segunda-feira, 30 de junho de 2014

PML E OS QUE JÁ PERDERAM A COPA


Não vai ter Copa começou como uma brincadeira e acabou por revelar a vocação de vira-lata


A partir do Blog do Miro, o Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Moreira Leite:

QUEM JÁ PERDEU A COPA NO BRASIL




Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O Brasil não ficou melhor nem pior com o Mundial.

Mas, acima de tudo, a Copa de 2014 está sendo, para os brasileiros, uma experiência cultural confortadora. Não vamos ser completamente ingênuos. A partir da versão que era preciso aguardar desastres inevitáveis e inúmeras provas de incompetência durante o Mundial, o Imagine na Copa e o Anti-Copa só tentavam nos convencer de que um grande fracasso se aproximava. Deu errado.

A crítica foi tão exagerada, tão desmedida, que a realidade mostrou-se muito melhor do que se queria imaginar. O choque foi muito grande. Equivale a acordar de um pesadelo.

Num tempo de realidades globalizadas, o Mundial permitiu aos brasileiros conhecer o novo lugar do país entre as nações do mundo. E eles estão gostando daquilo que podem enxergar.

Por muito tempo, fomos ensinados a só gostar daquilo que se via lá fora. Nem futebol tinha importância porque “só” era popular no Brasil e outros países parecidos, pobres, pretos, periféricos…

Hoje, o país sedia um campeonato que mobiliza uma plateia que formará uma audiência somada de 20 bilhões de bilhões de pessoas no mundo inteiro, ao longo de todas as partidas. Até os norte-americanos querem feriado para assistir a Copa.

É isso: o Mundial mostra aos brasileiros que eles tem motivos para gostar de seu país. Talvez ajude a diminuir, um pouquinho, quem sabe, nosso complexo de vira-lata.

Era isso, claro, que se temia e se queria impedir.

Quando a Copa chega às oitavas-de-final, e 75% das partidas foram disputadas, com recorde de gols marcados em mais de meio século, a única dúvida sobre o Mundial envolve aquela angustia maravilhosa que vai nos acompanhar até o apito final, em 13 de julho, no Maracanã: qual seleção será campeã?

É bom que seja assim.

Estamos falando de futebol, não de política. Quem não soube distinguir as proximidades e distâncias destes universos, perdeu a Copa na partida inaugural, aquela do VTNC, e foi eliminado sem nenhum ponto ganho.

Os brasileiros aproveitam cada instante para festejar e celebrar o Mundial e as alegrias que proporciona. Cantam, bebem, se esborracham. Dispensando intermediários de imensa desfaçatez e inacreditável ganância, namoram à vontade e beijam com gosto. Adoram feriados. Aplaudem a beleza dos estádios, mais confortáveis e seguros do que jamais visto no país. Aproveitam aeroportos, onde atrasos e cancelamentos de voos estão num padrão aceitável para a ocasião.

Pode-se encontrar até taxistas que falam bem da Copa, o que vai contra o código de ética de uma categoria habituada a reclamar de tudo.

Concordo com quem reclama do preço dos ingressos, que são altíssimos para um país de renda como o nosso. A queixa é certíssima. Sempre será possível pedir preços mais em conta mas é razoável lembrar que não se pode querer um espetáculo milionário, com fortunas para suas estrelas, de tamanho global, com preço de quermesse junina. Um ingresso para um jogo da Copa nunca vai custar barato.

O futebol tornou-se uma parcela dos investimentos de marketing de grandes empresas globais, que moldam o capitalismo no mundo inteiro.

Mesmo assim, e isso tem um divertido aspecto surrealista, não custa lembrar quem foram os campeões do “anti-Copa”, os influentes, aqueles que contam, que colocaram a coisa no debate: grandes campeões da iniciativa privada, porta-vozes das causas mais reacionárias. Não custa lembrar que, em 14 de janeiro, você podia ler o seguinte apelo nas páginas de dois dos mais tradicionais jornais do país:

“A maior Copa de todos os tempos na frase de Dilma, é a Copa mais cara da história. A festa macabra da Fifa, bancada com dinheiro público, simboliza a inigualável soberba do lulismo. Que as pessoas voltem às ruas desde a hora do apito inicial e, no entorno das arenas bilionárias, até a cerimônia de encerramento, exponham ao mundo a desfaçatez dessa aliança profana entre os donos do negócio do futebol e os gerentes dos “negócios do Brasil”. Que a polícia trate com urbanidade os manifestantes -e com a dureza da lei os vândalos mascarados.”

Não há nada de errado em criticar investimentos da Copa. Ninguém é obrigado a achar que um país deve sediar um campeonato mundial de futebol. Na época devida, 2007, eu também me perguntei: por que? Para que?

Depois da crise de 2008, a Copa revelou-se uma ideia mais útil do que parecia. Ajudou a economia a crescer – 0,5% do PIB anual – e a criar empregos. O debate mudou: se é verdade que hoje o país cresce menos do que se gostaria, a média de crescimento seria ainda pior sem a Copa.

No debate político de fundo, que se prolongará até as urnas de 2014, investir na Copa foi uma forma de evitar a recessão e rejeitar a austeridade que derrubou a maioria dos países da Europa. Simplificando: Neymar, Messi & os outros ajudaram as ideias de John Maynard Keynes — economista que ensinou o capitalismo a criar empregos e crescimento com apoio do Estado — a entrar em campo.

Será por isso que o Anti-Copa ganhou tanta força? Difícil negar, ainda que se tratava, vamos combinar, de uma ideia que já nasceu condenada a morte.

Baseava-se no desprezo por um sentimento profundo do povo, que é o gosto pelo futebol, que ajudou os brasileiros a construir sua nacionalidade, em particular depois da Copa de 1958, onde se cantava que “com o brasileiro não há quem possa.” (E nós sabemos como a turma anti-Copa, que desembarcou aqui de caravelas, considera o nacionalismo verde-amarelo um atraso, um “populismo”). A única forma de assegurar alguma vitalidade ao ambiente anti-Copa era produzir informaçõesa parciais e manipuladas, o que implicava em esconder dados reais sobre os estádios, sobre investimentos em educação, aeroportos e até sobre a isenção fiscal combinada com a FIFA.

Não vamos falar do tratamento generoso que todas as manifestações –anarquistas, stalinistas, tucanas, liberais e fascistas – receberam nos últimos meses. Até vídeos em inglês, com legendas em português!, foram recebidos com simpatia e calor.

E me diga quantas vezes você pode ler manifestações a favor da Copa. Estou falando, e este é um exemplo, do jornal do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá onde se diz o seguinte: “Não seremos contaminados pelo pessimismo dessa elite que apodrece a olhos vistos, porque nossa alegria de ser brasileiro é imbatível.” O texto lembra que não” desanimávamos quando éramos submetidos a uma inflação de mais de mil por cento por ano, quando o Brasil era governado pelos militares para concluir que “nossa vida é só alegria. E trabalho, muito trabalho.”Na semana passada, o mesmo boletim do sindicato dizia na manchete: “Mostramos nossa alegria e capacidade de trabalho para o resto do mundo.” Detalhe: o sindicato é ligado a Força Sindical, aquela central que promete apoio a oposição.

Na Folha de hoje, 28 de junho, Ruy Castro fala do tempo em que “Não ia ter Copa”. Chama manifestantes que tentavam impedir a Copa de “desajustados mentais” e reconhece:

“Nós, da mídia, fomos essenciais para esse pessimismo, denunciando a Fifa como Estado invasor, o fracasso na preparação da infraestrutura exigida para receber os visitantes e a diferença entre o custo estimado dos estádios e o custo real –embora não me lembre de nenhuma reportagem dizendo para onde foi o dinheiro. O ‘ Imagina na Copa!, que começou como uma brincadeira, tornou-se a sentença para a nossa inabalável vocação para o subdesenvolvimento.”

Pois é, meus amigos.

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/06/30/pml-e-os-que-ja-perderam-a-copa/

Se a mídia mentiu assim na Copa, imagina nas eleições


Imagina nas eleições 

Poucas vezes viu-se tamanha desinformação como antes desta Copa. A previsão era dantesca. Caos nos aeroportos, estádios incompletos, gramados incapazes de abrigar jogos de várzea, tumulto, convulsões sociais, epidemias. Os profetas do caos capricharam: alguns apostaram que as arenas só ficariam prontas após 2030. Só faltou pedirem à população que estocasse alimentos em face da catástrofe. 

Diante de um cenário diametralmente oposto, os mensageiros do apocalipse ensaiam explicações. A principal é a de que a alegria do povo brasileiro suplantou a penca de problemas que estava aí, a olhos vistos, e ninguém queria enxergar. Desculpa esfarrapada. 

Se é inquestionável que os brasileiros têm uma tradição amistosa, ela por si só não ergue estádios decentes, melhora aeroportos, acomoda milhares de turistas e garante acesso aos locais das partidas. Problemas? Claro que houve, mas infinitamente menores do que os martelados pela imprensa em geral. Muita gente mentiu, ou, no mínimo, não falou toda a verdade --o que em geral dá no mesmo.
Durante um tempo quase infinito, os brasileiros foram vítimas de uma carga brutal de notícias irreais. Se tudo estava tão atrasado e fora dos planos, como a Copa acontece sem contratempos maiores do que os de outros eventos do gênero? Talvez o maior legado deste choque entre fantasia e realidade seja o de que, acima de tudo, cumpre sempre duvidar de certas afirmações repetidas como algo consumado. 

A profusão de instrumentos de informação atual, ainda bem, oferece inúmeras alternativas para que opiniões travestidas de certezas sejam postas à prova. Mais do que nunca, desconfiar do que se ouve, assiste e lê é o melhor caminho para tentar, ao menos, aproximar-se do que é real. 

No final das contas, é bom que essa distância entre versão e fato tenha ficado escancarada num ano eleitoral. Se com a Copa foi assim, imagine doravante, quando está em jogo o cargo mais importante da República. A enxurrada de algarismos para mostrar um país à beira do abismo ocupa boa parte do noticiário "mainstream". Na outra ponta, estatísticas de toda sorte surgem para falar o inverso. Quem tem razão?
 
Nessa hora, o decisivo é avaliar como está a vida do próprio cidadão e como ela pode ficar se vingar a proposta de cada candidato. O mais difícil, como sempre, é descobrir se estes têm coragem de dizer o que realmente pretendem realizar.
 
ME SUGA QUE EU TE SUGO
 
O ciclo de convenções partidárias dá uma ideia do nível da campanha pela frente. A convenção do PSB de Campos e Marina elegeu como lema tirar o país do "atoleiro". Antes disso, porém, seria preciso tentar resgatar a própria legenda do lodaçal. Anunciado como terceira via, o acordo entre Campos e Marina até agora não exibiu nada de diferente da velha política que dizia combater. Mas suas alianças país afora parecem autoexplicativas.
 
Já a convenção estadual paulista do PSDB seria apenas cômica, não fosse ainda mais cômica. O ponto alto, se é que houve algum, foi o discurso do candidato à Presidência Aécio Neves. Ao se referir ao PT, ele disse: "Infelizmente, a vitória para eles não significou apenas uma oportunidade de exercer uma proposta de poder mas a possibilidade de ascensão econômica."
 
O impressionante é que ele não ficou sequer ruborizado, embora seu partido acoberte pessoas como Robson Marinho, para citar apenas São Paulo, e outros tantos que enriqueceram na base da rapinagem do dinheiro do povo. Bem, tudo se pode esperar de quem outro dia recomendou a eventuais futuros aliados hoje no governo federal: "Vão sugar um pouco mais. Façam isso mesmo: suguem mais um pouquinho e depois venham para o nosso lado". De preferência com a mala cheia.
 
http://saraiva13.blogspot.com.br/2014/06/se-midia-mentiu-assim-na-copa-imagina.html

'Não vai ter Copa' virou 'Não vai ter Hexa'

247 – O colunista Ricardo Kotscho critica “nossa mídia familiar e os coxinhas tucanos da elite que vão aos estádios da Copa”, que insistem em discursos derrotistas sobre o Mundial. Leia:

Mudaram o Não vai ter Copa pelo Não vai ter Hexa

Eles não esquecem, não perdoam e não aprendem. E não desistem. Para a nossa mídia familiar e os coxinhas tucanos da elite que vão aos estádios da Copa, como mostra a Folha deste domingo, o Brasil simplesmente não pode dar certo, nem dentro nem fora do campo.

Sem jogar nenhuma maravilha, a seleção brasileira vinha fazendo sua melhor partida até aqui, contra o Chile, neste sábado, no Mineirão, até marcar o primeiro gol. Parecia até que seria fácil a classificação para as quartas de final. De repente, numa bobeada grotesca de Hulk, que deu de presente o gol de empate para La Roja, até então assustada em campo, mudou tudo. A nossa torcida chique silenciou, a seleção de Felipão se perdeu, e os chilenos tomaram conta da festa.

Nas praias do Nordeste, os bugueiros (não confundir com blogueiros) costumam perguntar ao turista se prefere fazer os passeios pelas dunas com emoção ou sem emoção. Para nós, ninguém perguntou nada, mas a teimosia do nosso técnico em não mexer no time quando as coisas não estão dando certo, mantendo dois laterais que não marcam nem atacam, e deixam avenidas às suas costas, um meio de campo sem criatividade e o cone Fred estático no meio do ataque, fez do jogo um sofrimento sem fim até a cobrança do último pênalti.

Vejam como é a vida: pois foi esta mesma teimosia mostrada por Felipão ao manter Julio César no gol, contra a vontade de 10 entre 10 comentaristas e torcedores, porém, que acabou sendo o principal responsável pelo Brasil garantir a vaga para a próxima fase. Em lugar de Neymar, que joga numa solidão danada, o herói desta vez foi Julio César, o goleiro crucificado pela nossa eliminação no jogo contra a Holanda, na Copa de 2010.

Quem poderia imaginar uma reviravolta dessas? Só conheci uma pessoa, além de Felipão, que defendeu Julio César antes e durante o jogo, a minha amiga Ana Paula Padrão, com quem assisti ao jogo ao lado de outros amigos aqui no bar da esquina.

Até o Sebastian, meu primo alemão que vive nos Estados Unidos e está adorando o Brasil, acabou sofrendo junto, cada vez que errávamos mais um passe e o time simplesmente não conseguia chegar ao gol do Chile. "Eu não disse?" comemorou a Ana Paula ao ver Julio César fazer uma defesa impossível e depois defender dois pênaltis.

Se já não era muito grande a confiança na conquista de mais um título porque esta Copa revelou ótimas seleções, como a da Colômbia, que estão jogando um futebol melhor do que o nosso no momento, agora a urubuzada da imprensa deitou e rolou diante das dificuldades que encontramos, depois de muita emoção, para seguir em frente na Copa. E tem graça futebol sem surpresas e emoções?

Após passar o ano inteiro jogando no "Não vai ter Copa" e batendo pesado no governo, que seria incapaz de organizar um evento como esse sem colocar em risco os torcedores nativos e as seleções visitantes, além dos cofres públicos, eles acabaram se rendendo à grande festa em que se transformou esta Copa no Brasil, e até já estão fazendo autocríticas envergonhadas sobre o erro das suas previsões apocalíticas. Agora, com a maior cara de pau, simplesmente colocam a culpa na "imprensa estrangeira", como se não tivessem sido eles próprios que alimentaram o noticiário negativo desde que o Brasil foi escolhido, sete anos atrás, para sediar a Copa.

Como se dissessem, tudo bem, a Copa é um sucesso, mas vocês vão ver a ressaca que virá depois, agora jogam tudo nas fragilidades da nossa seleção, mudando o discurso para "Não vai ter hexa". Felipão pode até ter um estalo e acertar o time para o próximo jogo que eles vão continuar torcendo contra e anunciando o fim do mundo. Se fora de campo tudo está funcionando muito bem, então dentro do campo tem que dar tudo errado.

Ganhar ou não o hexa pode depender de mil coisas, inclusive da sorte na cobrança de pênaltis e das virtudes de adversários cada vez mais fortes daqui para a frente. Como disse um amuado Felipão na véspera do jogo, se perdermos, não vai ser nenhuma tragédia, e a vida vai seguir em frente. Só uma certeza eu tenho: para quem jogou tudo no caos para desgastar o governo e ficou até com vergonha do Brasil, no entanto, esta Copa já foi perdida. Eles parecem ter nascido para perder.

Que venha a Colômbia!

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/145134/Kotscho-%27N%C3%A3o-vai-ter-Copa%27-virou-%27N%C3%A3o-vai-ter-Hexa%27.htm

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Morador de rua está preso há 1 ano por ter participado dos protestos de Junho de 20013



Nem um dos manifestantes que insuflou esse pobre coitado a fazer parte do grupo que foi pras ruas praticar atos de vandalismo, ou mesmo os movimentos organizados como o tal dos pelegos do MPL e movimentos sociais engajados, bem como os coletivos que apareciam na mídia para mostrarem insatisfação contra tudo o que está aí, levantaram um só cartaz contra a injustiça de que foi vítima esse ser desvalido que não tem voz nesse mundo iníquo. Inocente útil em meio a playboys de classe média que tomaram as ruas para se divertirem em sua rave que quase acaba em um golpe branco de Estado. Deveriam aproveitar o momento de insistir com os protestos para organizar uma manifestação em favor desse morador de rua, o único que se encontra condenado pela justiça por participar das manifestações de junho de 20013, o símbolo de uma justiça pervertida. Nem mesmo o Mauricinho que detonou um explosivo que matou o repórter da bandeirantes foi condenado pela justiça. Continua impune. Esse descamisado paga o pato de uma sociedade injusta e desigual. 


Um ano de prisão
Por Wadih Damous

Morador de rua foi condenado a cinco anos e dez meses por "porte de artefato explosivo" em manifestação; trata-se de um vidro com pinho sol e água sanitária; ele seria condenado se fosse da classe média ou da elite?

Rafael Braga Vieira era um morador de rua, que ganhava a vida catando latas. Foi preso no dia 20 de junho de 2013, depois de encerrada uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro.

Como aconteceu no término de outros protestos, naquele dia houve quebra-quebra promovido por grupos de mascarados e a polícia efetuou prisões.

Entre os detidos estava Rafael Braga Vieira. Ele tinha consigo, além de latas de cerveja amassadas, com que buscava seu sustento, recipientes com restos do desinfetante Pinho Sol e de água sanitária. Ao contrário dos demais, ficou preso preventivamente.

No dia 2 de dezembro o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal, o condenou a cinco anos e dez meses de prisão em regime fechado, por "porte de artefato explosivo". Serviu como agravante para a condenação o fato de Rafael já ter sido condenado duas vezes por roubo.

Segundo o magistrado, laudo pericial "atesta que uma das garrafas tinha mínima aptidão para funcionar como coquetel molotov". "O etanol encontrado dentro de uma das garrafas pode ser utilizado como combustível em incêndios, com capacidade para causar danos materiais, lesões corporais e o evento morte", afirmou o juiz. A Defensoria Pública recorreu.

Mas Rafael teria sido condenado se fosse de classe média?

O desinfetante encontrado em seu poder tem, de fato, álcool em sua composição. Aliás, como os demais produtos do gênero vendidos em supermercados. Mas, daí a condenar quem o tem consigo por porte de "artefato explosivo" é evidente exagero.

Estamos diante de um bode expiatório. Para isso, nada melhor do que um humilde morador de rua, catador de latas.

Semana passada, Rafael completou um ano de prisão.

Esperamos que esse aniversário não se repita e que a injustiça de que foi vítima
seja reparada o quanto antes. 


http://www.brasil247.com/.../Um-ano-de-prisão.htm

Huck indigna governo e faz Globo ser denunciada

247 – Uma campanha promovida pelo apresentador Luciano Huck, da Globo, que incentiva mulheres brasileiras a conquistarem "gringos" que estão no País para a Copa do Mundo, causou grande polêmica nas redes sociais. Agora, o caso chegou à esfera judicial. Os blogs O Cafezinho, de Miguel do Rosário, e Megacidadania denunciaram a emissora por crime de exploração sexual.

"Ta no Rio? Solteira? Quer 1 principe encantado entre os 'gringos' q estão na cidade. Mande fotos e o pq; namoradaparagringo@globomail.com", tuitou Luciano Huck na última terça-feira 24. "Está claro que a Globo cometeu um crime grave", escreve Miguel do Rosário, em seu blog. "A campanha teria que ser feita para homem, mulher e homossexuais. Se se trata de 'amor', por que só mulheres com 'gringos'? Por que não homens com 'gringas'? É muito estranho!", acrescentou.

A campanha também foi motivo de críticas pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos. "Espera-se da Globo o q Adidas teve q fazer: retratar-se pela absurda ideia d q toda mulher e menina do Br está disponível pra qquer gringo", escreveu no Twitter. "Tem q avisar comunicador da Globo q brasileiras sonham e realizam mais em suas vidas do q ele pensa:estudam, trabalham e até dirigem o país", criticou ainda.

Ao portal UOL, a Rede Globo, por intermédio de sua assessoria de imprensa, informou que é contra qualquer tipo de violência. "O apresentador Luciano Huck, assim como toda a equipe de seu programa, é contra qualquer tipo de violência e sempre apoiou campanhas contra a exploração sexual de mulheres. A mensagem postada nas redes sociais de Luciano Huck se refere a um quadro já produzido outras vezes pelo 'Caldeirão' e, por outros programas com o intuito de promover o encontro entre pessoas, sejam elas brasileiras ou não. A nova edição do quadro é um projeto em estudo, que sequer está em produção, assim como outras iniciativas internas do programa", disse a emissora em um comunicado.

Leia abaixo o post do Cafezinho sobre o assunto:

Globo é denunciada no Ministério Público por crime de exploração sexual

Os blogs O cafezinho e Megacidadania registraram denúncia no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, contra a Globo, por crime de exploração sexual.

Clique aqui para você também fazer uma denúncia.

O crime é particularmente grave porque a Globo quis tirar proveito financeiro, de forma espúria, de um evento internacional, em que o Estado brasileiro mobilizou uma imensa estrutura pública para atrair estrangeiros de todo planeta.

Está claro que a Globo cometeu um crime grave.

O governo faz campanhas caríssimas para combater o tráfico internacional de mulheres, uma das maiores barbaridades do nosso século, e a Globo inicia uma campanha obscura, sinistra, para que jovens do Rio mandem um email com fotos de seus corpos para conhecer "gringos"?

Uma coisa assim teria que ser muito transparente. E jamais poderia ser feita por uma empresa que aufere a maior parte de seus lucros de uma concessão pública.

E que tem o direito exclusivo de transmissão dos jogos da Copa do Mundo!

A campanha teria que ser feita para homem, mulher e homossexuais. Se se trata de "amor", por que só mulheres com "gringos"? Por que não homens com "gringas"?

É muito estranho!

Texto da nossa denúncia:

Descrição:

Devassidão de Huck [TvGlobo] vulgariza o Brasil. Diante de campanha divulgada por Luciano Huck da Rede Globo em redes sociais (facebook e twitter), e no site da própria empresa e que tinha nítido caráter de incentivar, estimular, tirar proveito, induzir, atrair, facilitar, a lascívia da mulher, é momento de mostrar ao mundo que o Brasil recrimina o turismo sexual. Demais argumentos bem como comprovação da divulgação (cópia da mensagem nas redes sociais e site) é só acessar aqui.
Solicitação:

QUE A LEI SEJA APLICADA O Ministério Público tem a obrigação constitucional de abrir imediatamente procedimento contra a Rede Globo. TIPIFICAÇÃO: Do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa para Fim de Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual
Abaixo, a foto do cadastro de nossa denúncia no Ministério Público.



Os tuítes da deputada Maria do Rosário sobre a campanha:


E os posts de Luciano Huck:
 http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/144998/Huck-indigna-governo-e-faz-Globo-ser-denunciada.htm

"Que mundo é esse em que as pessoas querem igualar a injustiça?", diz Miruna



Jornal GGN - “Ai, Papai, me doeu fundo no peito ouvir que a justificativa para você estar em um presídio e não em casa, mesmo com sua saúde debilitada, é o fato de existirem muitos outros presos nessa mesma situação. Que mundo é esse, meu Deus, em que as pessoas querem igualar a injustiça e não a justiça? Que mundo é esse em que queremos castigar você porque existe gente em uma situação tão horrível quanto a sua?”, escreve Miruna Genoino na sua 53ª carta ao pai.
O depoimento é um desabafo da filha de Genoino, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal, desta quarta-feira (25), rejeitando o pedido de transferência para o regime domiciliar, depois da piora do estado de saúde já delicado do pai.
Confira, na íntegra, a carta de Miruna:
Meu Papai amado, 
Logo que o ministro Barroso falou as duas primeiras frases eu já soube que o resultado seria a derrota. Infelizmente, depois de todos estes anos de tortura emocional e psicológica meus ouvidos já sabem ler muito rapidamente a guilhotina da covardia e da injustiça subindo bem rápido, se preparando para degolar a gente, bem ali, onde dói.
Porque dói muito, dói demais, ouvir da boca de alguém que representa algo importante no nosso país, que existem muitas provas de que você não tem nada grave, quando eu, você, nós, sabemos de um jeito tão duro e real, que a vida quase te levou, que você precisa de cuidados e que as coisas não estão bem aí na Papuda.
Ai, Papai, me doeu fundo no peito ouvir que a justificativa para você estar em um presídio e não em casa, mesmo com sua saúde debilitada, é o fato de existirem muitos outros presos nessa mesma situação. Que mundo é esse, meu Deus, em que as pessoas querem igualar a injustiça e não a justiça? Que mundo é esse em que queremos castigar você porque existe gente em uma situação tão horrível quanto a sua? Que mundo é esse…
Em um primeiro momento a minha maior raiva foi do novo relator, claro. Raiva de ter sentido esperança com a chegada dele e raiva do seu jeito técnico e jurídico de nos dar essa punhalada injusta. Mas na verdade não tenho raiva dele não, ou ao menos não totalmente. Tenho raiva de todos aqueles que em maior ou menor medida contribuíram para que essa decisão de hoje fosse tomada de forma tão vergonhosa. 
Tenho raiva do cara, sim, ele, que foi construindo essa trama de mentiras ao redor da sua doença. Tenho raiva dos médicos de laudos, que contrariaram seus necessários princípios éticos e deturparam a sua condição de saúde. Tenho raiva da imprensa, que mesmo tendo ficado na porta do hospital, vendo boletins médicos e sabendo de tudo, foi colocando as notícias de forma a criar a dúvida sobre o que você tem. Tenho raiva dos covardes da câmara, que não quiseram dar o que era seu de direito, por medo, por covardia por pura injustiça. Tenho raiva de todas as pessoas que poderiam ter feito algo para que a verdade aparecesse e não fizeram, preferiram olhar para o lado. Tenho muita, muita raiva.
Mas vou vencer esse sentimento.
Ontem, Papai, escrevi aos meus amigos e amigas que eu não tinha esperanças sobre a decisão de hoje e recebi mensagens que nem sei como descrever, permeadas de amor, de presença, de carinho, de amizade e de muita, muita esperança. Não sei como essas pessoas estão se sentindo hoje, porque toda aquela corrente acreditando que sua situação ia melhorar viu hoje o muro da injustiça colocar mais um tijolo na sua história, mas acho que elas continuarão nos mandando da forma que for possível, sentimentos verdadeiros de paz, de fraternidade, de verdade, e de luz. E com isso me sinto esperançosa.
Mas hoje, depois que a realidade se fez presente eu senti um buraco no fundo do peito e pensei: de onde é vou tirar forças para acreditar na vida? No bem? Em que vale a pena fazer coisas boas? 
De onde? Como educar duas crianças, meu filhos, para que acreditem, lutem, vivam a verdade e a bondade? Como? E não conseguia encontrar a resposta… Foi olhando as nossas fotos que encontrei o caminho… Achei uma foto linda, linda, de você segurando a Paulinha pela primeira vez. Que foto linda meu Papai lindo, que foto linda…
Era 2006, você tinha acabado de conseguir se eleger para a câmara dos deputados depois de toda essa tragédia na nossa vida, e finalmente conseguia ir me encontrar para conhecer sua neta, sua primeira neta. Lá na foto o que existe é isso. Vida, muita vida, emoção e alívio, muito alívio. Alívio por ver que a vida nos reserva esses pequenos grandes milagres que fazem tudo ter algum sentido. Alívio por saber que tínhamos conseguido vencer 2005 e sermos fortes para viver o nascimento da nossa Paulinha em 2006. Alívio por ver que a vida segue, e que de alguma forma existe uma força maior que sempre mostra que por maior que seja a maldade, sempre o que é bom, e justo, busca uma forma de se fazer presente. Alívio.
Essa é a foto que eu evoco hoje, Papai, a foto da vida, da vitória, da esperança. Você me ajudou a vencer o medo que passei com todos os meus problemas e angústias relacionados à maternidade e me fez ter forças para acreditar que eu ia realizar o sonho de ser mãe.
Agora, está aí dentro, e mesmo assim, longe de mim, consegue me mandar de alguma forma suas mensagens de fé e de esperança, de luta e de paz, e de verdade e coragem, porque existem duas crianças aqui lutando desesperadamente para seguir em frente, para ver sua família bem, para um dia reencontrar o avô.
Termino essa minha carta 53 mandando a você, Papai, todo meu amor, todo meu afeto, e toda minha saudade, mas termino principalmente essa carta com as palavras da sua netinha querida: eu acredito que um dia tudo vai ficar muito bem.
Te amo… Semana que vem estou aí para te visitar. 
Muitos beijos da sua sempre,
Mimi

http://jornalggn.com.br/noticia/que-mundo-e-esse-em-que-as-pessoas-querem-igualar-a-injustica-diz-miruna

O DIREITO FUNDAMENTAL DE JOSÉ GENOINO



Por Paulo Moreira Leite

Ao negar prisão domiciliar a Genoíno, Supremo usou valor correto em situação errada
A decisão do Supremo Tribunal Federal de negar a prisão domiciliar a José Genoíno merece uma nova reflexão.
Ao negar o pedido, o relator Luiz Roberto Barroso afirmou: "Sou solidario a ele. É um sujeito hipertenso, que está em condições adversas do cárcere. Mas ele não está em circunstancias mais graves ou menos piores do que os outros."
Em apoio ao relator, o decano Celso de Mello lembrou que "segundo informações da Vara deExecuções Penais do Distrito Federal, cumprem pena 306 hipertensos, 16 cardiopatas, 10 condenados com câncer, 56 com diabetes e 65 com Aids. Nada justifica o tratamento diferenciado".
A discussão colocada por dois dos mais respeitados e cultos integrante da Corte tem grande relevância. Argumentou-se que, em nome da igualdade de tratamento, seria errado atender ao pedido de José Genoíno. Gostaria de debater o argumento da igualdade.
Vivemos num país onde a igualdade entre todos os cidadãos se afirma como um valor essencial da democracia e da Constituição. É bom que seja assim. É um caminho para vencer nossa desigualdade estrutural, matriz de grande parte dos problemas brasileiros.
A Constituição reconhece, também, que os indivíduos têm direitos fundamentais. Um deles é o direito à vida e a à integridade.
Não é porque ocorrem milhares de assassinatos, todos os dias, que uma pessoa não tenha o direito de cobrar proteção do Estado no momento em que lhe apontam um revólver.
Da mesma forma, não é porque nossos hospitais publicos se apresentem, muitas vezes, numa situaçao global de calamidade que o cidadão comum não tenha o direito de exigir uma atendimento decente.
E é porque entende que esses direitos fundamentais à vida devem ser respeitados que o judiciário, muitas vezes, obriga o Estado a arcar a com despesas de tratamentos médicos caríssimos, que nem a rede pública nem os planos privados – mesmo caríssimos – têm disposição para pagar.
A simples permissão para a venda de planos privados de saúde -- cujos custos são deduzidos do imposto de renda, representando uma forma de subsídio -- é uma forma de reconhecer esse direito fundamental à vida.
O direito a vida se desdobra, em nossa Constituição, no artigo 6, que diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.
Você já viu aonde quero chegar e é isso mesmo.
O fato de mais de 400 prisioneiros sob guarda do sistema prisional do Distrito Federal padecerem de doenças graves, sendo tratados internamente, nas condições que todos podem imaginar, em nada diminui o direito fundamental de Genoíno a que se assegure o melhor para sua saúde. Não há como negar que o melhor para ele é fazer o tratamento em casa.
Mesmo porque, como lembrou o procurador Rodrigo Janot, na Papuda não existe plantão noturno nem nos finais de semana -- e até uma criança sabe que problemas cardíacos não ocorrem com hora marcada. Se o estresse ajuda a agradar a condição de um cardiopta, é fácil imaginar qual ambiente mais estressante.
Essa situação em nada diminuia, também, a necessidade do Supremo dar resposta a este caso específico, que lhe coube analisar na sessão de quarta-feira passada. Embora se posssa considerar possível e até necessário que o STF debatesse, naquela mesma tarde, mesmo em véspera de seu recesso, formas de avaliar o atendimento aos demais 400 presos, todos com os mesmos direitos de Genoíno, havia uma questão específica a ser tratada ali.
Entre todos os adoentados da Papuda, era o único sentenciado pelo STF, o que confere um elemento particular de responsabilidade aos juizes encarregados de julgar se deveria ser mantido na prisão ou se poderia tratar-se em casa. Os outros adoentados da Papuda não são ouvidos no STF.
Ao contrário do que se disse durante a maior parte do julgamento, muitos ministros sublinharam a versão de que o pedido de Genoíno se baseava em laudos de médicos particulares, onde se definia sua condição de paciente "grave," enquanto um documento oficial, de uma junta médica formada por decisão de Joaquim Barbosa, negava essa condição.
Coube a Ricardo Lewandovski, num momento em que a votação já havia ocorrido, lembrar que o Instituto Médico Legal – o único autorizado a atestar a causa da morte de uma pessoa – definiu a cardiopatia de Genoíno como "grave." O mesmo faz a versão completa da junta médica da Câmara, assinada pelos doutores do Poder Legislativo.
Ao levantar o argumento da igualdade, empregou-se um valor correto numa situação errada.
Se tivesse acolhido o pedido, o STF teria, inclusive, aberto um precedente para que outros casos, de outros prisioneiros, menos iguais do que o ex-deputado, ex-presidente do PT e político de prestígio, recebessem mais atenção. O caso de Genoíno teria servido, assim, para melhorar atendimento a saúde dos prisioneiros, da Papuda e de fora dali. Ao recusar o pedido, a mensagem é oposta. Todos os 306 presos hipertensos, 16 cardiopatas, 10 condenados com câncer, 56 com diabetes e 65 com Aids serão mantidos na situação em que se encontram.
De qual valor estamos falando, mesmo?
Estamos falando de direitos humanos – outro nome de direitos fundamentais.
Num artigo de 1987, quando os brasileiros começavam a recuperar direitos democráticos, o governador Franco Montoro promoveu, em São Paulo, uma política de defesa de direitos humanos junto a polícia estadual, a PM e a Polícia Civil, num esforço para proibir a sobrevivência de práticas ilegais e vergonhosas. Nem se falava, na época, da necessidade de que tivessem um atendimento médico decente. O debate sobre condições de vida no cárcere era visto como coisa de intelectual da USP. A questão, na época, era tolerar ou proibir a tortura.
Analisando o surgimento de um conservadorismo extremista que se insurgia contra todo esforço para garantir os direitos fundamentais de pessoas encarceradas, o sociologo Antonio Flavio Pierucci escreveu num artigo memorável ("As bases da Nova Direita") publicado na revista Estudos Ceprab:
"Querer vê-los tendo arrepios é pronunciar as palavras direitos humanos. 'O que o senhor ou a senhora acha dos direitos humanos? É uma política com a qual a senhora concorda?" Diante de uma pergunta dessas, eles e elas se inflamam, se enfurecem. É interessante – e decepcionante – que a associação primeira do sintagma direitos humanos seja com a ideia de "mordomia para presos.'
Entrevistando uma advogada no bairro da Mooca, 40 anos, Pierucci ouviu o seguinte argumento:
"O pior de tudo é que houve uma inversão de valores. O bandido, hoje em dia, é endeusado, embora seja um assassino, estuprador, seja o diabo. Então ele precisa tomar o banhozinho de sol. A comida não está boa? Precisa de champagne francesa. Quer dizer: ele efetivamente não está sendo punido. Ele está vivendo às nossas custas."
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/144917/STF-usou-valor-correto-em-situa%C3%A7%C3%A3o-errada-diz-PML-sobre-Genoino.htm

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Quem está por trás da ONG ‘Repórteres Sem Fronteiras’



Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Danilo Gentili e Marcelo Madureira.

Essa é a escalação da seleção feita por Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, com a qual ele não gostaria de jogar. Em recente artigo, Cantalice afirmou que esse time não faz outra coisa a não ser propagar o ódio.

“Diurtunamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros pregam seu fim (…) são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais.” 

Obviamente a mais feroz reação veio de Reinaldo Azevedo que ameaça processar Cantalice. E contou com algum apoio do Repórteres Sem Fronteiras. De resto, o próprio Azevedo queixou-se do silêncio dos colegas de classe.

Nem sempre personificar é bom. Nem sempre não quer dizer nunca. Listar quem só fomenta o pessimismo e depreciação da classe política é até didático nesse caso. A generalização trouxe alguns efeitos colaterais durantes as manifestações. Criticar a “grande mídia” sem dar nome aos bois fez com que muitos repórteres e jornalistas fossem expulsos das ruas ou mesmo agredidos. Aconteceu até com Caco Barcellos.

E como posicionou-se o Repórteres Sem Fronteiras? Emitiu uma nota mencionando preocupação com a “tensão entre governo e jornalistas da oposição”, como se um cerceamento da liberdade de imprensa estivesse em marcha, fazendo coro ao discurso atualmente disseminado pela mídia entre as classes menos informadas.

Primeiro, Cantalice não é governo, é o vice-presidente do partido. Segundo, a Repórteres Sem Fronteiras não goza de isenção para dar esse pitaco.

A ONG é sensivelmente opositora de governos de esquerda e sua preocupação com jornalistas costuma seguir a mesma tendência.

Quando tropas americanas atacaram o hotel Palestina em Bagdá e três jornalistas que cobriam a invasão dos EUA no Iraque morreram, a ONG não fez estardalhaço. No mesmo dia a sede da TV Al Jazeera também foi atacada. O RSF não condenou as mortes. E há inúmeros outros exemplos. 

Causa desconfiança o fato da entidade ser financiada por campanhas americanas contra governos que lhe são contrários. Cuba e Venezuela são fregueses de carteirinha. Quem faz os aportes em nome do governo dos Estados Unidos é a National Endowment for Democracy (Fundação Nacional pela Democracia). Maxime Vivas, escritor francês, lançou há alguns anos o livro ‘A Face escondida do RSF’ no qual indica as relações da organização com o governo dos Estados Unidos e com a CIA.

Foi Vivas quem denunciou a cumplicidade do fundador e diretor Robert Ménard do Repórteres sem Fronteiras com os órgãos norte-americanos de inteligência ao mencionar o Center for a Free Cuba e a NED como seus únicos patrocinadores durante aquela longa gestão. Ménard, tal qual Reinaldo Azevedo, ameaçou processar o escritor, mas bateu em retirada. Tempos depois, manifestou sua simpatia pela Frente Nacional, partido de extrema-direita da França que prega o racismo, a xenofobia e demais devaneios.

A Veja nos últimos dias tem se referido a ela como a “respeitada organização Repórteres Sem Fronteiras”. Como diria Gilberto Gil: procure saber.

Mauro Donato
No DCM
http://www.contextolivre.com.br/2014/06/quem-esta-por-tras-da-ong-reporteres.html

Jornalista fala sobre Copa no Brasil: vai ser um vexame

LUCIANO HUCK, VOCÊ TEM FILHA ? Não foi ele quem fez a camiseta da banana do Daniel Alves ?

Conversa Afiada reproduz texto irretocável do Muda Mais sobre outra do Luciano …

PRÍNCIPE GRINGO?! A GENTE PREFERE ESTUDAR! #NAOMEAJUDALUCIANO



Ontem, no final da tarde, Luciano Huck gerou polêmica ao tuitar o novo quadro do Programa Caldeirão do Huck.

O tuite em questão é esse: >>>> “@LucianoHuck Ta no Rio? Solteira? Quer 1 principe encantado entre os “gringos” q estão na cidade. Mande fotos e o pq; namoradaparagringo@globomail.com”

Reparem na escolha do email: namorada para gringo. Como assim, gente?

O que nos surpreende não é o formato “arrume um namorado” – que de original não tem nada -, mas a ausência de qualquer reflexão sobre o fato de o Brasil ser tido como um dos principais destinos para turismo sexual, sem contar a exploração sexual de crianças e adolescentes e o tráfico de pessoas para fins sexuais. 

O que nos assusta é que não se trata de um programa de namoro simplesmente – como já vimos muitos. Mas como pode um apresentador de grande alcance na mídia brasileira, com um público muitas vezes adolescente, vender a ideia de “príncipe encantado estrangeiro” desconsiderando toda a luta nacional para o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e a situação de cuidado especial que grandes eventos proporcionam?

O governo fez uma série de ações justamente para coibir exploração sexual durante a Copa do Mundo, incluindo aplicativos para notificação automática, e estamos todos de olhos abertos para a violência contra as mulheres. 

Ei,  Secretaria de Direitos HumanosUnicef, Onu Mulheres, e outros órgãos internacionais, convidamos vocês a darem uma olhadinha nessa matéria e esperamos que façam algo pra impedir que esse programa vá ao ar. Nada contra o Luciano – quer dizer, mais ou menos – mas tudo contra esse absurdo de expor mulheres, seja na rua, dentro de suas casas, seja em rede nacional.

Situação presente em todo o mundo e que atinge milhares de adolescentes brasileiros, a exploração sexual é uma prática comum e cri-mi-no-sa, conforme código penal brasileiro, podendo gerar até 3 anos de reclusão para o envolvido.

Também está ainda presente o habitual viralatismo local. Luciano não só propõe ajudar garotas a encontrar um ~príncipe encantado~ como sugere que tem preferência pra que o cargo pretendido seja ocupado por um ~gringo~ /o\ /o\ /o\.

Quando essa matéria foi ao ar, Luciano Huck já havia tirado o post de seu Facebook, mas até o momento mantém o tuíte em sua página oficial no site em questão. Vale lembrar ao Luciano, que a memória da internet e o que é colocado nela não pode ser facilmente deletado. Hoje, com todos os recursos da rede, não é preciso muito pra fazer um simples e prático print-screen.


O Brasil Post começou uma campanha interessante, e o Muda Mais engrossa o coro: #nãomeajudaLuciano

Em tempo: liga o Vasco:

- Garotas correntistas do Itaúúú têm mais chances, Luciano ? 
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/06/26/luciano-huck-voce-tem-filha/

Justiça que prende poderoso era uma estória da carochinha para tornar palatável prisão de petistas




Vejamos como é a verdadeira face da justiça brasileira, campeã mundial da impunidade. José Roberto Arruda depois de filmado recebendo propina para facilitar ações criminosas no governo que esteve à frente em Brasília e ter sido preso, condenado com base em testemunho obtido por meio de delação premiada de um ex comparsa, percebendo que ficaria impune decidiu candidatar-se novamente ao governo do Distrito Federal.Tudo ia bem. Não fosse por um detalhe: para não passar por um monumental vexame, especialmente depois que a justiça resolveu ser exemplar com os "mensaleiros" petistas, agora que poderosos são condenados, (Pausa para rir.) O Ministério Público decidiu sair da letargia que comprometia sua imagem nesse caso e como que num passe de mágica passou a dá celeridade aos processos de Arruda que estavam esquecidos nos escaninhos e depois de tantos anos conseguiu condenar Arruda em primeira instância. Somente agora que Arruda ousou desafiar a impunidade que acoberta suas ações criminosas, lançando-se candidato ao governo de Brasília. Se tivesse permanecido oculto no anonimato dos últimos anos nada teria lhe acontecido. São conchavos informais, pactos de silêncios que há entre as elites. Eles se protegem mutuamente.

Arruda não se fez de rogado e recorreu. Ele sabe exatamente em qual terreno escorregadio pisa. Se tivesse qualquer dúvida de que seria derrotado no recurso que interpôs não teria recorrido. Dá passos calculados porque conhece exatamente como funciona a justiça e o tamanho dos braços que ela tem para ser capaz de alcançá-lo. Todavia, o julgamento em segunda instância estava marcado e se porventura tivesse se realizado a confirmação da sentença dada a Arruda seria favas contadas. Essa segunda condenação sepultaria suas chances eleitorais, o enquadraria na lei da ficha limpa. Para "surpresa" geral faltando 11 dias do término do prazo para o registro de candidaturas, Arruda é beneficiado por uma decisão monocrática de um juiz do STJ que mandou suspender o julgamento. Arruda não tinha a menor dúvida de que isso aconteceria. Não se exporia em vão. Seus amigos deram o encorajamento de que precisava. Poderosos grupos de Brasília que agem nos subterrâneos.

Agora Arruda vai poder registrar sua candidatura e disputar as próximas eleições com chances reais de ganhar, já que pesquisas apontam seu amplo favoritismo causando espanto, porquanto um dos mais violentos protestos contra corrupção aconteceu em Brasília durante a fatídica jornada de junho de 20013 quando quase invadem o palácio do planalto e agora um gatuno, ladravaz do dinheiro público está em vias de ser eleito mais um vez governador de Brasília pelas mãos dos mesmos que foram protestar contra a corrupção e quase invadem a sede do governo federal e escalpelam a presidenta Dilma.

Detalhe: se eleito, uma novela será contada em capítulos com inúmeros recursos questionando a eleição de Arruda que só governará por força de liminares que certamente conseguirá na justiça. Veja que essa estória de que a justiça age para punir poderosos foi uma armação muito bem engendrada para enganar os incautos e os analfabetos políticos que se deixaram arrastar pelo ódio visceral ao Partido dos Trabalhadores. Como podem ver, José Roberto Arruda está livre e desimpedido para concorrer ao governo do Distrito federal, um ladrão que permanece na impunidade e que vai disputar mais uma eleição com toda sua ficha imunda e não há nenhuma reação mais vigorosa das entidades de combate a corrupção em protesto a essa falta de vergonha e respeito ao cidadão brasileiro.


Agora me pergunte sobre a reação da mídia ao saber que um criminoso, ladrão do dinheiro público, com provas em vídeo e testemunha em delação premiada, condenado em primeira instância e preste a ter a mesma condenação confirmada em segunda instância, pode ser candidato como se fosse um homem de bem que não devesse nada a justiça?

 
Simplesmente silenciou como faz com todos os casos de corrupção que não tenham ligações com o PT. Por esse raciocínio sinuoso só quem é corrupto é o PT.

Observe e esteja convencido de que se no lugar de José Roberto Arruda fosse um petista, não importa qual, nas mesmíssimas condições, dependendo de uma decisão judicial para continuar candidato com chances de disputar uma eleição majoritária para governador, pesando sobre seus ombros uma condenação judicial de primeira instância em vias de ser confirmada em segunda instância, ainda mais quando isso eliminaria qualquer possibilidade de uma candidatura uma vez que a confirmação em segunda instância de uma condenação judicial se dá com base numa decisão colegiada, forçosamente trazendo impedimento que tornaria tal pessoa inelegível, ao invés de Arruda, fosse um petista nessas condições, repito, esse juiz não teria culhão para tomar a decisão que tomou em favor de Arruda.

A mídia direcionaria toda sua pesada artilharia e holofotes para figura do juiz e fosse um com rabo preso, envolvido em algum tipo de conchavo ou maracutaia, seria chantageado e ameaçado de ter seus podres revelados mediante uma campanha de assassinato de reputação nos grandes meios de comunicação para impedir que se levasse adiante qualquer decisão ainda que em caráter liminar que beneficiasse um candidato que fosse um petista no lugar de José Roberto Arruda.

Fica assim escancarado que esse negócio de que poderoso vai em cana é conversa pra boi dormir. Nunca um poderoso nesse país foi em cana e se foi por lá permaneceu menos tempo do que deveria. Chamar José Dirceu, Genoíno, Delúbio e JPC de poderosos é um escárnio. 


Agora um bandido como Arruda pode concorrer ao governo do Distrito Federal. Não há nenhum problema, se for um bandido de direita. Se for um bandido de esquerda, não pode, e se tiver ligações com o PT, pior. E o juiz parecia saber disso, tanto que nem se preocupou em tomar tal decisão já antevendo que não haveriam maiores reações na velha mídia e de fato não houveram o que causa espécie, diante do clamor que se forma em nome de um pretenso moralismo que depuraria a política da roubalheira desenfreada, praticada por gente como José Roberto Arruda, que teima em voltar feito fantasma para nos apavorar. 

Fica assim combinado: os bandidos de orientação ideológica ligada ao campo da direita, têm salvo conduto dado por todas as instituições da República para roubar. Roubem  que nada vai lhes acontecer. Entretanto, se estiverem ligados ao espectro ideológico de esquerda, irão pra Papuda. E fim de papo.