terça-feira, 16 de setembro de 2014

Porta-voz de Marina volta a criticar política do pré-sal


O coordenador de campanha de Marina Silva afirmou que não se pode imaginar que "temos a capacidade de responder a tudo"
 
 
Jornal GGN - O coordenador de campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, criticou o modelo de exploração do pré-sal, baseado no regime de partilha, em que a exploração de todas as áreas é controlada pela Petrobras.
 
"Interessa muito o desenvolvimento brasileiro, mas não pode ser de caráter doutrinário, imaginando que nós temos a capacidade de responder a tudo", disse Feldman, em encontro com empresários em São Paulo.
 
Da Folha de S. Paulo
 
Situação financeira da Petrobras não permite controle da exploração do petróleo nessas áreas, afirma Feldman
 
Por Mariana Carneiro e Samantha Lima
 
Executivos do setor se queixaram do modelo a emissários de Marina; política 'doutrinária' é errada, diz coordenador
 
Uma das principais bandeiras do governo do PT, o modelo de exploração do petróleo do pré-sal foi alvo de críticas da campanha da candidata Marina Silva (PSB).
 
Em encontro com empresários em São Paulo, nesta segunda-feira (15), o coordenador da campanha, Walter Feldman, fez críticas ao marco regulatório do pré-sal e chamou a política de conteúdo local de "doutrinária".
 
Aprovado em 2010, durante o governo Lula, o regime de partilha determina que a exploração de todas as áreas do pré-sal seja controlada pela estatal. A Petrobras tem que ser sócia com, no mínimo, 30% de cada área. O objetivo é garantir que a riqueza seja extraída por uma empresa brasileira.
 
O problema é que a estatal está numa situação financeira ruim, provocada pelo represamento do preço da gasolina e pelo aumento das importações do combustível.
 
Ela tem a maior dívida entre as petroleiras do mundo e por isso não consegue aumentar seus investimentos, travando o setor. Grandes empresas globais de petróleo, como Shell, BP e Statoil, têm investimentos no Brasil.
 
"A própria Petrobras se diz com dificuldades de responder a essa demanda", disse Feldman. "É a operadora única e, ao que parece, discorda disso, o que é inédito."
 
Nesta segunda-feira, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), João Carlos De Luca, também criticou o monopólio da Petrobras na exploração do pré-sal.
 
"A figura do operador único não é benéfica para a Petrobras nem para a indústria brasileira. Precisamos de multiplicidade de atores."
 
Para o setor, ao permitir que outras empresas operem, o governo atrairia mais investimentos. Segundo o IBP, o pré-sal receberá R$ 1 trilhão em investimentos até 2020.
 
Emissários de Marina se encontraram com executivos do setor na semana passada. Segundo Feldman, eles se queixaram da política de conteúdo local --60% dos componentes feitos no Brasil.
 
Ele indicou que a exigência tem que ser alterada. "Interessa muito o desenvolvimento brasileiro, mas não pode ser de caráter doutrinário, imaginando que nós temos a capacidade de responder a tudo", afirmou.

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