segunda-feira, 11 de junho de 2012

Elvino Gass: Gilmar Mendes, Veja e o conluio dos desesperados




Da Carta Maior


Aos petistas interessa que os episódios do que se convencionou chamar, retoricamente (conforme o próprio inventor do termo), de mensalão, sejam julgados. A permanência do falatório acerca deste assunto só serve aos adversários do PT que, confrontados com os governos muito bem sucedidos de Lula e Dilma, há anos perderam a linha. E a compostura.

Eles sabem. O que se chamou de mensalão foi uma prática inaugurada por um dos seus (o tucano Azeredo, em Minas). Mas sabem, também, que em caso de condenação de um petista, a foto deste é que estampará a capa da revista Veja. Provavelmente ilustrado com chifres e fumaça nas ventas.


A ideia que preside a tática antipetista é simples: é preciso diminuir a força do PT. Porque o PT tem Dilma e o governo federal mais bem avaliado da história, a maior e uma das mais qualificadas bancadas do Congresso e é o partido preferido dos brasileiros. Como se isso não bastasse, às vésperas de mais uma eleição municipal, investigações da Polícia Federal provam que alguns dos maiores acusadores do PT fazem parte de um esquema criminoso que reúne corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros malfeitos.


Encurralados, PSDB, DEM, PPS e outros ainda menores, precisam arranjar um jeito de tentar jogar o PT no vento – e o julgamento do dito mensalão parece ser o sopro da hora.

As investigações da PF já prenderam Carlos Cachoeira, o bicheiro a quem o líder do Democratas, senador Demóstenes, servia como um office-boy. Demóstenes era apontado pela revista Veja como um dos ícones éticos do Senado e mais forte acusador do PT. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça também comprometem seriamente o governador tucano Marconi Perillo, com quem Cachoeira negociou uma mansão e cuja Chefia de Gabinete utilizava um telefone “à prova de grampos”, presenteado pelo bicheiro. Demóstenes, Perillo, o desespero só aumenta. Até porque, há uma CPI em andamento no Congresso com potencial para estabelecer a responsabilidades políticas, cassar mandatos e desmontar de um esquema criminoso do, qual se beneficiaram os oposicionistas do PT. E quem conhece, sabe: o PT irá até o fim nesta investigação.


É neste contexto de desespero oposicionista que se insere um episódio tardio, a conversa entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes presenciada pelo ex-ministro Nelson Jobim. Dos três personagens do encontro, dois – Lula e Jobim – dizem a mesma coisa: não houve qualquer pressão para que se adiasse o julgamento do mensalão. O terceiro, Mendes, insinua que foi pressionado. Não por acaso, a insinuação vira manchete da revista Veja.


Logo Veja, que centenas de vezes moldou fatos, inventou dossiês, usou fontes suspeitas, sempre contra o PT.


Mas quem é Mendes e qual o papel de Veja em tudo isso? Mendes é o homem para quem um outro ministro do Supremo, Joaquim Barbosa, disse: -Vossa Excelência não está nas ruas, está na mídia destruindo a Justiça desse país. Me respeite porque o senhor não está falando com seus capangas do Mato Grosso”.


Capangas? Um ministro do Supremo com capangas? Reportagem da revista Carta Capital explica a afirmação do ministro Barbosa: “Nas campanhas de 2000 e 2004, Gilmar (Mendes), primeiro como advogado–geral da União do governo Fernando Henrique Cardoso e depois como juiz da Corte, não poupou esforços para eleger o caçula da família (Chico) prefeito de Diamantino, município a 208 km de Cuiabá/Mato Grosso… circulou pelos bairros da cidade, cercado de seguranças, para intimidar a oposição…”


Para registro: o irmão do ministro é do PPS.


Sobre Mendes, vale lembrar que viajou várias vezes com Demóstenes, de quem era um dos interlocutores prediletos. A relação entre ambos é forte. E vem de longe.


Tome-se, por exemplo, o ano de 2008, quando Mendes presidia o Supremo. Naquele ano, a Polícia Federal já estava chegando perto de Cachoeira. De repente, vem a revista Veja (Veja, sempre Veja) e traz uma notícia “bombástica”: o Supremo está sendo espionado. As fontes? Demóstenes e Gilmar Mendes. Nunca houve um áudio sequer que desse crédito ao grampo. Entretanto, Veja fez manchete. Mas justificado pelas suspeitas nunca provadas de que estaria sendo espionado, Mendes contrata para ser seu consultor de contra-espionagem, um ex-agente da ABIN chamado Jairo Martins.


Sabem que é Jairo Martins? Ele mesmo, o homem apontado pela Polícia como um dos principais operadores do esquema de… Cachoeira, o araponga do bicheiro. Não por acaso, em Brasília, já se diz que entre Cachoeira e Mendes há pelo menos um dado comum incontestável: ambos utilizavam o mesmo personal-araponga. Seria risível se não fosse tão revelador. Há mais: Mendes foi o ministro que concedeu o discutível habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas num inesperado final de semana. Dantas… sim, a fonte a quem a revista Veja (olha a Veja aí de novo) deu crédito na história do estapafúrdio dossiê que revelaria contas de figurões da República no exterior, Lula entre eles. Jamais comprovado porque absolutamente forjado, o dossiê desapareceu das páginas da revista.


Pois é, esta é a Veja. Uma publicação que manteve relações tão estreitas com Cachoeira que este determinava até em qual espaço da revista suas “informações” deveriam ser publicadas. É diretor de Veja o jornalista que manteve centenas de telefonemas com Cachoeira e que das informações dele se servia para atacar o governo do PT. Veja é, portanto, o veículo de imprensa que melhor conhecia o modus operandi de Cachoeira. No entanto, jamais o denunciou. Repito: jamais o denunciou! Muito se poderia dizer ainda sobre Veja, mas fique-se com a fala de Ciro Gomes, um aliado de Dilma mas um crítico do PT: “Todo mundo sabe que a revista Veja tem lado. Todo mundo sabe que a revista Veja é a folha da canalhocracia brasileira. É ali que o baronato brasileiro explora o moralismo a serviço da imoralidade”.


Veja, a revista que mais ataca o PT, perdeu sua principal fonte oficial – Demóstenes – e sua principal fonte não-oficial – Cachoeira. Restou-lhe tentar um último golpe: atacar Lula, o maior símbolo petista. E a escolha de Gilmar Mendes para o serviço faz todo o sentido neste verdadeiro conluio de desesperados.


Elvino Bohn Gass é deputado Federal PT/RS, Secretário Nacional Agrário e vice-líder da bancada do PT na Câmara.

Ministros do STF brigam por regras do mensalão



Ministros do STF brigam por regras do mensalãoFoto: Edição/247

GUERRA AGORA É ENTRE O RELATOR JOAQUIM BARBOSA E O REVISOR RICARDO LEWANDOWSKI, QUE DIVERGEM SOBRE O FORMATO COMO SERÁ JULGADO O PROCESSO; SEM ACORDO, VONTADE DO RELATOR DEVE PREVALECER; PRESIDENTE DA CORTE, CARLOS AYRES BRITTO FOI CHAMADO PARA APAGAR O FOGO E ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO DE CONSENSO

11 de Junho de 2012 às 16:31
Fernando Porfírio _247– A guerra intestina na corte suprema criou mais um impasse para a definição das regras do julgamento do mensalão. A briga agora envolve os ministros Joaquim Barbosa, relator da ação penal, e Ricardo Lewandowski, revisor do processo. Os dois divergem sobre o formato para o julgamento. Joaquim Barbosa quer seguir a ordem indicada na denúncia do procurador-geral da República. Lewandowiski acha um absurdo e diz que a regra beneficiária a acusação.
No caso do impasse entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, o presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto foi chamado para atuar como bombeiro, debelar o incêndio que promete se propagar e encontrar uma solução de consenso que desarme os litigantes. O formato de entendimento deverá ser levado aos dois e depois ao plenário ainda esta semana.
O ministro Joaquim Barbosa quer montar o roteiro da sua apresentação como fez no julgamento que recebeu a denúncia do mensalão e instaurou a Ação Penal 470. Se não houver acordo, a vontade do relator deve prevalecer. O STF tem como regra que o colegiado não pode impor ao relator como ele deve fazer seu trabalho. Uma forma alternativa poderia ser o relator manifestar sua decisão a respeito de cada imputabilidade e cada ministro, em seguida, dizer se adere ou não ao entendimento.
No meio do caminho surgiu a proposta do ministro Cezar Peluso. Ele quer que cada ministro dê seu voto por inteiro, lendo-o do início ao fim. Assim, cada votante já definia o mérito e o tamanho da pena. Escaldado, Peluso quer marcar posição antes de sua aposentadoria prevista para setembro. Com isso impediria o sucessor da sua cadeira de votar no caso do maior julgamento da história do supremo Tribunal Federal.
Tanto Peluso como o presidente Ayres Britto temem que o julgamento da Ação Penal 470 extrapole o calendário de julgamento e impeçam os dois de votarem. Ayres Britto é o último a votar e sua aposentadoria ocorre em novembro. No caso de prevalecer a proposta de Peluso, os dois garantiriam seus votos e as penas impostas a cada um dos réus.
Na corte é dado como certo que a ministra Rosa Maria Weber, a terceira a votar, depois do relator e do revisor, peça vista para analisar o caso, principalmente depois de eventual divergência entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowiski. Por ser a mais nova integrantes do STF, Weber é a primeira a votar depois do relator e revisor. O seguinte, na ordem, o ministro Dias Toffolli. Este ainda não se pronunciou se vai se dar como impedido. Essa seria a sua vontade, mas a pressão contrária para que vote é muito grande.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que começará a julgar o processo do mensalão em 1º de agosto. O cronograma foi definido na semana passada, durante sessão administrativa. A decisão de julgar o processo logo depois do recesso de julho foi tomada por unanimidade.
Os ministros ressaltaram, no entanto, que o cronograma depende da liberação do processo pelo revisor, Ricardo Lewandowski. O revisor não estava presente à sessão, mas já confirmou que liberará a ação penal ainda este mês, o que permitirá ao tribunal começar, de fato, o julgamento em agosto.
De acordo com o cronograma, o julgamento começa no dia 1º de agosto, quarta-feira, com a leitura do relatório pelo ministro Joaquim Barbosa e a sustentação oral do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que levará cinco horas. Gurgel pode dividir a acusação com a vice-procuradora Deborah Duprat.
No dia seguinte começam as sustentações orais da defesa. O primeiro a se defender é o ex-ministro José Dirceu. Seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, como os demais defensores terá uma hora para sustentar suas teses.
Os trabalhos têm uma folga entre a sexta-feira 3 e o final de semana e voltam a partir da segunda-feira 6, quando as sessões ocorrerão todos os dias da semana. Os ministros definiram que serão feitas cinco sustentações orais por dia. Ou seja, falarão os advogados de cinco acusados, já que cada um tem direito a uma hora para a defesa.
As sessões serão feitas das 14h às 19h, com um breve intervalo de 20 minutos. Com isso, as sessões do Tribunal Superior Eleitoral às terças e quintas-feiras começarão às 20h — ou seja, uma hora mais tarde do que o horário regimental.

José de Abreu é o maior crítico de Soninha nas redes



José de Abreu é o maior crítico de Soninha nas redesFoto: Divulgação_Folhapress

É O QUE DIZ UMA PESQUISA QUE MONITORA REDES SOCIAIS RECEBIDA PELA PRÉ-CANDIDATA DO PPS À PREFEITURA DE SÃO PAULO; ATOR DA GLOBO TEM MAIS DE 66 MIL SEGUIDORES NO TWITTER

11 de Junho de 2012 às 12:22
247 – Uma pesquisa de monitoramento nas redes sociais dá conta de que o maior crítico da pré-candidata do PPS à prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, é o popular ator da Globo José de Abreu. A informação foi publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira 11.
Segundo a nota da Folha, Abreu diz que Soninha deveria "arrumar uma assessoria de imprensa para não publicar as bobagens que publica [na web]". A pré-candidata também não tem opiniões positivas sobre o tuiteiro: "Achava ele um barato na sua médio 'porra-louquice'... Aí, na campanha do José Serra, conheci o lado pitbull dele".
No Twitter (@ZehdeAbreu), o ator que interpreta o personagem Nilo na novela Avenida Brasil, da Rede Globo, tem mais de 66 mil seguidores e frequentemente dá opiniões sobre a política nacional. Abreu disse também que neste ano, ao contrário do que fez em 2010, não pretende comentar as eleições na internet. Seu plano é se impor o veto por estar no ar na televisão.

Caso Gilmar-Lula volta às mãos de Gurgel



PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA ENVIA REPRESENTAÇÃO DO PSDB PARA A PRIMEIRA INSTÂNCIA DA JUSTIÇA; PROCURADOR QUE RECEBEU RECLAMAÇÃO SOBRE POSSÍVEL ASSÉDIO DE EX-PRESIDENTE AO MINISTRO DO SUPREMO, PORÉM, DEVOLVEU PROCESSO PARA ROBERTO GURGEL; O QUE O PROCURADOR VAI FAZER AGORA: ENGAVETAR OU ENCAMINHAR?

11 de Junho de 2012 às 12:32
247 – A representação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, protocolado pelo PSDB devido à suposta pressão que Lula teria feito ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, a fim de adiar o julgamento do mensalão, deu uma pequena reviravolta na Justiça. O primeiro a receber o processo foi o procurador-geral da república, Roberto Gurgel, que logo enviou a papelada para a primeira instância, alegando que o ex-presidente não possui mais foro privilegiado.
Segundo nota publicada pelo colunista da Veja Lauro Jardim, o receptor do processo, na Procuradoria da República no Distrito Federal, foi Valtan Fernandes, que afirmou querer ouvir Gilmar Mendes para compreender o caso. No entanto, como ele não tem poder para tal, já que Mendes é ministro do STF, o caso voltou para as mãos de Gurgel, visto que apenas a PGR pode fazer a convocação.
Agora, de volta nas mãos do procurador-geral, a dúvida é se o caso será engavetado ou encaminhado, para que seja dada continuidade. Gurgel ainda não afirmou, segundo a coluna de Veja, se irá convidar Gilmar para esclarecer o episódio.