terça-feira, 10 de julho de 2012

Bomba: Veja engavetou entrevista com Arruda para proteger Demóstenes



Bomba: Veja engavetou entrevista com Arruda para proteger DemóstenesFoto: Edição/247

GRAMPO REVELA PARCERIA ENTRE A REVISTA, O BICHEIRO CACHOEIRA  E O SENADOR DEMÓSTENES; “O POLICARPO AJUDOU”, DISSE CACHOEIRA; EX-GOVERNADOR DO DF, JOSÉ ROBERTO ARRUDA, FALOU A VEJA EM SETEMBRO DE 2010, ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL, E ACUSOU DEMÓSTENES DE LHE PEDIR FAVORES; NADA FOI PUBLICADO

10 de Julho de 2012 às 22:25
247 – Em setembro de 2010, José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, que havia perdido o mandato no início do mesmo ano, foi procurado pela revista Veja. A publicação, da Editora Abril, prometia uma reportagem de capa, se Arruda decidisse quebrar o silêncio sobre sua queda. Para a missão, Veja escalou o repórter Diego Escosteguy. Surpreendentemente, Veja engavetou uma entrevista bombástica, que era cobiçada pela imprensa inteira.
Por quê? Qual o motivo para desprezar um furo jornalístico tão relevante?
A resposta está num grampo da Operação Vegas, revelado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada (leia mais aqui). Eis a transcrição da conversa, que foi captada no dia 20 de março de 2011, quando a entrevista foi publicada por Época, levada pelo próprio Escosteguy, que, desiludido, saiu da revista Veja:
Cachoeira – Fala doutor, não falou nada, não?
Demóstenes – Não, tenho que analisar com isso aí o que é que faz. Vamos pensar, amanhã você tá aí?
Cachoeira – Tô, precisava falar com você, o Chiquinho achou ruim, não me atendeu mais não.
Demóstenes – Fez bem. Chegar o porrete nele mesmo, sujeito safado.
Cachoeira – Tô pensando de ele fazer alguma coisa.
Demóstenes – Não, eu falei pra ele, nada, eu falei é a verdade, não tem nada de mentira não. Tá tudo certo.
Cachoeria – Esse trem do Arruda aí... Você leu a reportagem? O Diego Escosteguy trabalhava na Veja, fez a reportagem em setembro, a Veja não publicou, pediu que queria soltar agora, ele pegou e soltou. Mas você viu que na Época ele deu uma recuada, né?
Demóstenes – Aquilo, se sai em setembro, ia fuder com meio mundo, né.
Cachoeira – É, mas eu vi um negócio, o Policarpo ajudou também, viu. Ia fuder mesmo. Mas você viu que ele ficou com medo e recuou. Tenho certeza que ele recuou foi por causa do seu nome.
Demóstenes – É, sujeito à toa. Vamos ver o que a gente vai fazer.
Cachoeira – Fosse você não fazia nada não. Deixa esse homem pra lá, tá mais do que na cara, isso é retaliação dele, você bateu tanto nele. Tem que virar as costas pra isso aí.
O que havia de tão constrangedor nesta entrevista?
Havia uma acusação de José Roberto Arruda contra Demóstenes Torres. Arruda disse ter sido perseguido por Demóstenes, embora ambos fossem do mesmo partido, porque o senador goiano tentou emplacar, como fornecedora do governo do Distrito Federal, uma determinada empresa.
A quem era ligada esta empresa?
Obviamente, a Carlos Cachoeira.
E, neste caso, não era a Delta.

PDT: Brizola Neto disputa presidência com Lupi


Conforme noticiado aqui há três dias, Dilma Rousseff encomendou ao ministro Brizola Neto (Trabalho) a “conquista” do PDT. A presidente quer apear do comando do partido o ex-ministro e atual desafeto Carlos Lupi.
O neto de Leonel Brizola tomou a sério o pedido da chefe. Movia-se abaixo da linha d’água. Nesta segunda (9), emergiu para declarar que planeja medir forças com Lupi pela presidência do PDT, em 2013.
“Acho que sim, devo concorrer. A gente tem defendido nos fóruns internos que o PDT precisa avançar no seu processo de democratização. Não é possível que uma burocracia partidária se apodere de todos os instrumentos partidários.”
Na contramão de Lupi, que flerta com projetos alternativos para 2014, Brizola Neto declara-se, desde logo, fechado com Dilma. “O PDT tem uma aliança muito clara com o governo Dilma.”
Esforçou-se para enquadrar o desejo em moldura lógica: “É para nós um resgate histórico, porque faz uma ponte entre o trabalhismo que surgiu com a redemocratização e o PT e com o trabalhismo histórico de João Goulart, de Getúlio Vargas, de Leonel Brizola.”
Beleza. Agora, falta saber com quantas divisões conta o infante na guerra contra o velho general. Muita gente torce o nariz para Lupi no PDT. Mas pouca gente parece enxergar em Brizola Neto uma alternativa. Torça-se para que o orçamento do Ministério do Trabalho não seja levado ao front. Não é justo que, nessa troca de tiros, o contribuinte seja convidado a entrar com o peito.

Ao julgar Renan, Demóstenes abriu voto secreto


Uma decisão tomada pelo ministro Celso de Mello, do STF, inaugurou no Senado uma polêmica sobre a sessão de julgamento de Demóstenes Torres, marcada para esta quarta-feira (11). No despacho, o ministro negou um pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que queria tornar público o seu voto.
O advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, saboreou a decisão: “A Constituição é expressa nesse ponto. O voto é secreto. Agora, o ministro Celso de Mello evidencia ainda mais a questão ao reforçar que, para o Supremo, o voto é secreto. Portanto, não há dúvida.”
O debate tem um quê de hipocrisia. Em 5 de dezembro de 2007, foi a voto no plenário do Senado um pedido de cassação do mandato de Renan Calheiros. Nesse dia, Demóstenes subiu à tribuna e fez questão de abrir o seu voto. Era o segundo julgamento de Renan. E Demóstenes despejou seu veredicto sobre o microfone:
“Vou votar da mesma forma que votei da outra vez, conscientemente. Votei da outra vez pela perda do mandato do senador Renan Calheiros. Desta vez, voto com a convicção de que as provas levantadas pelo senador Jefferson Péres [relator do processo] são robustas…”
Demóstenes não foi o único a proclamar o voto nesse julgamento de 2007. Inúmeros senadores –de Marco Maciel (DEM-PE) a Aloizio Mercadante (PT-SP)—informaram da tribuna que votariam a favor da guilhotina.
Na petição protocolada no STF, Ferraço não reivindicou senão o direito de imitar o Demóstenes de 2007 no julgamento do Demóstenes de 2012. Com uma diferença: pediu que o Supremo determinasse à Mesa diretora do Senado a criação de “procedimento formal e eletrônico” que lhe permitisse extrair o voto digitado no painel, divulgando-o “de forma inequívoca”.
O ministro Celso de Mello reconheceu que a votação recoberta pelo “mistério” não é um bom remédio. Porém, anotou que o voto secreto está previsto na Constituição. E, enquanto o texto constitucional não for alterado, a norma tem de ser obedecida. Surgiu então, uma pergunta: afinal, o senador pode declarar o seu voto, como fez Demóstenes cinco anos atrás?
Ouça-se Kakay: “É claro que os parlamentares têm imunidade material no tocante à fala deles. Isso é inquestionável. Mas eu entendo que seria uma tentativa de burlar a Constituição se, no momento de votar, um senador abrir o seu voto.”
Para que o mandato de Demóstenes seja passado na lâmina, são necessários 41 votos. O repórter perguntou ao advogado do senador: “Suponha que vários senadores discursem da tribuna a favor da cassação e que o mandato seja podado por margem estreira de um ou dois votos. Seria caso de anulação?
Kakay soou ambíguo: “A questão é interessante. Temos aí dois princípios constitucionais que devem ser ponderados. Um deles é a imunidade dos parlamentares quanto às opiniões. Outro é a inviolabilidade do voto.”
O advogado prosseguiu: “Evidentemente, na fase de encaminhamento a votação, haverá quem defenda a cassação. Isso faz parte da tradição do parlamento. Em princípio, não há o que questionar. O que não pode é abrir o voto na hora de votar. Mas há aí uma dúvida razoável. A diferença é tênue. Numa votação com resultado no fio da navalha, com diferença de dois votos, há sempre a tentação de recorrer.”
Relator do pedido de cassação de Demóstenes na Comissão de Justiça, o senador Pedro Taques classifica a polêmica nascida da decisão de Celso de Mello de “falso debate.” Considera que o direito do senador de enunciar o seu voto da tribuna é inquestionável.
Afora a abertura do voto de Demóstenes no julgamento de Renan, Taques recorda um caso mais recente. “São secretas também as votações em casos de indicação de ministros para o STF. Quando o Senado aprovou o nome da ministra Rosa Weber, eu declarei da tribuna minha contrariedade. O Demóstenes fez o mesmo.”
Para reforçar a tese de que a polêmica gira em torno do vazio, Taques invocou outro exemplo: “Nas eleições, o voto é secreto e a urna é inviolável. Mas nenhum eleitor está impedido de declarar sua preferência. Se Lula votasse em São Paulo, alguém teria dúvidas sobre o candidato da preferência dele?”
A despeito de ter arrostado uma derrota no Supremo, Ricardo Ferraço não refluiu de sua intenção de declinar da tribuna o voto a favor da cassação de Demóstenes. Para ele, o que Celso de Mello desautorizou foi a abertura do seu voto no painel. Assim, ficou privado de provar o que diz.
Kakay considera ofensiva a discussãoo sobre a possibilidade de os senadores se aproveitarem do escurinho do voto secreto para levar ao painel uma posição diferente da expressada sob holofotes. “Isso é até injurioso”, diz. Mas a realidade mostra que o preciosismo de Ferraço não é despropositado.
No primeiro processo de cassação aberto contra Renan, o acusado livrou-se da guilhotina por uma diferença de seis votos. Votaram pela cassação apenas 35 senadores. Curiosamente, 46 declararam ter votado a favor da lâmina. Quer dizer: materializaram-se no Senado pelo menos onze mentirosos.
No segundo julgamento de Renan, ao explicitar o seu voto, um Demóstenes com a biografia ainda intacta injuriou-se: “Pergunto aos senadores: o que leva os senadores da República a mentir quando votam no senador Renan Calheiros? Por que dez senadores mentiram? Uma verdade é estampada: todo brasileiro sabe que, nesses episódios, o senador Renan Calheiros é culpado. Ele faltou com respeito à Casa. Ele quebrou o decoro parlamentar.”
Agora, com a reputação umedecida pelo escândalo protagonizado por Carlinhos Cachoeira, Demóstenes enuncia valores mais flexíveis. Em discurso proferido nesa segunda (10), por exemplo, disse que a mentira não é motivo para a cassação.
A despeito da dúvida que deixou pendurada no ar –“Numa votação com resultado no fio da navalha, com diferença de dois votos, há sempre a tentação de recorrer”—Kakay dá a anetender que seu cliente tende a aceitar o veredicto desta quarta, seja ele qual for.
“O senador Demóstenes tem sido muito cioso desde o início. Ele não quer ir ao Supremo. Ele me falou: ‘Kakay, quero acabar com isso, quero ir ao plenário e decidir esse assunto. Quero liquidar isso.’ Acho que plenário é soberano. Mas não podemos desconsiderar que houve um questionamento junto ao Supremo e há uma decisão que reforça a natureza do voto. É secreto.”

Eduardo Campos janta com Dilma e declara paz


Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB federal, jantou com Dilma Rousseff na noite passada. Estreitaram a inimizade. O visitante deixou o Palácio da Alvorada declarando-se em “paz” com o PT, legenda contra a qual o seu PSB guerreia em três praças estratégicas: Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.
Recostaram os cotovelos na mesa do jantar, além de Eduardo e Dilma, o governador cearense Cid Gomes (PSB) e um par de ministros do PT: Ideli Salvatti (Coordenação Política do Planalto) e Paulo Bernardo (Comunicações).
Deve-se a presença do paranaense Paulo Bernardo a uma outra batalha que os pacificados PSB e PT travam na cidade de Curitiba. Ali, o partido de Eduardo guerreia pela reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB), numa coligação que inclui o PSDB. E a legenda do ministro pega em lanças pelo candidato Gustavo Fruet (PDT), um ex-tucano que fez fama no antipetismo.
Para justiticar o lero-lero pacifista, Eduardo Campos declarou aos microfones que o aguardavam na saída do repasto: “Entendemos que a parceria nacional, para tocar em frente o Brasil, é maior do que as eleições municipais. Temos que saber conviver com essa diversidade no campo político. O povo é que vai se posicionar com o seu voto.”
Paulo Bernardo ecoou o adversário cordial: “Não podemos misturar eleição municipal com o contexto nacional.” No mais, o mandachuva do PSB cuidou de acarinhar Dilma: “Temos enorme simpatia pelo governo dela.”
Tomado de inaudita desconfiança, um dos repórteres perguntou a Eduardo se as frentes de batalha que distanciam o PSB do PT não seriam um prenúncio da antecipação do seu projeto presidencial de 2018 para 2014. “A base da democracia é o contraditório”, disse o governador.
Preocupou-se em acrescentar que “não existe campo político” para sua candidatura ao Planalto. Ficou subentendido que pode vir a existir. Perguntou-se também a Eduardo Campos o que acha da possibilidade de Lula emprestar o seu prestígio aos candidatos do PT. Algo que ele insinua que fará em Recife.
Eis a resposta: “O Lula está acima de qualquer partido, é uma referência do povo. A gente não pode transformar o Lula em instrumento de luta política.” Dito de outro modo: nas localidades em que mede forças com PSB, o PT pode tudo, menos utilizar o seu artefato atômico.
A paz não é senão um entreato. Vigora até o surgimento da próxima escaramuça. Se 2012 ensina alguma coisa é que o PSB está fadado a enfrentar o PT numa contenda nacional. Pode ser em 2018. Mas, tomado pelo ritmo militar, Eduardo Campos se equipa para aproveitar eventuais oportunidades que a conjuntura possa lhe oferecer nos próximos dois anos.

Mari é cortada da seleção feminina de vôlei e está fora dos Jogos Olímpicos

Mari em ação pela seleção brasileira; jogadora não terá a oportunidade de brigar pelo ouro de novo
Mari em ação pela seleção brasileira; jogadora não terá a oportunidade de brigar pelo ouro de novo




A ponteira Mari está fora dos Jogos Olímpicos. A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) anunciou, nesta terça-feira, que a jogadora está fora dos planos do técnico José Roberto Guimarães e não vai a Londres tentar a segunda medalha de ouro da carreira.
A notícia foi divulgada pela assessoria de imprensa da entidade. A seleção segue concentrada no CT da CBV em Saquarema, mas agora com apenas 14 jogadoras. Até a próxima semana, mais duas devem ser cortadas até que se forme o grupo que vai viajar a Londres. 
O corte repentino é o ápice de uma má fase técnica que se estende desde o fim do ano passado. Mari não foi bem na Copa do Mundo do ano passado e fez uma Superliga ruim pelo Unilever. Antes de reunir a seleção, José Roberto Guimarães chegou a criticar o rendimento da jogadora. 
Mari ficou fora do Pré-Olímpico de São Carlos (SP) por conta de uma lesão no ombro. No início do Grand Prix, foi testada como oposto para que não tivesse tantas obrigações com o passe. Ela chegou a brilhar em alguns momentos, mas não foi regular e voltou a sofrer com as críticas do treinador.

No desembarque em São Paulo após o vice do Grand Prix na China, Zé Roberto já havia adiantado que ainda não estava satisfeito com Mari, que seguia com dores no ombro. "Ela ainda tem de mostrar muito mais, e o tempo é curto", disse o treinador, que naquele dia dispensou a levantadora Fabíola e Juciely. 
Conhecida pelo estilo mais contido, Mari está na seleção brasileira desde 2002, quando chegou ao time na renovação promovida à força pelo então técnico Marco Aurélio Motta. Em 2004, ela ficou marcada por erros consecutivos na semifinal contra a Rússia, que acabaram eliminando a seleção brasileira dos Jogos de Atenas. Apontada como culpada, ela deu a volta por cima quatro anos depois, em Pequim, quando ajudou a equipe a conquistar o inédito ouro feminino. 

Sem Mari, José Roberto fica com Tandara e Sheilla como opções de opostas. Além delas, as levantadoras Fernandinha e Dani Lins, as centrais Adenízia, Thaisa e Fabiana, as ponteiras Paula Pequeno, Fernanda Garay, Jaqueline, Natália e Sassá e as líberos Camila Brait e Fabi seguem treinando em Saquarema. 
Como o Brasil só pode levar 12 atletas para Londres, duas vagas estão em disputa. Recuperando-se de lesões, Natália e Sassá são as candidatas naturais ao corte. Caso Natália se recupere, Zé Roberto pode utilizá-la como oposta para evitar que ela tenha de passar demais. Neste caso, Tandara pode ficar fora. 

Cantor Tony Moraes é morto a tiros durante assalto


Mais uma vítima da violência urbana em Fortaleza. O cantor cearense Tony Moraes morreu após ser atingido por tiros ao meio-dia desta terça-feira (10), durante assalto.
Três homens socorreram o cantor e o levaram ao Frotinha da Messejana. Quando a polícia chegou ao local, R$ 10 mil reais que pertenceriam a Tony foram encontrados com um dos homes que prestaram socorro. Suspeitando da atitute, a polícia encaminhou os três para o 6º Distrito de Polícia para prestarem esclarecimento. Tony morreu antes de ser atendido.
Tony Moraes ficou conhecido na música cearense durante os anos 80, compondo músicas mesclando ritmos como forró e lambada.
Foto: Divulgação




http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=341818&modulo=966

Itaú e BMG se unem e criam Banco Itaú BMG Consignado



Itaú e BMG se unem e criam Banco Itaú BMG ConsignadoFoto: Edição/247

CAPITAL INICIAL DA JOINT-VENTURE É DE R$ 1 BI. ITAÚ UNIBANCO TERÁ 70% E BMG, 30%. COM NOVA EMPRESA, ITAÚ SERÁ LÍDER NO SEGMENTO DE CRÉDITO CONSIGNADO

10 de Julho de 2012 às 13:20
247 - O Itaú Unibanco e o Banco BMG anunciaram nesta terça-feira, 10, contrato de associação para atuar no segmento de crédito consignado. A nova empresa criada através da joint-venture é o Banco Itaú BMG Consignado, com capital social inicial de R$ 1 bilhão. O Itaú tem participação de 70% no capital e o BMG, 30%.
Segundo a IstoÉ Dinheiro, a joint-venture com o banco mineiro levará o Itaú à liderança de mercado no segmento de crédito consignado em dois anos, com uma carteira de cerca de RS 12 bilhões.
Ainda segundo a revista, o anúncio da joint-venture nesta manhã põe fim aos rumores de mercado de que o Bradesco e o BTG Pactual disputavam o BMG.
Leia, na íntegra, o comunicado relevante ao mercado divulgado pelo BMG nesta manhã.
Banco BMG S.A ("BMG") comunica ao mercado que celebrou, em 09 de julho de 2012, Contrato de Associação com Itaú Unibanco S.A. ("Itaú Unibanco") visando à oferta, distribuição e comercialização de créditos consignados ("Créditos Consignados") no território brasileiro ("Associação").
A Associação será estruturada como um novo negócio do BMG e do Itaú Unibanco, por meio da utilização de instituição financeira, cuja denominação social será Banco Itaú BMG Consignado S.A. ("JV"), na qual Itaú Unibanco deterá participação de 70% (setenta por cento) no capital social total e votante e BMG deterá os 30% (trinta por cento) remanescentes. O capital social inicial da JV será de R$ 1 (um) bilhão, a ser subscrito pelos acionistas na proporção acima referida.
O Itaú Unibanco contribuirá com sua capacidade econômico-financeira, experiência administrativa e de controles e o BMG contribuirá com sua competência comercial e operacional, além da plataforma tecnológica necessária ao desenvolvimento das atividades da JV. A JV compartilhará os canais de distribuição com o BMG e terá o direito de financiar 70% dos Créditos Consignados originados pelos referidos canais de distribuição. Os 30% (trinta por cento) remanescentes serão contratados diretamente pelo BMG.
Adicionalmente, desde já e pelo prazo de 5 (cinco) anos, o Itaú Unibanco proverá parte dos recursos financeiros para a operação de Crédito Consignado do BMG, no valor mensal de até R$ 300 milhões.
O BMG e o Itaú Unibanco têm a intenção de que a efetivação da Associação ocorra no prazo de 90 (noventa) dias, condicionada ao cumprimento de determinadas condições precedentes, da celebração de contratos definitivos e das aprovações regulatórias competentes.
A Associação implicará em diversos benefícios ao BMG, dentre os quais destacamos:
O valor mensal de até R$ 300 milhões a ser provido pelo Itaú Unibanco financiará parte substancial das necessidades de captação de recursos do BMG, a custos mais adequados à sua operação de Crédito Consignado.
Melhora nos índices de alavancagem do BMG, com consequente liberação de capital requerido (Índice de Basiléia), tendo em vista que aproximadamente 70% (setenta por cento) das contratações de Créditos Consignado serão realizadas pela JV.
Redução substancial dos custos operacionais do BMG, na medida em que despesas com correspondentes bancários – dentre outras – serão arcadas, proporcionalmente, pela JV.
Fortalecimento da marca "BMG", já que parte importante do seu negócio de crédito consignado passará a ser realizado em associação com o Itaú Unibanco, maior banco privado da América Latina.

Vice de Serra fez SP perder 300 milhões, diz presidente do PT


Da Revista Forum

Só 13 cidades brasileiras das 5.465 não protocolaram o PAR (Plano de Ações Articuladas) que garante recursos para Educação. São Paulo foi uma delas
O PT divulgou ontem, 4, uma nota em resposta as acusações de Alexandre Schnider, candidato á vice-prefeito na chapa do PSDB, sobre o repasse de verbas do MEC (Ministério da Educação) para a construção de creches na cidade de São Paulo. A nota afirma que na reunião entre Haddad, na época Ministro da Educação, e Schneider, então Secretário Municipal de Educação de São Paulo, realizada em junho de 2011, o ex-secretário foi orientado sobre os procedimentos para parcerias com o governo federal na área de educação.
O comunicado ressalta que São Paulo, juntamente com apenas 12 cidades de todo o país, não elaborou o PAR (Plano de Ações Articuladas), documento exigido, nos moldes do Decreto 6.094/2007, para parcerias com o governo federal para a educação. Por fim, a nota afirma que "nunca houve manifestação efetiva de interesse da Secretaria de Educação de São Paulo em firmar parcerias com o Ministério da Educação, na forma da legislação, o que subtraiu de São Paulo mais de R$ 300 milhões de reais em investimentos na educação".
Falta de documentação impediu repasse de recursos do MEC para a educação de São Paulo (Foto: Juvenal Pereira / www.camara.sp.gov.br)
Este embate começou no primeiro pronunciamento de Schneider como candidato a vice-prefeito de São Paulo, no qual o ex-secretário deferiu críticas às gestões petistas na área de educação e atacou diretamente o candidato Fernando Haddad pela forma com que conduziu programas do setor enquanto ocupava o cargo de Ministro da Educação. Schneider afirmou que Haddad falhou na tentativa de ampliar o acesso a creches no Brasil e o acusou de não destinar recursos para São Paulo, mesmo ele tendo comparecido pessoalmente no Ministério da Educação para solicitar verbas.
A troca de acusações entre o ex-secretário e o ex-ministro da Educação fez com que o próprio MEC respondesse as alegações de Schneider. De acordo com a pasta, o ex-secretário assinou um documento, em 10 de março de 2009, abrindo mão dos repasses da União para políticas educacionais, incluindo a construção de unidades.. "Considerando as providências em andamento que contemplam os mesmos objetivos do programa ora em apreço, esta pasta optou pela não participação no PDE-Escola", diz o documento. Na nota, o MEC afirma que Schneider "sempre se pautou pela recusa de qualquer tipo de colaboração com o governo federal. Nenhum dos programas do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) jamais foi requisitado ou requerido pela municipalidade paulistana". A campanha de Serra afirma que o ofício se refere apenas a recursos destinados para questões administrativas.
Veja a íntegra da nota divulgada pelo PT:
1. O secretário Alexandre Schneider, da Educação do Município de São Paulo, foi a Brasília, em fevereiro de 2011, e solicitou, de ultima hora, um encontro com o então ministro da Educação, Fernando Haddad. O secretário estava pressionado pelo Ministério Público do Estado, que se preparava, como de fato ocorreu, em março de 2011, para ajuizar ação civil pública de improbidade pela incapacidade da municipalidade de suprir o déficit de 120mil vagas de creche.
2. O secretário foi recebido pelo então ministro Fernando Haddad, que estava assessorado pela então secretaria de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, e pelo secretário executivo do ministério, José Henrique Paim Fernandes.
3. Na reunião, o secretário foi orientado a manifestar formalmente seu interesse na parceria, na forma do Decreto 6.094/2007, que estabelece que a assistência técnica e financeira só pode ocorrer mediante adesão ao Plano de Metas Todos Pela Educação (o que São Paulo fez) e pela elaboração do PAR (Plano de Ações Articuladas), o que somente 13 cidades de todo o Brasil, até o presente momento, não fizeram (incluindo São Paulo).
4. Só a partir da manifestação formal de interesse pelo preenchimento do PAR o ente federado pode reivindicar recursos do Ministério, o que já beneficiou 3.193 municípios desde 2007, resultando na contratação de 5.562 obras.
5. Em junho de 2011, antes mesmo do preenchimento do PAR, o secretário Alexandre Schneider encaminhou ofício, pelo correio, solicitando a inclusão de São Paulo no programa Pró-infância, elencando 140 locais na cidade, de forma inadequada. O ofício foi encaminhado ao FNDE.
6. O presidente do FNDE, José Wanderley de Freitas informou, por meio de ofício, que a Secretaria Municipal de São Paulo deveria cadastrar sua pretensão em ambiente virtual desenvolvido para esta finalidade desde 2007 e se colocou à inteira disposição para solucionar eventuais problemas. Além disso, registrou que São Paulo era uma das 1.466 cidades pré-selecionadas pelo PAC 2 e poderia se beneficiar com 172 creches pelo Pro-Infância.
7. Dessa forma, não houve qualquer "recusa" conforme afirma o ex-secretário Alexandre Schneider. Depois de receber esse oficio, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo não se cadastrou nem manifestou interesse.
8. O ex-ministro Fernando Haddad reitera que, apesar dessa agenda de encaixe, única ao longo de seis anos de sua gestão, nunca houve manifestação efetiva de interesse da Secretaria de Educação de São Paulo em firmar parcerias com o Ministério da Educação, na forma da legislação, o que subtraiu de São Paulo mais de R$ 300 milhões de reais em investimentos na educação.
Vereador Antônio Donato, presidente do Diretório Municipal do PT/SP e coordenador da campanha de Fernando Haddad.
(Por Felipe Rousselet)

Cardeal Dom Eugenio Sales morre aos 91 anos



Cardeal Dom Eugenio Sales morre aos 91 anosFoto: Divulgação

ARCEBISPO EMÉRITO DO RIO DE JANEIRO TEVE UM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO; O GOVERNADOR SERGIO CABRAL DECRETOU LUTO OFICIAL DE TRÊS DIAS

10 de Julho de 2012 às 04:58
247 – Morreu na noite de ontem o cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, por um infarto agudo do miocárdio. Leia na matéria do Globo:
RIO - O cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, morreu na noite desta segunda-feira, às 22h30m. Segundo a Arquidiocese, ele morreu na Residência Assunção, onde morava, no Sumaré, por infarto agudo do miocárdio. O religioso, que tinha 91 anos, será velado a partir de meio-dia desta terça-feira na Catedral Metropolitana, onde será enterrado, na quarta-feira, às 15h. A previsão é que o corpo esteja no local às 9h30m. Durante o velório, haverá missas a cada duas horas. Por meio de nota divulgada na madrugada desta terça-feira, o governador Sergio Cabral decretou luto oficial de três dias.
O enterro ocorrerá após a chegada do bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Karl Romer, que está em Roma, na Itália. O irmão de Dom Eugenio, Dom Heitor de Araujo Sales, arcebispo emérito de Natal, no Rio Grande do Norte, está na Suíça e não conseguiu passagem. O religioso é aguardado para a missa de sétimo dia.
A Arquidiocese informou, ainda, que a rotina de Dom Eugênio nos últimos dias era apenas de ficar no quarto e no gabinete, onde lia muitos jornais e assistia à TV. Ele não teria nenhuma doença específica. Segundo cálculos da Arquidiocese, Dom Eugenio faria 69 anos de sacerdócio, 58 de episcopado, 43 de cardinalato, em seus quase 92 anos de vida. Ele sagrou 22 bispos e ordenou 215 sacerdotes.
As homenagens a Dom Eugenio
Além de ter decretado luto oficial de três dias, Cabral disse por meio de nota que Dom Eugenio Sales era amado pelo povo do Rio de Janeiro e que, “nas últimas décadas, a sua liderança religiosa foi a mais importante do nosso estado”. O prefeito Eduardo Paes também lamentou a morte por meio de nota, dizendo que “o grande homem de Deus será sempre lembrado por sua sabedoria, força de seus ensinamentos, perspicácia com que comunicava e defendia sua fé e o exemplo de caridade nos anos mais difíceis da história brasileira".

Colunistas pró-condenação criticam pressão da CUT



Colunistas pró-condenação criticam pressão da CUTFoto: Edição/247

ÀS VÉSPERAS DO JULGAMENTO DO MENSALÃO, UM ELEMENTO NOVO SURGIU: A CUT PROMETE COLOCAR GENTE NA RUA CONTRA UM “JULGAMENTO POLÍTICO”; NESTA TERÇA, VEIO A REAÇÃO: JORNALISTAS QUE TAMBÉM TENTAM DITAR A AGENDA DO STF, COMO MERVAL PEREIRA E ELIANE CANTANHÊDE, CONDENARAM A AÇÃO DA CUT

10 de Julho de 2012 às 10:15
247 – O julgamento do mensalão, marcado para o dia 2 de agosto, ganhou um elemento novo: a possibilidade de que a Central Única dos Trabalhadores, ligada ao PT organize manifestações nas capitais e diante do Supremo Tribunal Federal, contra o que considera um “julgamento político”, e não técnico.
Essa possibilidade foi levantada pelo novo presidente da central, Vagner Ferreira, e reforçada pelo antecessor, Arthur Henrique, que consideram o processo uma “tentativa de golpe” contra o ex-presidente Lula.
Nesta terça-feira, veio a reação. Colunistas políticos de importantes veículos, como o Globo e a Folha, que, de certa forma, também tentam ditar a agenda do Supremo Tribunal Federal, escreveram artigos condenando a suposta tentativa de intimidação por parte da CUT.
Merval Pereira, do Globo, diz que a CUT age em sintonia com o ex-presidente Lula – e afirma que essa postura não interessa à presidente Dilma. Eliane Cantanhêde, da Folha, trata os sindicalistas como os novos “aloprados”.
Leia, abaixo, o artigo de Merval:
A ameaça que o novo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas — o primeiro bancário a assumir o cargo —, fez ontem, em entrevista à “Folha”, de levar às ruas seus associados caso considerem que o julgamento do men-salão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi “político” e não “técnico”, é mais um dos vários movimentos de pressão que os petistas estão levando a cabo nos últimos meses.

A CUT e os sindicatos estão perdendo força no governo Dilma, que, segundo ele, tem sido “inflexível” nas negociações com os servidores federais, em greve há um mês por aumento de salários.

O ex-presidente Lula deve participar da posse do novo presidente da CUT, mas não está prevista a presença da presidente Dilma.

A ameaça, que certamente é um erro estratégico que já foi abandonado por José Dirceu, pode ser uma maneira de a CUT fortalecer os laços com o PT e forçar uma negociação em melhores bases com o governo federal.

Mas, em relação ao Supremo, o resultado deve ser o mesmo incômodo que Dirceu provocou ao conclamar a Juventude Socialista e a UNE a sair às ruas para defendê-lo no processo do mensalão.

Ameaçar o Supremo, especialmente com a truculência dos sindicalistas, não é a melhor posição para os réus, e isso os advogados já haviam prevenido a eles.

E o que seria um julgamento “técnico”? Um cujo resultado seja a absolvição de todos os mensalei-ros? E uma eventual condenação de petistas seria indicativo de que o julgamento foi “político”?

Lula teve uma trajetória interessante da sua fase de líder sindicalista até a Presidência da República. Ele defendia o fim da Era Vargas, dizia que a CLT é o “AI-5 dos trabalhadores” e ironizava Vargas como sendo o “pai dos pobres e mãe dos ricos”.

Hoje, a CLT e a unicida-de sindical (apenas um sindicato por categoria em cada município), marcos da Era Vargas, persistem e foram aprofundados com o reconhecimento das centrais sindicais e o aparelhamento do Estado, atualizando o pele-guismo e o corporativismo.

A lei sancionada pelo presidente Lula que reconhece as centrais sindicais teve um veto ao artigo que determinava ao Tribunal de Contas da União (TCU) a fiscalização do imposto sindical compulsório que passaram a receber, sob a alegação de que o governo respeita a autonomia e a liberdade sindicais.

Essa é apenas uma desculpa esfarrapada, pois, na medida em que as centrais sindicais passaram a receber um dinheiro da contribuição compulsória dos trabalhadores, por força de uma decisão governamental, a independência já está comprometida.

O dinheiro é público, porque ele é tirado à força a partir de um poder que só o Estado tem. O dinheiro que o trabalhador é obrigado a dar aos sindicatos deixa de ser privado, passa a ser um imposto, afirmam especialistas.

O imposto sindical é um resíduo do sindicalismo pelego, criado por Getulio Vargas, que considerava os sindicatos como entidades “auxiliares do Estado”.

Essa verdadeira “república sindicalista” foi sendo moldada à medida que decisões ampliaram o espaço de atuação e revitalizaram as finanças do sistema sindical brasileiro.

O governo Lula passou a negociar diretamente com os sindicalistas o aumento do salário mínimo, por exemplo, antes de enviá-lo ao Congresso. Autorizou também os sindicatos a criar cooperativas de créditos.

Além disso, permitiu-lhes instituir, na reforma da Previdência Social, planos de previdência complementar. Como as regras só permitem planos de previdência fechados, os sindicatos não terão muita concorrência privada.

Uma medida em especial reforçou o poder de fogo das centrais sindicais: a autorização para que empréstimos sejam dados com desconto na folha de pagamento, com a intermediação dos sindicatos, o famoso crédito consignado.

A lei 11.648/2008 ressuscitou o papel do Estado como indutor da organização sindical, criando as centrais, que não existiam legalmente. O PT e a CUT, do deputado Vicen-tinho, aliaram-se à Força Sindical, do deputado Paulinho, do mesmo PDT do ministro do Trabalho, e aprovaram a lei a título de “reconhecimento histórico” das centrais.

Na Constituinte de 1988, o modelo sindical da Era Vargas foi superado em parte, e a associação profissional ou sindical passou a ser “livre”, determinando ainda a Constituição que “a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”.

As centrais sindicais não faziam parte da pirâmide organizacional sindical, espelhavam uma realidade (e, sobretudo a CUT, tinham grande força de coordenar os sindicatos e a ação sindical), mas não faziam parte do arcabouço jurídico que estruturara esse modelo sindical.

Pela Constituição, o Estado “não tem de legitimar ou autorizar o funcionamento de entidades sindicais e fica-lhe vedado interferir ou intervir em qualquer organização sindical”. A “legalização” das centrais sindicais foi chamada de “pelegalização”.

É nesse ambiente que o novo presidente da CUT tomará posse, já com uma vasta agenda política que se encaixaria melhor no governo Lula do que no de Dilma. 
E também o de Eliane Cantanhêde:

BRASÍLIA - Tem alguma coisa invertida nessa história: a maior central sindical do país não se mobilizou para protestar contra nenhum dos escândalos e escandalosos nacionais pós-2003 e agora fala em "ataque à democracia", ameaçando "ir às ruas" para defender os réus do mensalão. Dá para entender?

Segundo o atual presidente da CUT, Artur Henrique, "o ataque à democracia" que ocorreu no Paraguai pode se repetir no Brasil: "Ou não foi isso que tentaram neste país em 2005? Ou não tentaram depor e derrubar o presidente Lula com o apoio da imprensa?", disse ele ontem, no congresso da central. E decretou: "Não vamos permitir a volta dos tucanos, do PSDB".

Seu sucessor, Vagner Freitas, avisou, antes mesmo de assumir, que está de olho no julgamento do mensalão: "Não pode ser um julgamento político. Se isso ocorrer, iremos às ruas", disse, pronto para uma guerra, como se estivesse de dedo em riste na cara do Supremo Tribunal Federal.

São deveras curiosos esses arroubos democráticos, mas vamos ao que mais interessa: as greves. Sem falar no setor privado, os professores de universidades federais estão parados há um mês e meio e funcionários de 12 órgãos federais cruzaram os braços. Dilma acaba de mandar cortar o ponto dos faltosos. E isso não é nada, perto do que vem por aí.

A data-base de algumas das categorias mais poderosas, como metalúrgicos, químicos, petroleiros, bancários e carteiros, é no segundo semestre, a partir justamente de agosto -que vem a ser o mês do julgamento do mensalão. Vai ficar animado.

A dúvida, hoje, é se a CUT vai para as ruas a favor dos mensaleiros de Lula, contra o Supremo, ou se vai a favor dos trabalhadores, contra Dilma. Em última instância: a favor de Lula e contra Dilma?

MPF não pede preventiva e Juquinha deixa prisão



MPF não pede preventiva e Juquinha deixa prisão Foto: Edição/247

PROCURADOR HÉLIO TELHO DIZ QUE OBJETIVO DA OPERAÇÃO TREM PAGADOR FOI ATINGIDO COM IDENTIFICAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS DE FORMA ILÍCITA E O SEQUESTRO PARA IMPEDIR QUE FOSSEM TRANSFERIDOS; PARLAMENTARES DA CPI QUEREM CONVOCAR EX-PRESIDENTE DA VALEC, QUE ACUMULOU R$ 60 MILHÕES

10 de Julho de 2012 às 10:31
Goiás 247 (com informações do Diário da Manhã) - O ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, deixou ontem a carceragem da Polícia Federal, onde estava preso desde a última quinta-feira por decreto da Justiça Federal na Operação Trem Pagador. De acordo com o Ministério Público Federal Juquinha é acusado de desvios de recursos nas obras da Ferrovia Norte-Sul quando presidiu a estatal e de enriquecimento ilícito.
O coordenador Coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em Goiás, Hélio Telho, disse ao jornal Diário da Manhã que a Procuradoria da República não tenciona pedir prisão preventiva de Juquinha ou seus familiares. "Essa ação tem destino somente identificar bens adquiridos de forma ilícita, sequestra-los para impedir que sejam transferidos para terceiros, sufocar financeiramente a organização criminosa, periciar os bens e restituir os valores públicos desviados", finalizou.
A Operação Trem Pagador é um conjunto de investigações feitas pela Polícia Federal com a Procuradoria da República e se desenrola desde meados de 2011. Segundo Hélio Telho, a operação se destina a investigar possíveis crimes de "lavagem de dinheiro, superfaturamento em obras publicas, fraude a licitação e formação de quadrilha".
Além de Juquinha foram presos também sua esposa, Marivone Ferreira das Neves e o filho Jader Ferreira das Neves. Segundo o MPF Juquinha é acusado de superfaturar o Trecho 4 da FNS em cerca de R$ 90 milhões e desse total aproximadamente R$ 60 teriam sido desviados.
Os procuradores buscaram nessa ação movida contra Juquinha, familiares e terceiros ressarcir os cofres públicos do que supostamente foi desviado. O delegado federal responsável pela operação, Eduardo Sherer, explicou que além dos bens imóveis bloqueados foram apreendidos veículos com ordem da Justiça para garantir a restituição dos valores considerados desviados das obras da Valec. "O que se pretende é garantir que os envolvidos nas práticas criminosas não usufruam do produto de crimes e que os cofres públicos sejam restituídos dos valores desviados", explicou.
Juquinha das Neves foi presidente da Valec, estatal vinculada ao Ministério dos Transportes e encarregada das obras da Ferrovia. Sua gestão à frente da Valec foi de 2003 a 2010. Nesse período a linha férrea atravessou todo o Estado de Tocantins e avançou por Goiás até Anápolis, sem estar totalmente em operação.
O Trecho 4 foi conquistado na licitação e executado pela Constran S/A e já era objeto de ação de improbidade administrativa. Para os investigadores são claros os indícios de enriquecimento ilícito de Juquinha, que se valeu de sua esposa e filhos para lavar o dinheiro desviado e adquirir patrimônio "conseguido de maneira ilícita".
"As investigações sobre o superfaturamento apontaram que Juquinha, sua esposa e filhos adquiriam vasto patrimônio imobiliário, tais como fazendas, lotes e casas em condomínios fechados, apartamentos e constituíram empresas para administrar esses bens imóveis", explicou o procurador Hélio Telho.

Bruno admite ter escrito carta e nega relação amorosa com Macarrão



ALINE RESKALLA - Agência Estado
O goleiro Bruno admitiu nesta segunda-feira aos advogados de defesa que escreveu a carta na qual diz a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para usar o plano B. O goleiro, no entanto, teria dito que foi mal interpretado e o que o plano B seria encerrar a relação de amizade entre os dois e não pedir a ele que assumisse a autoria da morte de Eliza Samudio.

O defensor Francisco Sinim disse que Bruno negou ter qualquer relacionamento amoroso com Macarrão, como chegou a dizer o outro advogado do atleta, Rui Pimenta. Para Pimenta, a carta publicada pela Revista Veja desta semana deixava claro "o caso de amor" entre os dois. "O Pimenta se baseou na tatuagem que o Macarrão tem, mas o Bruno deixou claro que a carta queria por fim à amizade entre os dois", afirmou Sinim, no início da noite desta segunda-feira. A tatuagem diz: "Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro".
De acordo com Sinim, o texto apenas reforça a conversa que o goleiro teve com policiais quando era trazido do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, de avião, em julho de 2010, na qual ele afirmava que, "se Macarrão tivesse mesmo feito isso (matado Eliza), ele estaria traindo uma amizade sincera". "Por isso ele quis encerrar essa amizade e escreveu a carta há cerca de um ano", acrescentou o criminalista. No entanto, em entrevista a uma rede de televisão, o advogado Rui Pimenta voltou a afirmar nesta segunda-feira que Bruno e Macarrão tinham um relacionamento amoroso.
Na reportagem, ele afirma também que Bruno seria "o parceiro ativo, que gostava de introduzir". Disse ainda que Eliza Samudio participava de orgia com os dois. A reportagem ligou durante todo o dia para o celular de Pimenta, mas ele não atendeu nem retornou aos recados deixados em sua caixa postal.
Na carta publicada pela revista, Bruno diz ao amigo que, depois de conversar muito com os advogados, eles chegaram à conclusão de que "a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B". De acordo com a Veja, o plano A seria negar o crime e o B, Macarrão assumir a culpa para livrar o goleiro da cadeia. Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou que, "nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, não consta a carta escrita pelo preso Bruno Fernandes de Souza ao preso Luiz Henrique Ferreira Romão, que foi publicada pela revista Veja".
A nota diz ainda que, "em oitiva nesta segunda-feira, o próprio Bruno disse ter entregado a carta a outro detento da unidade, para que ela chegasse até Luiz Henrique Ferreira Romão. Dessa forma, a correspondência não passou pelos procedimentos formais de envio de cartas". A Secretaria afirma que vai continuar apurando como a carta saiu da unidade prisional. O goleiro Bruno, o primo dele, Sérgio Rosa Sales e o amigo Macarrão, foram pronunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver e aguardam a marcação do julgamento.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de ser o executor de Eliza - para a polícia, mesmo sem o corpo ter aparecido, não há dúvidas de que a modelo foi assassinada. Os advogados de defesa já mudaram de versão várias vezes. Primeiro, negaram que Eliza estivesse morta. Depois, admitiram que isso era fato. Recentemente, ganhou força na defesa a estratégia de culpar Macarrão pelo crime, que teria sido cometido "por amor". No domingo, o próprio Rui Pimenta disse que "esse era um caso claro de amor".
Em junho deste ano, o goleiro recebeu da Justiça de Contagem o direito à liberdade condicional referente ao processo em que foi condenado, no Rio de Janeiro, por sequestro e agressão de Eliza. Porém, não foi solto por conta do mandado de prisão em vigor relativo ao inquérito da morte da modelo. A situação de Bruno se complicou após o Ministério Público Federal enviar, também em junho deste ano, um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirma que o atleta é perigoso e pode influenciar os outros suspeitos do crime.