quinta-feira, 10 de maio de 2012

247: 40 giga de informação da Operação Monte Carlo



247: 40 giga de informação da Operação Monte CarloFoto: Divulgação

EXCLUSIVO: BRASIL 247 OBTÉM TODA A INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL SOBRE O MAIOR ESCÂNDALO POLÍTICO DOS ÚLTIMOS TEMPOS NO PAÍS; PUBLICAÇÃO COMEÇA AGORA; GRAMPOS, DIÁLOGOS E VÍDEOS INÉDITOS; SAIBA AQUI O QUE NEM A CPI SABE

10 de May de 2012 às 18:04
Vassil Oliveira _247 – Brasil 247, com exclusividade, acaba de obter os documentos de toda a investigação feita pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. São 40 giga de textos, grampos telefônicos, campanas e vídeos capturados de personagens ligados direta ou indiretamente à quadrilha chefiada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Um impressionante conjunto de fatos que compõem todo o quebra-cabeças do maior escândalo político dos últimos tempos no Brasil.
Acesse, nos links abaixo, os primeiros documentos do conjunto obtido com exclusividade por Brasil 247. Em seguida, tem mais!
No primeiro vazamento, dois CDs da operação Monte Carlo
Ao todo, são 21 CDs contendo centenas de arquivos de áudio cada um; nos dois primeiros, há inúmeras conversas envolvendo o araponga Dadá. O primeiro arquivo disponibilizado pelo 247 contém dois CDs da Polícia Federal, com centenas de gravações. No CD 00139, os alvos são Major Silva (61 8133-3021) e Raimundo (61 9327-0256), assessores de Carlos Cachoeira. Dezenas de conversas envolvem o araponga Dadá.
No segundo CD, 00478, são sete alvos e centenas de gravações também. É importante que o leitor busque o index.html, onde é possível encontrar áudios, transcrições e descrições das conversas pela PF. Baixe aqui:http://www.adrive.com/public/8pwaEv/CD_fl.000139%20e%20CD_fl.000478.zip
Os vídeos do araponga Jairo
Acostumado a filmar, Jairo Martins, araponga que era fonte de Veja, também foi filmado. Assista aos vídeos em que Jairo Martins é filmado pela Polícia Federal. E ouça os comentários dos policiais sobre seus movimentos: https://docs.google.com/open?id=0B5pVV5g_nXq6WUQzVVRaMDM2YmM
Volume da busca e apreensão
Terceiro lote divulgado pelo 247 inclui a parte do inquérito referente às operações de busca e apreensão. Seguem agora uma série de arquivos em PDF. É a parte referente às ações de busca e apreensão contra todos os alvos da Operação Monte Carlo. Baixe aqui:https://docs.google.com/open?id=0B94I8m9jP6Scdk9kMVl2T25LVlk
431 diálogos entre os comparsas de Carlinhos Cachoeira e com o próprio bicheiro
Numa das conversas, em 5 de janeiro de 2011, quando estava em Miami, contraventor Cachoeira trata da ocupação de cargos no governo de Goiás e cita várias vezes “Marconi”. Baixe aqui: https://docs.google.com/open?id=0B5pVV5g_nXq6MDM1a29qWFZuMkE 
Confira o conteúdo dos 21 CDs com gravações da Operação Monte Carlo
Na nossa página no Facebook, mais conteúdo exclusivo da Operação Monte Carlo.

Cachoeira e Demóstenes encaram Conselho de Ética



Cachoeira e Demóstenes encaram Conselho de ÉticaFoto: Edição/247

DEPOIMENTOS FORAM MARCADOS PARA OS DIAS 23 E 28; SENADORES PEDIRAM QUEBRA DE SIGILO FISCAL; CASSAÇÃO DE MANDATO EM RITMO ACELERADO; NA CPI, CRESCE MOVIMENTO POR MAIS TRANSPARÊNCIA NOS TRABALHOS E MELHOR ACESSO A DOCUMENTOS; 247 PUBLICA 40 GIGA DE INFORMAÇÃO DA OPERAÇÃO MONTE CARLO

10 de May de 2012 às 17:54
247 – Cresce o movimento por mais transparência nos trabalhos da CPI do Cachoeira e por melhor acesso, pelos parlamentares, aos documentos juntados ao inquérito da Operação Monte Carlos, da Polícia Federal, enviado pelo Supremo Tribunal Federal. Brasil 247, com a publicação da íntegra do pronunciamento do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, e sete volumes do inquérito (acesse aqui), acrescido, agora, pela disponibilização de 40 giga de informações oficiais da Operação Monte Carlo (ir), continua sendo a melhor fonte de referência dos políticos para as investigações.
No Conselho de Ética do Senado, o ritmo se mostra muito mais acelerado do que o da CPI. Já há datas marcadas para os depoimentos do contraventor Carlinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres: dias 23 e 28 de maio, respectivamente. O que ainda não se sabe é se as sessões serão abertas, com possibilidade de transmissão ao vivo em todas as mídias.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre as decisões tomadas pelo Conselho de Ética:
Ivan Richard _Repórter da Agência Brasil, Brasília - O Conselho de Ética do Senado aprovou hoje (10) requerimento que pede acesso às declarações de bens e do Imposto de Renda do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) desde 1999. Também foram aprovados requerimentos para que o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás encaminhe ao colegiado todas as prestações de contas das eleições de que Demóstenes participou no estado.
O conselho também marcou as datas dos depoimentos do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e do senador Demóstenes Torres. Eles serão ouvidos, respectivamente, nos dias 23 e 28. O advogado Rui Cruvinel, que acusou e depois negou a participação de Demóstenes em um esquema de jogos ilegais, será ouvido no dia 22.
Os delegados da Polícia Federal Raul Alexandre Souza e Matheus Melo Resende, responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo, serão ouvidos no dia 15. Já os procuradores da República em Goiás Daniel Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira falarão ao conselho no dia 16. Matheus, Daniel e Léa prestam depoimento hoje na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.
Também foi aprovado requerimento que pede o compartilhamento com a CPMI do Cachoeira de dados referentes ao uso do aparelho celular Nextel que teria sido cedido por Cachoeira ao senador Demóstenes Torres. Também foi aprovado requerimento que solicita à direção do Senado o registro de eventuais acessos de Cachoeira e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, nas dependências da Casa.
O Conselho de Ética ainda aprovou pedido para que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informe a relação de voos e eventuais acompanhantes de Demóstenes nas empresas Voar Táxi Aéreo LTDA e Empresa Sete Táxi Aéreo LTDA. O relator do caso contra Demóstenes no conselho, senador Humberto Costa (PT-PE), disse que essas informações ajudarão a comprovar a relação do senador com Cachoeira.

Gurgel racha Supremo entre certo e errado



Gurgel racha Supremo entre certo e erradoFoto: Montagem/247

AO RECHAÇAR A PRÓPRIA IDA À CPI, PROCURADOR-GERAL SAIU ATIRANDO NO MENSALÃO; NO STF, GILMAR MENDES APLAUDIU CHICANA POLÍTICA SOBRE FALTA DE EXPLICAÇÃO PARA ENGAVETAMENTO DE INQUÉRITO CONTRA DEMÓSTENES TORRES; MARCO AURELIO MELLO ATACOU: “EXTRAVAGANTE”

10 de May de 2012 às 18:50
247 – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rachou o Supremo Tribunal Federal. Ao negar a possibilidade de aceitar uma possível convocação para depor na CPI do Cachoeira e, se puder, explicar porque deixou engavetado, durante três anos, o inquérito da PF com base na Operação Las Vegas, que incriminava o senador Demóstenes Torres, ele executou uma chicana política. Deu um salto de assunto e passou a atacar o caso Mensalão, que pode ser julgado a qualquer momento pelo Supremo.
Na mais alta corte do País, Gurgel conseguiu, de saída, dois aliados à sua postura. O mais entusiasmado pareceu ser o ministro Gilmar Mendes, que deu um tom obscurantista à convocação do procurador pela CPI. “São pescadores de águas turvas”, definiu Mendes a respeito dos parlamentares que pedem o depoimento de Gurgel. Barbosa foi igualmente protetor, para quem o procurador é “um servidor do Estado inatacável”.
Sem fugir do ponto levantado por Gurgel, que procurou, na prática, trocar a discussão do engavetamento da Operação Las Vegas pelo aumento de pressão sobre o STF para julgar e condenar os réus do Mensalão, Marco Aurélio Mello foi bastante preciso. “A CPI começou a trabalhar agora e não podemos nos precipitar e tirar ilações, muito menos dessas extravagantes, que contrariam a razão”, disse ele, referindo-se à comparação de alhos com bugalhos feita por Gurgel.
Abaixo, noticiário do G1 sobre o posicionamento dos ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, e do blog do jornalista Bob Fernandes, do portal Terra, sobre a manifestação de Marco Aurélio Mello:
Marcelo Parreira Do G1, em Brasília - Os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, manifestaram apoio nesta quinta-feira (10) ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Parlamentares integrantes da CPI do Cachoeira defendem a convocação do procurador pela comissão, sob o argumento de que, em 2009, ele não tomou providências ao receber o inquérito da Operação Vegas, que investigava prática de jogo ilegal.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal prendeu Carlinhos Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, um desdobramento da Vegas. O bicheiro é apontado pela PF como chefe de uma organização que explorava o jogo ilegal em Goiás.
"Há uma certa excitação em relação a tudo isso. Tem plantação notória, grupos políticos manipulando as próprias notícias. Evidente que a procuradoria pode ter a sua estratégia em relação a qualquer tema", afirmou Mendes ao chegar ao STF.
Para o ministro, há relação entre a crítica à ação do procurador-geral e o mensalão, escândalo de compra de votos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva que deverá ser julgado neste ano pelo Supremo. Gurgel manifestou essa opinião nesta quarta-feira, ao afirmar que os ataques seriam resultado de um "medo do julgamento do mensalão" por "réus e protetores dos réus".
"São pescadores de águas turvas, pessoas que estão interessadas em misturar excitações, tirar proveito, inibir as ações dos órgãos que estão funcionando", afirmou Gilmar Mendes.
O ministro também defendeu que Gurgel não deponha na CPI. Parlamentares já manifestaram a intenção de convocá-lo, mas o procurador alega que não poderia falar à comissão sob pena de vir a ser afastado do processo.
O relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, também defendeu Gurgel, a quem definiu como "um servidor do Estado inatacável".
Para Barbosa, não há qualquer motivo para que Gurgel seja convocado a falar na CPMI. "Não há porque convocá-lo para explicar sobre as suas atribuições, que são constitucionais, são legais.
“É uma gente que goza do mais alto grau de independência funcional", argumentou.
Ataques
O procurador é alvo de críticas de parlamentares em relação à sua atuação nas investigações co contraventor Carlinhos Cachoeira. Integrantes da CPMI que investiga as relações do bicheiro com políticos e empresas têm questionado a decisão de Gurgel de, em 2009, não pedir a abertura de inquérito para investigar o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Os ataques a Gurgel se intensificaram após depoimento do delegado da Polícia Federal, Raul Alexandre, à comissão nesta terça-feira (8). Ele foi o responsável pela operação Vegas, que investigou a exploração dos jogos de azar, inclusive Cachoeira.
O delegado disse, segundo relatos de parlamentares da comissão, que os dados foram levados à Procuradoria-Geral da República porque as investigações haviam indicado suposto envolvimento de pessoas com foro privilegiado, como é o caso de Demóstenes. A PGR, no entanto, não pediu a abertura de inquérito.
"Ilações extravagantes"
Portal Terra, por Marina Dias - O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirma que "não se pode desviar o foco" da CPI do Cachoeira e misturar o assunto com o julgamento do caso que ficou conhecido como Mensalão, previsto para acontecer este ano.
"Precisamos olhar sempre o lado positivo das práticas republicanas. Não se pode desviar o foco. A CPI começou a trabalhar agora e não podemos nos precipitar e tirar ilações, muito menos dessas extravagantes, que contrariam a razão", afirmou o ministro a Terra Magazine.
Mello contraria as declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alvo da base aliada na CPI do Cachoeira. Gurgel acusa os réus do Mensalão de serem os mentores das críticas contra ele. Isso porque, parlamentares envolvidos na investigação contra a organização de Carlinhos Cachoeira afirmam que o procurador-geral não cumpriu com seu dever, em 2009, quando a Operação Vegas, da Polícia Federal, já apontava indícios das ações de Cachoeira e de sua relação com diversos políticos.
De acordo com Gurgel, as críticas têm o objetivo de enfraquecer o julgamento do Mensalão e fragilizar a acusação e seus julgadores, ou seja, os ministros do Supremo Tribunal Federal. Marco Aurélio Mello discorda.
"Não consigo imaginar o extravagante, que essas críticas (a Gurgel e ao STF) seriam uma retaliação, principalmente por parte das duas Casas do Congresso", declarou o ministro. "Não vejo um movimento para enfraquecer o julgamento do Mensalão, até porque, pelo amor de Deus, o STF não é sensível a pressões".
Mello afirma que é "natural" que haja esse tipo de questionamento por parte dos parlamentares. "A base aliada está apenas questionando a problemática de não ter se tocado um certo inquérito em 2009 e busca esclarecimentos sobre isso. Faz parte do procedimento que nós vemos sempre nas CPIs. Eles fustigam para levantar elementos e esclarecer os fatos. É natural", explicou.

Marconi Perillo é citado 237 vezes em escutas da Operação Monte Carlo



'O que dá para entender é que o governador de Goiás era o Cachoeira', disse Anthony Garotinho

Ricardo Brito, da Agência Estado
BRASÍLIA - O delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou nesta quinta-feira, 10, na sessão reservada da CPI do Cachoeira, que durante as interceptações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo o nome do governador de Goiás, Marconi Perillo, foi citado 237 por pessoas envolvidas no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. A Monte Carlo levou à prisão Cachoeira e seu grupo no final de março.

O investigador disse que em apenas duas ocasiões Perillo aparece conversando diretamente com Cachoeira. As ligações, segundo parlamentares ouviram do delegado, serviram para marcar jantares com a participação dos dois.
"Fazendo uma figura de linguagem: o que dá para entender é que o governador de Goiás era o Cachoeira", afirmou o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que defende a imediata convocação do governador tucano para explicar a ligação de Perillo com o contraventor.
"O fato de existirem essas ligações não querem dizer nada", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O peemedebista disse, que, embora acredite que tenha havido uma "promiscuidade" de integrantes do governo de Goiás com o grupo do contraventor, é necessário avaliar a conveniência de convocar autoridades para não se perder o foco das investigações.
Na sua exposição inicial, o delegado também disse, segundo integrantes da CPI, que foram interceptadas com autorização judicial 260 mil ligações, das quais 17 mil consideradas pela PF como importantes para a investigação. Houve ainda 4 mil ligações fortuitas, quando surgem pessoas que originalmente não tem vinculação direta com os fatos sob apuração.
O investigador afirmou que há 81 autoridades com foro especial citadas nas conversas. Entre elas, vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, secretários de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal. 

"É tudo culpa do mensalão" diz envolvidos com os esquemas de Cachoeira


Em côro Gilmar, Gurgel, Alvaro Dias, Aécio, Veja, Folha, Globo gritam "mensalão" para abafar Cachoeira

Só faltava a abalizada opinião do excelentíssimo ministro Gilmar Mendes do STF, sobre as declarações do PGR. Não falta mais.


Para ele também, tudo se explica com o "mensalão" que virou a resposta padrão, pau para toda obra, quando gente graúda de todos poderes da República alinhadas com a, digamos, ideologia demotucana, se vêem metidos em escândalos.

Semanas atrás essa pauta foi lançada pela revista Veja, que produziu uma capa dizendo que a CPI do Cachoeira era cortina de fumaça contra o "mensalão".

Ontem foi o Procurador-Geral da República que disse não dever explicações à nação pelo engavetamento da operação Vegas da Polícia Federal por quase 3 anos, dizendo que é tudo culpa do "mensalão".

Gurgel foi um pauteiro de primeira para o Jornal Nacional, que levou suas declarações ao ar com destaque, fazendo a alegria dos políticos e maqueteiros demotucanos, gratos pela campanha eleitoral negativa contra seus adversários, extemporânea e gratuita.

O líder do PSDB no senado, Álvaro disse a mesma coisa, ao dar entrevista coletiva.

A previsível revista Veja, também fugindo de seu envolvimento com Cachoeira, obviamente aplaudiu o que chamou de "coragem" do Procurador-geral.

Hoje, a manchete do jornal "Folha de São Paulo" foi:


Mais uma peça de propaganda política para os arquivos dos marqueteiros de campanha de José Serra (PSDB) e demais demotucanos.

O senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), que já apareceu nos autos da operação Monte Carlo nomeando uma sobrinha de Cachoeira, também repetiu o mesmo bordão e acusou o PT de usar a CPI do Cachoeira para desviar o foco do julgamento do "mensalão".

Tá tudo dominado. Tem água de Cachoeira vazando para tudo quanto é lado, e haja "mensalão" para tampar os vazamentos.
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Gilmar Mendes defende Roberto Gurgel e relaciona críticas do PT ao mensalão




Ministro do Supremo afirma que há pessoas 'querendo misturar estações para tirar proveito'

Felipe Recondo, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira, 10, que vê relação entre as críticas feitas ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o julgamento do mensalão. "Eu tenho a impressão de que sim (que há relação)", afirmou. "Há uma expectativa em torno disso, são pescadores em águas turvas, pessoas que estão querendo misturar estações para tirar proveito, inibir as ações de órgãos que estão funcionando normalmente", acrescentou. 
Gurgel é criticado no Congresso por ter aberto apenas neste ano inquérito no STF para investigar o envolvimento de políticos, como o senador Demóstenes Torres (GO), com o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. "Evidente que a Procuradoria-Geral da República pode ter sua estratégia em relação a isso", afirmou Gilmar Mendes. "Eu tenho a impressão de que há uma certa excitação até mesmo da imprensa e plantação notória. Grupos políticos manipulando as próprias notícias", acrescentou.
Gilmar Mendes afirmou que é "evidente" que o procurador não deve ir à Comissão Parlamentar de Inquérito para explicar sua atuação. "Claro que não", respondeu ele. Nesta quarta, Gurgel atribuiu a réus do mensalão ou a pessoas que já foram alvos de investigação do Ministério Público as críticas que têm sido feitas a ele pela condução das investigações.
"Eu tenho dito que são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão", afirmou. "É compreensível que pessoas ligadas a mensaleiros queiram atacar o procurador-geral da República", acrescentou. "Eu acho que, se não réus, protetores de réus do mensalão estão como mentores (das críticas)", disse.
Gurgel não quis nominar quem estaria por trás das críticas que têm sido feitas a ele. Disse apenas, ao ser questionado se seria o ex-ministro José Dirceu, que é "notório quem está por trás das críticas". Gurgel disse ainda que as críticas têm como objetivo impedir as investigações do Ministério Público e imobilizar o procurador-geral da República. 

PT volta a cobrar Gurgel sobre decisão de não denunciar Demóstenes em 2009




Partido quer saber por que o procurador-geral da República não encaminhou inquérito da PF

Daiene Cardoso, da Agência Estado
SÃO PAULO - O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), voltou a cobrar, nesta quinta-feira, 10, do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, explicações para o fato dele não ter denunciado o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) em 2009, época da Operação Vegas, da Polícia Federal (PF).
"Acho que o procurador e sua esposa precisam responder ao delegado da Polícia Federal (PF)", disse Falcão, referindo-se ao depoimento do delegado Raul Alexandre Marques, que nessa semana, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, teria dito que Gurgel tinha à época elementos para denunciar a organização criminosa. A esposa de Gurgel, Claudia Sampaio, é subprocuradora da República.
Após reunião da Executiva Nacional do PT, Falcão negou que o partido esteja agindo para enfraquecer o procurador-geral, uma vez que Gurgel atuará na acusação, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra os réus do escândalo do mensalão que envolve figuras chave do PT. "Primeiro, não temos esse poder ''de enfraquecê-lo'', e segundo, não temos esse desejo", disse o dirigente. Falcão afirmou ainda não temer o julgamento do caso. "Não temos nenhuma preocupação em relação à prestação de justiça e de que os processos sejam pautados pela ampla defesa, pelo contraditório, pela presunção de inocência e pelo julgamento de acordo com autos e provas", disse.
O presidente do PT lembrou ainda que o depoimento do delegado à CPMI também provocou dúvidas em parlamentares da oposição, como o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Randolph Rodrigues (PSOL-AP). Segundo Falcão, o PT não fará nenhuma recomendação para convocação de Gurgel à CPMI e que, embora não pretenda intervir na comissão, acredita ser importante que o procurador-geral se explique pelo fato de não ter dado prosseguimento à Operação Vegas. "No Brasil nenhuma pessoa está acima da lei."
Rui Falcão ressaltou que é preciso investigar como a organização criminosa liderada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, se infiltrou na cúpula do poder e como o contraventor pretendia fazer do senador Demóstenes Torres um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Na opinião do dirigente do PT, se as denúncias de 2009 tivessem sido encaminhadas pelo procurador, possivelmente o senador não conseguisse se reeleger. "Se soubéssemos em 2010 talvez Demóstenes Torres não seria senador", concluiu.
O petista acredita que a comissão pode contribuir para a discussão sobre uma reforma política e debates sobre transparência e ética na administração pública. Segundo Falcão, a CPMI pode colaborar também para "a ampliação da liberdade de expressão" e da regulamentação de artigos da Constituição referentes ao tema. "Nada melhor do que expandir as necessidades de comunicação", defendeu. 

Defesa de investigados acompanha sessão secreta de CPI




JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ANDREZA MATAIS
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

A defesa do empresario Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de Claudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro Oeste acompanha o depoimento sigiloso do delegado Matheus Mela Rodrigues à CPI do Cachoeira.

O delegado cuidou da Operação Monte Carlo, deflagrada em novembro de 2010 e que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira e membros de seu grupo em fevereiro deste ano.
Um dos argumentos para que a sessão fosse reservada era justamente evitar que a defesa dos envolvidos conhecesse as novas linhas da investigação.

A presença foi autorizada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), sem consulta aos demais parlamentares e provocou um bate-boca na CPI após ter sido descoberta por parlamentares.

Cobrado, Rêgo pediu desculpas aos congressistas por não ter comunicado aos parlamentares sobre a presença do advogado. "A rigor, se fosse uma sessão absolutamente secreta só poderia estar presentes os parlamentares", afirmou o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), em apoio ao presidente.

O presidente da CPI justificou que o STF (Supremo Tribunal Federal) autoriza que os advogados acompanhem as sessões da CPI mesmo em sessão secreta.

O senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que nenhum membro da comissão sabia da presença dos advogados. "Ao invés de termos de fato uma sessão secreta, temos a presença privilegiada dos advogados dos principais acusados", disse.

Segundo ele, em outras sessões, eram lidos os nomes de todas as pessoas que estavam na comissão. O tucano afirmou que desconhecia se o presidente da comissão tinha poderes regimentais para autorizar a ida dos advogados à sessão, mas questinou o motivo de os membros não terem sido informados.

"Eu também não sei se eu quero que os advogados saibam o que nós perguntamos aqui para preparar os seus clientes. Eu estou me sentindo agredida. Acho que isso não poderia ter ocorrido. E um detalhe grave: eles estavam aqui ontem e o delegado disse que não teria nos dito o que disse se a sessão fosse aberta", afirmou a senadora Katia Abreu (PSD-TO).
Após a interrupção do depoimento, houve bate-boca e troca de ofensas entre os parlamentares e gritaria.

Declarações de Gurgel 'dão fogo' à CPI, diz presidente da comissão




RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA


O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse nesta quinta-feira (10) em entrevista exclusiva à Folha que as declarações feitas ontem pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, colocaram "fogo" na Comissão Parlamentar de Inquérito e fizeram aumentar as chances de que ele seja convidado a se explicar na CPI.
"Elas [declarações] dão fogo à discussão na CPI", disse o presidente da comissão, referindo-se à possibilidade de convocação de Gurgel para depoimento.

Gurgel é criticado na CPI por conta da demora em abrir uma investigação contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e outros parlamentares. Em 2009, durante a Operação Vegas, a Polícia Federal disse ter encontrado indícios de irregularidades, mas Gurgel considerou o contrário, e nada fez até fevereiro de 2012, quando estourou outra operação também envolvendo Demóstenes, a Monte Carlo, que prendeu o empresário de jogos ilícitos Carlos Cachoeira. Só então Gurgel mandou abrir um inquérito.

Ontem, em entrevista coletiva, Gurgel disse que as críticas que recebe partem de "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão". Disse ainda que as críticas são apoiadas por pessoas que tiveram problemas com o Ministério Público ao longo da carreira, numa referência indireta ao senador Fernando Collor (PTB-AL).

"A pauta hoje, prioritariamente, vai ser essa questão do Ministério Público", antecipou-se Rêgo. O senador disse que luta para que a CPI não "perca o foco", mas não pode deixar de considerar o papel de Gurgel em todo o caso e os reclames de parlamentares que querem ver Gurgel na lista dos depoentes na CPI, principalmente após as declarações de ontem.
O senador disse que o foco das dúvidas da CPI é a "questão administrativa", não o mérito das investigações. A CPI, segundo Rêgo, quer entender "a demora do processo entre a Vegas e a Monte Carlo".

"O foco da CPI nesta semana foi mais ardido em relação ao Ministério Público", reconheceu o senador.

Vital do Rêgo e o relator, Odair Cunha (PT-MG), vinham se esforçando para impedir a ida de Gurgel, e por isso foram criticados por Collor. Na sessão secreta da CPI, na terça-feira (8), Collor disse que Gurgel estava pedindo ajuda à CPI para não ser convocado e disse que o comando da comissão precisa deixar os parlamentares a par das conversas de bastidor --a Folha teve acesso à íntegra do áudio da reunião sigilosa.

A hipótese de convocação de Gurgel para depoimento só será definida no próximo dia 17. Até lá, todos os requerimentos apresentados pelos parlamentares não estão sendo colocados em votação, para que a CPI se concentre na tomada de depoimentos de outros personagens da investigação.

Nesta manhã, começou outra sessão secreta na CPI do Cachoeira. Os parlamentares deverão ouvir o delegado Matheus Mela Rodrigues, que coordenou a Operação Monte Carlo. Podem participar da sessão apenas parlamentares e um técnico de cada gabinete.