contraventor Carlinhos Cachoeira, o jogador Ronaldinho Gaúcho, do Flamengo, também entrou na dança. Mas com outra música e em outro local. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou o pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades em convênios com o Instituto Ronaldinho Gaúcho, no valor de R$ 5,7 milhões.
Com isso, só falta, agora, o pedido chegar formalmente ao presidente da Casa, vereador Mauro Zacher, do PDT, para que a CPI seja instalada. Zacher já avisou que dará sua aprovação à CPI com muito gosto. Afinal, uma comissão com poderes para convocar um dos jogadores de futebol mais famosos do mundo certamente terá o poder de atrair holofotes internacionais para a Câmara e seus integrantes.
Mais do que um ato publicitário, porém, a CPI do Ronaldinho pode proporcionar muitos problemas para o jogador. À primeira vista, a ONG que ele mantém em Porto Alegre, para auxílio a crianças e jovens carentes, têm uma série de problemas de administração. Em razão de seu nome forte, conseguiu atrair milhões em verbas, por meio de convênios. Um deles, no valor de R$ 2,3 milhões, teve a prefeitura da cidade natal de Ronaldinho como intermediária e recursos liberados pelo Ministério da Justiça. O problema é que as prestações de contas não batem, segundo os vereadores que querem a CPI, e há suspeitas de compras superfaturadas e desvios de recursos. A qualidade do serviço prestado é igualmente questionada. A ONG é presidida pelo irmão de Ronaldinho, o ex-jogador Roberto de Assis Moreira. Já há em poder da Câmara de Vereadores de Porto Alegre documentos da ONG em que Assis assina prestações de contas como tesoureiro e presidente do conselho fiscal, ao mesmo tempo. A coleta de assinaturas que deram origem ao pedido de CPI foi feita pelo vereador Mauro Pinheiro, do PT. A ONG, que ofereceu cursos de futebol, informática e reforço escolar, está inativa desde 2011, mas a secretária municipal de Educação de Porto Alegre briga na Justiça pela devolução de pelo menos R$ 354 mil que não teriam tido seus gastos justificados.

Cavendish, da Delta, não tem como escapar da CPI



Cavendish, da Delta, não tem como escapar da CPIFoto: Divulgação

REPORTAGEM DO JORNAL O POPULAR REVELA QUE A EMPREITEIRA DO EMPRESÁRIO FERNANDO CAVENDISH (ESQ.) REPASSOU R$ 39 MILHÕES NOS ÚLTIMOS DEZ MESES AO ESQUEMA DO BICHEIRO CARLOS CACHOEIRA; É DALI QUE VINHA O CAIXA DOIS DA QUADRILHA?

11 de Abril de 2012 às 10:39
247 – A CPI que será instalada nas próximas horas para investigar as atividades do bicheiro Carlos Cachoeira terá vários atores coadjuvantes e alguns competindo pelos papeis de protagonistas. O senador Demóstenes Torres, certamente, já garantiu um lugar de destaque na trama. Outro que não terá como escapar da cena principal é o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções. Reportagem desta quarta-feira do jornal O Popular, o mais influente de Goiás, revela que a empreiteira repassou R$ 39 milhões nos últimos dez meses a duas empresas de fachada ligadas ao bicheiro Carlos Cachoeira. E como o contraventor adorava distribuir dinheiro em espécie para políticos de vários partidos, cabe a pergunta: é dali que vinha tanto caixa dois? Nos últimos anos, a Delta partiu do zero em Goiás e fechou contratos estimados em R$ 245 milhões com o governo Marconi Perillo. Leia, abaixo, a reportagem do jornal O Popular:
Delta repassou R$ 39 milhões a empresas de fachada ligadas a Cachoeira
Márcio Leijoto10 de abril de 2012 (terça-feira)
Delta Construções teria repassado pelo menos R$ 39 milhões entre junho de 2010 e abril de 2011 a duas empresas identificadas como de fachada, ligadas à quadrilha que explora os jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal e que seria liderada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. É o que revelam relatórios da Polícia Federal que embasaram a Operação Monte Carlo, degradada no dia 29 de fevereiro.
Uma das empresas de fachada, a Alberto & Pantoja Construções e Transportes Ltda., teve como única remetente de recursos a Delta e recebeu dela R$ 26 milhões no período investigado pela PF. Já a Brava Construções e Terraplanagens Ltda., que também só existe no papel e que também teve a Delta como fonte de 98% dos recursos no período investigado, recebeu R$ 13 milhões.
Em comum, as duas empresas têm como procurador oficial das contas bancárias o suposto tesoureiro da quadrilha, Giovane Pereira da Silva. Além disso, no endereço que consta no registro das empresas, que por sinal é o mesmo, no Núcleo Bandeirante, em Brasília (DF), funciona uma oficina de lanternagem e pintura. No local, ninguém nunca ouviu falar das construtoras e não conhecem as pessoas que constam na Junta Comercial do Distrito Federal como sócias dos empreendimentos.
Relatório da PF mostra que a Brava e a Alberto & Pantoja são “meramente de fachada” e que seus supostos sócios são apenas “bonecos, montados para os fins da organização criminosa”. Alguns desses sócios tiveram nomes ligeiramente modificados para criação de CPFs falsas.
Em uma conversa interceptada pela PF em junho do ano passado, Cláudio Abreu, ex-diretor da regional Centro-Oeste da Delta, diz a Geovani que a Delta iria fazer repasses de R$ 700 mil a R$ 800 mil semanais para a conta do tesoureiro, dando a entender que o valor dado pela Delta às empresas de fachada é bem superior ao levantado pela PF.
A maior parte do dinheiro que passou pelas duas empresas saía por saques efetuados por Giovane, em transferências para outra empresa de fachada, a JR Construções, ou para pessoas físicas investigadas na Operação Monte Carlo ou ainda na compra de bens móveis e imóveis para membros do grupo.
Por meio das empresas citadas acima, Giovane recebeu R$ 11 milhões entre 2010 e 2011. A PF acredita que boa parte desse dinheiro era usada no pagamento de propinas a servidores públicos e a policiais militares e civis.
Para dificultar as investigações e um possível rastreamento, eram efetuados depósitos ou saques pouco abaixo de R$ 100 mil (entre R$ 90 mil e R$ 99 mil) e o dinheiro passava por outras empresas antes de chegar ao destinatário final.
Origem desconhecida
A Polícia Federal não conclui em seus relatórios qual a origem do dinheiro que a Delta repassava às duas empresas nem o motivo. Entretanto, dá a entender que “o caminho do dinheiro” é diferente ao de outras empresas de fachada, como a Let Laminados, que recebia dinheiro diretamente das casas ilegais de apostas.
O modus operandi aplicado à Brava e à Alberto & Pantoja também é diferente do que foi constatado em empresas como a Ideal Segurança e a Vitapan, que, mesmo com os indícios de serem usadas para lavagem de dinheiro, também mantinham atividades lícitas.
No caso da Ideal, conversas telefônicas interceptadas pela PF mostram uma preocupação da quadrilha em fazê-la ficar no azul com os serviços prestados a órgãos públicos e, principalmente, à Delta Construções.
Bloqueio
As contas bancárias da Brava, da Alberto&Pantoja, da JR Construções, da Ideal e da Vitapan foram bloqueadas pela Justiça na Operação Monte Carlo. Recentemente, a direção da Vitapan conseguiu o desbloqueio das contas ao justificar que tal medida inviabilizaria a fabricação de remédios e os compromissos trabalhistas de 300 funcionários.
Interesses comuns
O escritório da Delta, no 16º andar de um edifício comercial da Avenida 136, seria usado para encontros da quadrilha. Diversas transcrições de conversas telefônicas feitas pela PF, mostram que o grupo também usava o estacionamento da empresa e escritórios em outras cidades para tratarem de negócios que envolviam ou não a construtora.
Por diversas vezes, Cachoeira aparece em diálogos tratando de assuntos da Delta, como se fosse um diretor da empresa. Em abril de 2011, Cláudio Abreu esclarece o papel da Delta e de Cachoeira nos supostos esquemas com órgãos públicos ao brincar com Cachoeira sobre uma hipotética “troca de lugar”. “Eu vou ficar no seu lugar, nesses trem das articulações e você fica aqui na diretoria da Delta.”
A influência de Cachoeira na Delta era tanta que em determinado momento ele reclama, em mais uma das conversas telefônicas interceptadas pela PF, do número de pessoas que o procuram para pedir emprego na empresa.
Um dos favores que Cachoeira prestava à Delta Construções era informar sobre possíveis operações da PF contra a empresa, graças a informantes que tinha dentro do órgão policial, como os delegados Fernando Byron e Deuselino Valadares.