sábado, 9 de junho de 2012

“Veja é um partido político de extrema direita”



“Veja é um partido político de extrema direita”Foto: DIVULGAÇÃO

INDIGNADO COM REPORTAGEM DESTE FIM DE SEMANA DA REVISTA VEJA, EM QUE É ACUSADO, COMO “HOMEM DE JOSÉ DIRCEU”, DE DESVIAR RECURSOS DO PRÉ-SAL, MARCELO SERENO, EX-ASSESSOR DA CASA CIVIL, DESABAFOU: “VAI SER UMA DENÚNCIA NOVA A CADA FIM DE SEMANA ATÉ O JULGAMENTO DO MENSALÃO”

09 de Junho de 2012 às 21:34
247 – Veja é um partido político. Um partido político de extrema direita, que omite dos leitores sua agenda política. A tese é de Marcelo Sereno, ex-assessor da Casa Civil, que, neste fim de semana, foi personagem de destaque de uma reportagem da revista. Intitulada “Onde foi parar o dinheiro?”, ela aponta o suposto sumiço de recursos do pré-sal que teriam sido repassados à prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro.
Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Sereno hoje é candidato a vereador, no Rio de Janeiro. E procurou o 247, ao ler nossa manchete anterior sobre a “guerra fria” entre a Editora Abril e o PT (confira aqui). “Eles vão inventar uma denúncia a cada semana até o dia do julgamento do mensalão”, diz ele.
Na deste fim de semana, Veja aponta que o dinheiro do pré-sal “evaporou” na gestão do PT. “No rol de abusos, o beabá da corrupção: improbidade administrativa, danos ao Erário, prevaricação, peculato, abuso de poder econômico, superfaturamento, contratação de empresas-fantasma – maracutaias que podem ter feito evaporar do caixa oficial cerca de 150 milhões de reais”, diz o texto de Leslie Leitão, que atribui as falcatruas à turma de José Dirceu encastelada na prefeitura.
Segundo Veja, a receita com royalties teria sido de R$ 35 milhões nos primeiros três meses deste ano e poderia chegar a até R$ 1 bilhão em um ano. Sereno argumenta que o valor mensal não passou de R$ 6 milhões e que, no melhor cenário, a receita da cidade com royalties do petróleo será de R$ 200 milhões/ano.
Mas sua divergência vai além dos números. “As perguntas foram mandadas para a prefeitura às 16h da sexta-feira”, disse ele ao 247. “Era evidente que não queriam resposta alguma; não procuraram ninguém para se informar, vieram com a agenda pronta”, afirma.
Segundo Sereno, a denúncia é uma coleção de colagens de notícias postadas em blogs ligados à oposição política da prefeitura de Maricá – um chamado Itapuaçu Site e outro Tempo Livre. O objetivo, na sua visão, seria colocar mais pressão sobre o Supremo Tribunal Federal, às vésperas do julgamento do mensalão, associando questões da cidade ao ex-ministro José Dirceu.
Sereno afirma que nunca processou jornalistas, mas diz que, neste caso, não terá alternativa. “A própria equipe da revista espalhou pela cidade que vinha numa missão política; eles são um partido político”, reforça.

Esquenta a “Guerra Fria” entre a Abril e o PT



Esquenta a “Guerra Fria” entre a Abril e o PTFoto: Edição/247

REVISTA VEJA DESTE FIM DE SEMANA CELEBRA CALENDÁRIO DO MENSALÃO E PUBLICA DENÚNCIA CONTRA JOSÉ DIRCEU ENVOLVENDO ROYALTIES DO PETRÓLEO; RECENTEMENTE, EX-MINISTRO DA CASA CIVIL ESTEVE COM O PRESIDENTE DA EDITORA, FÁBIO BARBOSA, NUM ENCONTRO EM QUE SE TRATOU DA POSSÍVEL CONVOCAÇÃO DE ROBERTO CIVITA PELA CPI; PELO JEITO, NÃO HOUVE ACORDO

09 de Junho de 2012 às 17:24
247 – Neste fim de semana, a revista Veja, assim como a Folha de S. Paulo, saudou a definição da data para o julgamento do mensalão. Enquanto a folha fez o editorial “Hora marcada”, Veja publicou a reportagem “Encontro marcado com a Justiça”. O julgamento do mensalão, segundo Veja, colocará “em xeque a reputação de um partido, de seus principais dirigentes, de todo um grupo que planejou se perpetuar no poder comprando alianças políticas através de milionários subornos”.
Na mesma reportagem, assinada pelo repórter Rodrigo Rangel, defende-se o impedimento do ministro José Antônio Dias Toffoli. Num dos trechos, informa-se que um “interlocutor de Roberto Gurgel, titular da Procuradoria-Geral da República, disse a Veja que ele avalia a possibilidade de pleitear o impedimento de Toffoli”. Por fim, Veja menciona punições recentes do chamado “mensalão do DEM”, para dizer que os réus do mensalão federal “têm com o que se preocupar”.
Do que se trata? Jornalismo? Política? Ou um misto das duas coisas? A revista Veja, como vários meios de comunicação, também tem sua própria agenda política – a da Abril, apenas, é mais explícita e escancarada do que outros veículos.
Nas páginas de Veja, logo depois da reportagem sobre o mensalão, há uma nova denúncia sobre o principal réu, o ex-ministro José Dirceu, que, segundo a revista, estaria se locupletando dos recursos dos royalites do petróleo na cidade de Maricá (RJ), onde Marcelo Sereno, seu ex-assessor, foi secretário. Em seu blog, Dirceu respondeu, acusando a revista Veja de plagiar e requentar posts antigos do blog do deputado Anthony Garotinho.
Três semanas atrás, quando a CPI do caso Cachoeira cogitava convocar o empresário Roberto Civita, dono da Abril, e o jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal brasiliense de Veja, a editora escalou seu presidente, Fábio Barbosa, para um périplo político. Barbosa esteve com lideranças do PMDB – e também com José Dirceu – pedindo para que Civita não fosse convocado.
Curiosamente, pouco depois disso, o PT recuou no discurso mais contundente relacionado à mídia. Até o presidente da sigla, Rui Falcão, abandonou o assunto. Pelo jeito, não houve acordo.
Leia, abaixo, a resposta de Dirceu à reportagem de Veja:
A Veja desta semana, que chegou nesta manhã às bancas e aos assinantes, traz uma matéria sobre a administração da Prefeitura de Maricá (RJ), o fato de a cidade se situar na área do pré-sal, os royalties que tem recebido em decorrência dessa sua localização geográfica e como eles, segundo a visão da revista, têm sido aplicados.

Gratuitamente, apenas para dar vasão à sua baixaria e sem nenhum fundamento a não ser a chamada "forçação de barra", inclui meu nome em toda a matéria. Tenta justificar o fato com o argumento de o ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Petróleo de Maricá, Marcelo Sereno, ter trabalhado comigo no período em que fui ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Ao tentar envolver-me em denúncias que apresenta aos seus leitores como sendo de sua autoria, Veja simplesmente plagia notas na mesma linha já publicadas no blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e que eu também já contestei. Quer dizer, dá uma matéria atrasada, antiga, tenta esquentar e requentar assunto velho e já devidamente esclarecido, com o qual nada tenho a ver.

A matéria de Veja e as denúncias nela contidas nada tem a ver comigo. Nunca fui a Maricá, não participo da vida política do municipio e não tenho nenhuma relação com sua administração.

A propósito, para que vocês vejam a falta de fundamento desse assunto, publico nota divulgada pela Prefeitura quando a mídia começou nessa linha e quando da primeira denúncia a respeito da administração de Maricá, esta veiculada pelo telejornal RJ TV da Rede Globo.

Nota da Prefeitura


Com relação a matéria publicada no telejornal RJ TV da Rede Globo, na noite do dia 24 de maio e na manha do dia 25, sobre o aluguel de um prédio e um galpão em terreno de mais de 5.000 metros, na beira da Rodovia Amaral Peixoto, cabe esclarecer os seguintes pontos:

1- O valor do aluguel pago pela prefeitura por um prédio, um galpão e o terreno de mais de 5.000 metros a beira da rodovia foi alvo de laudo de técnicos de três profissionais independentes da área imobiliária e estão, inclusive abaixo do preço praticado pelo mercado. Como a própria reportagem demonstrou terrenos semelhantes e sem qualquer área construída, tem valor de aproximadamente 3,5 milhões de reais, o que pelo mercado ensejaria um aluguel de mais de 30 mil, superior ao contratada
pela prefeitura;

2- O prédio, o galpão e o terreno são utilizados desde o inicio de sua contratação pela Secretaria Municipal de Transportes, que devido a construção do Centro Cultural Henfil e do Cinema Publico, transferiu para lá toda a sua área administrativa, alem de fazer ali as vistorias em ônibus, vans, taxis, transporte escolar etc... E guardar material apreendido;

3- A Secretaria Municipal de Segurança esta aguardando a definição do projeto de construção da Central de Monitoramento do município através de Câmeras de Segurança para transferir para lá sua sede;

4- Aquele espaço também esta destinado ao DETRAN, para que sejam feitas as vistorias dos automóveis, já que há 2 anos estamos pedindo a eles que desocupem o terreno no Centro, onde também funcionava a Secretaria Municipal de Transportes, e onde, como ja disse, estamos construindo o primeiro Cinema do município e um Centro Cultural;

5- Os procedimentos de contratação do aluguel foram feitos no estrito respeito a legalidade, baseados nas normas do inciso X, artigo 24 da Lei 8.666, que rege as contratações no serviço público, alem da deliberação 245.07 do Tribunal de Contas do Estado;

6- A respeito das denuncias que versam sobre a profissão do dono do imóvel ou de compras imobiliárias por ele realizadas antes do aluguel do mesmo, não cabe a quem aluga acompanhar ou saber das atividades do dono do imóvel. O município vem a décadas com um cadastro de imóveis desatualizada, que só agora vem sendo revisto, conforme decreto por mim publicado

7- Mas mesmo assim, para que não paire dúvidas sobre nosso compromisso com a lisura, instaurei uma Tomada de Contas para apurar os fatos. Nosso governo tem absoluto e inequívoco compromisso com os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade, transparência, publicidade e eficiência.

Artigo de Marta gera rumor sobre saída do PT



Artigo de Marta gera rumor sobre saída do PTFoto: Edição/247

FORA DA FOTO, FORA DO PARTIDO? TEXTO FALAVA EM “ABANDONAR AS ROUPAS USADAS” E DE UM TEMPO DE “TRAVESSIA”; ESPECULA-SE QUE A SENADORA POSSA IR PARA O PMDB, O QUE TERIA GRANDE IMPACTO NA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, FORTALECENDO GABRIEL CHALITA E ENFRAQUECENDO FERNANDO HADDAD

09 de Junho de 2012 às 10:39
247 – Um artigo publicado pela senadora Marta Suplicy na semana passada, intitulado “Travessia”, passou a ser encarado nos meios políticos como um enigma a ser decifrado. Marta falava em “abandonar as roupas usadas” e no “tempo da travessia”.
Marta falava, inclusive, da dor de um rito de passagem. “Não se chega à outra margem do rio sem respingos. Há risco de afogamento. O difícil é fazer o percurso, mas, se vislumbrada a chegada, não há força que segure a mudança e o crescimento”, afirma. De quem ela falava? De si própria?
O rumor que se espalha nos meios políticos é o de que Marta poderá trocar o PT pelo PMDB, empenhando seu apoio, na sucessão paulistana, ao candidato Gabriel Chalita. Seria um golpe duro na candidatura de Fernando Haddad, que tem custado a decolar e apresentado dificuldades para fechar alianças.
Detalhe: o novo companheiro de Marta, Márcio Toledo, é filiado ao PMDB. Leia, abaixo, o artigo “Travessia” de Marta:
Escreveu Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos".

Travessias são sempre difíceis e revestidas de peculiaridades. Por isso há os ritos de passagem. Seja para celebrar com um bom choro a saída do útero materno para a vida, para tolerar os primeiros dias de um luto com cerimônias religiosas e presença da família e amigos, as festas de saída da adolescência para a vida adulta, a celebração do casamento, o trote na universidade...
Essas são as travessias mais visíveis e que tomam formas diferentes dependendo das culturas. Sempre existiram no decorrer dos séculos.
Mas existem outras. As que estão acontecendo nos costumes, nas regras de comportamento, nas leis que se aprimoram para acompanhar as mudanças das novas exigências, nas aspirações dos povos, nos sistemas de governo que conhecemos e no direito pleno de cidadania. Agora, com a rapidez desencadeada pela modernidade da comunicação digital globalizada.
Influencia para o bem ou para o mal, com todas as notícias ou reflexões que mal temos tempo de digerir. Mas a mente vai se acostumando com as pérolas e o lixo, e o trator da vida segue seu caminho. 
São interessantes as contradições que brotam desses processos. Não se chega à outra margem do rio sem respingos. Há risco de afogamento. O difícil é fazer o percurso, mas, se vislumbrada a chegada, não há força que segure a mudança e o crescimento.
Temos visto isso na exigência de transparência nos governos, na busca da ética nos políticos, no respeito, na tolerância, na sustentabilidade para o nosso planeta, no direito de os seres humanos se unirem de acordo com seus desejos, nas famílias se constituírem por amor. E com todas as contradições de interesses e crenças caminhando em luta feroz. Entretanto o avanço para um processo civilizatório com mais justiça e dignidade para todos é inexorável. Assim caminha a humanidade.
Os movimentos de massa, que chegam na outra margem, começam com pessoas que percebem o novo, algumas que se inquietam, outras que não se conformam, com os milhares que sonham e que são visionários e com os poucos que captam o futuro e lançam fagulhas que, de tão fortes, incendeiam milhares de mentes e suscitam ações. Pessoas que fizeram suas travessias. Outras que pegam carona.
As certezas e os sonhos a serem descartados são o mais difícil na travessia. A isto se refere Fernando Pessoa em poucas linhas. Largar as roupas que nos levam aos mesmos lugares.

Veja responde ao Ctrl C + Ctrl V com Ctrl P + Ctrl T



Veja responde ao Ctrl C + Ctrl V com Ctrl P + Ctrl TFoto: Edição/247

PROSSEGUE A POLÊMICA EM TORNO DE UM DOCUMENTO VAZIO E IRRELEVANTE, SOBRE OS RUMOS DA CPI DO CACHOEIRA

09 de Junho de 2012 às 07:50
247 – Uma semana atrás, a revista Veja publicou uma reportagem que denunciava um plano sinistro, urdido pelo PT, para esmagar as instituições republicanas e a imprensa livre. A prova seria um “documento”, com ataques ao ministro Gilmar Mendes e ao procurador-geral da República.
Dias depois, a jornalista Cynara Menezes, de Carta Capital, desmontou a farsa ao provar que tal “documento” era apenas uma colagem de artigos de jornal, incluindo do 247, sem nenhuma reflexão mais aprofundada. E saiu-se com um título inspirado: Ctrl C + Ctrl V.
Neste sábado, Veja responde com o texto Ctrl P + Ctrl T, para mais uma vez atacar o PT e suas supostas tentações autoritárias. Ocorre que o documento é absolutamente irrelevante e foi divulgado de forma seletiva por Veja.
Leia, abaixo, reportagem anterior do 247 sobre o caso:
Por que Veja foi seletiva na divulgação do Protocolo dos Sábios do PT
247 – Colagem de reportagens de jornais e portais da internet, incluindo o 247, o documento que a revista Veja passou a classificar como “Protocolo dos Sábios do PT”, é apenas uma relação de pessoas e empresas citadas nas Operações Vegas e Monte Carlo, sem nenhum juízo de valor mais aprofundado. Seletivamente, Veja pinçou trechos que faziam referência ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para apontá-los como alvo de uma conspiração petista, que teria o objetivo de desmoralizar as instituições e esmagar a imprensa livre.
O documento, no entanto, é muito mais amplo. Faz referências, por exemplo, ao deputado petista Rubens Otoni, ao prefeito também petista Antônio Gomide, de Anápolis, ao jogador de futebol Túlio, ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e até ao processo de formação da supertele brasileira, que foi fruto da fusão entre Oi e Brasil Telecom. Será que o Protocolo dos Sábios do PT apontaria como alvos representantes do partido, da base aliada e até mesmo uma empresa formada com um empurrão do governo Lula? Ou será que Veja selecionou apenas aquilo que comprovaria sua tese.
Clique aqui e leia o documento na íntegra.

Programa naval pode terminar na polícia



Programa naval pode terminar na políciaFoto: Gov. Eduardo Campos

MP ABRIU INQUÉRITO PARA INVESTIGAR O PRESIDENTE DA TRANSPETRO, SÉRGIO MACHADO, POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

09 de Junho de 2012 às 08:16
247 – Afilhado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Transpetro, Sergio Machado, é alvo de um inquérito que o investiga por improbidade administrativa, aberto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
A informação foi publicada pela coluna Radar. Segundo a nota, haveria incompatibilidade entre o patrimônio e a renda de Sergio Machado, que comanda a subsidiária da Petrobras responsável por investimentos bilionários em navegação. Haveria até um relatório do Coaf, sobre suas movimentações financeiras, correndo em segredo de Justiça.
Apesar de todos os esforços recentes para fazer renascer a indústria naval, os problemas com o prazo e a qualidade dos navios têm sido frequentes. Leia reportagem anterior do Pernambuco 247 sobre o tema:
Navegando lentamente
Raphael Coutinho _PE247 – A Transpetro, braço logístico da Petrobras, vem convivendo com dificuldades na encomenda de navios do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), ligado ao PAC, do Governo Federal. Do total de contratos assinados, pelo menos oito dos 44 navios já deveriam ter sido entregues. Porém, apenas o Celso Furtado, fabricado pelo Estaleiro Mauá, do Rio de Janeiro, e o João Cândido, pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, ficaram prontos. No final do mês passado, a estatal anunciou que vai começar a punir, com multas, as empresas que atrasarem as encomendas. Atualmente, a empresa só aplica punição depois de receber os navios, com base nas justificativas apresentadas.
O caso fica ainda mais grave porque, em alguns contratos, a construção dos estaleiros nem começou. O Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba, São Paulo, ainda está em fase de obras, assim como o STX-Promar, em Pernambuco, que também está sendo construído. A previsão era que até 2015, 49 embarcações de grande porte fossem entregues. Mas, pelo andar da carruagem, essa expectativa não deverá se cumprir.
O Estaleiro de Mauá já está sendo auditado neste novo formato de cobrança. Atualmente, o fabricante tem três navios em construção, sendo um deles o Sérgio Buarque, que deverá ser entregue com atraso em junho. A Transpetro recebeu o navio Celso Furtado no ano passado, com um atraso de 13 meses do Estaleiro Mauá e aplicou multa de R$ 2 milhões. Já o petroleiro João Cândido, do EAS, só foi entregue no último dia 25, com 21 meses de atraso. A estatal ainda não definiu se irá multar o estaleiro pernambucano.
Uma das supostas razões para os atrasos, tanto na construção dos estaleiros quanto na produção das embarcações, seria a falta de mão de obra qualificada para o cumprimento das duas etapas.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) divulgou recentemente um estudo sobre o Cenário da Indústria Brasileira da Construção Naval referente ao primeiro trimestre de 2012. O levantamento registrou uma pequena diminuição no número de empregos. Em março de 2012, o total dos empregos diretos de trabalhadores em estaleiros brasileiros somou 58 mil pessoas, em comparação com 59 mil empregos ao final de 2011.