domingo, 16 de fevereiro de 2014

Baile do Pó Royal ganha principal concurso de marchinha de Minas Gerais


 Autor: Miguel do Rosário
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A notícia abaixo, publicada no G1 omite o principal. A marchinha faz menções veladas a um certo candidato mineiro que vive no Rio. Depois de anos tentando emplacar, sem sucesso, marchinhas sobre o mensalão, a direita terá que aguentar, em pleno ano de eleições, uma série de canções que ironizam as histórias que ela vem tentando esconder. Falta só uma marchinha legal sobre a sonegação de uma certa emissora… Alguém se habilita?
Segue notícia publicada há pouco no G1:
A música ‘Baile do Pó Royal’ foi a vencedora do 3º Concurso de Marchinhas Mestre Jonas do carnaval de Belo Horizonte . A grande final foi realizada na madrugada deste sábado (15) na quadra do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Cidade Jardim. Os campeões levaram o prêmio de R$ 5 mil.
A canção fala sobre o episódio envolvendo a apreensão de mais de 400 quilos de cocaína no helicóptero da família do senador Zezé Perrela (PDT-MG) no fim do ano passado. A marchinha foi composta por Alfredo Jackson, Joilson Cachaça e Thiago Dibeto. Gustavo Maguá, Oleives, Thiago Dibeto e Vitor Velloso foram os interpretes.
Segundo a organização, neste ano, foram inscritas 119 marchinhas no Concurso Mestre Jonas, que em sua 3ª edição já se consolida como evento tradicional do carnaval da capital mineira. O tom crítico e irreverente das músicas em relação, principalmente, a política são temáticas recorrentes.
As 12 marchinhas finalistas foram executadas pelos respectivos intérpretes e por uma banda formada por Thiago Delegado e outros 10 músicos. Um corpo de cinco jurados escolheu as três melhores canções e o público presente definiu a ordem de premiação.
Além do dinheiro, os vencedores se apresentam no desfile da “Banda Mole”, no sábado, 22 de fevereiro, na Avenida Afonso Pena, centro de Belo Horizonte.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14099

O que os coxinhas têm a aprender com os mais velhos


Autor: Miguel do Rosário
bandeiras
Lassance faz uma observação sábia. As novas gerações de manifestantes tem muito a ensinar. Mas precisam mostrar que também estão dispostas a aprender com os combatentes sociais mais experientes.
Afastem-se dos provocadores
Por Antonio Lassance, na Carta Maior.
A nova e superjovem geração de manifestantes tem muito a ensinar, mas também tem muito a aprender com as gerações anteriores de combatentes sociais.
Das greves dos metalúrgicos às Diretas-Já, nos anos 1980; do impeachment de Collor às grandes marchas do MST a Brasília, nos anos 1990, muita gente participou, ensinou e aprendeu como transformar mobilizações de rua em avanços sociais e mais democracia.
Gerações e gerações de bravos e combativos militantes sociais nos ensinaram uma série de cuidados, requisitos e princípios a serem respeitados. Não há uma fórmula, mas há certamente uma forma.
Por exemplo, as pautas de mobilização devem ser amplas o suficiente para ganhar a opinião pública, mas as propostas devem ser específicas e factíveis o bastante para serem levadas a uma mesa de negociação e se alcançar acordo.
Uma vitória, mesmo que pequena, é um passo importante para se convocar uma próxima luta e um estímulo para se ganhar mais adesão.
Não há problema em se pedir o impossível, mas não vislumbrar uma única conquista imediata, transformando a frustração e a revolta nos principais resultados, acaba por afastar a maioria das pessoas. É uma forma perfeita de trocar luta social pelo desfile de moda de pequenos grupos, com suas tendências supostamente de vanguarda.
Outro aprendizado importante, pisado e repisado por uma longa trajetória de lutas, é que mobilizações não têm dono, mas elas precisam ter liderança. Melhor dizendo, manifestações têm donos sim: é todo o povo que ocupa as ruas. E sempre têm alguma liderança.
Quem convoca uma manifestação é responsável por preservar seus propósitos e protegê-la dos que querem empurrá-la para o abismo da inconsequência e o pântano da violência. Se a liderança não for exercida pelos convocadores, acabará sendo assumida pelos provocadores.
Liderança é todo aquele que toma iniciativa e orienta os demais a agir conforme um rumo. Alguém fará isso no meio da rua, da melhor ou da pior maneira possível.
A comunicação é um fator crucial. A falta de um caminhão de som (nos anos 1960 e 1970, eram os valentes megafones) é um problema. Esse instrumento foi rejeitado nas manifestações de junho de 2013, considerado pouco democrático.
Mas vimos que manifestações que não conversam por meio de algumsistema de som, no qual os participantes se revezem e se revelem em seus discursos, acabam aos gritos e ao som de explosões de rojões e coquetéis molotov – certamente, a pior das trilhas sonoras.
Na prática, é um gravíssimo problema que só favorece a grupos que nada têm de democrático, que sabem muito bem como organizar sua tropa para ganhar no grito a direção de um movimento e comandar o desenrolar dos fatos.
Um aprendizado fundamental das outras gerações foi o de como se comportar diante de confrontos com a polícia.
A regra geral é a de que a melhor atitude diante da polícia é ficar longe dela. Seja para reagrupar-se em outro lugar ou simplesmente correr. A violência é algo que as forças repressivas do Estado sabem exercer melhor que ninguém. Não é esse o campo privilegiado para se travar a luta social.
Gerações que conduziram muitas lutas nos ensinaram que quem vai pra cima da polícia tem um nome: “provocador”. “Afastem-se dos provocadores” e “não aceitem provocações”, essas eram as palavras de ordem quando ocorria algum conflito localizado.
Sempre houve uma desconfiança muito grande, justificada, sobre os propósitos de quem acha que o foco principal em uma mobilização de massa são os policiais ou os profissionais de imprensa.
Houve um tempo em que o cúmulo da provocação era apenas o grito de guerra, em direção à PM, de “você aí parado também é explorado”. Na chuva, o “você aí molhado também é explorado” até arrancava o riso condescendente de um ou outro policial.
Os velhos militantes nos ensinaram que a paciência é uma virtude revolucionária e que é preciso muita coragem para responder com pacifismo à violência injusta e indiscriminada.
A nova e superjovem geração de manifestantes de hoje talvez tenha perdido o elo com esses combatentes lendários e tenha esquecido de suas histórias, até porque poucos são os Homeros para nos contar em verso e prosa de onde viemos, por que lutamos e pelo que vale a pena viver e morrer.
A nova geração deve ser respeitada porque também tem muito a nos ensinar. Parte dela nos ensina o que se deve fazer. Outra parte nos mostra o que devemos evitar.
Afinal, queremos todos ir adiante, sem jamais esquecer aquilo pelo que passamos.
(*) Antonio Lassance é cientista político. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14104

Pesquisa obvia. Povo apóia liberdade e condena agressão. Mas 79% rejeitam “justiceiros” da Barbie


Autor: Fernando Brito
linchamennto

pesquisa Datafolha publicada hoje descobre o óbvio: a população do Rio apóia o direito de protestar (56 a 41%) embora este percentual esteja fortemente deprimido porque a opinião pública percebeu que tem caroço no angu destes protestos.
84% estão convencidos de que há partidos – será que a pesquisa perguntou quais? – envolvidos na fuzarca.
Mesmo assim, a população quer que, quando necessário, a repressão se dê com métodos pouco agressivos: nada de balas, nem de borracha, e de bombas de qualquer tipo. O povão quer mesmo (71% a favor) é uma boa esguichada de água nos ânimos exaltados. Nada de pancadaria policial.
E, para os black blocks, batmans e quejandos, tchau: máscaras, fogos, paus e martelos, todos são inaceitáveis para mais de 90%. Cartaz e filmadora, sim. Porrete, não.
Agora, uma má notícia para a nova musa da direita, a “”Barbie” Rachel Sheherazade.
Quatro em cada cinco cariocas condenaram o acorrentamento do jovem negro a um poste, esta semana, por uma turma de justiceiros, o que, segundo ela, era  uma atitude “compreensível” e, na sua tosca visão, amparada na lei.
Está vendo, D. Raquel?
O povo brasileiro é muito mais civilizado do que pensa a senhora, que foi dar entrevista á imprensa estrangeira dizendo que aqui não havia civilização.
Selvagem, dona Sheherazade, são os seus comentários e seu pensamento.
Sei que isso não lhe importa muito, mas há algo que importa para a senhora.
O que a senhora diz não dá Ibope, embora faça barulho.
completo
PS. Depois de publicar, vi que o Miguel do Rosário já tinha falado sobre a pesquisa, enquanto eu não estava lendo o blog. Não faz mal, ficam duas visões pelo preço – grátis – de uma… 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14092

A intolerância acaciana de Dora Kramer


 Autor: Miguel do Rosário
dorinha
(Dorinha e seu fã)
Guardo lembranças nostálgicas do velho Jornal do Brasil, que fazia um contraponto levemente à esquerda ao Globo. Depois o JB foi minguando, mas eu conhecia pessoas que ainda assinavam o JB só para ler a coluna da Dora Kramer.
Por isso, eu poderia até dizer que leio com amargura a coluna de hoje de nossa querida Dorinha. Mas não seria verdade. Eu leio com bom humor, sorrindo, porque é quase caricatural. Eu fico imaginando se ela realmente pensa aquilo que escreve. A Dora Kramer da minha lembrança não era, nem de longe, essa colunista reacionária e raivosa que vemos hoje.
A coluna é engraçada porque acusa a tudo e a todos de “intolerância”, “beligerância”, “insultos”, mas o texto transborda tanto ódio, tanta intolerância, que fica parecendo aquele sujeito que responde, aos gritos: “NÃO TÔ NERVOSO, #$%LHO!!!! ”
Confiram um trecho:
dorinha

Para provar que não quero provocar nenhuma “beligerância”, permita-me entrar no clima do nosso amigo de twitter @jornalismowando (que agora tem uma ótima coluna no Yahoo), e chamá-la de Dorinha querida.
Dorinha querida, não tem nada demais criticar o MST. Eu já o fiz algumas vezes, e também não concordei com a depredação de um laboratório de pesquisa.  No entanto,  é muita injustiça se referir ao MST dessa maneira, como se ele se limitasse a isso. O MST tem escolas, tem unidades de produção, tem parcerias inúmeras com o governo para fornecimento de alimentos, tem centros de pesquisa, imprime jornais, revistas, tem cursos de formação de lideranças, organiza debates, seminários e manifestações inteligentes.
Usar como você usou a expressão “direito de propriedade consagrado pela Constituição” pega mal, Dorinha. É claro que a propriedade deve ser respeitada, mas não é disso que se trata. O debate é bem mais complexo. Em primeiro lugar, a propriedade tem função social, e isso também está na Constituição. Em segundo lugar, o sistema fundiário nacional pode ser tudo, menos “consagrado” ou “sagrado”. Há uma confusão dos diabos porque nunca fizemos uma reforma agrária de verdade. Há milhões de hectares agricultáveis nascidos de fraudes, de grilagens, de crimes.
Você nunca ouviu falar, Dorinha, do longo e terrível histórico de crimes nas áreas rurais? Dos exércitos privados de nossos latifundiários promovendo verdadeiras chacinas, ampliando suas terras através de ameaças e assassinatos?
O MST é um movimento social que, apesar das invasões (ou antes, por causa das invasões), ajuda a pôr um pouco de ordem no que poderia ter se tornado, há tempos, numa guerra civil no interior do país. Como aliás já aconteceu, Dorinha, ou você nunca ouviu falar do cangaço e de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião?
Em relação a seus preciosos conselhos “ao senhor e à senhora” sobre a necessidade de “mudança de hábito” e maior atenção a valores como “competência e honestidade”, eu concordo plenamente Dorinha. Muito obrigado por existir e nos iluminar com tão sábias palavras! Tenho certeza que o Conselheiro Acácio, inesquecível personagem de Eça de Queiroz, ficaria muito satisfeito de lhe conhecer! 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14112

Novas revelações sobre pagamentos a manifestantes


Autor: Miguel do Rosário
coringa
Uma das figuras folclóricas das manifestações no Rio de Janeiro fez novas revelações à imprensa. Cleyton Carlos Silbernagel, 24 anos, que se fantasiava de Coringa, disse o seguinte à reportagem do jornal O Dia:
1 – parlamentares do Psol deram dinheiro a manifestantes subordinados à militante Elisa Quadros, a Sininho, em encontros secretos promovidos na Aldeia Maracanã e na Uerj.
2 – deputado federal Anthony Garotinho (PR) pagou R$ 1.200 para que bombeiros e ‘manifestantes profissionais’ acampassem em frente à casa do governador Sérgio Cabral. “Pessoas ligadas ao PR me ofereceram R$ 400 para aderir a manifestações”, disse.
3 – o filho da deputada estadual Janira Rocha (Psol), João Pedro, seria um dos líderes do movimento ‘Anonymous’ e teria incentivado Caio a praticar ações violentas em manifestações, além de equipar radicais em protestos.
Algumas observações sobre os fatos descritos acima:
- pagar militantes não é crime. Dentre as revelações acima, a única realmente grave é a terceira, que fala sobre incentivo a ações violentas, por parte do filho da deputada Janira Rocha (PSOL).
apesar de não ser crime, a revelação de que a manifestação virou um negócio tira um bocado da graça do que parecia ser uma revolta totalmente espontânea.
Em 2012, o então candidato Marcelo Freixo enchia a boca para criticar movimentos juvenis que contavam com ajuda de partidos. Lembro-me que eu, inclusive, o chamei de preconceituoso, quando ele disse que sua militância não trabalhava em troca de “lanchinho”. Preconceituoso porque fingia não ver que muitos jovens da periferia não tinham a mesma condição social dos garotos que apoiavam a campanha de Freixo, a maior parte da zona sul rica, e que o fato de receberem “lanchinho” não significava que estivessem se vendendo.
Pois bem, o tempo passou, a euforia freixista dos jovens ricos declinou e o PSOL se viu forçado a ajudar financeiramente seus militantes, o que acho muito justo.
No entanto, o método dos grupos financiados por partidos resvalaram para a truculência e não consta ter havido, por parte dos mesmos partidos, nenhuma crítica enfática, persistente, ao viés cada vez mais violento que os protestos tomavam.
Isso sim, é um erro. Um erro político grave, e que tomou proporções trágicas com a morte de um cinegrafista da Band. Alguns comentaristas lembraram que Santiago não foi o único a morrer. Em outros protestos também houve mortes. Mais razão para condenar a violência.
Os parlamentares, como representantes do Estado, tem de explicar a seus militantes que, numa democracia, o Estado tem o monopólio da violência. É uma regra às vezes chata, mas essencial para não haver caos social. A condição para haver liberdade de expressão e manifestação é justamente o não uso de violência. É a não-violência que preserva as liberdades.
PS: não dá para acreditar em tudo o que diz esse “coringa”. O vídeo abaixo, divulgado pelo mesmo, revela um rapaz desequilibrado e com viés bastante direitista. Isso mostra, de qualquer forma, que essas manifestações têm reunido toda espécie de maluco. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14122

Caetano descobre que Globo é Globo


Por Miguel do Rosário
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Caetano Veloso descobriu, meio tarde, que o Globo costuma atacar todo político que “ameaça interesses não explicitados” do grupo.
Pena que o compositor se preocupe apenas com seu político de estimação, e não veja o quadro maior.
Hoje mesmo, domingo, há dezenas de exemplos. A diferença é que o PSOL sempre foi poupado, porque o Globo o via como uma arma a ser usada contra o PT.
Entretanto, por ser um partido de esquerda, o PSOL era apenas tolerado. A única virtude do PSOL, para a Globo, é sua postura sectária e hostil em relação ao PT. Todo o resto – as ideias socialistas, o programa da legenda – costuma ser diariamente ridicularizado e atacado pelo sistema de comunicação da Globo.
Abaixo, trechos da coluna de Caetano, publicada no… Globo.
*
Já O GLOBO, no qual detecto uma sinistra euforia por poder atacar um político que aparentemente ameaça interesses não explicitados, trata as falas de Tadeu sem crítica. Uma das manchetes se refere a vereadores do PSOL que teriam contribuído para uma ação na Cinelândia, na véspera de Natal, sugerindo ligação do partido com vândalos, quando se tratava de caridade com moradores de rua. O tom usado no GLOBO é, para mim, de profundo desrespeito pela morte de Santiago.
(…)
Quando Freixo era candidato a prefeito, escrevi artigo elogioso sobre ele. O jornal fez uma chamada de capa que, a meu ver, desqualificava meu texto. Manifestei minha indignação. A pessoa do jornal que dialogava comigo me assegurou não ter havido pressão dos chefes. Acreditei. Agora não posso deixar de me sentir mal ao ver a agressividade do jornal contra o deputado. Tudo — incluindo os artigos de autores por quem tenho respeito e carinho — me é grandemente estranho e faço absoluta questão de dividir essa estranheza com quem me lê. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14128

Josias pergunta por que 22% “flertam com a barbárie”. Ora, Josias, abra um jornal ou ligue a TV


 Autor: Fernando Brito
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Quando eu era guri, numa vila do subúrbio do Lins de Vasconcellos, e alguém falava mal do outro esquecendo de si mesmo, a gente perguntava se “não tinha espelho em casa”.
É o que tive vontade de fazer quando li o artigo de Josias de Souza o prestigiado colunista da Folha/UOL, perguntando, a propósito da pesquisa Datafolha, por que 22% “flertam com a barbárie”.
Talvez a pergunta correta  talvez seja “por que 78% não flertam com a barbárie, mesmo que ela seja insuflada, direta e indiretamente, pelosmeios de comunicação comerciais?”
Será que Josias não “lembra” do que faz a televisão com seus programas de “mundo cão”,  sejam os mais “sofisticados” sejam os explícitos, com apresentadores de porrete na mão?
Será que colocar limites públicos a isso é pretender controlar, autoritariamente, a imprensa?
Ou seria às empresas de comunicação, que permitem e, em geral, promovem este tipo de coisa como fonte de audiência e de lucros publicitários?
Josias de Souza deveria ter a coragem intelectual de seu colega Maurício Stycer, que não se acovardou e apontou hoje, na Folha, quem tem, também, responsabilidade nisso, a respeito do caso da infeliz Raquel Sheherazade:
Sheherazade difundiu sua mensagem (“Num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”)numa rede de TV aberta, uma concessão pública, sem que a emissora tenha oferecido qualquer contraponto a ela.
É uma opinião dela? Sim. Ela é a âncora do telejornal? Sim. Ela pode falar o que quiser? Tudo que o SBT considerar aceitável.
Ao justificar uma ação criminosa, do seu púlpito, a apresentadora contou com o endosso (silencioso) da emissora que a colocou no lugar em que está.”
Mas quando alguns blogs apontam a responsabilidade das empresas de comunicação que fazem isso – e campanhas políticas sistemáticas com teor igual de violência, como no caso do chamado mensalão, quando qualquer coisa que não fosse o linchamento dos acusados era “defender a corrupção – somos apontados inimigos da liberdade de expressão?
Ou alguém pode deixar de ver que personagens muito bem postos nos meios, como Merval Pereira, portaram-se como “Sheherazades do Mensalão”, inclusive sugerindo que o STF deveria ser pressionado “pelas ruas”, com seus black blocs e tudo?
Josias. Se voc~e não entende porque 22% das pessoas flertam com a barbárie, eu posso dar uma contribuição para que descubra.
Olhe aí, nos comentários de sua página, para ver como se reúne o enxame selvagem à procura do “mel” amargo e violento do qual se nutrem.
E, se tiver espelho no grupo Folha e nas empresas de comunicação, veja quem são os veículos de comunicação que estão provocando este clima de barbárie.
Do contrário, sua pergunta não é retórica. É hipócrita. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=14123

SE É LEGÍTIMO PARA GILMAR MENDES…




Gilmar Mendes se sente confortável em expor seu rancor não apenas com os apenados, mas também com os que se atrevem mostrar solidariedade tácita.

Daniel Quoist

Não bastassem suas usuais provocações ao PT, ao governo do PT, aos líderes do PT, aos petistas presos no suspeitíssimo julgamento da AP-470, ainda acha por bem tripudiar sobre as centenas de pessoas que voluntariamente fizeram doações para ajudar no pagamento de multas judiciais devidas por José Genoíno e Delúbio Soares.

E até ao senador Eduardo Suplicy, que lhe enviara carta aberta cobrando explicações por suas descabidas declarações, não se faz de rogado e lhe responde com o veneno da ironia mal digerida pelo fígado: “Tenho certeza, senador, que o senhor seria dos primeiros a apoiar uma vaquinha para levantar os R$ 100 milhões de prejuízos causados pelo mensalão”.

Coloca sob suspeição todos os doadores, considera um escárnio que exista pessoas doando para os “mensaleiros”, facilitando assim que estes não sejam punidos com os rigores próprios a quem “pratica malfeitos” e por aí segue sua estranha cantilena, uma mistura de ressentimento político, militância antigoverno e antiPT e frustração com um julgamento que parte da população considera ter viés claramente político e não jurídico.

Se Gilmar Mendes se sente confortável em expor seu rancor não apenas com os apenados, mas também com os que se atrevem mostrar solidariedade tácita, verbal e financeira com esses mesmos apenados, como seria sua reação – e a reação de alguns dos seus pares que como ele pensam e também a reação dos meios de comunicação que usualmente potencializam a ira do ministro do STF?

Se é legítimo que Gilmar Mendes assim proceda, renegando o perfil de sobriedade  e discrição que tanto se espera de um magistrado de Corte Suprema, não seria legítimo que outros ministros da mesma instituição se sentissem à vontade para lhe fazer o contraponto – defendendo o direito dos mensaleiros a terem uma execução da pena de maneira justa, a receberem a solidariedade de seus amigos, militantes de partido, simpatizantes de suas ideias políticas, seja em comentários nas redes sociais da Web, seja em artigos publicados em jornais e revistas impressos, seja contribuindo financeiramente para o pagamento das multas que lhe foram impostas?

Se é legítimo que Gilmar Mendes conclua que, pela rapidez com que os valores das multas foram arrecadados por José Genoíno e Delúblio Soares, tais valores foram levantados de maneira espúria, não seria também legítimo que algum outro colega seu na Suprema Corte chegue à conclusão que tais contribuições financeiras estão absolutamente dentro do arcabouço jurídico e legal e mais, se sintam mesmo à vontade para… terem também ajudado com sua própria doação, assim como o fez (e divulgou) o antigo presidente do STF Nelson Jobim?

Se o modo Gilmar Mendes de proceder vira ‘modismo’ dentre os magistrados brasileiros, será que tais declarações, acintosas em sua essência e objetivos, não poderiam ter como contraponto declarações de outros magistrados em direção diametralmente opostas?

Ante o silêncio obsequioso dos meios de comunicação tradicionais, aqueles que pertencem majoritariamente a não mais que meia dúzia de famílias, o que poderia se esperar caso o mesmo Gilmar Mendes mudasse radicalmente de opinião e fizesse questão de defender os “mensaleiros”, se inssurgisse contra qualquer de seus pares que ousasse desqualificar apenados da AP-470 como José Genoíno, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, José Dirceu?

Estamos testemunhando uma época difícil para o funcionamento regular do STF, e os sinais disso poderiam facilmente ser escrutinados com o comportamento de seu atual presidente Joaquim Barbosa:

1 – desqualifica seus pares em diversas oportunidades em que estes tenham posição jurídica divergente da sua;

2 – manda que jornalista que deseja lhe entrevistar “vá chafurdar no lixo”;

3 – compra apartamento em Miami (EUA) usando artimanhas contábeis para não pagar impostos, criando empresa para alcançar tal fim e oferecendo para esta empresa seu próprio endereço residencial, algo vetado na Lei da Magistratura do Brasil;

4 – transforma a prisão de apenados da AP-470 em raro show midiático, transportando-os em voos das cidades em que residem para Brasília e somente depois, aos poucos, para as cidades onde deverão cumprir penas;

5 – revoga de maneira monocrática decisões de presidente do STF em exercício (Ricardo Lewandowski), sem ao menos submeter tais ações ao plenário da Corte, como aliás estabelece o artigo 317 do regimento do STF;

6 – viaja de férias sem assinar documento hábil para a prisão de um dos apenados (João Paulo Cunha);

7 – deixa de mandar prender outro dos apenados (Roberto Jefferson);

8 – vaza a um de seus pares (Marco Aurélio Mello) a intenção de se candidatar à presidência da República em outubro de 2014, em coroamento de um processo (AP-470) que ostenta todas as tintas do verniz partidário, onde atuou como perseguidor implacável dos réus e fustigou exatamente aqueles com quem pretende disputar o Palácio do Planalto.  

Acima apenas vislumbres da crônica recente envolvendo o presidente do STF, mas crônicas não menos auspiciosas e nem airosas podem ser rapidamente elencadas tendo como protagonistas os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Luiz Fux.

Esses juízes tem seus nomes e biografias relacionadas com temas espinhosos e de difícil justificação jurídica e moral: o Instituto de Direito Público (IDP), investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em convênios firmados com a Justiça na Bahia; os dois habeas-corpus concedidos a Daniel Dantas, o  notório dono do Banco Opportunity; a denúncia de grampos falsos (e nunca comprovados) tendo como interlocutor o ex-senador Demóstenes Torres; as relações perigosas observadas para se alcançar a nomeação para o STF. E mais, muito mais.

Aos interessados não será preciso os préstimos de Edward Snowden: tudo consta dos arquivos da imprensa, acessíveis na internet ao alcance de meia dúzia de cliques. 
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Se-e-legitimo-para-Gilmar-Mendes-/4/30270