domingo, 9 de fevereiro de 2014

MENSALÕES DIFERENTES

Paulo Moreira Leite
Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".


Ao contrário do que ocorre na AP 470, é fácil apontar desvio 

de dinheiro público no mensalão PSDB-MG


Se você é daqueles que acredita que o mensalão PSDB-MG é igual ao esquema financeiro da AP 470 pode despedir-se de mais uma ilusão.
 A leitura das alegações finais de Rodrigo Janot,  procurador geral da República sobre o mensalão PSDB-MG mostra uma verdade difícil de negar. Tudo aquilo que se disse – e não se provou – sobre o esquema de Valério-Delúbio pode ser dito e provado no mensalão PSDB-MG.
 A polêmica principal sobre o mensalão dos petistas diz respeito ao desvio de recursos públicos. O procurador geral Antônio Carlos Fernando, seu sucessor Roberto Gurgel e o relator Joaquim Barbosa sustentam, desde o início, que o esquema Valubio baseou-se no desvio de R$ 73,8 milhões de recursos públicos. Dizia-se, no começo, que esse dinheiro fora desviado do Banco do Brasil. Uma apuração mais acurada mostrou que o dinheiro pertencia ao Fundo de Incentivo Visanet, destinado a divulgar o cartão Visa, que é uma  empresa privada. Hoje não há a mais leve dúvida a respeito.
Embora uma única testemunha tivesse dito que – qualquer que fosse sua natureza -- os recursos destinados a DNA eram desviados para campanhas petistas, a contabilidade mostra que o desvio – se houve – está longe de ter sido demonstrado.
As contas batem, conforme várias auditorias.
 E tanto é assim que nesta semana, teremos uma novidade neste item. Enquanto os réus da AP 470 já estão cumprindo penas longas, em regime fechado, seus advogados começam a distribuir uma notificação judicial aos veículos que receberam as verbas da DNA. Estamos falando da TV Globo, Editora Abril, Estadão, Folha, Editora Três.  
 Convencidos de que irão colher um dado que ajudará a demonstrar a inocência dos réus, os advogados querem que as  empresas confirmem – ou desmintam  – a informação de que os recursos da DNA chegaram a seus cofres. Estes dados, a rigor, encontram-se nos documentos da AP 470. Mas ficaram ali, congelados nos arquivos, sem que fosse possível examinar seu significado e extrair todas implicações.
 A consulta às empresas, que será feita agora,  deveria ter ocorrido em 2005 ou 2006, na época da denúncia. Era o tempo certo para uma checagem tão importante, decisiva, até.
 Mas não interessava questionar uma teoria que agradava tantas pessoas e tantos interesses, vamos combinar.
 A leitura das alegações finais de Janot sobre o mensalão do PSDB descreve fatos muito mais graves. Ele fala de desvio de milhões de reais de empresas estatais do governo de Minas Gerais. Fala da Copasa, Codemig, Comig. Ao contrário do que acontecia com a Visanet, que se definia como “empresa de capital privado”, em seus estatutos e também num questionário enviado a CPMI dos Correios, aqui estamos falando de empresas públicas, controladas pelo governo do Estado, com funcionários concursados e tudo mais.
 A Copasa é a Companhia de Saneamento do Estado. A Codemig dedica-se ao desenvolvimento econômico e obras de infraestrutura. A Comig é a estatal de mineração.
Não há comparação possível com a Visanet, criada pela multinacional dos cartões Visa, uma das maiores empresas do mundo. 
 Com notas e depoimentos, Janot descreve cenas tão didáticas que poderiam estar num filme. O  dinheiro sai  das estatais, chega às agências e, em vez de ser gasto em publicidade, é despachado para os cofres da campanha estadual do PSDB em 1998. Porções mínimas das verbas destinadas a publicidade chegaram a seu destino. A maior parte ficou no meio do caminho, diz ele.
 Muitas pessoas diziam, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, que o PT apenas repetia o que o PSDB fizera antes. O próprio Lula disse em Paris que seu partido nada fazia de diferente daquilo que ocorria “sistematicamente” na política brasileira.  
 Parecia uma forma do PT tentar proteger-se atrás dos erros do adversário, o que levou a acusação de que o partido queria justificar seus erros através dos erros dos outros. Talvez seja mais correto afirmar o contrário. A construção de uma visão distorcida  na AP 470 ajudou a encobrir erros e desvios -- mais graves -- da AP 536-MG.
 Embora o próprio Janot se permita, nas alegações finais, lembrar as semelhanças – e algumas distinções  – entre os dois mensalões, as diferenças são muito maiores do que se quer acreditar.  O Banco Rural é o mesmo, um personagem central – Valério – também. Até as secretarias eram as mesmas.
 Mudava a natureza da mercadoria.
 A existência do mensalão PSDB-MG chegou ao STF Supremo em 2003 mas ficou em segredo até a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT. Foi então que se descobriu que Marcos Valério, o parceiro que se aproximou de Delubio – o Carequinha, nas palavras de Jefferson -- nos meses finais da campanha de 2002, havia sido formado e treinado nas campanhas tucanas desde 1998. 
 Veio daí a teoria de que o segundo mensalão era uma cópia do primeiro. As diferenças no ponto essencial – dinheiro público – permitem pensar em outra hipótese. A teoria do segundo mensalão serviu para justificar o primeiro.
 É como se, já tendo conhecimento anterior do mensalão PSDB-MG, a acusação tenha feito o possível para vestir o esquema de Delúbio-Valério com as mesmas roupagens e a mesma gravidade, fazendo uma denúncia igual para casos substancialmente diferentes.  Isso explica porque se forçou a barra para dizer que as verbas saiam do Banco do Brasil e, quando se verificou que sua origem era a Visanet, para dizer, num exercício espantoso, aque os recursos seguiam publicos embora fossem propriedade de uma empresa privada.  
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/347201_MENSALOES+DIFERENTES

Eu reafirmo: Beto Richa é um mentiroso

André  Vargas
ANDRÉ VARGAS 
Não vamos permitir a baixaria típica de quem está assustado com a perspectiva de derrota, porém não vamos deixar de responder a ataques lastreados na mentira
Na política, bom senso, ética, dedicação e trabalho, são a chave para o sucesso. Quem não tiver esses atributos certamente estará fadado ao fracasso. O governador paranaense Beto Richa, pelo que percebemos, está longe de possuir tais qualidades. Infelizmente não herdou e muito menos ficou com o legado do ex-governador e senador José Richa. Apenas usou seu nome para se aventurar na política. Perdeu em 2012 não elegendo o prefeito da capital e terá muita dificuldade na tentativa de se reeleger.

Richa, o Beto, tem decepcionado os paranaenses que o elegeram governador. Quebrou o Estado, não realizou nenhuma obra de destaque que pudesse orgulhar os que nele votaram, não tem programas sociais estruturados e ainda por cima tem se especializado em dizer mentiras, ao colocar nos ombros do governo federal, todos os seus erros como político, afirmando nos quatro cantos do nosso Estado, que a presidente Dilma Rousseff não faz questão de investir no Paraná. Isto é inverdade e já disse, aqui, várias vezes, que o governo federal vem investindo pesado no Paraná com várias frentes de obras, principalmente em rodovias, novas universidades, postos de saúde e habitação popular.
Beto Richa não consegue os famigerados empréstimos porque não paga suas contas, é inadimplente e não cumpre com as obrigações fiscais e previdenciárias.

Agora, com a senadora Gleisi Hoffmann em campo, como candidata do PT ao governo do Estado e em condições de igualdade, Beto Richa se desesperou. Em Goioerê durante evento da APROSOJA, em que ele falou por último, foi deselegante cobrando o Governo federal pela não liberação dos empréstimos.

Não permitiu o contraditório, como se o governo federal, a União e a própria presidente Dilma Rousseff, tivessem culpa pelo seu fracasso como administrador das finanças públicas do Estado.
Já em Umuarama, no evento de inauguração de casas do programa Minha Casa Minha Vida, o valente governador que falou grosso em Goioerê foi ameno e recuou. Ele falou antes da ministra Gleisi, mas mesmo assim foi duramente corrigido pela candidata reafirmando a inadimplência como motivo para a não liberação dos empréstimos e o alertou para não entregar rodovias para concessão com tarifas consideradas absurdas, o dobro que cobra o governo federal.

Seria bom que os assessores comissionados do governo – e não são poucos – lembrassem Beto Richa que seu destempero não leva a nada, a não ser à derrota. Aliás, a fúria do governador começou em Londrina, onde soube que milhares de aparelhos de ar condicionado, comprados com dinheiro público para atender escolas, não estavam funcionando por falta de capacidade técnica.

Ninguém sabia disso. Que secretários têm o senhor governador que compra equipamentos, gasta fortunas, e não têm utilidade porque a rede elétrica não comporta? Isso é piada de mau gosto.
Em Umuarama, pasmem, foi um momento hilário. Ver o governador bufando de raiva foi mais um pífio capítulo dessa triste novela que se prolonga por três anos e, felizmente, está chegando ao seu final. Agora com a senadora Gleisi Hoffmann à frente, propomos debates públicos para traçarmos o destino futuro do Paraná, ou seja, recuperar o tempo perdido e não nos prestamos a pequenez como o que aconteceu no interior do Estado. Como governador, Richa envergonhou e frustrou a todos os que estavam presentes, porque, mais uma vez, mostrou seu despreparo para tratar com o povo e com seus adversários políticos.

Nossa campanha, como eu já disse antes, será de debate com a população e a nossa aguerrida militância não entrará no jogo sujo marcado pela ironia e deboche. Nós estaremos em todos os municípios paranaenses, fazendo uma campanha de alto nível elevado, dentro das propostas democráticas sintonizadas com as ideias de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que objetiva melhorar a vida dos brasileiros.

Não vamos permitir a baixaria típica de quem está assustado com a perspectiva de derrota, porém não vamos deixar de responder a ataques lastreados na mentira. Vamos ao debate aberto e franco em favor do Paraná de Todos.

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/129621/Eu-reafirmo-Beto-Richa-%C3%A9-um-mentiroso.htm

O avanço da direita fanática no SBT






Propaganda do mestre com concessão pública

Propaganda do mestre com concessão pública


O episódio Sheherazade jogou luzes sobre o tipo de jornalismo feito por Sílvio Santos no SBT.




O baixo Ibope fez com que ninguém prestasse atenção à linha editorial do SBT.




Hoje, o jornalismo do SBT é uma máquina vibrante e histérica de
propaganda de direita fanática. Tudo isso se faz sem que sejam
questionados os limites do que você pode fazer numa concessão pública
como é o caso das emissoras de televisão.




Vale tudo? É o que parece.




Scheherazade está longe de ser um caso isolado no SBT. Ela tem uma
espécie de irmão gêmeo num comentarista da afiliada do SBT em Curitiba,
Paulo Eduardo Martins.


Martins se dedica em regime de 24 por 7 a louvar a direita e a dar
cacetadas na esquerda. Num comentário, ele se referiu a Che Guevara como
um “porco comunista”.




Em dois outros, ele vendeu livros de extrema direita. Um de Olavo de
Carvalho, um homem de “inteligência sublime”,  e outro de seu discípulo
Rodrigo Constantino.




Quer dizer: uma concessão pública está sendo usada para fazer
propaganda de extrema direita  – sem que ninguém pelo menos debata se
isso pode.




Admiradores de Martins, talvez instigados por ele mesmo, fazem
pressão agora para que Sílvio Santos o coloque no SBT nacional ao lado
de Scheherazade.




Circula até um abaixo assinado na internet endereçado ao chefe de jornalismo da emissora.




O jornalista Lino Bochinni, num artigo sobre Scheherazade, notou a
responsabilidade do governo em não fazer nada para ao menos levantar a
discussão sobre casos de incitamento ao ódio na televisão.


Alguma autoridade deveria ao menos se pronunciar sobre o caso para
dizer algo do gênero: “Ei, estamos vendo isso, e não nos agrada muito.”




Lembremos que, ao fim, a pregação ultradireitista é dirigida
claramente contra o PT e, por extensão, contra os brasileiros que
elegeram o partido nas urnas.




Com a omissão do governo, a brigada de ultradireita vai avançando na mídia corporativa.


Na Veja, foi como se Roberto Civita saísse por uma porta para que Olavo de Carvalho entrasse por outra.




No SBT, Sílvio Santos não precisou sair por porta nenhuma para que o
mesmo acontecesse. Certamente ele a abriu para o pensamento de extrema
direita.


O avanço dos ultraconservadores é uma ameaça à democracia, como sabemos pelas trágicas lições de 1954 e 1964.




Que concessões públicas sejam utilizadas para promover
escancaradamente uma causa tão sinistra é algo que desafia a
inteligência e o bom senso mais elementares.



http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-avanco-da-direita-fanatica-no-sbt/