quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A EUGENIA: A IDEOLOGIA DA CULTURA DA MORTE


O que é a eugenia?

A eugenia é a filha dileta de Darwin: se as espécies se transformam por "seleção natural", há  raças inferiores e raças superiores. Darwin declarava: "Entre os selvagens, os corpos ou as mentes doentes são rapidamente eliminados, os homens civilizados, entretanto, constroem asilos para os imbecis, os incapacitados e os doentes e nossos médicos põem o melhor de seu talento em conservar a vida de todos e cada um até o último momento, permitindo assim que se propaguem os membros fracos das nossas sociedades civilizadas. Ninguém que tenha trabalhado na reprodução de animais domésticos, terá dúvidas de que isto é extremamente prejudicial para a raça humana".

Galton, primo de Darwin, inventou a teoria eugenista aplicada aos seres humanos: a substituição da seleção "natural" por uma seleção mais voluntarista. Com efeito, as organizações caritativas, ao assumir o cuidado dos pobres e dos doentes (qualificados como tarados, incapazes e inferiores), impedem o funcionamento da "seleção natural". Exagerou-se enormemente, portanto, o impacto da transmissão das "taras", o "atavismo", para justificar dois objetivos complementares:
  • favorecer as raças chamadas superiores, eugenia positiva;
  • fazer desaparecer as raças chamadas inferiores, eugenia negativa.
Esta visão cientificista, exclusivamente materialista, onde o homem é apenas uma engrenagem de um mecanismo maior: a sociedade ou o Estado, pretende "melhorar" a raça humana até gerar o "super-homem". A eugenia nasceu na época em que a ciência triunfante revolucionava o mundo da técnica. No materialismo existia uma grande tentação de utilizar o homem como um material ou animal, que pode ser melhorado por meio de cruzamentos e uma seleção "científica". A sociedade deve tratar aqueles que considere vítimas de taras, "disgênicos", inferiores, inadaptados, mal desenvolvidos, como membros gangrenados e amputá-los por razões de higiene social, sem levar em conta as proibições de uma moral "burguesa" derivada da superstição "judeu-cristã". A relação com o médico ou o biólogo se transforma, então, numa relação que envolve três partes: o Estado, o médico e o doente.

As aplicações atuais da eugenia

O denominado aborto "terapêutico": 

não tem nada de terapêutico porque não cura ninguém e porque os progressos da obstetrícia fazem com que já não seja absolutamente necessário para "salvar a mãe". Os médicos, porém, exercem pressão psicológica nas mulheres grávidas, especialmente nas maiores de 35 anos. O diagnóstico pré-natal (que, aliás, pode prejudicar o bebê) tem a finalidade quase exclusiva de propor o aborto se o bebê tiver alguma probabilidade de malformação. Em forma hipócrita, preferiram chamá-lo de aborto "terapêutico" em lugar de aborto "eugenésico".

O aborto legalizado sob a denominação de "Interrupção voluntária da gravidez" : 

veremos numa segunda parte como a interrupção voluntária da gravidez provém de uma manipulação das mentes, normalmente acompanhada de pressões econômicas e psicológicas, cuja finalidade é impedir que os pobres tenham filhos. Para a imposição deste tipo de aborto, foram utilizados diversos mitos. O principal é do filho "desejado" (ver o anexo "Filho desejado e eugenia").

O aborto provocado involuntário: 

em geral é praticado nos países ocidentais com o nome de "contracepção", mas mediante procedimentos que na verdade são abortivos, (mecânicos ou químicos), já que intervêm depois da concepção. Entre estes, destaca-se o D.I.U., dispositivo abortivo intra-uterino, que começou a ter difusão durante a primeira metade do século. Sua criação foi financiada pelos movimentos para o Controle da Natalidade (especialmente por Margaret Sanger). Na França, o D.I.U. foi erroneamente classificado, como um contraceptivo. Supõe-se que as pílulas "anticoncepcionais" de mini ou microdose, por sua escassa dosagem hormonal, têm um efeito "preventivo" impedindo a concepção e eventualmente "curativo" destruindo o fruto; ou seja, um efeito 'abortivo', que os fabricantes e os publicitários se cuidam muito bem de explicar a seus clientes. A pílula abortiva, RU 486 e outras drogas abortivas, como NORPLANT, estão destinadas a ser difundidas como anticoncepcionais na parte pobre do hemisfério, no Sul. Têm a vantagem de ser mais baratas e fáceis de administrar, e portanto, mais acessíveis para a população que as pílulas diárias. O pretexto invocado é o risco que correm as mulheres, devido aos abortos ilegais, supõe-se que numerosos. (Para a OMS 200.000 mulheres morrem anualmente no mundo devido a abortos ilegais). Estas mentiras já foram utilizadas para obter a legalização do aborto.

A fecundação in vitro com transferência de embriões: 

Realiza-se assim o sonho dos eugenistas: separar totalmente a procriação da sexualidade. Se o pai receptor é estéril, seleciona um doador de "qualidade" e depois entre os embriões, é escolhido aquele que será implantado em função de critérios de "qualidade". Testard denunciou esta "eugenia democrática". A Fecundação in vitro com transferência de embriões, mesmo não havendo seleção, é muito mortífera: são fecundados uma quantidade de óvulos, procriando assim uma quantidade de seres humanos embrionários. Deles apenas uma minoria tem alguma probabilidade de chegar a termo.

A esterilização involuntária ou forçada : 

surgiu nos Estados Unidos, na Grã Bretanha e na Suécia, países onde houve uma eclosão da eugenia. Também foi praticada na Alemanha sob o Terceiro Reich, período em que foram realizadas muitas pesquisas sobre meios de esterilização de massa, que foram continuadas depois da guerra pelos movimentos eugenistas nos países anglo-saxões. A esterilização forçada é aplicada hoje na China pelo governo comunista, no contexto de uma política abertamente eugenista. A esterilização involuntária é praticada em muitos países do Sul: quer seja esterilizando as mulheres sem elas saberem, por ocasião de outras operações, quer seja submetendo-as a campanhas de "vacinação" que incluem um esterilizador na vacina.

A eutanásia: (ver o capítulo "Eutanásia e eugenia" ). Atualmente é praticada em grande escala na França e em todos os países ocidentais, legal e ilegalmente. Sua finalidade é reduzir o custo de manutenção das pessoas de idade avançada e de aquelas que se tornaram socialmente "inúteis" e por não alcançar certas normas de "qualidade de vida", são consideradas "indignas de viver". O sistema permite perpetuar os sistemas de aposentadoria para as pessoas ativas com boa saúde. Aqui também há uma grande hipocrisia: fala-se em redução do sofrimento dos doentes, de qualidade de vida, de morte digna.

O projeto do genoma humano :  é um velho projeto dos eugenistas. Foi lançado pela Sociedade Americana de Genética Humana (ASHG), fundada pelo Dr. Franz J. Kallmann (membro da Sociedade de Eugenia Americana) que trabalhou com os nazistas. O conhecimento do mapa do genoma humano permitirá afinar a seleção dos filhos antes do nascimento, e inclusive sua produção industrial, dentro da visão de Francis H. Crick (prêmio Nobel em 1962 junto com James D. Watson pela descoberta do DNA): "Nenhum recém-nascido deveria ser declarado humano enquanto não houver passado com êxito certos testes relativos a seu patrimônio genético, e em caso de fracasso frente a tais controles, deveria ser privado do direito de viver." (Pacific News Service, 01/1978). Estas pesquisas são apresentadas como animadas pela finalidade da "terapia genética"; mas na verdade a "terapia genética" é a morte do doente; neste caso, a de seres humanos embrionários.

A ingerência do estado na família: 

é exercida de várias maneiras. Na China, o Estado, com ajuda da I.P.P.F., obriga as famílias a terem um único filho, às vezes dois, por meios coercitivos (abortos ou esterilização forçados) e de propaganda (forte repressão dos rebeldes). Outras nações implementam políticas que prejudicam as famílias numerosas ou as estimulam à esterilização.
Na mesma ordem de idéias, costuma acontecer que o Estado pretenda se intrometer na educação dos filhos, sendo que este âmbito pertence aos pais e eles somente delegam sua autoridade.

Esta imagem mostra bem as raízes da eugenia e as origens do preconceito contemporâneo contra as famílias numerosas. Os nazistas aplicaram métodos brutais. Os cripto-eugenistas de hoje têm a mesma mentalidade que os nazistas, mas preferem manipular suas vítimas para que elas acreditem que o aborto e a contracepção constituem o exercício da liberdade de escolha para atingir o bem-estar.

"A ameaça dos homens inferiores. Os delinqüentes masculinos têm uma média de 4,9 filhos, um casal de delinqüentes: 4,4 filhos ; pais de filhos fracos na escola (3,5) ; a família alemã: 2,2 filhos; um casal de boa extração, 1,9 filhos" de Otto Helmut, em Volk in Gefahr (Povo em perigo), Munique, 1937.
Quem são os eugenistas?

Entre os eugenistas encontramos duas grandes famílias (ver o anexo "Alguns eugenistas famosos"):

* capitalistas oportunistas ou livre-pensadores (Rockefeller, Kellog, Mellon, Ford, Carnegie, Agnelli, Mac Cormick, etc.), que encontram na eugenia uma justificativa a seu egoísmo e um pretexto para destruir povos que são competidores potenciais (com o pretexto de seu progresso e felicidade);
* os socialistas materialistas, internacionalistas ou nacionalistas (mais tarde denominados nacional-socialistas, nazistas), que se tratavam nos ambientes intelectuais das grandes cidades.

Logo depois os primeiros financiaram os segundos.

Teria sido possível pensar que a revelação das atrocidades nazistas teria criminalizado definitivamente a eugenia. No entanto, "os anos posteriores à guerra não foram de uma condena horrorizada e enérgica à eugenia. O discurso eugenista é mais infreqüente, porém,  não desapareceu e quando se expressa,  ele o faz sem grandes dificuldades" ) .

O ativismo eugenista na França é praticado mais por extremistas neomalthusianos (libertários e socialistas) que por médicos. Estas minorias garantiram e garantem a propaganda e o apoio da eugenia anglo-saxã, que produz uma associação muito mais fácil entre dinheiro,  médicos e ativistas. Isso não significa que os médicos franceses não sejam eugenistas. Não o são abertamente, mas muitos adquiriram os reflexos eugenistas através da sua formação, como conseqüência das ações que realizou o lobby pró-aborto a partir dos anos 50.

Na França, a propaganda dos eugenistas, que se confundem com os neo-malthusianos, foi reprimida a partir de 1920, devido à  preocupação do Estado pela  população. Recomeçou nos anos 50, principalmente por iniciativa da franco-maçonaria. Os militantes do "Controle da Natalidade", com efeito, encontraram há muito tempo importantes apoios e um terreno favorável entre as correntes que o M.F.P.F. qualifica como "racionalistas": a Franco-maçonaria, a Liga dos Direitos do Homem, os Livres-pensadores, e a União Racionalista. O conjunto destas correntes é na verdade uma aliança de seitas esotéricas e anticlericais violentas, que compartilham o ódio pelo cristianismo.

A Grã Bretanha, por sua parte, oficializou desde os anos 20 as práticas neomalthusianas. A Suécia também. Os Estados Unidos e o Japão também não conheceram uma verdadeira repressão da eugenia. Isso talvez explique por que estes países são os principais promotores da eugenia no mundo.

A Sociedade Eugenista inglesa fundou, com a colaboração de eugenistas notáveis (entre os que se encontram Margaret Sanger e C.P. Blacker), a Federação Internacional de Planejamento Familiar (I.P.P.F.), com sede nos mesmos escritórios da Eugenics Society em Londres. De 1969 a 1975, o presidente do comitê de diretoria da I.P.P.F. foi George Cadbury, membro da Sociedade Eugenista inglesa.

A I.P.P.F. continua sendo membro da Eugenics Society inglesa em 1977. A I.P.P.F. é uma federação internacional de todos os movimentos de Planejamento Familiar, em especial o Movimento Francês para o Planejamento Familiar.

A I.P.P.F. e seus satélites nos diferentes países, obtiveram:
  • a legalização da contracepção artificial e mais tarde do aborto, nos países ocidentais, como ferramentas de "liberdade de escolha" na revolução sexual (o termo "escolha" é sinônimo de "seleção"...);
  • a esterilização involuntária e a disseminação de abortivos sob a aparência de serviços de saúde no Sul;
  • a esterilização e o aborto obrigatórios na China comunista.
Pode-se resumir em alguns pontos a política geral da I.P.P.F.:

Violação e exploração da lei: 

"As associações de Planejamento Familiar e as outras O.N.G. não devem utilizar a falta de leis ou a existência de uma lei desfavorável como desculpa para sua inação; a ação fora da lei, e inclusive em violação da lei, faz parte do processo que estimula a mudança." ) .

A coerção: 

a I.P.P.F. apóia a política de abortos forçados na China, "a mais notável de todas as políticas de planejamento familiar " .

O apoio governamental: 

A I.P.P.F. sustenta-se com o dinheiro dos contribuintes britânicos desde 1967, ano de introdução do aborto na Inglaterra. Em 1980 o governo britânico doou à  I.P.P.F. 22 milhões de francos; em 1987, 66 milhões de francos.

Os ataques a outras culturas nacionais: 

"Especial prioridade foi dada, dentro da região européia, à ajuda da I.P.P.F. a países que têm barreiras culturais ou religiosas contra o planejamento familiar, a  países com políticas favoráveis ao nascimento..." .

O estímulo à promiscuidade sexual: 

mediante a literatura e a distribuição sem controle de meios chamados "contraceptivos". A homossexualidade e a pedofilia são comportamentos sexuais também fomentados, por serem estéreis. A I.P.P.F. e suas filiais pretendem lutar contra a AIDS, reduzir a gravidez na adolescência, melhorar as condições de vida das mulheres. Mas os resultados que se observam são exatamente os opostos, com efeitos não difundidos que concordam com os objetivos eugenistas: por exemplo, o aumento da taxa de abortos na população negra dos EUA. ( 5) .

Os lobbies no plano internacional: 

a I.P.P.F. tem grande influência na ONU e nas suas agências, como por exemplo a UNICEF (a UNICEF subsidia as atividades de planejamento familiar), a OMS e a UNESCO (o primeiro secretário geral da UNESCO, Sir Julian Huxley, era presidente da Sociedade Eugenista inglesa). As conferências internacionais sobre população, organizadas pela ONU, devem-se a iniciativas eugenistas.

A grande reorganização estratégica da eugenia: a cripto-eugenia

A mais famosa das eugenistas foi Margaret Sanger, ao mesmo tempo socialista extremista e com o dinheiro de seu marido capitalista (Slee, do óleo "Três em um", ver foto na capa) à sua disposição, fundadora do "Planejamento Familiar", que teve vários nomes ao longo deste século:
  • de 1922 a 1939, American Birth Control League (Liga americana para o controle da natalidade);

  • de 1939 a 1942, Birth Control Federation of America (Federação americana para o controle da natalidade);

  • de 1942 a nossos dias, Planned Parenthood (A paternidade planejada), ou bem "Planejamento Familiar"; todas as associações nacionais se agruparam a partir de 1952 na I.P.P.F. (International Planned Parenthood Federation, federação internacional para o planejamento familiar).
Veremos depois, no capítulo "A herança eugenista e racista do Planejamento Familiar" como, seguindo os conselhos de um consultor em relações públicas, o movimento aceitou, embora a desgosto, abandonar em público o discurso revolucionário e eugenista para aparecer como promotor dos valores nacionais e familiares. Esta manipulação trouxe ao Planejamento Familiar, a admiração e o respeito de quase todo o país, e em especial de todas as pessoas envolvidas nos serviços sociais.

Depois da segunda guerra mundial, a Sociedade Eugenista Americana muda também a estratégia: passa à cripto-eugenia sem modificar nada de seus objetivos. Frederick Osborn, que tinha presidido a Eugenics Society americana de 1946 a 1952, declarava em abril de 1956 :

"Faz 86 anos Galton publicou "Le génie héréditaire"; faz 86 anos (...) ele via o movimento eugenista como algo que varreria o mundo e tornaria o homem amo de seu próprio destino sobre a terra. Isso não aconteceu. O movimento eugenista é apenas um pequeno punhado de homens em vários países; aqui na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Índia, na França. Eles não têm influência na opinião pública. Inclusive a palavra "eugenia" está desacreditada em alguns lugares. Eu, entretanto, continuo acreditando no sonho de Galton. A maioria de vocês também, acho. Devemos nos perguntar: - qual foi nosso erro?

Penso que não levamos em conta um traço de caráter quase universal, muito instalado na natureza humana. As pessoas simplesmente se negam a aceitar a idéia de que a base genética que forma seu caráter é inferior e que não deveria repetir-se na geração seguinte. Pedimos a grupos inteiros de pessoas que aceitassem esta idéia. E têm se negado em forma constante, e com isso, o que fizemos foi  matar o movimento eugenista.

As pessoas podem aceitar a idéia de um defeito hereditário específico. Eles vão a uma clínica de genética e perguntam qual é o risco que eles têm de ter um filho defeituoso. Comparam este risco com a probabilidade de ter um filho são e, em geral, acabam tomando uma decisão inteligente. Mas não aceitarão a idéia de que, em geral, são de segunda classe. Temos que nos apoiar em outras motivações.

Em circunstâncias normais, os homens têm uma quantidade de filhos proporcional à sua capacidade para cuidá-los. Se eles se sentem financeiramente seguros, se gostam de assumir responsabilidades, se têm uma resposta afetiva cálida, se são fisicamente fortes e competentes, é provável que tenham famílias grandes,  contanto que estejam psicologicamente preparados para isso. No entanto, os que não podem alimentar os filhos que têm, temem as responsabilidades, se sua resposta afetiva é escassa, não vão querer ter muitos filhos. Se dispõem de meios eficazes de planejamento familiar, não terão muitos. Nossos estudos demonstraram que isto é válido em todo o mundo. Com base nisso, é certamente possível construir um sistema de seleção voluntária inconsciente Mas os argumentos invocados devem ser aceitáveis de maneira geral. Devemos parar de dizer a todos que eles têm uma qualidade genética globalmente inferior, porque eles não concordarão jamais. Devemos apoiar nossas propostas no desejo de ter filhos (nascidos) em famílias onde serão cuidados com carinho e com responsabilidade, talvez assim nossas propostas sejam aceitas.

Acho que se a eugenia quer progredir como deveria, tem que ter políticas novas e reafirmar-se, e deste renascimento talvez possamos, em vida, ver como atinge os elevados objetivos que Galton estabeleceu". (Eugenics Review, abril 1956, v.48 Nro.°1).

Em general, Osborn é considerado responsável pela reforma do movimento eugenista depois da segunda guerra mundial; dizem que ele o purgou do racismo. Ao mesmo tempo que efetuava esta "reforma", porém, ele foi presidente em forma secreta do Pioneer Fund, de 1947 a 1956. O Pioneer Fund é uma organização muito conhecida por apregoar a supremacia branca. Logicamente, um racista encoberto não pode purgar o racismo; pode purgar o racismo aberto conservando ao mesmo tempo, uma política que pode ser considerada "cripto-racista".

Em 1973, a Sociedade de Eugenia Americana modifica seu nome: atualmente se chama: Sociedade para o Estudo da Biologia Social .

Em finais dos anos 50, o doutor Carlos Paton Blacker, que tinha sido dirigente da Eugenics Society desde 1931 (Secretário primeiro, depois secretário geral e finalmente diretor e presidente), fez esta proposta:
"Que a Sociedade de [Eugenia] deveria perseguir objetivos eugenésicos por meios menos visíveis, ou seja, uma política de cripto-eugenia, que aparentemente é um êxito na Eugenics Society americana".

Em 1960, esta proposta de Blacker foi adotada pela Eugenics Society inglesa. Esta resolução declarava, entre outras coisas:

"As atividades da Sociedade em cripto-eugenia deveriam ser continuadas com energia, em particular, a Sociedade deveria aumentar o apoio econômico à F.P.A. [Associação de Planejamento Familiar, área inglesa de planejamento familiar] e a I.P.P.F. [International Planned Parenthood Federation] e entrar em contato com a Sociedade para o Estudo da Biologia Humana [Society for the Study of Human Biology], que já tem grande quantidade de membros ativos, para ver se lá havia projetos interessantes com os quais a Eugenics Society pudesse colaborar.

A I.P.P.F. nasceu da Eugenics Society. No momento em que esta resolução foi adotada pela Eugenics Society inglesa, Blacker era o presidente administrativo da I.P.P.F.

As palavras para dizê-lo 

O número de setembro de 1994 do Correio da UNESCO (cujo primeiro secretário geral foi presidente da Eugenics Society inglesa) trata sobre a bioética, ou mais exatamente, sobre "a ética da engenharia no homem". Georges B. Kutukdjian, filósofo e antropólogo, chefe da unidade de bioética da UNESCO, explica ali a posição da UNESCO :

"A primeira pergunta que se deve formular está referida ao diagnóstico prévio à implantação, realizado em embriões fecundados artificialmente, que em virtude de sua maior simplicidade e do menor custo tem todas as possibilidades de substituir a terapia gênica nos casos, escassos, de doenças genéticas. Isto implica uma escolha [compreender "seleção" NDLR] cujo marco já foi definido em termos éticos.

A segunda pergunta é saber se o trabalho que se faz atualmente não corre o risco de concentrar-se exclusivamente nos genes que se referem ao comportamento das pessoas: "sua sexualidade, por exemplo", seus talentos e capacidades e inclusive seus "desvios". Isto poderia conduzir a uma espécie de reducionismo genético no qual as pessoas seriam definidas exclusivamente em termos de seu genoma, ou bem a uma situação na qual alguns indivíduos ou grupos poderiam ser estigmatizados pela sociedade, isolados ou inclusive eliminados. Isto implicaria adotar uma política eugenista."

Este discurso é uma notável tentativa de subversão da linguagem: a eugenia já não seria a seleção dos seres humanos conforme métodos reservados aos animais, constituiria apenas excessos eventuais da alta tecnologia, quase irrealizáveis hoje. Este deslocamento semântico é compartilhado por boa parte da mídia e da população que não vê a "eugenia democrática" que denuncia Testard.

http://www.portaldafamilia.org/textos/eugenia01.shtml

Aparelhamento político no Sebrae-SP gera demissões


Jornal GGN - O atual Diretor Superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, foi acusado de “substituir técnicos qualificados de carreira por assessores em cargos de confiança”. A denúncia foi feita pelo deputado estadual, Itamar Borges, presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e Combate à Guerra Fiscal, em discurso no plenário da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (18). (Anexo 1: discurso na íntegra de Itamar Borges)
Entre fevereiro e agosto deste ano, foram demitidos 150 técnicos qualificados, sem motivo aparente. Na semana anterior, a 81ª Vara do Trabalho de São Paulo concedeu liminar de reintegração imediata para 68 demitidos.
“Foram utilizados 5 fundamentos para a ação: dispensa coletiva, dispensa injustificada e o não respeito ao próprio regulamento interno de demissão, além de outros. Mas o próprio regulamento do Sebrae para justificar demissão não foi observado”, contou uma das advogadas responsáveis pelo caso, Tatiana Modenesi, da Mallet Advogados Associados.
A decisão liminar corre em caráter de urgência, mas cabível de recurso. Até o momento, o Sebrae não recorreu. “É uma decisão liminar, o juiz ainda não ouviu o Sebrae. Mas como há urgência e comprovações robustas dos argumentos, o juiz já reconheceu que há grandes probabilidades de os argumentos estarem corretos, por isso o caráter de urgência”, explicou a advogada. (Anexo 2: liminar de reintegração demitidos Sebrae)
De acordo com a comissão de funcionários, “a dispensa coletiva na gestão do diretor Bruno Caetano foi considerada abusiva e discriminatória, sem suficientes motivos técnico, financeiro, econômico ou jurídico e ainda porque não respeitadas regras que o próprio SEBRAE se impôs, inclusive nacionalmente, limitando o seu poder de dispensa de empregados.”.
Os critérios políticos das admissões
Entretanto, não se trata apenas de demissões sem justificativas. Nos lugar dos demitidos foram contratadas pessoas com base em critérios políticos, com um agravante: ao passo em que os demitidos sofreram quebra de sistema interno de carreira, as novas contratações também infringiram as normas fomentadas pelo próprio Sebrae, com funcionários entrando diretamente em cargos de Gerentes, Coordenadores e Assessores, que só se poderiam alcançar por critérios técnicos. 
Houve um aparelhamento amplo do Sebrae-SP.
Foi o caso de Eduardo Pugnali. Coordenador de Imprensa e Internet do Governo do Estado de São Paulo, entre outubro de 2008 a agosto de 2011. Foi o responsável pela inclusão do Governo do Estado nas redes sociais e tinha, além de outras, a função de acompanhar viagens e fazer a assessoria direta de José Serra. Suspeita-se que era, também, o coordenador da militância serrista nas redes sociais.
Em setembro 2011, 8 meses depois da entrada de Bruno Caetano na Superintendência, Pugnali tornou-se Assessor da Superintendência. Três meses depois foi nomeado Gerente de Inteligência de Mercado do Sebrae São Paulo, com salário de R$ 22.398,60. (Anexo 3: tabela de salários do Sebrae-SP)
Quando Eduardo Pugnali deixou o cargo, em dezembro de 2011, Bruno Caetano garantiu que outra pessoa de confiança assumisse como sua assessora: Luciana Motta Marin. Ela foi Assessora Técnica do Governo do Estado de São Paulo, de janeiro de 2007 a maio de 2010, e também considerada com grandes ligações a Serra.
Um assessor técnico do Estado de São Paulo recebe um salário entre R$ 4.000 e R$ 9.000, incluindo gratificações. Luciana Marin, ao lado de Bruno Caetano, atualmente está recebendo no mínimo R$ 16.045,40 – podendo esse valor chegar a R$ 22.395,80 mensais com as gratificações. (Anexo 4: tabela de salários do Governo do Estado de São Paulo)
Recentemente, Bruno e Luciana recorreram a delegados de polícia ligados a Serra para intimidar pessoas que supostamente estariam denunciando suas ligações.
Outro personagem que entra em cena é Marcus Vinícius Sinval. Foi secretário-executivo de Comunicação de Gilberto Kassab (PSD), de 2006 a 2012. Em 2012, foi acusado de propaganda eleitoral antecipada em favor de Serra por meio da publicidade oficial da prefeitura.
Marcus Vinícius Sinval recebe hoje R$ 22.398,60, como Gerente da Unidade Relacionamento do Sebrae-SP, colocação que assumiu há exatos 4 meses.
Bruno Caetano, a exemplo do presidente da FIESP, Paulo Skaf, tem utilizado os meios de comunicação do Sebrae para auto promoção, visando uma futura candidatura. Um dos funcionários demitidos, que não pôde divulgar o nome, confirma a suspeita de que Bruno Caetano se candidatará a deputado estadual nas próximas eleições.
De acordo com um ex-técnico, que não quis se identificar, que trabalhou por 13 anos na empresa e foi dispensado em junho deste ano, até os comunicados internos para os funcionários traziam a foto de Bruno no final do documento com mensagens laudatórias, algo inédito na história do Sebrae São Paulo.
Publicidade indireta
O programa Momento Empreendedor Sebrae 2014 é dos exemplos. Ele foi criado com a gestão de Bruno Caetano, no primeiro semestre de 2012, com o objetivo de dar dicas aos micro e pequenos empreendedores para a Copa do Mundo 2014, ano de eleições. Os programas que têm duração de 5 minutos são apresentados durante o programa Febre de Bola, do Esporte Interativo.
Durante a Feira do Empreendedor do ano passado, além da auto campanha de Bruno já apresentada desde o primeiro programa, o Momento Empreendedor Edição 30 revelou a explícita relação dele com Serra e Kassab, além da maior presença e tempo de imagem do Superintendente.
A narração do vídeo deu o tom da pré campanha: "A Feira do Empreendedor Sebrae contou com a presença de pessoas importantes, que reconhecem a relevância de um evento como esse para o Brasil", apresentando o ex-governador, José Serra (PSDB), o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), o vice governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), e o então presidente da Câmara dos Deputado de São Paulo, José Police Neto (PSD).
O relatório com dados oficiais da Feira não divulgou o quanto foi gasto de espaço publicitário para o evento, mas detalhou a mídia espontânea, ou seja, como foi a repercussão em jornais e redes sociais. De 14 reportagens feitas na televisão, 6 são da TV Globo Capital e 3 da TV Globo Interior. (Anexo 5: relatório Feira do Empreendedor 2012)
E não é só de mídia espontânea que a parceria se dá. Um programa semelhante ao Momento Empreendedor Copa 2014 está sendo veiculado na emissora, é o boletim especial Momento Sebrae, que tem duração de 1 minuto e mostra casos de empreendimentos de sucesso, sempre com o fechamento na palavra do Superintendente.
Esse maior investimento em publicidade pode ser constatado nas contas do Sebrae-SP. Mesmo fornecendo dados somente a partir do final de 2011, período em que Bruno Caetano já assumia o cargo, há um claro aumento nos gastos. Em novembro de 2011, foram investidos quase R$ 700 mil, sendo que, no período, as emissoras Globo e Esporte Interativo ainda não faziam parte da lista de fornecedores. Esse valor ainda era o mesmo em julho do ano seguinte.
De julho para agosto de 2012, o salto de investimentos duplicou, sendo o maior aumento em televisão: de R$ 106.153 para R$ 570.512. Naquele mês, em que se gastou um total de mais de R$ 1,6 milhão em publicidade, a Globo Comunicação e Participações Ltda passou a ser fornecedora.
Em novembro, mês da Feira do Empreendedor 2012, o investimento publicitário chegou ao mais alto desses três anos: R$ 2.239.961,13. (Anexo 6: gastos em Publicidade Sebrae-SP)
Campanha em redes sociais
Sua página do Facebook, Bruno Caetano como pessoa pública, é linkada à do Sebrae. Ele utiliza a página para divulgar a empresa, ao mesmo tempo em que publica opiniões e fotos pessoais.
Parte dessas publicações expõe também seu posicionamento partidário. Em uma delas, em divulgação contrária ao aumento do IPTU – medida fracassada de Haddad para distribuir, distritalmente, com referência ao Índice de Desenvolvimento Humano, a correção do imposto –, Bruno disse: “Tribunal de Justiça de São Paulo defendeu hoje o paulistano contra a irresponsabilidade no aumento de até 35% no IPTU. Os empreendedores e os pais de família não aguentam mais pagar tanto imposto!”.
Como fator de argumentação, o Superintendente promoveu uma pesquisa encomendada pelo próprio Sebrae São Paulo sobre o que os pequenos empreendedores achavam sobre o aumento no IPTU, revelando que 99% deles eram contrários.
Em outra publicação, ele faz alusão do governo de Nicolás Maduro ao de Dilma Rousseff, com a mensagem: “AFINIDADES PERIGOSAS - No final de semana uma grande loja de eletrônicos foi SAQUEADA na Venezuela após discurso DO PRESIDENTE Nicolás Maduro, que defendeu em cadeia nacional a ocupação de estabelecimentos que tenham ‘lucro abusivo’. De acordo com o presidente, o ‘preço justo’ será estipulado pelo governo...”, acompanhada de fotografia de Dilma com Maduro.
As ligações políticas
O atual Superintendente, Bruno Caetano, tem histórico de longa relação com a Gestão Serra-Kassab. Atuou como assessor especial da Prefeitura, no primeiro ano de gestão Gilberto Kassab, de 2005 a 2006, função que tratava da coordenação dos projetos estratégicos e informações ao prefeito. Em 2007, entrou como Secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, no primeiro ano também do então governador José Serra, cargo em que trabalhou até 2010, final do mandato tucano.
Junto à imprensa do interior, ficou conhecido pela truculência, por ameaçar cortar publicidade de jornais que veiculassem críticas ao governador.
As relações políticas dentro da empresa e a forma com que isso resultou nas demissões sucessivas, este ano, despertaram a atenção do deputado Itamar Borges, que em setembro, realizou uma solicitação de esclarecimentos pelo Sebrae São Paulo a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
No documento de cinco páginas, Borges questiona “qual o critério de preservação dos funcionários que se destacam por mérito e competência” e se “há algum objetivo de alinhamento político dos técnicos e gerentes do Sebrae-SP com a Diretoria ou com projeto eleitoral de algum dirigente”. (Anexo 7: relatório de Itamar Borges para Sebrae-SP)
O deputado estadual pergunta, ainda, qual o número de funcionários em cargos de confiança e qual o critério para essas contratações e se o Acordo Coletivo assinado entre o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo (SENALBA) e o Sebrae-SP previa a demissão em massa dos funcionários. As perguntas foram ignoradas pela Gerência.
Com isso, após a abertura de ação contra o Sebrae pelos funcionários demitidos e a conquista da liminar de reintegração, Itamar Borges voltou a falar sobre o assunto nesta última quarta-feira (18), na Assembleia Legislativa.
“Eu desejo que o Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP, integrado pelos principais líderes empresariais e representantes do governo do Estado e da União, faça uma profunda reflexão e busque a melhor solução para reparar a arbitrariedade cometida pelo Superintendente! (...) A Superintendência precisa ser mais transparente e técnica! É necessário divulgar a realização financeira, as metas e os resultados”, discursou.
Em entrevista, o ex-técnico resumiu a visão dele sobre as atuais posturas do Sebrae São Paulo: “O Sebrae está como uma Secretaria de estado, com vínculos políticos”.