terça-feira, 2 de outubro de 2012

O justiçamento dos réus da ação penal 470, chamada de mensalão



Qualquer pessoa com um senso mínimo de justiça sabe que este julgamento do mensalão no STF envergonha a justiça brasileira pela maneira como está sendo conduzido, com garantias fundamentais, desrespeitadas. O que acontece alí com aquelas pessoas poderá mais tarde acontecer com um ou todos nós, por isso não podemos aceitar que se faça o linchamento moral do réus, o justiçamento de suas ações.

É triste ver um juiz pronunciar um discurso político travestido de sentença como se estivesse fazendo um manifesto contra um partido político, o partido que está sentado no banco dos réus, o PT, que nada mais fez do que aquilo que todos sempre  fizeram  as escondidas.

Se é contra a lei que todos sejam apenados, não engolimos é que pague apenas um partido, enquanto os partidos da elite saiam livres da pecha que é jogada contra o Partido dos Trabalhadores, único a ser festejado como o mais corrupto, pela mídia venal, que pressiona os ministros a darem uma sentença viciada cujo resultado é a condenação antecipada, quando os fastos demonstram o contrário.

A corrupção deriva da impunidade. Quem até hoje deixou de punir os corruptos e os ladrões de colarinho branco foram estes mesmos juízes que agora estão com esta sanha condenatória para limpar uma imagem que os envergonha, como quando livraram Daniel Dantas da cadeia, o Cacciola, Edmar Cid Ferreira, O Roger Abdel e tanto outros que foram agraciados com uma interpretação leniente da lei que permitiu que usufruissem da liberdade embora tivessem manchado as mãos com o crime de corrupção para ficar só em um e não visitar as páginas do código penal inteiro.

Sempre que votaram pela absolvição de um desses acusados invocavam o tal do garantismo como disfarce para encobrir suas ações chocantes à sociedade. Antes não tinham medo de enfrentar a sociedade com suas decisões frouxas que tantas vezes beneficiaram a supostos criminosos. Agora querem punir atropelando as verdadeiras garantias fundamentais estabelecidas na constituição, em nome de uma vindita midiática que não são capazes de enfrentarem.

Não podemos ficar silentes diante do estupro da constituição pela  astúcia de homens que foram colocados no STF para protegerem as garantias que nossa lei maior nos assegura, mas que neste julgamento farsesco estão sendo vilipendiadas. Temos o dever moral de protestar bem alto até que nos escutem.