quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Os critérios da Folha para avaliar Dilma e Alckmin

Cheia de dedos, Folha diz que Alckmin não fez 44% das promessas de 2010

Jornal GGN - No início dessa semana, o jornal Folha de S. Paulo publicou um balanço das realizações da presidente Dilma Rousseff (PT) com base nas promessas que a candidata à reeleição fez em 2010. A matéria "Dilma não cumpriu 43% das promessas de 2010"rendeu um artigo do ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência na edição desta quinta-feira (2). Nele, Thomas Traumann avaliou que a Folha entregou ao seu leitor um produto jornalístico mal acabado, pois fez uso de critérios falhos e subjetivos para avaliar o que Dilma fez ou deixou de fazer nesses quatro anos.
Na edição desta quinta, o periódico manchetou, na capa, que "Alckmin deixou de cumprir 44% das promessas de 2010". A reportagem sobre o desempenho de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo reforça o argumento de Traumann sobre a subjetividade da equipe do diário. 
Antes de apresentar os resultados, a Folha fez no balanço de Alckmin ressalvas que não fez no balanço de Dilma. No caso da petista, o jornal cravou que se a presidente fosse uma aluna e a condução do país nos últimos anos fosse uma sala de aula, ela teria passado de ano "raspando".
Já quando o alvo de análise é a gestão tucana em São Paulo, a Folha, cheia de dedos, destacou que não quis ser pretenciosa, nem disse se Alckmin passaria de ano ou não. "O levantamento realizado pela Folha não pretende ser um balanço completo da administração, mas ajuda a entender como foi o terceiro mandato de Alckmin em São Paulo", sublinhou o jornal.
A Folha ainda observou que no balanço de Alckmin "não foram consideradas promessas genéricas demais ou cuja avaliação objetiva é impossível de ser feita", mas o jornal logo caiu em contradição quando expôs ao leitor uma tabela que traça um paralelo entre resultados vagos e os ideais sem metas de Alckmin - boa parte, já apresentados à população na eleição de 2002, inclusive.
O BALANÇO
De acordo com o jornal, as piores avaliações de Alckmin foram nas áreas de transportes e infraestrutura e meio ambiente, nas quais a gestão tucana recebeu mais notas C e D. As melhores notas foram nas área de educação e habitação, onde o governador teve mais A e B, com critérios questionáveis.
A Folha, por exemplo, deu nota A (portanto, carimbo de "fez tudo") a Alckmin na seguinte proposta de desenvolvimento: "Criar a Rede Estadual de Parques Tecnológicos". Na explicação, o jornal sustentou que o projeto foi garantido a partir do decreto que regulamenta o setor de inovação, assinado em março de 2014. E só.
Na habitação, outra nota A: "Ampliar a oferta de casas populares". A justificativa: "O governo entregou 47 mil moradias, mas ainda há déficit habitacional em São Paulo". O jornal não informou qual era a meta de Alckmin - se é que existia - nem qual é o déficit de moradia no Estado, dificultado, assim, uma análise real do significado dessas 47 mil casas.
Na educação, Alckmin ganhou nota B ("fez bastante, mas não tudo") para a promessa de "Instituir o Programa Aluno em Tempo Integral". O argumento, novamente sem detalhes: "O programa não foi criado, mas ação foi viabilizada por meio de outras iniciativas". 
Dando uma colher de chá a Alckmin, a Folha ainda frisou que no "atual mandato, o governador cumpriu promessas que não foram incluídas no documento entregue à Justiça Eleitoral [em 2010, base desse balanço], como o investimento de R$ 1 bilhão para a ampliação de vagas em creches, a duplicação das rodovias Tamoios e Euclides da Cunha e a entrega de dez novos hospitais." Dilma não ganhou ressalvas sobre o que fez fora de seus planos iniciais.
O balanço todo está disponível aqui.
http://jornalggn.com.br/noticia/cheia-de-dedos-folha-diz-que-alckmin-nao-fez-44-das-promessas-de-2010

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