domingo, 31 de agosto de 2014

VICE DE MARINA: APOIO A GAYS NO PROGRAMA FOI ERRO


O deputado Beto Albuquerque (PSB/RS), vice na chapa de Marina Silva, encontrou uma saída no mínimo curiosa para livrar a candidata do PSB da saia justa em que ela se meteu após recuar no apoio aos homossexuais, depois de receber um pito do pastor evangélico Silas Malafaia; de acordo com ele, uma campanha presidencial não pode assumir compromissos com projetos de lei no Congresso; "seria uma invasão de competência", afirmou; se essa lógica prevalecesse, a partir de agora nenhum candidato deveria prometer nada que dependesse de qualquer iniciativa parlamentar; além disso, Marina também deveria excluir de seu programa outras questões que dependem do Congresso, como a institucionalização do Bolsa-Família; Beto também ameaçou emparedar o Poder Legislativo; "Depois de eleger Marina, temos de ir para as ruas dar a ela a cobertura para que possa exigir do Congresso as mudanças necessárias ao país"; o Brasil já viu esse filme e terminou mal
RS 247 - O deputado Beto Albuquerque (PSB/RS), vice na chapa de Marina Silva, encontrou uma saída retórica para tentar justificar o recuo de Marina Silva no apoio aos direitos civis dos homossexuais, depois que a candidata recebeu um pito do pastor evangélico Silas Malafaia (leia mais aqui).
De acordo com Beto, uma campanha presidencial não pode assumir bandeiras que dependem do Congresso Nacional.
"O equívoco foi uma campanha presidencial assumir compromissos com projetos de lei no Congresso, o que é uma invasão de competência. Então, não há recuo nos nossos compromissos com o movimento LGBT, com a defesa dos direitos civis desses companheiros que, como todos os brasileiros, têm direitos assegurados. O exagero e o desafino da nossa coordenação foi estabelecer compromisso com aquilo que só o parlamento pode fazer, seja por projeto de lei ou emenda constitucional. Isso não é atribuição do Executivo", afirmou.
A lógica de Beto Albuquerque não se sustenta por razões óbvias. Praticamente 99% do que prometem os candidatos depende de articulação com o Congresso Nacional. Aliás, se o argumento fosse válido, nenhum candidato poderia tocar em temas como reforma tributária, reforma política e assim por diante.
Além disso, a própria Marina Silva teria de retirar de seu programa outros temas que dependem do Congresso, como a promessa de institucionalizar como lei o Bolsa-Família.
O vice de Marina afirmou que a candidata, que disputa a presidência sem uma coligação e sem base parlamentar, irá governar "com a força das ruas". Logo depois, caiu em contradição, ao prometer outras iniciativas que também dependem do Congresso.
"As urnas, quando te dão essa força, permitem que você estabeleça uma relação política na largada. Ou seja, não vamos propor reforma tributária, reforma política, no terceiro ano. Vamos propor nos primeiros meses do primeiro ano de governo, para que esse lastro da sociedade, que está vindo conosco, permita uma negociação diferente na Câmara e no Senado. Nós vamos construir essa maioria, mas sem cacifar as velhas raposas", afirmou. "Depois de eleger Marina, temos de ir para as ruas dar a ela a cobertura para que possa exigir do Congresso as mudanças necessárias ao país."
http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/151919/Vice-de-Marina-apoio-a-gays-no-programa-foi-erro.htm

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