sexta-feira, 27 de abril de 2012

Garotinho divulga fotos de Cabral com Cavendish


Foto divulgada no Blog do Garotinho mostra Sérgio Côrtes, Fernando Cavendish e Wilson Carlos dançando na boquinha da garrafa em Paris (Foto: Blog do Garotinho)
O ex-governador Anthony Garotinho publicou na tarde desta sexta-feira (27) em seu blog fotos do governador do Rio, Sérgio Cabral, ao lado do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, supostamente em Paris. No texto, Garotinho diz que as fotos foram tiradas no hotel Ritz, um dos mais caros da capital francesa. Em outra sequência, Cavendish aparece com secretários de Estado no que seria uma comemoração num restaurante, usando guardanapos na cabeça como se fossem lenços e dançando. No grupo estão o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e o de governo, Wilson Carlos.
Garotinho diz ainda que Cabral estaria fazendo a dança da garrafa com Cavendish. O governador aparece em duas fotos: agachado numa e gargalhando em outra. As fotos teriam sido feitas em 2009, em comemoração ao aniversário da primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo. O ex-governador promete mais: ele afirma que vai divulgar em breve um vídeo no qual Cabral e Cavendish apareceriam combinando detalhes do casamento do empresário. Num outro post, Garotinho mostra uma foto do secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, abraçado com Cavendish na Avenida Champs Elyseés, em Paris.

A Delta Construção divulgou uma nota. A empresa disse que "não tem nada a comentar sobre a publicação de fotos que retratam alguns minutos de descontração entre empresários e algumas pessoas que ocupam postos públicos e têm convívio social. As fotos foram tiradas em confraternização posterior à homenagem pública recebida pelo governador do Estado do Rio. Isolar esses flagrantes instantâneos do contexto e dar-lhes conotação política não ajuda a explicar questões profundas que se colocam neste momento e para as quais a Delta Construção também procura respostas".
A amizade entre o empresário e o governador ficou conhecida por acaso. Em junho de 2011, um helicóptero caiu matando três pessoas, entre elas a namorada do filho do governador e a mulher de Cavendish. O grupo seguia para a comemoração do aniversário de Cavendish num resort em Trancoso, onde já estava o governador. A Delta é um dos principais alvos da CPI do Cachoeira. A empresa tem contratos milionários com o governo do Estado do Rio. Nos dois mandatos de Cabral, a empresa recebeu pelo menos R$ 1 bilhão por diversas obras. Depois do acidente, a empresa recebeu R$ 36 milhões sem licitação.
Procurada por ÉPOCA, a assessoria do governador afirmou que, em breve, divulgaria a posição de Cabral sobre a viagem.   
Em foto divulgada no Blog do Garotinho, Sérgio Cabral e Fernando Cavendish aparecem dançando na porta do Hotel Ritz, em Paris (Foto: Blog do Garotinho)

Opinião pública, o que é?



Por Mino Carta

Opinião pública, o que é?


Pergunto aos meus reflexivos botões qual seria no Brasil o significado de opinião pública. Logo garantem que não se chama Merval Pereira, ou Dora Kramer, ou Miriam Leitão. Etc. etc. São inúmeros os jornalistas nativos que falam em nome dela, a qual, no entanto, não deixa de ser misteriosa entidade, ou nem tão misteriosa, segundo os botões.


A questão se reveste de extraordinária complexidade. Até que ponto é pública a opinião de quem lê os editorialões, ou confia nas elucubrações de Veja? Digo, algo representativo do pensamento médio da nação em peso? Ocorre-me recordar Edmar Bacha, quando definia o País -como Belíndia, pouco de Bélgica, muito de Índia. À época, houve quem louvasse a inteligência do economista. Ao revisitá-la hoje, sinto a definição equivocada.


Os nossos privilegiados não se parecem com a maioria dos cidadãos belgas. A Bélgica vale-se da presença de uma burguesia autêntica, culta e naturalmente refinada. Trata-se de tetranetos da Revolução Francesa. Só para ser entendido pelos frequentadores do Shopping Cidade Jardim em São Paulo: não costumam levar garrafas de vinho célebre aos restaurantes, acondicionadas em bolsas de couro relampejante, para ter certeza de uma noite feliz. Até ontem, antes do jantar encharcavam-se em uísque.


Em contrapartida, a minoria indiana, sabe das coisas e leu os livros. Já a maioria, só se parece com a nossa apenas em certos índices de pobreza, relativa ou absoluta. No mais, é infelicitada por conflitos, até hoje insanáveis, étnicos e religiosos. Nada de Bélgica, tampouco de Índia. Nem por isso, a diferença, ainda brutal, existe entre brasileiros ricos e pobres, embora desde o governo Lula tenha aumentado o número de remediados.


O Brasil figura entre os primeiros na classificação da má distribuição de renda, pecha mundial. Na semana passada, CartaCapital publicou ampla reportagem de capa sobre vários índices do nosso atraso, a mostrar que crescimento não é desenvolvimento. De fato, o Brasil sempre teve largas condições de ser um paraíso terrestre, como vaticinava Americo Vespucci, e não foi porque faltou o comando de quem quisesse e soubesse chegar lá. Sobrou espaço para os predadores, ou seja, aqueles que, como dizia Raymundo Faoro, querem “um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”.


A opinião pública que os Mervais, Doras e Mirians da vida acreditam personificar, é no máximo, na melhor das hipóteses para eles, a dos seus leitores. Há outra, necessariamente, daqueles que não se abeberam a essas fontes, e muitos sequer têm acesso à escrita. Votam, contudo, e são convocados pelas pesquisas de opinião. À pressão midiática, que ignoram por completo, preferem optar por Lula e Dilma Rousseff. Temos de levar a sério esta específica e majoritária opinião pública claramente expressa e, em termos práticos, mais determinante que a outra.


A opinião pública que a mídia nativa pretende personificar já condenou o chamado mensalão e decidiu os destinos da CPI do Cachoeira. A opinião pública da maioria está noutra. O resultado do confronto há de ser procurado nas pesquisas e nas eleições, é o que soletram meus botões. Eles são exigentes e me forçam a um exame de consciência. Por que as circunstâncias me levam à referência frequente a mídia nativa? Acontece que a mídia é, sim, personificação da minoria. Aquela do deixa como está para ver como fica.


A mesma que conspirou contra Getúlio democraticamente eleito e contra a eleição de Juscelino. Ou que apoiou Jânio Quadros em 1960, tentou evitar Jango Goulart depois da renúncia e enfim implorou o golpe perpetrado pelos gendarmes fardados em 1964, e o golpe dentro do golpe em 1968. A mesma que desrespeitou o anseio popular por eleições diretas em 1984 e engendrou uma dita redemocratização, de todo patética, em 1985, e hoje ainda dá uma de galo no papel impresso e no vídeo. Será que a rapaziada se dá conta do que está a acontecer de verdade?


A mídia nativa, é fácil demonstrar, na sua certeza de representar a opinião pública do País todo pratica aquilo que definiria como jornalismo onírico. Neste mister, o Estadão de quinta 26 supera-se. Estampa na primeira página que a presidenta Dilma mente ao afirmar, ao cabo de um longo encontro com Lula em Brasília, a ausência de diferenças entre ela e seu mentor. A presidenta responde obviamente a uma pergunta e diz: “Não há diferenças entre nós e nunca haverá”. Então por que perguntam se estão certos de que seu sonho é a própria verdade?

Ferro, criador da palavra PIG, sobre Civita: "Já se foi longe demais para não convocar”



Ferro, criador da palavra PIG, sobre Civita: Foto: Divulgação

A AFIRMAÇÃO É DO DEPUTADO FEDERAL FERNANDO FERRO (PT-PE) QUE ACREDITA QUE A CPI DEVE CONVOCAR O PRESIDENTE DO CONSELHO EDITORIAL DO GRUPO ABRIL, ROBERTO CIVITA, PARA DEPOR SOBRE O ENVOLVIMENTO DA REVISTA VEJA COM O CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA; PARLAMENTARES DA OPOSIÇÃO DIVIDEM A MESMA OPINIÃO 

27 de Abril de 2012 às 18:10
Gilberto Prazeres _PE247 – A possibilidade do presidente do conselho de administração e diretor editorial do grupo Abril, Roberto Civita, ser blindado na CPI Cachoeira , revelada, na semana passada com exclusividade pelo 247, parece não intimidar alguns parlamentares. O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), por exemplo, afirma que nenhuma explicação foi dada até o momento para que se descarte a convocação do dono do grupo que publica a revista Veja. Conforme o parlamentar, as cerca de 200 ligações telefônicas do jornalista Policarpo Júnior - ponto de ligação entre a revista e o contraventor Carlos Cachoeira - gravadas pela Polícia Federal (PF) , são um indicativo forte demais para ser jogado para baixo do tapete.
“Eu já disse isso na tribuna da Câmara. Quem se associa com bandido tem que se explicar . São mais de 200 ligações para Cachoeira e uma sequência de capas de revistas baseadas em informações repassadas por ele. Para que o Civita ou mesmo o Policarpo não sejam convocados, as explicações terão que ser dadas de outra forma. Já se foi longe demais para não convocar”, defendeu Fernando Ferro, completando: “Na Inglaterra, por muito menos, um jornal foi fechado. E tem magnata (Rupert Murdoch) depondo”, diz Ferro.
O parlamentar, que defendeu, no início do mês, na tribuna da Câmara, a convocação de Civita, ainda critica o discurso corporativista adotado pela Veja, Folha de São Paulo e Rede Globo, de que a CPI Cachoeira poderia se tornar uma CPI de pressão sobre a mídia e jornalistas. “É um falso discurso. Não tem nada de ataque à mídia ou aos jornalistas. Esse corporativismo não cola. A conduta da Veja não é a conduta da maioria dos jornalistas. Querem se defender com uma mentira”, bateu o petista, assegurando que o clima, em Brasília, está quente demais para um recuo na investigação das atividades do contraventor Carlos Cachoeira e sua ligação com a publicação do Grupo Abril.
Na semana passada, o 247 revelou que o executivo Fábio Barbosa, presidente do grupo Abril e ex-presidente da Febraban, foi a Brasília com a missão de impedir a convocação do chefe. No mesmo período, surgiu a informação de que João Roberto Marinho, da Globo, teria deixado claro, por meio de intermediários, ao Palácio do Planalto que o governo seria retaliado se jornalistas ou empresários de comunicação fossem convocados. E, para assegurar o sucesso dessa movimentação, o grupo ainda teria um representante dentro da CPI, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
A tentativa de barrar a convocação de Roberto Civita ou mesmo de Policarpo Júnior na CPI do Cachoeira encontraria a sua maior resistência no desejo do ex-presidente Lula (PT) de ver a Veja respondendo sobre sua ligação com o contraventor. Alguns parlamentares, em reserva, garantem que o ex-chefe da Nação está com a “faca nos dentes” e não quer deixar passar a oportunidade de revidar as muitas capas de revista com denúncias contra os seus governos (2003-2006/2007-2010). “E não é só o Lula. É o PT como um todo e muitos partidos. E não só partidos do governo. A coisa descambou para um caminho sem volta. Se (o Civita) vai ser convocado, eu não sei. Mas se não for vai ser estranho demais. Essa história está muito pública”, afirmou um deputado federal da oposição. Já do lado governista, há o sentimento de que “enfim, o troco está vindo”. “É um pedido pessoal do Lula. É o troco dele. Fica difícil não atender. Se tiver essa história de retaliação de setores da imprensa, o governo vai ter que segurar a onda”, sinalizou, também em reserva, um deputado da base do governo.

Leia na íntegra inquérito do STF contra Demóstenes



Leia na íntegra inquérito do STF contra DemóstenesFoto: Divulgação

247 PUBLICA DOCUMENTO QUE FOI ENCAMINHADO NA TARDE DESTA SEXTA-FEIRA PELO MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI À CPI DO CACHOEIRA E AO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO, QUE ANALISA POSSÍVEL QUEBRA DE DECORO DO SENADOR DEMÓSTENES TORRES

27 de Abril de 2012 às 17:41
247 com Agência Brasil – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski atendeu ao pedido da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira e decidiu compartilhar, com a comissão, o inquérito de número 3.430, que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O documento pode ser lido aqui.
A decisão foi tomada hoje (27), no início da tarde. Lewandowski, no entanto, manteve o caráter sigiloso do inquérito, o que deverá ser respeitado pela comissão.
A CPMI, de posse das informações, poderá "observar as restrições de publicidade interentes aos feitos sob segredo judicial, bem como aquelas previstas na Lei 9.296/96, especificamente ao que foi colhido nas interceptações telefônicas", diz o despacho do ministro.
Lewandowski é relator do inquérito que tramita no STF. Além de compartilhar os dados com a CPMI, instalada nesta semana no Congresso Nacional, ele também autorizou o compartilhamento de dados com o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que analisa a representação contra o senador Demóstenes, por quebra de decoro parlamentar.
De acordo com a decisão, os dados poderão ser analisados também pela Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados, que investiga os parlamentares João Sandes Junior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), pelo envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cachoeira é suspeito de envolvimento com jogos ilegais e foi preso na Operação Monte Carlo, em fevereiro. A CPMI que leva seu nome investigará sua ligação com políticos e empresários.

Seis em cada dez cearenses se dizem solteiros





Segundo o IBGE, existem 4,2 milhões de pessoas solteiras no Ceará. A cidade com a maior concentração de solitários no Estado é Viçosa do Ceará, com índice de 76%


Se você está só e para onde olha só encontra casais, precisa redirecionar seu olhar. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 59,3% dos cearenses se declaram solteiros. São, praticamente, seis pessoas sozinhas para cada grupo de dez. Os dados se referem ao Censo 2010 divulgado nesta sexta-feira, 27. Para o levantamento, o IBGE une, pelo menos na planilha, homens e mulheres. Somados, os solitários cearenses chegam a 4,2 milhões de pessoas.

De modo proporcional, a concentração de solteiros no Ceará é maior do que no Brasil. Segundo o IBGE, enquanto aqui o grupo da "mesa para um" representa 59,3% da população, no Brasil a relação é menor: 55,34%. Em números, é muita gente sozinha nesse país: 89 milhões. 

Se houvesse uma festa para comemorar um ranking nacional, o Ceará seria o 13ª estado brasileiro a receber o convite. Somente um exibível, claro. Se o Ceará fosse em um grupo de estados nordestinos, entraríamos depois do Maranhão, estado com maior percentual dessa população (66%) na Região.

Os estados com maior concentração de solteiros são Amapá (76%), Amazonas (71%), Pará (70%), Roraima (69%) e Acre (68%), todos da região Norte. A menor concentração é no Paraná, onde a população solteira corresponde a 47,9% do total.

Quer casar, vai para Viçosa
Se o Ceará já concentra uma grande população solteira, Viçosa do Ceará, 365,8 KM de Fortaleza, é a terra para quem procura pretendente. Lá, 76% da população se declaram solteira. São quase 34 mil pessoas sozinhas. Em Fortaleza, onde há 1,2 milhão de solteiros, a concentração é de 58%. A capital é a sexta cidade do Estado nessa relação.

Por ordem, ocupam as posições intermediárias Camocim (73%), Pacujá (72,5%), Sobral (72,09%) e Graça (70,9%).

Márcio Teles
marcio.teles@opovo.com.br



http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2012/04/27/noticiafortaleza,2829054/seis-em-cada-dez-cearenses-se-dizem-solteiros.shtml

Após tentar 'curar' homossexualidade, ex-evangélico cria igreja GLS


LUÍS GUILHERME BARRUCHO
DA BBC BRASIL, EM SÃO PAULO

Convertido aos 14 anos a uma igreja evangélica, o carioca Marcos Gladstone, 36, hoje gay assumido, sempre acreditou que seria "recuperado" da atração que sentia por homens
Durante quatro anos, ficou noivo de uma mulher, mas pouco antes de se casar, decidiu revelar à família dela sobre sua orientação sexual.

Arquivo pessoal
Fundador de uma igreja LGBT, Marcos Gladstone (à dir.) beija seu parceiro, Fábio Inácio
Fundador da igreja LGBT Cristã Contemporânea, Marcos Gladstone (à dir.) beija seu parceiro, Fábio Inácio
"Não sentia amor pela minha noiva; apenas amizade. Quando disse à família dela que era gay, a fofoca se espalhou rapidamente. Ela chegou a ficar três dias sem comer", recorda.

Vítima de preconceito, Gladstone resolveu fundar em 2006, junto com seu parceiro, Fábio Inácio, 31, a Igreja Cristã Contemporânea, pregando "um discurso de tolerância" e voltada predominantemente para o público gay.

No início, contavam apenas com cinco membros. Hoje, a igreja já tem 1,2 mil fiéis e seis filiais espalhadas pelo Brasil, além da sede no Rio de Janeiro.

FESTAS TEMÁTICAS

Uma das formas encontradas pelas igrejas inclusivas para atrair novos fiéis e integrá-los aos membros antigos é promover festas temáticas.

Na igreja Comunidade Cidade de Refúgio, fundada por Lanna Holder --ex-missionária da igreja evangélica Assembleia de Deus que acabou expulsa por ser lésbica --são comuns as baladas gospel, realizadas uma vez por mês.

BBC Brasil
Balada 'gospel' em igreja LGBT
Balada 'gospel' na igreja LGBT Comunidade Cidade de Refúgio
Na festa, chamada de "EletroGospel", bebidas alcoólicas não são permitidas. "O objetivo é que todos se divirtam com moderação. Somos cristãos e, portanto, contra qualquer promiscuidade", afirmou Lanna.

Já na Igreja Cristã Contemporânea, os fiéis são convidados a participar de retiros espirituais, que ocorrem durante o Carnaval.

Segundo Gladstone, a igreja recebe centenas de e-mails por dia de gays que têm medo de "sair do armário".

"Nosso trabalho é de aconselhamento. É muito importante que um jovem homossexual não se sinta sozinho mesmo quando a família não aceita sua orientação sexual."

PSDB ataca PT e acusa partido de direcionar CPI para a oposição


DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O primeiro congresso sindical do PSDB em São Paulo foi palco para os principais líderes do partido atacarem o governo federal e defenderem tucanos envolvidos em acusações de envolvimento com o empresário Carlos Cachoeira.

No evento, realizado com apoio de empresários e grandes construtoras, os tucanos criticaram o que chamaram de "aparelhamento dos sindicatos" e conclamaram os trabalhadores a protestar contra a "desindustrialização do país".

Em seu discurso, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), cotado para disputar a Presidência da República em 2014, citou a presidente Dilma Rousseff e disse que há um "ufanismo desenfreado" sobre seu desempenho. "Há um ufanismo desenfreado com os índices de aprovação da presidente Dilma. Mas se aprofundarmos os dados, veremos que 60% da população está insatisfeita com a saúde", disse.

Marlene Bergamo/Folhapress
Encontro sindical promovido pelo PSDB com a presença de José Serra, José Aníbal, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Guerra, entre outros
Encontro sindical promovido pelo PSDB em SP com a presença de Serra, Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Guerra


Em outra frente, líderes do partido defenderam o andamento das investigações envolvendo o empresário Carlos Cachoeira, acusado de explorar o jogo ilegal e manter uma rede de influência com empresários e políticos, mas acusaram o governo de estar direcionando o escândalo para a oposição. 

"Sou a favor da CPI, desde que ela não esteja a favor de uma maioria", afirmou o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE).

"Na última semana só saíram vazamentos contra nós. O PT quer segurar o governador deles, de Brasília, o Agnelo (Queiroz) que já está na forca falando de Goiás e de Minas", disse Guerra,

Escutas feitas pela Polícia Federal indicaram o envolvimento de Cachoeira com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e a nomeação de uma prima do contraventor no governo de Minas, por intermédio do senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador do Estado. A pedido do senador Demóstenes Torres (ex-DEM), Aécio encaminhou ou currículo da prima de Cachoeira.

Hoje, a Folha mostrou que Cachoeira mantinha contatos com um diretor da empreiteira Delta em São Paulo. "O próprio Marconi se colocou à disposição da investigação, foi o primeiro a propor ir depor na CPI. Agora, pede ao PGR [procurador-geral da República] que o investigue. Ele vai sair desse episódio como entrou: absolutamente seguro", disse Guerra.

O governador Geraldo Alckmin defendeu as investigações. "Os contratos da Delta em São Paulo, a maioria, já foi concluída. Mas investigar é sempre bom", disse.

SERRA

Durante o evento, Alckmin e Guerra enalteceram a candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo. Serra, ao discursar, mesclou temas nacionais com os do "cotidiano" nas cidades e pediu que os sindicalistas filiados ao PSDB se mobilizem para a eleição municipal.

"O futuro começa agora", afirmou. "Proponho que o núcleo sindical faça propostas para as cidades, para que possamos montar a plataforma tucana para 2012", disse Serra.

O congresso também evidenciou o desconforto de Serra com relação a Aécio. Hoje, aFolha publicou entrevista na qual o senador diz que, mesmo se for eleito prefeito em 2012, Serra pode deixar o cargo para disputar a Presidência em 2014.

A declaração vai na contramão da estratégia de Serra,m que tenta afastar de todo modo especulações sobre o abandono da prefeitura.

"Eu não poderia esperar do Aécio se não essa manifestação de generosidade. Mas, de fato, não está na minha agenda, não cogito me candidatar a presidente", disse Serra, ao ser questionado sobre as declarações do senador.

MP desmente Veja e nega investigação sobre arapongas no Distrito Federal



MP desmente Veja e nega investigação sobre arapongas no Distrito FederalFoto: Patrick Grosner/Folhapress

MP desmente Veja e nega investigação sobre arapongas no Distrito Federal

27 de Abril de 2012 às 14:41
Brasília 247 – O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) negou nesta sexta-feira (27), por meio de ofício, que exista qualquer investigação ou processo administrativo envolvendo uma suposta rede de arapongas na Casa Militar do Distrito Federal.
Reportagem da Veja afirmava que o Ministério Público estava com uma investigação em curso sobre uma suposta rede de arapongas ligados ao governo do Distrito Federal que acessaram informações secretas de jornalistas, promotores e políticos, entre eles, o vice-governador Tadeu Filippelli. O próprio vice-governador solicitou esclarecimentos ao MPDFT que negou as informações da revista.
O ofício divulgado pelo MPDFT nesta sexta-feira pode contribuir para esfriar a CPI da Arapongagem instalada na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Leia o ofício:

Em carta aberta a Aécio, historiador sugere radicalizar privatizações



Em carta aberta a Aécio, historiador sugere radicalizar privatizaçõesFoto: Montagem/247

EM ARTIGO NA FOLHA, NEY CARVALHO ELOGIA ARTIGO DO SENADOR MINEIRO DEFENDENDO AS PRIVATIZAÇÕES DE FHC, MAS PEDE VENDA DA CEMIG, COPASA, SABESP E PETROBRAS, ENTRE OUTRAS. FOSSE EM 2014, AÉCIO TERIA QUE GARANTIR AOS ELEITORES QUE NÃO VENDERÁ ESTATAIS, COMO FIZERAM ALCKMIN E SERRA EM 2006 E 2010?

27 de Abril de 2012 às 14:50
Minas 247 - O PSDB vive um dilema, evidenciado nas últimas eleições presidenciais: precisa defender o legado do governo FHC, o que inclui as privatizações, mas precisa também garantir que não venderá as estatais que restaram. Em 2006, ficou famosa a foto do governador paulista Geraldo Alckmin, à época candidato tucano à presidência, vestido com adesivos, boné e toda sorte de apetrechos com as logomarcas de estatais. As pesquisas de opinião mostravam que o brasileiro não queria a privatização de empresas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Correios, entre outras. José Serra, quatro anos depois, teria o mesmo problema.
No jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira, o historiador Ney Carvalho publica uma “Carta Aberta a Aécio Neves”. Nela, o autor, que escreveu o livro “A Guerra das Privatizações” (Editora de Cultura), elogia o ex-governador mineiro, pelo artigo que publicou na mesma Folha esta semana. Intitulado “Coragem”, o artigo de Aécio defende o legado das privatizações no governo FHC para a história brasileira.
Estivéssemos em 2014, e o mineiro fosse o candidato tucano à sucessão de Dilma Rousseff, o artigo de Carvalho lhe traria involuntária dor de cabeça. Como em 2010, quando políticos do DEM chegaram a sugerir a privatização do Banco do Brasil. Por mais que negasse, o candidato tucano da vez tinha que voltar a negar e negar e negar…
Carvalho sugere a Aécio e ao PSDB a privatização, entre outras, da Cemig, Copasa, Sabesp e os bancos públicos. Sobre a Petrobras, diz que ela importa derivados mais caros do que os revende no país, o que traz problemas para a empresa.
Daqui a dois anos, confrontado com cartas semelhantes, será perguntado ao eventual candidato tucano se pensa em vender a Petrobras. De olho nas pesquisas, ele negará. Até que virá nova carta, e terá de negar novamente. E depois, e depois, e depois… 
Leia abaixo o artigo “Carta Aberta a Aécio Neves”, do historiador Ney Carvalho, autor de “A Guerra das Privatizações (Editora de Cultura) e de "O Encilhamento: Anatomia de uma Bolha Brasileira" (CNB/Bovespa):
Prezado senador Aécio, 
Foi com prazer que li o seu artigo "Coragem", publicado nesta Folha no dia 23 de abril. Ele traz merecidos elogios à privatização das telecomunicações no governo FHC. 
Percebo que o senhor, assim como os seus colegas tucanos, animou-se ao ver os adversários petistas aderirem a métodos de gestão que antes combatiam. 
Entretanto, o senhor e os outros tucanos devem à opinião pública uma descida do largo muro ideológico em que se abrigam. Vocês são, afinal, a favor de maior privatização na economia brasileira ou não? 
Se as "restrições ideológicas à privatização são, hoje, página virada na história do país", por que os governadores tucanos resistem em privatizar as empresas estatais de Minas Gerais, São Paulo e Paraná? 
Veja que coincidência: seus companheiros Antônio Anastasia, Geraldo Alckmin e Beto Richa controlam as maiores companhias estatais estaduais de capital aberto do país.
Minas tem a Cemig (energia elétrica) e a Copasa (saneamento), duas megacompanhias. Alckmin comanda as análogas Cesp e a Sabesp, ambas com patrimônio líquido de cerca de R$ 10 bilhões. Nos mesmos setores, Richa tem a Copel e a Sanepar.
Essas seis empresas são negócios maduros, consolidados, adultos, que não mais demandam a proteção de ventre, os cuidados maternos.
Onde está "a coragem para fazer o que precisa ser feito", alegada pelo senhor no seu texto? 
Tais empresas já têm ações negociadas em Bolsa. Mas existem profundas incompatibilidades na existência de companhias ao mesmo tempo estatais e com capital aberto.
Empresas privadas têm como objetivo maximizar os lucros de seus acionistas. O alvo maior de companhias públicas é exercer metas governamentais. Isso cria incongruências. Há exemplos bem atuais disso.
A Petrobras é um. Importa derivados a preços mais caros do que os revende no país. Outro exemplo: bancos públicos usados para forçar a baixa dos "spreads". Essas atitudes obedecem a políticas de governo, não ao interesse dos acionistas.
Mas não se preocupe, senador. O saneamento dos lares não ficaria à mercê de ganhos exagerados. Uma sólida regulação cuidaria do tema.
Não esqueça também que a busca do lucro e a competição são as molas da eficiência, como se verifica no setor de telecomunicações, tão bem enfatizada pelo senhor.
Senador, está mais do que na hora de o PSDB oferecer ao Brasil um segundo salto de modernização da economia, tanto quanto fez com as privatizações dos anos 1990.
E veja o senhor que, naquela época, por causa da fraqueza do mercado de ações brasileiro, não foi possível dispersar o capital das empresas privatizadas. O mesmo não se pode dizer dos dias de hoje. A Bolsa está pujante como, o senhor me perdoe a citação, "nunca antes na história deste país". 
Os sucessos alcançados nos 1990 com a siderurgia, os bancos estaduais, a Vale e as telecomunicações podem ser multiplicados, alterando visceralmente a feição do saneamento básico no país pela criação de megaempresas nacionais de capital aberto, competitivas e não monopolistas.
Basta que o senhor e os seus colegas governadores do PSDB transformem as poderosas estatais que comandam em autênticas "corporations", vendendo-as ao público investidor. O controle pode ser difuso, como é o da Embraer.
Por sua influência e posição, senador, o senhor deveria liderar naturalmente tal processo.