segunda-feira, 7 de julho de 2014

Quer dizer que o “padrão Fifa” é o do Fofana trambiqueiro e dos cartolas corruptos?



7 de julho de 2014 | 11:47 Autor: Fernando Brito
ingressos

Nesta vergonhosa história  do “cambismo oficial” dos ingressos de cortesia da Fifa está uma boa lição para a sabujice da mídia brasileira.

Então era aqui a “corrupção desenfreada”  nas obras da Copa, enquanto, nas barbas da mídia, corria solto, há quatro Copas, um esquema fraudulento de comercialização da montanha de ingressos distribuídos pela Fifa a seus dirigentes, amigos, a empresários e – como se vê agora  -  para cambistas  ganharem – e é claro que não sozinhos – centenas de milhares- talvez milhões – de dólares?
Imaginem se é do filho de um ministro brasileiro o ingresso encontrado nas mãos de um cambista?
Imaginem se é o governo brasileiro quem se recusa a colaborar com a investigação policial fornecendo a lista das pessoas que trabalham na organização da Copa e de seus telefones funcionais, para saber quem é que ficava em contato permanente com o franco-argelino Lamine Fofana, gerente e relações-públicas do tráfico de entradas para os jogos.

E, se fazem isso com uma “xepa” feito mercadejar ingressos de cortesia, imaginem o que se faz com a venda de direitos de transmissão pela TV, de patrocínio, nos contratos de serviços e outras atividades exponencialmente mais rentáveis?

Mas não era a Fifa o padrão de eficiência e qualidade na organização da Copa, enquanto nós-  com nossas licitações, Ministério Público, fiscais do Trabalho, exigências disso e daquilo – éramos o sinônimo da ineficiência, da roubalheira, dos atrasos que, segundo o impoluto Jerôme Valcke, mereceríamos o famoso “chute no traseiro” para “tomarmos jeito”.?

A imprensa brasileira – que está careca de saber dos esquemas sombrios que a envolvem a Fifa – e que, por isso,  deveria estar mais do que ciente do cuidado e da prudência de nosso Governo ao tratar com ela – foi quem endeusou a entidade ao ponto de criar, no imaginário popular, o “padrão Fifa” como sinônimo de perfeição.

Eles eram o máximo e os dirigentes públicos brasileiros pouco mais que bocós e bandidos, não é?
Nem na organização o tal Padrão Fifa foi mais que pífio: fizeram uma festa com um Brasil de matéria plástica, detonaram o som do Beira-Rio, levaram olé de torcedores que invadiram estádios e olhem lá se, no caso de um Brasil e Argentina na final, devemos “largar” na mão deles a segurança – mesmo interna – do Maracanã…

O episódio é, talvez, o mais emblemático do “viralatismo” mental de nossa imprensa, que levou um “banho de bola” de um simples delegado de bairro que trouxe à tona o esquema “fifal” de desvio e comercialização criminosa de ingressos, mais preocupada investigar o “escândalo” de R$ 8 de um ministro imprudente que pagou uma tapioca com o cartão de crédito funcional.

O que tem de ser dito – e vão fugir até o inferno antes de dizê-lo – é que a Copa do Mundo no Brasil tem dois responsáveis pelo sucesso com que se deu: o povo brasileiro, que saber receber, ser amistoso, alegre e fraterno com todos os que vieram ao nosso país e, sim, o Governo brasileiro, que organizou tudo com imensa dedicação e capacidade, frustrando todas as previsões sombrias que se fez sobre o evento.

E que não entrou – e isso era fácil – no “Padrão Fifa” de maracutaias que, há muito tempo, domina a cúpula da cartolagem mundial do futebol, com a participação de figuras pátrias de péssima fama e “ótimos amigos” por aqui.

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