quarta-feira, 27 de junho de 2012

Maluf tá podendo muito



Maluf tá podendo muitoFoto: Edição/247

PARA QUEM O IMAGINAVA APOSENTADO, O DEPUTADO PAULO MALUF VOLTOU A SER UM PROTAGONISTA DA POLÍTICA NACIONAL; DEPOIS DE NEGOCIAR SEU APOIO A FERNANDO HADDAD, ELE FOI DECISIVO NA COSTURA DE ALIANÇAS QUE VÃO DE MANAUS, COM REBECCA GARCIA, A PORTO ALEGRE, COM MANUELA DÁVILA, E PASSAM POR RECIFE, COM HUMBERTO COSTA; HAJA ROMANÉE CONTI

27 de Junho de 2012 às 20:58
247 – “Dr. Paulo”, como seus amigos o chamam, foi um dos poucos políticos na história do País capazes de gerar um sufixo.  Seu “ismo” particular, o malufismo, se transformou em sinônimo de desfaçatez com o estilo “rouba, mas faz”. Amigo dos generais, Maluf foi governador biônico de São Paulo, sonhou com a presidência da República, na disputa contra Tancredo Neves, e depois obteve algumas vitórias importantes, elegendo-se prefeito de São Paulo e, depois, fazendo seu sucessor, com Celso Pitta. Ali, no entanto, começou sua derrocada. Com o fiasco da gestão Pitta, Maluf só afundou, perdeu todas as eleições seguintes, passou uma temporada na prisão e depois voltou ao Congresso Nacional apenas para reconquistar o foro privilegiado.
Imaginava-se que, em Brasília, como um entre 503 deputados, ele prepararia sua aposentadoria política. Que nada! Aos 81 anos, “Dr. Paulo” está mais ativo do que nunca. Além de constranger o presidente Lula e o candidato Fernando Haddad na foto que se tornou o emblema do vale-tudo na política, ele voltou ao centro da articulação política. No Recife, o seu PP acaba de fechar o apoio ao senador Humberto Costa, do PT. Quem selou o acordo? Paulo Maluf, que convocou o presidente estadual do partido, o deputado Eduardo da Fonte, para uma conversa com o presidente Lula em São Paulo.
Nesta quarta-feira, o PP obteve mais uma vitória importante. O senador Eduardo Braga (PMDB/AM), que balançava na liderança do governo federal e não vinha sendo recebido pela presidente Dilma Rousseff, anunciou sua desistência da corrida à prefeitura de Manaus, onde seria um candidato quase imbatível. Quem Braga decidiu apoiar? A candidata Rebecca Garcia, que é deputada federal pelo PP de Maluf. Detalhe: dias atrás, Braga dizia que Rebecca divida a base aliada e não deveria ser candidata. Essa costura envolveu diretamente a dupla Lula e Maluf.
Cortejado por tucanos
Maluf não vem sendo cortejado apenas por petistas. Em Minas Gerais, o senador Aécio Neves, que já se move como presidenciável, estuda eleger como seu candidato ao Palácio da Liberdade em 2014 o vice-governador Alberto Pinto Coelho, que é também do PP – o atual governador, Antonio Anastasia, não tem direito à reeleição.
E até mesmo os comunistas do PC do B têm feito alianças com o PP. Foi o que ocorreu em Porto Alegre, onde a senadora Ana Amélia declarou apoio à candidata Manuela Dávila, que foi rejeitada pelo PT, embora lidere as pesquisas.
Maluf, conhecido por sua famosa adega de Romanée Conti, tem motivos de sobra para brindar. Foi reabilitado por Lula e, cada vez mais, tem sido chamado como convidado de honra para os grandes acertos da política. E se tudo isso não bastasse, ele também levou a poderosa Secretaria Nacional de Saneamento do governo Dilma.
Resumindo: Maluf tá podendo. E muito.

Começa estourar a bolha do mundo X de Eike



SABE AQUELE PETRÓLEO TODO QUE EIKE BATISTA PROMETIA A SEUS INVESTIDORES? NÃO EXISTE. E, NUM SÓ DIA, AS AÇÕES DE SUAS EMPRESAS DERRETERAM; ESTOURO DA BOLHA DEVERIA COLOCAR EM ALERTA O GOVERNO E A PRÓPRIA PETROBRAS, QUE JÁ COMEÇAVAM A ESTUDAR PARCERIAS COM O BILIONÁRIO POPSTAR

27 de Junho de 2012 às 17:30
247 – Eike Batista corre o risco de entrar para a história das finanças como a maior bolha financeira individual de todos os tempos. Na história do capitalismo, já houve várias manias de investimento, seguidas de crashes e desilusões. Bolha das tulipas, bolha das ferrovias, bolha do ouro, bolha da internet... Mas nunca houve uma bolha concentrada nas promessas de um único indivíduo. Eike Batista talvez abra este precedente.
Na noite de ontem, a maior de suas empresas, a OGX comunicou ao mercado que todo aquele petróleo prometido não era tão grande quanto se imaginava. As reservas do campo de Tubarão Azul tinham um terço do que se previa. Resultado? As ações da OGX caíram 25% no pregão desta quarta-feira. A queda acumulada no ano já supera 55% e Eike tentava acalmar investidores, numa conferência programada para o início da noite.
Outras ações do “mundo X”, empresas de Eike Batista criadas com esta letra no nome por superstição, também sofreram no pregão desta quarta. A LLX, que constrói o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, caiu 7,88% - o tombo no ano soma 52,6%. A mineradora MMX desabou 6%, acumulando queda de 25% no ano. E a OSX, empresa que de navegação, recuou 13%, somando retração 40% no ano.
O que há de comum a esses negócios é que estão em fase pré-operacional. Não produzem, são apenas promessas. Ainda assim, Eike conseguiu vender a vários investidores do Brasil e do mundo a promessa de que criaria uma nova Petrobras e uma nova Vale. Enquanto isso, ele foi um dos mais ativos personagens da vida social brasileira. Passou dias no Twitter, participou de leilões beneficentes para ajudar projetos sociais de Madonna, comprou ternos usados pelo ex-presidente Lula e não dispensou capas de revistas de negócios, além de ter publicado um livro de autoajuda.
Mas produzir o que havia prometido...
Há um dia, porém, que chega a hora da verdade. E, ao que tudo indica, este dia, para o mundo X foi esta quarta-feira. Um problema apenas de quem comprou suas ações? Nem tanto. Como os investidores já estão escaldados para as promessas de Eike, o bilionário de papel ronda cada vez mais os governos. Num evento em que anunciou o início da produção da OGX, foi chamado de “orgulho do Brasil” pela presidente Dilma Rousseff. Depois disso, a presidente da Petrobras, Graça Foster, deu entrevistas sinalizando que poderia fechar parcerias com Eike Batista.
Como se diz no jargão do mercado financeiro, as ações do mundo X estão micando. Espera-se que o mico, tal qual no jogo de cartas, não morra nas mãos do governo federal.

Saúde 'precária' é a última esperança de Cachoeira


Saúde 'precária' é a última esperança de CachoeiraFoto: JOSE CRUZ / Agencia Brasil

SEM SUCESSO NOS TRIBUNAIS, ADVOGADOS DO BICHEIRO, CONTRATADOS POR R$ 15 MILHÕES, APELAM PARA DOENÇA QUE ELE ESTARIA ENFRENTANDO; PARA DIRETOR DA PAPUDA, QUADRO CLÍNICO É ABSOLUTAMENTE NORMAL; SEGUNDO DORA CAVALCANTI, DA EQUIPE DE MARCIO THOMAZ BASTOS, HÁ "DETERIORAÇÃO SERÍSSIMA" EM SEU ESTADO

27 de Junho de 2012 às 13:22
Agência Brasil - A saúde de Carlinhos Cachoeira está deteriorada e ele não come há dias, relatou à Agência Brasila advogada Dora Cavalcanti. Ela diz que a situação de seu cliente se agravou desde que foi transferido da ala federal do Presídio da Papuda para o Centro de Detenção Provisória (CDP) do mesmo complexo penitenciário, como resultado da revogação do mandado de prisão da Operação Monte Carlo.  "Estamos preocupados com a integridade física dele, que passou por deterioração seríssima", disse Dora. Ela também informou que o empresário não recebe visitas da família há dias e está alojado em um ambiente sujo, o que colabora para a piora do quadro emocional.
Segundo o diretor do CDP, Nivaldo Oliveira da Silva, havia, sim, preocupação com a saúde de Cachoeira quando ele foi transferido para o local na última quinta-feira (21). No dia seguinte, o empresário teve uma consulta com o psiquiatra da família, que mudou sua medicação. Cachoeira também passou  por uma entrevista com o próprio Nivaldo, que alertou sobre cuidados que ele deveria tomar para preservar a saúde.
"Se a gente não adotasse esses procedimentos, ele poderia ficar doente. Mas agora melhorou muito, está bem, saudável e comendo", disse o diretor. Nivaldo ainda informa que o empresário está alojado em local adequado, embora divida uma cela pequena com mais sete presos. Cachoeira não teve direito a cela especial porque ainda não apresentou diploma de nível superior.
O diretor do CDP informa também que, assim como os outros presos, Cachoeira tem direito a dois banhos de sol diários de até duas horas, um pela manhã e outro à tarde, e que ele está se comunicando normalmente com os outros detentos.
O empresário está detido preventivamente há quase quatro meses como resultado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ele é apontado como líder de esquema de corrupção, tráfico de influência e exploração ilegal de jogos no Centro-Oeste. Há ainda um segundo mandado de prisão contra Cachoeira resultante da Operação Saint-Michel, que apurou suposta fraude na área de transporte público do Distrito Federal.
No início desta semana, os advogados acionaram o STJ duas vezes para tentar derrubar os dois mandados de prisão contra Cachoeira. O primeiro recurso, relativo à Operação Monte Carlo, é para que a Quinta Turma do STJ analise decisão do ministro Gilson Dipp que anulou liberdade concedida ao empresário pelo desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1). A decisão do ministro atendeu a uma reclamação do Ministério Público.
Em relação à Operação Saint-Michel, os advogados recorreram ao STJ contra decisão unânime do Tribunal de Justiça do DF que negou liberdade a Cachoeira na última quinta-feira 21. "O processo da Saint-Michel é muito mais simples e menos grave que o da Monte Carlo. E da mesma forma que a Justiça já soltou os [acusados] da Saint-Michel, o Cachoeira também tem que ser solto", argumenta a advogada. O recurso está sob relatoria de Gilson Dipp.

Serra lidera em SP, mas Russomanno continua a subir, diz pesquisa


De R7

Pré-candidato do PRB agora tem 24% das intenções de voto, contra 31% tucano
O pré-candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, avançou mais três pontos e agora aparece com 24% das intenções de voto na disputa paulistana, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (27).
O tucano José Serra continua à frente, com 31% da preferência do eleitorado (tinha 30%), mas já com o segundo colocado bem mais próximo. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, na prática Russomanno pode oscilar entre 21% e 27%, enquanto Serra ficaria entre 28% e 34%. Neste caso, a diferença entre os dois se reduz.
Se a eleição fosse hoje, a dupla faria o segundo turno.
O pré-candidato do PT, Fernando Haddad, que na última pesquisa, feita entre os dias 13 e 14 de junho, alcançou 8%, perdeu um pouco do fôlego e recuou para 6%, oscilando dentro da margem de erro.
Ao lado dele, com o mesmo percentual, estão Soninha Francine (PPS), Gabriel Chalita (PMDB) e Netinho de Paula (PCdoB), que anunciou nesta semana sua saída da corrida eleitoral para apoiar justamente o ex-ministro da Educação petista. Paulinho da Força, pré-candidato do PDT, tem 3% das intenções de voto.
Carlos Giannazi, do PSOL, aparece com 1%. Luiz Flavio D'Urso, do PTB, e Levy Fidelix, do PRTB, não pontuaram. Do total de pessoas ouvidas, 11% disserram que votariam em branco ou anulariam, e 5% ainda não sabem que candidato escolher.
Para fazer o levantamento, o Datafolha ouviu 1.081 pessoas na capital paulista entre os dias 25 e 26 de junho. A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo com o número 87/2012.
Ascensão
Russomanno, que é jornalista e ex-deputado federal, mantém trajetória constante de alta desde o mês de janeiro, quando aparecia com 17% das intenções de voto, de acordo com o Datafolha.
Em março, chegou a 19%, passou a 21% no começo de junho e agora chega a 24%.
Nesta pesquisa mais recente, ele chega a liderar a disputa entre os eleitores com idade entre 35 e 44 anos, com 30% das intenções de voto, quatro pontos à frente de Serra. O índice de rejeição de Russomanno é de apenas 11%, um dos mais baixos, embora ele seja conhecido por 92% dos eleitores. Os campeões de rejeição são Netinho (36%) e Serra (35%).
Na pesquisa espontânea, quando os eleitores são perguntados sobre os candidatos sem ver nenhuma lista de nomes, o representante do PRB aparece com 7%. Neste cenário, Serra tem 13%, Haddad aparece com 3% e Chalita, com 2%.

Bordoni chantageava Cachoeira para não expor Demóstenes, diz Garcez



Declaração foi dada em depoimento nesta terça à CPI da Delta, em Goiânia.
Jornalista nega acusação e diz que quer depor na Assembleia Legislativa. 
Gabriela Lima e Versanna Carvalho
   Ricardo Rafael/O Popular)
Wladimir Garcez e o advogado Ney Moura Teles, na
CPI da Delta (Foto: Ricardo Rafael/O Popular)
O ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, apontado pela Polícia Federal como braço político do contraventor Carlos Cachoeira, presta depoimento à CPI da Delta na manhã desta terça-feira (26), na Assembleia Legislativa de Goiás. Aos parlamentares, ele disse que o jornalista Luis Carlos Bordoni chantageava Cachoeira para não expor as relações dele com o senador Demóstenes Torres (sem partido). Segundo Garcez, Bordoni teria pedido R$ 200 mil.
Ao lado do seu advogado, Ney Moura Teles, Garcez conta que em 2011, o jornalista procurou Cachoeira e fez a chantagem. O próprio ex-vereador teria passado a conta da filha de Bordoni ao contador da Alberto e Pantoja, apontada nas investigações como empresa fantasma de Cachoeira. Sem citar valores, ele disse que, além dos dois depósitos já noticiados, teria sido feito um repasse em dinheiro.
Moral
Em entrevista por telefone ao G1, na manhã desta terça, o jornalista Luis Carlos Bordoni, que no início de junho disse ter recebido pagamento de empresa fantasma ligada a Cachoeirapor serviço prestado à campanha do governador Marconi Perillo (PSDB), negou as afirmações de Garcez.
“Refuto qualquer acusação, de qualquer nível e de qualquer pessoa em relação à minha moral. Quem me conhece até acha graça nessa tentativa de jogar na lama um nome que há 50 anos se dedica ao jornalismo. Quarenta anos somente em Goiás”, defende-se.
Inicialmente, Bordoni disse que não perderia tempo comentando declarações de “quem roubou R$ 7 milhões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) da Câmara Municipal”. O ex-locutor dos programas de rádio da campanha eleitoral de Perillo, em 2010, disse que quem “o usou [Garcez] deveria ter escolhido alguém com mais qualificação para falar mal de mim”.
“Quero encontrar com ele [Garcez], com o Cachoeira, com a mulher e com o governador para resolver isso. Eu quero ser chamado para depor nessa CPI [da Delta]. É um direito meu ir lá e responder às calúnias que esse cidadão levantou”, provoca o jornalista.
Monte Carlo
Wladimir Garcez foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O ex-presidente da Câmara dos Vereadores de Goiânia ficou encarcerado até o dia 15 de junho, quando o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu um habeas corpus a ele. Garcez pode então deixar o Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia.
A decisão pela soltura foi tomada pelo desembargador Tourinho Neto e valeria caso o suspeito não estivesse preso por outro motivo. Garcez foi favorecido indiretamente por uma decisão do magistrado, que havia concedido no dia 13 de junho um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de José Olímpio de Queiroga Neto, do grupo do contraventor.