segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ajude Itamar a comprar outro Fusca #VaiTerFusca

Por Eduardo Guimarães




Sempre digo que se puder escolher entre comprar um carro usado de uma pessoa humilde ou de uma rica optarei pela primeira. Esse ponto de vista saiu reforçado durante os contatos que fiz com Itamar Santos, 55, serralheiro, residente na zona Sul de São Paulo, quem, no sábado (25 de janeiro), teve seu fusca 1975 incendiado na avenida Consolação por manifestantes que protestavam contra a realização da Copa de 2014 no Brasil.

O episódio tomou conta das redes sociais no dia seguinte (domingo, 26). Adeptos da tática black bloc e críticos de manifestantes que a utilizam se conflagraram virtualmente.

Os adeptos da tática black bloc trataram logo de tentar se defender desse crime que foi cometido dizendo que Itamar, “por sua conta e risco”, avançou sobre a barricada “oficial” que esse “movimento” plantou na via pública, como se fosse um crime tentar escapar de uma situação que pôs em pânico as duas mulheres e a criança de quatro anos que levava consigo no carro…
E que poderia ter matado a todos, caso o fusca tivesse explodido – e só Deus sabe por que não explodiu.

Detalhe: a vítima nega. Itamar diz que não seria louco de atravessar uma barricada em chamas e que acha que os black blocs incendiaram e jogaram o colchão em chamas sob seu carro quando tentou ultrapassar a barricada, pois a fizeram justamente para impedir que carros passassem.

Outra versão que os manifestantes começaram a espalhar na internet é a de que não foram eles que tocaram fogo no carro de Itamar, mas o “Estado brasileiro” por não atender a todas as demandas sociais de um país que tem tantas, o que parece uma bela justificativa para quem quiser delinquir – foi pego cometendo crime? Culpe o Estado.

Antes de prosseguir, quero relatar que fiquei emocionado ao ver o homem se justificando, dizendo que não deu entrevistas à imprensa em busca de que lhe doassem dinheiro. Tive que lhe dizer que ninguém cogitaria tal coisa e que ele não tem o que justificar, pois é vítima.

Seja como for, lancei no Facebook, no domingo, uma ideia que várias pessoas já cogitavam: fazer uma campanha de arrecadação de fundos para Itamar comprar outro carro, pois ele precisa do veículo para trabalhar. Nem vinte minutos após lançar a ideia, centenas de pessoas, no Facebook, no Twitter e até neste Blog se dispuseram a colaborar.

Ora, um fusca 1975 deve custar quanto? No máximo, algo ao redor de uns 5 ou 7 mil reais. Se cada uma dessas pessoas doar 30, 50, 100 reais, arrecadaremos essa quantia – ou mais – em questão de um dia ou dois, se tanto. E se arrecadarmos mais, que fique para Itamar comprar um carro mais novo. Até como reparação pelos danos morais e materiais que sofreu.

Para evitar que se tenha intermediários nessa campanha, optei por meramente pedir a Itamar o número de sua conta e quem quiser colaborar deposita o dinheiro direto na fonte. Abaixo, os dados para depósito.

BANCO ITAU

AGÊNCIA 6733

CONTA 07524-3

ITAMAR SANTOS

Mais do que doar, ajude a difundir esta campanha. Envie por Twitter, Facebook, compartilhe este post com quem puder. A causa é nobre. Prometo colocar aqui a foto do carro novo de Itamar. Assista, abaixo, a entrevista que fiz com ele.



http://www.blogdacidadania.com.br/2014/01/ajude-itamar-a-comprar-outro-fusca-vaiterfusca/

O que Dilma e Padilha precisam aprender em Cuba




Por Cristina Lemos

A pequena e atrasada Cuba, cujo dia-a-dia, os automóveis e o povo estacionaram nos anos 50, tragicamente congelados pelo regime comunista, tem lições graves a dar às autoridades brasileiras que desembarcam na ilha a partir deste domingo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e seu anunciado sucessor, Arthur Chioro, que integram a comitiva da presidente Dilma, em particular, deveriam se debruçar sobre como e porque um país que investe praticamente os mesmos 7,5% do PIB em Saúde, como faz o Brasil, consegue resultados impressionantes.

Apenas para exemplificar:

- Cuba erradicou a desnutrição infantil há cinco anos - em 2009. São dados do Unicef, que os reconfirmou em 2011. E é o único país da América Latina e do Caribe a fazê-lo.
- Cuba tem a segunda menor taxa de mortalidade infantil do mundo (7 por mil nascidos, até os cinco anos), só perdendo para o Canadá.
- Cuba apresenta uma cobertura vacinal de quase 99,8% da população (de pouco mais de 11 milhões de habitantes).
- Cuba tem uma expectativa de vida ao nascer similar à dos EUA: 77 anos.
- Cuba é o país do mundo com maior proporção de pessoas com mais de 100 anos, chegando a ter cinco vezes mais indivíduos centenários que o Japão, em termos relativos (1551 indivíduos em 11,2 milhões de habitantes).

Na Educação, Cuba foi o primeiro país do mundo a erradicar o analfabetismo. E fez isso há mais de meio século: 1961. Custou aos revolucionários, seguidores Marx e Lenin, capitaneados por Guevara e Fidel, menos de três anos para reduzir a zero o analfabetismo, que passava dos 40% na zona rural.

Passados 55 anos da Revolução, a paradoxal Cuba segue sendo um laboratório a céu aberto, para o bem e para o mal, que, aos olhos estrangeiros causa ao mesmo tempo admiração, espanto e horror. E fornece uma extraordinária aula sobre o que se deve e o que não se deve fazer a um povo.

É fato que índices semelhantes são alcançados no mundo rico, isto é, em sociedades capitalistas que deram certo, como é o caso do Canadá, Suíça, Suécia e Dinamarca. São países que acumulam séculos de aprimoramento da vida em sociedade e de economia estável. Uma vez que a precária Cuba também chegou lá, a explicação parece ser mais complicada e remete à pergunta: em que medida a dedicação obstinada do gestor público pode superar a falta de recursos?

Cuba também impressiona na mão oposta: a da tragédia do desrespeito aos direitos individuais e aos direitos humanos na ilha dos Castro. Neste paradisíaco pedaço de chão do Caribe, é proibida qualquer forma de oposição, há cerca de 200 prisioneiros políticos, 40 presídios de segurança máxima e o simples acesso não autorizado à internet pode levar à pena de 5 anos de prisão.

Há meio século a população de todo o país vive confinada em suas fronteiras, sujeita a regras que a mantém refém do atraso, da pobreza e do subdesenvolvimento - e sem nem mesmo o mais elementar dos direitos: o de reclamar. Tudo isso, apesar do sucesso naqueles indicadores sociais que transformam o país num fenômeno bizarro da velha ordem mundial.

http://noticias.r7.com/blogs/christina-lemos/2014/01/25/o-que-dilma-e-padilha-precisam-aprender-em-cuba/

Assim caminha a impunidade




Ricardo Melo

Enquanto o mensalão petista foi julgado com celeridade, o dos tucanos recebe tratamento diferente

Meio na surdina, como convém a processos do alto tucanato, a Justiça livrou mais um envolvido no chamado mensalão mineiro. O ex-ministro e ex-vice-governador Walfrido dos Mares Guia safou-se da acusação de peculato e formação de quadrilha, graças ao artifício de prescrição de crimes quando o réu completa 70 anos. Já se dá como praticamente certa a absolvição, em breve, de outro réu no escândalo. Trata-se de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha do PSDB ao governo mineiro em 1998. Ao fazer 70 anos em abril, Mourão terá direito ao mesmo benefício invocado por Mares Guia.

Vários pesos, várias medidas. Enquanto o chamado mensalão petista foi julgado com celeridade (considerado o padrão nacional) e na mesma, e única, instância suprema, o processo dos tucanos recebe tratamento bastante diferente. Doze anos (isso mesmo, doze!) separam a ocorrência do desvio de dinheiro para o caixa da campanha de Eduardo Azeredo (1998) da aceitação da denúncia (2010). Com o processo desmembrado em várias instâncias, os réus vêm sendo bafejados pelo turbilhão de recursos judiciais.

Daí para novas prescrições de penas ou protelações intermináveis, é questão de tempo. Isso sem falar de situações curiosas. O publicitário Marcos Valério, considerado o operador da maracutaia em Minas, já foi condenado pelo mensalão petista. Permanece, contudo, apenas como réu no processo de Azeredo, embora os fatos que embasaram as denúncias contra o PSDB mineiro tenham acontecido muito antes.

Se na Justiça mineira o processo caminha a passo de cágado, no Supremo a situação não é muito animadora. A ação contra Azeredo chegou ao STF em 2003. Está parada até agora. Diz-se que o novo relator, o ministro Barroso, pretende acelerar os trabalhos para que o plenário examine o assunto ainda este ano. Algo a conferir.

Certo mesmo é o contraste gritante no tratamento destinado a casos similares. Em todos os sentidos. Tome-se o barulho em torno de um suposto telefonema do ex-ministro José Dirceu de dentro da cadeia. Poucos condenam o abuso de manter encarcerado um preso com direito a regime semiaberto. Isso parece não interessar. Importa sim reabrir uma investigação sobre uso de celular, que aliás já havia sido arquivada. Resultado: com a nova decisão, por pelo menos mais um mês Dirceu perde o direito de trabalhar fora da Papuda.

Por mais que se queira, é muito difícil falar de imparcialidade diante de tais fatos, que não são os únicos. As denúncias relativas à roubalheira envolvendo trens, metrô e correlatos, perpetrada em sucessivos governos do PSDB, continuam a salvo de uma investigação séria. Isso apesar da farta documentação colocada à disposição do público nas últimas semanas. Vê-se apenas o jogo de empurra e muita, muita encenação. Alguém sabe, por exemplo, que fim levou a comissão criada pelo governo de São Paulo para supostamente investigar os crimes? Silêncio ensurdecedor. Mesmo assim, cabe manter alguma esperança na Justiça --desde que seja a da Suíça.

Depois da operação estapafúrdia na cracolândia e dos acontecimentos nas manifestações de sábado, ou o governador Geraldo Alckmin toma alguma providência para disciplinar suas polícias, ou em breve ele terá aquilo que todo governante sempre deveria temer: um cadáver transformado em mártir.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/149541-assim-caminha-a-impunidade.shtml

Ostracismo ao PT marca visão de mundo de Barbosa





Penas judiciais não têm o sentido de recuperar nem ressocializar; servem para exilar e apartar da sociedade os condenados; aos párias, o ostracismo, declarou o presidente do STF durante suas férias na Europa; faturando politicamente sobre os condenados na AP 470, Joaquim Barbosa quis posar de ateniense e democrático; esqueceu-se, porém, de dizer que a pena de desterro por dez anos para políticos estabelecida no berço da democracia só era dada após ser reavaliada em recurso numa segunda assembleia popular; mesmo em pleno curso, punição drástica poderia ser suspensa por uma terceira reunião de cidadãos; autocracia praticada por Barbosa mais lembra a tirania que, na Grécia Antiga, tinha seus defensores punidos com o... ostracismo

27 de Janeiro de 2014 às 21:34

Marco Damiani 247 – O presidente do STF, Joaquim Barbosa, deixou clara uma parte importante de sua visão de mundo ao declarar, durante suas férias europeias, que os condenados na AP 470 merecem o "ostracismo". Apesar de lhe terem feito a fama de juíz implacável e esquentadinho, Barbosa espera que, a partir de agora, figuras como os ex-presidentes do PT José Dirceu e José Genoíno, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares sejam esquecidos, desterrados, ignorados pela sociedade pelo menos pelos próximos dez anos, como acontecia na Grécia Antiga.

Barbosa poderia ter desejado que os condenados cumprissem sua penitência com afinco, e usassem suas penas quase decenais para refletirem e buscarem a recuperação – ou a reeducação, como se diz no sistema penal. Mas o que ele efetivamente disse é que torce para que os sentenciados sejam riscados da memória coletiva.

Em Atenas, os ostracizados tinham de deixar a cidade-estado dez dias após a pena ter sido anunciada. Dado o peso do tempo e da humilhação moral embutido na pena, os atenienses procuravam ter muito cuidado no processo de decisão sobre o ostracismo. Em uma primeira assembleia, o político acusado de ter legislado em causa própria ou a favor da volta da tirania era submetido ao voto de todos.

Caso a pena determinada fosse o ostracismo, uma nova assembleia era chamada, semana depois, para confirmar a anterior. Uma clara espécie de recurso.

Apenas em caso da segunda assembleia repetir o resultado da primeira a pena era aplicada. O condenado teria, então, dez dias para deixar a ilha por dez anos. Seus bens e pertences ficariam à sua espera, protegidos legalmente. No curso da década de exílio, uma nova assembleia poderia ser convocada, à luz de algum fato novo, para ratificar ou não o voto das duas anteriores. Havia, na prática, duas chances para um condenado poder se defender.

No caso da decretação de ostracismo à la Barbosa, mesmo réus que não tinham direito ao foro do STF foram ali julgados sem margem a priori de apelação. Uma única sentença sobre suas vidas, sem chance de recurso.

No exercício de seu direito ao sarcasmo, já praticado quando afirmou em Paris, na semana passada, que as críticas sobre sua viagem de férias ter sido emoldurada por R$ 14 mil em diárias pagas pela União eram uma "tremenda bobagem", Barbosa continua rindo à toa.

Na Atenas de 400 antes de Cristo, políticos como Hiparco, Megacles e Hiperbolo entraram para a histórica como condenados ao ostracismo. Eles tiveram seus nomes inscritos em cacos de cerâmica para que ficassem marcados por pelo menos dez anos, de modo a registrar o tempo da pena. Eles foram acusados de agirem em proveito pessoal ou a favor da tirania.

No Brasil de 2014, a condenação sem direito a recurso conduzida por Joaquim Barbosa se assemelha a um ataque contra a democracia que, naquela Grécia, era punido com o... ostracismo.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/128335/Ostracismo-ao-PT-marca-visão-de-mundo-de-Barbosa.htm

PF confirma inquérito da sonegação da Globo




A investigação ganhou o número 926/2013 e será conduzida pelo delegado federal Rubens Lyra; a origem do caso foi a aquisição, pela Globo, sem pagar impostos, dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002; no ano passado, em protesto contra o caso, manifestantes jogaram esterco na sede da emissora, em São Paulo; "A sonegação da Globo deve ser exposta publicamente, porque é uma empresa que sempre viveu de recursos públicos, que é uma concessão pública, que se tornou um império midiático e financeiro após apoiar um golpe político que derrubou um governo eleito", diz o blogueiro Miguel do Rosário, que publicou as principais notícias sobre o caso

27 de Janeiro de 2014 às 16:12

247 - Uma investigação jornalística conduzida pelo blog O Cafezinho, do jornalista Miguel do Rosário, redundou num inquérito da Polícia Federal contra a Globo. É o que informa o próprio Cafezinho. Leia abaixo:

Polícia Federal confirma abertura de inquérito contra sonegação da Globo!
Enviado por Miguel do Rosário

Agora já temos um número e um delegado responsável. É o inquérito 926 / 2013, e será conduzido pelo delegado federal Rubens Lyra.

O chefe da Delegacia Fazendária da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Fabio Ricardo Ciavolih Mota, confirmou à comitiva do Barão de Itararé-RJ que o visitou hoje: o inquérito policial contra os crimes fiscais e financeiros da TV Globo, ocorridos em 2002, foi efetivamente instaurado.

Os crimes financeiros da TV Globo nas Ilhas Virges Britânicas foram identificados inicialmente por uma agência de cooperação internacional. A TV Globo usou uma empresa laranja para adquirir, sem pagar impostos, os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

A agência enviou sua descoberta ao Ministério Público do Brasil, que por sua vez encaminhou o caso à Receita Federal. Os auditores fiscais fizeram uma apuração rigorosa e detectaram graves crimes contra o fisco, aplicando cobrança de multas e juros que, somados à dívida fiscal, totalizavam R$ 615 milhões em 2006. Hoje esse valor já ultrapassa R$ 1 bilhão.

Em seguida, houve um agravante. Os documentos do processo foram roubados. Achou-se uma culpada, uma servidora da Receita, que foi presa, mas, defendida por um dos escritórios de advocacia mais caros do país, foi solta, após conseguir um habeas corpus de Gilmar Mendes.

Em países desenvolvidos, um caso desses estaria sendo investigado por toda a grande imprensa. Aqui no Brasil, a imprensa se cala. Há um silêncio bizarro sobre tudo que diz respeito à Globo, como se fosse um tema tabu nos grandes meios de comunicação.

Um ministro comprar uma tapioca com cartão corporativo é manchete de jornal. Um caso cabeludo de sonegação de impostos, envolvendo mais de R$ 1 bilhão, seguido do roubo do processo, é abafado por uma mídia que parece ter perdido o bonde da história.

Nas “jornadas de junho”, um grito ecoou por todo o país. Foi talvez a frase mais cantada pelos jovens que marchavam nas ruas: “A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”.

A frase tem um sentido histórico. É como se a sociedade tivesse dito: a democracia voltou; agora elegemos nossos presidentes, governadores e prefeitos por voto direto; chegou a hora de acertar as contas com quem nos traiu, com quem traiu a nossa democracia, e ajudou a criar os obstáculos que impediram a juventude brasileira de ter vivido as alegrias e liberdades dos anos 60 e 70.

O Brasil ainda deve isso a si mesmo. Este ano, faz cinquenta anos que ocorreu um golpe de Estado, que instaurou um longo pesadelo totalitário no país. A nossa mídia, contudo, que hoje se traveste de paladina dos valores democráticos, esquece que foi justamente ela a principal assassina dos valores democráticos. E através de uma campanha sórdida e mentirosa, que enganou milhões de brasileiros, descreveu o golpe de 64 como um movimento democrático, como uma volta à democracia!

A ditadura enriqueceu a Globo, transformou os Marinho na família mais rica do país. E mesmo assim, eles patrocinam esquemas mafiosos de sonegação de imposto?

O caso da sonegação da Globo é emblemático, e deve ser usado como exemplo didático. Se o Brasil quiser combater a corrupção, terá que combater também a sonegação de impostos. Se estamos numa democracia, a família mais rica no país não pode ser tratada diferentemente de nenhuma outra. Se um brasileiro comum cometer uma fraude fiscal milionária e for pego pela Receita, será preso sem piedade, e seu caso será exposto publicamente.

Por que a Globo é diferente? A sonegação da Globo deve ser exposta publicamente, porque é uma empresa que sempre viveu de recursos públicos, que é uma concessão pública, que se tornou um império midiático e financeiro após apoiar um golpe político que derrubou um governo eleito – uma ação pública, portanto.

Esperamos que a Polícia Federal cumpra sua função democrática de zelar pelo interesse público nacional. E esperamos também que as Comissões da Verdade passem a investigar com mais profundidade a participação das empresas de mídia nas atrocidades políticas que o Brasil testemunhou durante e depois do golpe de 64. Até porque sabemos que a Globo continuou a praticar golpes midiáticos mesmo após a redemocratização, recusando-se a dar visilidade (e mentindo e distorcendo) às passeatas em prol de eleições diretas, manipulando debates presidenciais e, mais recentemente, tentando chancelar a farsa de um candidato (o episódio da bolinha de papel).

O Brasil se cansou de ser enganado e, mais ainda, cansou de dar dinheiro àquele que o engana. Se a Globo cometeu um grave crime contra o fisco, como é possível que continue recebendo bilhões em recursos públicos?

http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/128319/PF-confirma-inquérito-da-sonegação-da-Globo.htm