quarta-feira, 13 de junho de 2012

Stanley Burburinho: Genealogia de Tourinho






1 - Nome do desembargador que autorizou a transferência de Cachoeira do presídio de segurança máxima no RN para a Papuda, em BSB: Tourinho Neto -http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/carlinhos-cachoeira-sera-transferido-para-brasilia

2 - Nome do desembargador que quer anular os grampos das operações Vegas e Monte Carlo: Tourinho Neto - http://www.aredacao.com.br/noticia.php?noticias=13948

3 - Nome do relator que desbloqueará os bens da Vitapan, empresa de Cachoeira: Tourinho Neto -http://www.jornaldotocantins.com.br/20120613123.128592#13jun2012/politica-128592/

4 - Desembargador acusado de querer "soltar todo o crime organizado de Goiás, DF e adjacências" - http://www.dignow.org/post/desembargador-tourinho-neto-quer-soltar-todo-o-crime-organizado-de-goiás-df-e-adjacências-4206743-57849.html Tourinho Neto

5 - Desembargador que, antes de tomar posse, já estava na mira Eliana Calmon e de conselheiros do CNJ - http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/judiciario/chegada-vigiada/ Tourinho Neto

6 - De qual Tribunal Regional Federal é o desembargador Tourinho Neto? Ele é do TRF-1 do DF.

http://maureliomello.blogspot.com.br/2012/06/stanley-burburinho-genealogia-de.html

Chapa Haddad-Erundina em São Paulo é ótima. Mas também é péssima




Como na canção, o que dá pra rir, dá pra chorar, o anúncio de que a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) vai ser a vice na chapa do ex-ministro Haddad na disputa pela prefeitura paulista dá uma imensa alegria a quem acompanha o trabalho e a seriedade de Erundina. Mas, por outro lado, traz preocupação: Haddad não conseguiu ampliar a base na guerra contra José Serra.

Erundina estar na chapa soma, não só pela história da deputada, mas também pela aliança com o PSB, e o tempo de rádio, TV e, principalmente, pelo maior número de inserções na campanha.

Mas, o lado popular, nordestino, batalhador que Erundina traz para a campanha, se não prejudica, nada acrescenta à imagem de Haddad, que é apoiado - melhor dizendo, apadrinhado - pelo ex-presidente Lula, que tem perfil semelhante ao da deputada.

Como Lula é maior que Erundina (digo em termo de voto e de avaliação popular), o mais engole o menos, e, portanto, a candidatura Erundina não acrescenta votos à chapa, está incluído no conjunto. É duro dizer, pode parecer cruel. Mas é verdadeiro.

O pior é que ficaremos (pois eu acredito na vitória de Haddad) sem a deputada em Brasília, e Erundina é uma das (senão a maior) batalhadoras por nossas causas no Congresso: conselho de comunicação, regulação da mídia, tudo isso tem na deputada Erundina uma batalhadora única, que vamos perder para a prefeitura de São Paulo.

O ideal é que o PT tivesse conseguido o apoio do PMDB, para vencer Serra já no primeiro turno. Mas, já que não foi possível, que a união aconteça no segundo, pois José Serra - como, durante muito tempo aconteceu com Maluf - é o candidato marcado para perder, que alcançou um patamar e dali não passa, pois não interessa a ninguém, nem aos próprios tucanos.

Por isso, que bom que seja nossa brava Erundina, e, ao mesmo tempo, que pena que tenha que ser ela, que vai deixar uma lacuna na Câmara difícil de ser preenchida.

Mas, como ainda não é oficial, quem sabe não se consegue outra solução? O presidente Lula é craque nisso.

De qualquer maneira, bem-vinda, Erundina, para ocupar com Haddad o bunker em que se transformou a prefeitura de São Paulo. Mas, que pena, Erundina, que ficaremos sem sua presença fundamental nas batalhas pela comunicação na Câmara.
http://blogdomello.blogspot.com.br/2012/06/chapa-haddad-erundina-em-sao-paulo-e.html

Cresce rumor sobre queda de presidente da Abril



Cresce rumor sobre queda de presidente da AbrilFoto: Edição/247

FÁBIO BARBOSA, QUE FOI ESCALADO PARA AGIR NOS BASTIDORES EM BRASÍLIA E EVITAR A CONVOCAÇÃO DE ROBERTO CIVITA PELA CPI DO CASO CACHOEIRA, ESTARIA INSATISFEITO COM A POLÍTICA EDITORIAL DA REVISTA VEJA; PENDÊNCIA QUE TRAVA SUA SAÍDA É A PESADA MULTA RESCISÓRIA QUE TERÁ QUE SER PAGA PELA EDITORA

13 de Junho de 2012 às 22:22
247 – Nesta terça-feira, voltaram a circular, no mercado financeiro e também editorial, rumores sobre a demissão do executivo Fábio Barbosa, que preside a Editora Abril desde agosto do ano passado. “Ele já acertou sua saída”, disse ao 247, um banqueiro que desfruta da amizade do executivo.
Ex-presidente do Santander, Barbosa estaria insatisfeito com as missões que lhe foram atribuídas. Essencialmente, ele circulou em Brasília para evitar que a CPI do caso Cachoeira convocasse o dono da empresa, Roberto Civita, e o diretor da sucursal brasiliense da revista Veja, Policarpo Júnior. Barbosa teve reuniões com o vice-presidente Michel Temer, com outros caciques do PMDB e até mesmo com o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que é um dos principais réus do mensalão. Com todos, negociou uma espécie de armistício.
No entanto, Barbosa estaria incomodado com o fato de ter ficado “vendido” diante de seus interlocutores. Acenou com a bandeira branca, mas, em suas últimas edições, a revista Veja, carro-chefe da Abril, manteve sua artilharia pesada apontada na direção do PT e dos réus do mensalão. Barbosa já não tem mais garantias de que Civita e Policarpo não serão convocados numa fase posterior da CPI.
O que ainda trava sua saída é a pesada multa rescisória que terá que ser paga pelos controladores da Abril. Barbosa foi recrutado a peso de ouro logo depois de sua saída do banco Santander, banco onde construiu uma imagem de executivo preocupado com a sustentabilidade e com questões sociais. A interlocutores próximos, o presidente da Abril confidenciou estar incomodado com os prejuízos que o caso Cachoeira têm causado à sua imagem pública.

Onde anda Paiakan?



CACIQUE QUE ABALOU ECO-92 VIVE EXÍLIO DE CAÇA E PESCA EM RESERVA CAIAPÓ

12 de Junho de 2012 às 06:27

Palmério Doria

Há 20 anos Paulinho Paiakan, de uma bordunada só, conseguiu esvaziar a Eco-92 e transferir a atenção do planeta para um elo perdido no sul do Pará. Ao estuprar a estudante Silvia Letícia com a ajuda da mulher Irekran, manchou com sangue sua reputação de "bom selvagem", às vésperas de protagonizar um filme de Ridley Scott, "The Amazon Vision", inspirado na vida dele, capaz de, quem sabe, deixar "Dança com Lobos" no chinelo. Embrenhado desde então na floresta, à espera da justiça dos brancos, o cacique verá pela TV a Rio+20 e relembrará seus tempos de estrela da ecologia.
Paulinho Paiakan já era, então, uma celebridade internacional. O Prêmio Global 500 ele ganhou em Nairóbi, no Quênia. Em Nova York, era homenageado no Waldorf Astoria. Em Genebra, dava conferências nas melhores casas do ramo. No México, fechava festivais de cultura.
Todo esse badalo começou mais ou menos em 1988, quando Paulinho Paiakan peitou a construção da hidroelétrica de Cararaô (hoje Belo Monte), cochichando no ouvido do Banco Mundial que ela ia inundar as terras dos índios no Xingu. Foi seu primeiro affair com a Justiça, que se pauta pelas códigos de leis e não pela palavra dos caciques.
Na época, um promotor de plantão queria lhe aplicar a Lei dos Estrangeiros e detonar Paiakan para longe do patropi. O processo terminou engavetado, mas o cinturão de solidariedade que envolveu Paiakan deu no I Encontro dos Povos Indígenas, em Altamira, um evento precursor da Eco.
Aos 37 anos, manager dos negócios caiapós, admirado pela realeza britânica e paparicado pela tietagem verde, Paulinho Paiakan tinha planos de voos bem mais altos do que os do bimotor Cesnna que ele faturou da Body Shop, a cadeia de lojas londrina de produtos naturais, um dos braços da Caiapó S.A., instalada na aldeia Ukre. Um dos sonhos do cacique – ele me confessou na gravação de um documentário – era se candidatar a deputado federal, na trilha de Mario Juruna.
O ápice da carreira de espetáculos de Paiakan seriam as palavras dele no Parlamento da Terra, evento do Fórum Global da Eco onde o cacique seria o coordenador de assuntos indígenas. A museóloga Denise Hamu, do Museu Emílio Goeldi de Belém, já havia despachado a passagem para Paiakan deitar falação no Fórum, cuidava dos últimos detalhes da exposição caiapó no Paço Imperial quando soube, por mim,  por que Paiakan não tinha pintado no Rio. Ela ficou atônita, mas não exatamente surpresa:
- O Paiakan mudou muito nesses últimos tempos.
Vi Paiakan pela última vez no documentário "O Crepúsculo dos Deuses", exibido em São Paulo pelo cineasta Neville d'Almeida. O documentário é de 2009, mas as imagens foram captadas na aldeia Ukre em 2003. E não é sobre o cacique, que faz ali apenas uma pontinha.

Eu posso pressionar, mas você não pode



MINISTROS DO SUPREMO NÃO TÊM DE SE PREOCUPAR EM SER APLAUDIDOS OU VAIADOS NAS RUAS

13 de Junho de 2012 às 07:27

Hélio Doyle

Pressões e contrapressões são inevitáveis em uma sociedade democrática. E é mais do que natural que seja assim. Cada classe, cada grupo, cada corporação, cada indivíduo quer defender seus interesses e para isso se mobiliza e pressiona os que decidem. É uma bobagem dizer que não negocia sob pressão, pois é sob pressão que se negocia.
Há pressões mais fortes, outras mais leves. Há pressões que são feitas com legitimidade, há outras ilegítimas. Falamos de pressões em que não há uso da força bruta, nem chantagens ou ameaças, mas da exercida por palavras e ações que não representam uma violação da lei e das boas normas da convivência democrática. A repressão às pressões violentas que violam a lei também tem de se colocar nos marcos da legislação e da tolerância democrática.
Era engraçado ver alguns jornais e revistas denunciando e criticando pressões que estariam sendo feitas para que o Supremo Tribunal Federal adiasse o julgamento do “mensalão” para depois das eleições. Engraçado porque os mesmos jornais e revistas faziam enorme pressão pelo julgamento imediato e ainda fazem pressão para que o ministro revisor, Ricardo Lewandowsky, apresente logo seu relatório.
Caso típico de dois pesos, duas medidas. Eu posso pressionar, você não pode. Pressão pela condenação dos réus, pode. Pressão pela absolvição, não pode. Defender o julgamento no período eleitoral é legítimo. Defender que seja logo depois, como se dois meses fizessem grande diferença para a Justiça depois de uma espera de sete anos, é ilegítimo.
Tirando a hipocrisia da dupla moral e dos que acham que podem fazer o que outros não podem, nada há demais nas pressões e é assim que a democracia funciona. O que não pode haver, por parte de juízes, é submissão às pressões, venham de um lado ou de outro. Os ministros do Supremo Tribunal Federal são vitalícios, não podem ser removidos de suas funções, justamente para resistirem às pressões dos poderosos e estarem imunes a ações do Executivo e do Legislativo. Do mesmo modo, têm de resistir às pressões da imprensa, ou de grupos organizados, ou de qualquer pessoa, e decidir de acordo com as provas e sua convicção jurídica.
Ministros do Supremo, ou qualquer juiz – até mesmo os de futebol – não têm de se preocupar em ser aplaudidos ou vaiados nas ruas, se as pessoas olham para eles com admiração ou desprezo. Não são políticos, não disputam cargos eletivos. Têm é de proferir sentenças e votos baseados em argumentos jurídicos, e não porque há um clamor, verdadeiro, supervalorizado ou inventado, em determinado sentido. Todos sabem que juízes de futebol que favorecem seus times do coração ou que aceitam a pressão de cartolas ou de torcidas são maus juízes. Na linguagem popular, são ladrões.
Boa parte da imprensa já julgou e condenou os réus do “mensalão”, em conjunto, e quer que o Supremo ratifique integralmente sua decisão. Está no seu papel, embora muitas vezes os fundamentos do jornalismo sejam substituídos pelas posições político-ideológicas. O papel dos ministros é ignorar essas e quaisquer outras pressões, de qualquer lado, e fazer um julgamento correto e justo. E, de preferência, falar menos sobre o assunto antes de proferirem seus votos.

PSB e PT esperam ‘sim’ de Erundina para vice de Haddad



Fernando Gallo e Julia Duailibi
O PSB ofereceu o nome da ex-prefeita e deputada Luiza Erundina como vice na chapa encabeçada pelo pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo o Estado apurou, o PT acatou o nome da parlamentar para ingressar na campanha do ex-ministro da Educação e faz um esforço para fazer o anúncio na próxima sexta-feira.
Erundina já foi sondada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, há 13 dias e disse aceitar a missão, desde que houvesse consenso no PT e no PSB. Na expectativa de que ela aceite a indicação, o PT esperava uma conversa final dela com direção do PSB ainda hoje em Brasília. Antes de bater o martelo, o PSB corre para diminuir a resistência da ala paulista do partido à escolha. Isso porque Erundina não é ligada ao grupo do presidente estadual do PSB, Márcio França, que trabalhou por uma aliança com os tucanos.
Campos já havia colocado o nome da deputada nas primeiras conversas que manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir a aliança em São Paulo em maço. Ele também sondou a parlamentar sobre a disposição de aceitar o convite durante encontro, no dia 1º de junho, em Recife, quando foi lançada a Comissão da Verdade em Pernambuco.
Na conversa, Erundina disse que só toparia se a indicação fosse por consenso. Ela também pediu sigilo sobre o assunto, pois temia que o nome dela sofresse desgaste, se a indicação vazasse para a imprensa.
“É o diretório nacional que está fazendo a discussão”, afirmou a deputada ao Estado. “Ainda não há fundamento nem base para eu comentar essa questão”, disse. Questionada se toparia ser vice de Haddad, a ex-prefeita disse: “Não parei para pensar isso ainda”.
Hoje Haddad elogiou a parlamentar. “Luiza é uma mulher partidária, tem muito respeito da militância petista. Ela tem tradição na luta social e um padrão ético incontestável. Está mais próxima de nós, para a minha honra”, declarou.
Colaborou Ricardo Chapola

Morre em Guarulhos bispo que pregou boicote a Dilma em 2010


MAÍRA TEIXEIRA
DE SÃO PAULO

Morreu na madrugada desta quarta-feira (13) o bispo emérito de Guarulhos d. Luiz Gonzaga Bergonzini, 76, no Hospital Stella Maris, segundo informações da Catedral Nossa Senhora da Conceição.

Segundo informações da igreja, d. Luiz foi internado em 21 de maio devido a uma pneumonia que se agravou e que evoluiu para embolia pulmonar, que causou sua morte.

Divulgação
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos
Nas eleições de 2010, o bispo orientou fiéis de sua cidade a não votar na então candidata Dilma Rousseff e foi responsável pela encomenda de 2,1 milhões de panfletos contra a petista. Dom Luiz fez oposição a Dilma em meio à polêmica sobre o aborto. Mesmo sendo contrário à prática, o bispo não era a favor da prisão de mulheres que recorrem à interrupção da gravidez e se posicionava como "a favor da vida".

Na ocasião, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) de São Paulo divulgou nota contra a ação política. "O Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas declarações e notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos", disse.
Em nota divulgada hoje, CNBB lamenta o falecimento de Dom Luiz e afirma que ele "entregou serenamente sua alma a Deus, após longo período de enfermidade".

Dom Luiz nasceu em 20 de maior 1936, em São João da Boa Vista (SP), e se tornou seminarista aos 10 anos, em 1947. Cursou Filosofia e Teologia, foi ordenado padre em 1959 e ordenado bispo de Guarulhos em 1992. Também formado em jornalismo, o bispo diocesano foi diretor do jornal "A Cidade de São João" e da "Folha Diocesana de Guarulhos".

MISSAS

O corpo do bispo deve chegar à Catedral de Guarulhos ao meio dia de hoje, onde será velado e serão realizadas missas de corpo presente. O enterro será amanhã às 17h, na própria igreja, em uma sala com um túmulo no piso. Segundo informou a Catedral de Guarulhos, ele será o primeiro religioso a ser enterrado no local.

Desde a internação, d. Luiz postava atualizações sobre sua internação em seu blog pessoal. A última atualização ocorreu na sexta-feira (1º).

A Catedral de Guarulhos celebra hoje (19h30) e amanhã (10h e 16h) missas de corpo presente, a última será presidida por d. Odilo Pedro Scherer, cardeal de São Paulo.

Prefeito de AL é condenado por dar cheque público em casa erótica


Shows eróticos via webcam
Shows eróticos via webcam - São Paulo


O prefeito de Jundiá (AL), Beroaldo Rufino da Silva (PDT), foi condenado a prestar serviços comunitários por três anos e três meses por ter passado um cheque da prefeitura em uma casa de shows eróticos. O cheque não tinha fundos.

A decisão, unânime, foi do pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas. Segundo o órgão, o gasto indevido ocorreu em outubro de 1998, durante outro mandato de Silva.
O político, segundo a Justiça, passou um cheque de R$ 1.160 para cobrir seus gastos pessoais no Amandas Night Clube Shows.

"Verifica-se que o denunciado efetuou sim despesa ilegal, em proveito próprio, com cheque da prefeitura que administrava. Vale dizer, tratou a coisa pública como se sua fosse, efetuando gasto desprovido de finalidade pública e sem atentar aos procedimentos legais de prévio empenho e justificativa de despesa, tanto que o dito cheque foi devolvido por duas vezes por insuficiência de fundos", afirmou o desembargador Bandeira Rios na sentença.

A defesa de Silva afirmou no processo que o cheque havia sido pago a um prestador de serviços do município, que, por sua vez, repassou a um amigo que o trocou com o gerente da casa de shows. O cheque, segundo a defesa, não tinha fundos porque foi descontado ou depositado antes da data combinada.

Além dos serviços comunitários, a Justiça determinou que Silva fique inelegível nos oito anos subsequentes ao término do mandato.

Folha não conseguiu localizar o prefeito nem sua defesa até a publicação desta reportagem.

Após pedido de vista, PT tenta salvar Protógenes de processo



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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA


Um pedido de vista coletivo adiou nesta quarta-feira (13) decisão do Conselho de Ética da Câmara sobre abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) por suspeita de ligação com o grupo do empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira.

O relator do caso, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), apresentou seu voto na semana passada acolhendo representação do PSDB contra Protógenes e defendendo o aprofundamento das investigações para avaliar a postura do colega.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) puxou o pedido de vista que foi seguido por diversos colegas. O PT se movimentou a favor de Protogenes. O deputado Sibá Machado (PT-AC) chegou tentar apresentar para ser analisado um voto em separado pedindo arquivamento da investigação, mas não conseguiu porque o regimento do conselho não permite essa manobra.

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que não compõe o conselho, também se manifestou e disse que a posição do partido é pelo arquivamento da ação dos tucanos, contrariando o voto do relator que também é de sua bancada. "Nós temos a convicção que não tem sentido abrir processo no Conselho de Ética [contra Protógenes]", disse.

A postura do líder petista foi criticada pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), que defendeu autonomia para os conselheiros. "Cada conselheiro tem que julgar com sua consciência de acordo com o que vem dos autos. Posição de partido no Conselho não recomendamos", disse.

O presidente do PT, Rui Falcão, procurou o relator no fim de semana para informar que o partido já tinha convicção para liberar Protógenes do processo.

Teixeira disse que o caso de Protógenes no conselho perdeu o foco e virou um jogo político entre PSDB e PT. Segundo ele, o pedido de vista mostrou que os tucanos não querem aprofundar as investigações contra o deputado, mas apenas desgastá-lo politicamente. Questionado sobre o interesse do PT em liberar o deputado, não sobre precisar. "Estou dizendo que está todo mundo fazendo jogo político."

Ao defender a posição do PT, Sibá disse que não há nenhum fato que complique a situação de Protógenes.

Deputados do conselho, no entanto, questionam o envolvimento de Protógenes depois que gravações feitas pela Polícia Federal indicaram sua proximidade com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado como integrante do grupo de Cachoeira. Seriam pelo menos cinco ligações no período em que ele já era deputado.

Protógenes fez um corpo a corpo com os integrantes do conselho e distribuiu uma defesa prévia, sustentando que não tem ligações com o grupo de Cachoeira. No texto, ele sustenta que a abertura do processo seria "condenação política" e que teve uma relação de trabalho com Dadá na época em que trabalhava na inteligência da Polícia Federal.


Procurador pede dois inquéritos contra Agnelo e um contra Perillo




FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, requisitou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a abertura de dois inquéritos para investigar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e um outro que terá como alvo o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Trata-se da formalização dos inquéritos que já haviam sido anunciados pelo procurador-geral. Somente ontem, porém, é que os pedidos de investigação foram enviados ao STJ. Os três inquéritos chegaram ao tribunal superior sob segredo de Justiça e receberam os seguintes números 787, 788 e 789.

O primeiro investigará relações de Perillo com o suposto esquema criminoso chefiado pelo empresário Carlinhos Cachoeira. Em relação aos outros dois, que têm como alvo Agnelo Queiroz, um deles também tratará da suposta relação do governador do DF com o esquema de Cachoeira e o outro sobre possível prática de crime do petista quando era diretor da Anvisa.

A assessoria de imprensa do PGR não soube detalhar quais serão as linhas de investigação do procurador-geral. No caso da Anvisa, porém, um dos casos a serem investigados por Gurgel deve ser o depósito de R$ 5.000 que Agnelo recebeu em sua conta de um lobista da farmacêutica União Química.

No ano passado, a Folha revelou que o dinheiro caiu na conta do governador do DF no mesmo dia em que ele, quando diretor da Anvisa, decidiu autorizar a emissão de um certificado sem o qual a empresa não poderia participar de licitações.
Agnelo, que admitiu na época o recebimento do dinheiro, afirmou que se tratava de um pagamento de empréstimo.

Ex-relator da CPI dos Correios lista na tribuna 12 provas contra Dirceu



RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

O relator da CPI dos Correios (2005-2006), deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi à tribuna da Câmara nesta quarta-feira (13) para enumerar o que chamou de "a dúzia de provas" da participação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), no esquema do mensalão.

A CPI relatada por Serraglio investigou o esquema entre 2005 e 2006 e sugeriu o indiciamento de Dirceu, dentre outros parlamentares.

Serraglio disse estar "farto da alegação de que o mensalão é fantasia". A gota d'água, segundo ele, foi um artigo assinado pelo produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, publicado ontem na *Folha", sob o "Por qué no lo matan?", que faz a defesa de Dirceu.

"Certamente me amofina essa cantilena repetida de que o 'mensalão' fora uma farsa, como se a investigação não se realizou por parlamentares dos mais diversos matizes político-partidários", discursou o deputado.

"Ainda agora assistimos José Dirceu concitando os jovens a se manifestarem diante de sua inocência", discursou o deputado.

O deputado listou os seguintes indícios coletados tanto pela CPI quanto pelo processo do mensalão, que poderá ser levado a julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) no segundo semestre deste ano:

1) à época em que Dirceu era ministro, "nada ocorria sem o beneplácito do super-ministro, como era chamado na imprensa e nos corredores do poder";

2) Roberto Jefferson, líder do PTB, "confessa que tratou por mais de dez vezes do mensalão com Dirceu";

3) o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza "afirmou que ouviu de Delúbio [Soares, ex-tesoureiro nacional do PT e da campanha presidencial de Lula em 2010], que Dirceu deu 'aval' aos empréstimos bancários que alimentaram o mensalão;

4) a mulher de Valério "assentou que Dirceu se reuniu com o presidente do Banco Rural no Hotel Ouro Minas para acertar os empréstimos do banco";

5) Valério "arrumou emprego para a ex-mulher de Dirceu no [banco] BMG em São Paulo";

6) um sócio do publicitário se "tornou 'comprador' do apartamento da ex-mulher de Dirceu em São Paulo";

7) Valério "afirma que foi quem ajustou a audiência havida entre os diretores do BMG e o ministro Dirceu";
8) segundo Valério, "Silvio Pereira [ex-secretário nacional do PT] lhe disse que José Dirceu sabia dos empréstimos junto aos bancos";

9) a presidente do Banco Rural "declarou que Valério era um 'facilitador' das tratativas com o governo" e "disse mais, que 'Dirceu foi a única pessoa do governo com quem ela falou" sobre o interesse do Rural relativo à aquisição de parte do Banco Mercantil de Pernambuco;

10) o ex-deputado Jefferson "afirmou que, por orientação de Dirceu, houve encontro no Banco Espírito Santo, em Portugal, à busca de R$ 24 milhões";

11) o ex-tesoureiro do PTB, "Emerson Palmieri relata que todas as tratativas eram ratificadas, ao final, por Dirceu;

12) a ex-secretária de Valério na agência de publicada em Belo Horizonte (MG), Karina Somaggio, "testemunhou que Valério mantinha contatos diretos com José Dirceu".
Serraglio disse que a CPI ajudou a "abrir o caminho" para a eleição de Dilma Rousseff, em 2010, como sucessora de Lula, ao enfraquecer Dirceu, nome natural dentro do PT, antes do escândalo, para uma eventual candidatura à Presidência.

"De fato, na época, parecia que estávamos sob sistema parlamentarista. José Dirceu, ambiciosa super-ministro, capitão do time, primeiro-ministro, inteligente e mefistofelicamente, confinava o migrante de Garanhuns [Lula] à sua dimensão sindical, tutelando-o, como se lho devesse ser o sucessor mais do que natural, inexorável, razão por que já atapetava a caminhada, fazendo-se onipresente e onisciente nas grandes decisões nacionais".

O ex-relator disse que a "CPI dos Correios não se converterá em pizza. Nosso Judiciário não tem vocação para isso".

Durante o discurso de Serraglio, os deputados da base aliada não apareceram para apartes --apenas dois parlamentares se manifestarem, em apoio a Serraglio.



Dilma: o que fazer com a banca na crise?



"Além de termos a inflação sob controle, e as finanças públicas sob controle, temos ainda um consumo extremamente deprimido nas classes mais populares e não temos nível elevado de endividamento das famílias; (tampouco) existe 'bolha' no setor de construção civil. Qual é (então) a nossa diferença que explica - tecnicamente, não estou pedindo explicação política para isso - que os juros não se (coadunem) com a qualidade da nossa situação econômica?" O desabafo da Presidenta foi feito ontem, em Belo Horizonte, num dia de forte turbulência internacional, marcado pela incerteza crescente na economia européia, sem que as autoridades do euro esbocem qualquer medida contracíclica consistente para retomar o crescimento. 

A prática ortodoxa de apenas socorrer bancos à beira do abismo, ainda que necessária, comprovou mais uma vez a sua insuficiência agora na Espanha. Setenta e duas horas depois do resgate de 100 bi de euros liberado por Bruxelas, para salvar banqueiros locais, os mercados intensificam a fuga de capitais de um país prostrado pela receita suicida de cortes fiscais drásticos em plena recessão. 

A Presidenta Dilma sublinhou a inutilidade dessa prática ao lembrar que no final de 2011 o BCE destinou 1 trilhão de euros ao sistema bancário europeu. Nem por isso a crise cedeu. Sobretudo, porém, seu desabafo deve-se a um descompasso desconcertante: enquanto a Espanha ferida de morte pagava nesta 3ª feira juros recordes de 6,8% ao ano para seus papéis, o Brasil sendo uma das forças de solidez do panorama global ainda tem uma Selic de 8,5% o ano, enquanto a banca privada não faz negócio por menos que o dobro, embutindo os maiores spreads do mundo, ademais de reajustar tarifas 3 vezes acima da inflação, como ocorreu no primeiro trimestre. 

A resposta à inquietação da Presidenta é a mesma que os economistas não ortodoxos tem manifestado no caso da Europa:a banca privada tem que ser submetida a um rígido controle público para que funcione como instrumento contracíclico em meio a uma crise da gravidade da atual. Do contrário, lá como cá, será a corneta do salve-se quem puder, indiferente à sorte da economia e da sociedade.
Postado por Saul Leblon às 09:52