sábado, 29 de março de 2014

Mais juntos e afinados do que nunca



Além de se falarem a cada dois dias, os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos trocam diariamente mensagens pelo celular, nas quais afinam o tom dos ataques ao governo 

Josie Jeronimo (josie@istoe.com.br)

Os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) entraram na guerra pela sucessão de Dilma Rousseff, carregando cada um em seu uniforme a cópia de um pacto de não agressão. Ambos, no entanto, tinham estratégias distintas. O tucano ocuparia a trincheira de ataque feroz ao governo e o socialista, governador de Pernambuco, se apresentaria como o candidato da continuidade, mas sem o continuísmo. O acordo entre eles simplesmente rezava que um não se voltaria contra o outro. Do início do ano para cá, o tal pacto de não agressão ganhou novos contornos e resultou em uma sintonia fina poucas vezes vista em período pré-eleitoral. Analisando as últimas pesquisas de intenções de voto, as equipes de Aécio e de Campos chegaram a uma mesma conclusão: os dois precisam tirar votos da presidenta Dilma para que haja a possibilidade de um segundo turno. E, para tanto, os dois candidatos nunca estiveram tão juntos e tão afinados.  Suas conversas são muito mais frequentes do que sugerem as últimas cenas públicas de um jantar em Ipanema, no Rio de Janeiro, ou o ocasional encontro na festa de debutante da filha do ex-diretor da Caixa, Geddel Vieira Lima. Interlocutores dos dois presidenciáveis disseram à ISTOÉ que Aécio e Campos conversam no mínimo a cada dois dias e trocam diariamente mensagens pelo celular.
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ALIANÇA
Cada vez mais sintonizados, Aécio Neves e Eduardo Campos praticamente
selaram apoio mútuo contra Dilma Rousseff em caso de segundo turno
Nas últimas semanas, ficou visível uma nova estratégia de Campos. Ele passou a bater com força no governo Dilma. Todos os seus movimentos foram precedidos de um acerto com o senador tucano. No bate-papo, segundo disseram assessores dos dois, Aécio e Campos chegam a debater inclusive as palavras que serão usadas com o intuito de carimbar a gestão petista de Dilma Rousseff. A sintonia fina é absolutamente combinada. Recentemente, ao falarem sobre a desvalorização da Petrobras, produziram frases quase idênticas. “A grande verdade é que o PT nos acusou durante décadas de querer privatizar a Petrobras. Quem privatizou foi o PT, levando a empresa a ter um prejuízo de R$ 200 bilhões”, acusou Aécio Neves. “Em 2010, a presidenta acusou o candidato com o qual disputava a eleição (José Serra) de querer privatizar a Petrobras. Três anos depois, a estatal vale a metade do que valia”, disparou Campos.
Na semana passada, com a CPI da Petrobras batendo à porta do Congresso e uma pesquisa desfavorável a Dilma saindo do forno, os presidenciáveis decidiram que era o melhor momento para tentar aprofundar o desgaste da imagem de Dilma como gerente. “A presidenta foi eleita com base em duas premissas: a de que daria continuidade aos resultados da economia e a de que era uma boa gestora. A economia está aí, todo mundo vê e a inflação voltou”, disse Aécio. Campos bateu no mesmo tom: “A verdade é que a presidenta não soube tocar o Brasil”.
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Como a queda de popularidade da presidenta Dilma Rousseff ocorreu principalmente por aspectos econômicos, como aumento dos juros, alta da inflação e receio da população de que o baixo percentual de crescimento do País eleve o desemprego no futuro, Aécio e Campos passaram a atuar em parceria também para questionar a condução econômica do País. Para evitar jargões complicados e atingir o cidadão médio, os presidenciáveis falam sobre os perigos da volta da inflação. O discurso ganhou fôlego com a divulgação do rebaixamento da nota de crédito do Brasil, pela Standard & Poor’s. A agência justificou a depreciação alegando crescimento econômico em ritmo lento. “Baixo crescimento com inflação alta e baixo investimento com altos gastos correntes. Infelizmente, o governo não tem mostrado capacidade de enfrentar o desafio e mudar o jogo”, lamentou Campos. “A leniência com a inflação e a ineficácia na realização dos investimentos necessários para destravar o País, em contrapartida aos exorbitantes gastos correntes, explicam, com sobras, a indesejada decisão do rebaixamento da nota de crédito”, reforçou o senador tucano. 
Aécio e Campos também criaram versões idênticas de expressões que possam atingir as camadas mais simples da população. Depois do sucesso da declaração do governador de Pernambuco, ao dizer que “o Brasil não aguenta mais quatro anos de Dilma”, Aécio conseguiu ser ainda mais preciso e lançou o jargão “já deu” para resumir a indignação de parte da população. “Entre a indignação, a revolta e o cansaço diante de repetidos absurdos, o sentimento geral dos brasileiros é um só: já deu!” Não restam dúvidas de que Campos, até 2012 hesitante entre ser ou não governo, atravessou o seu rubicão rumo aos braços da oposição.
Foto: Roberto Pereira/PSB 
http://www.istoe.com.br/reportagens/354887_MAIS+JUNTOS+E+AFINADOS+DO+QUE+NUNCA

Alckmin, Cabral e imprensa travam a falsa “guerra da água”. E o Cantareira seca…


 Autor: Fernando Brito
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A Folha e o Estadão trazem matérias sobre a preocupação de que a “guerra pela água” entre os estados de São Paulo  e Rio de Janeiro se agrave e vá parar na Justiça.
Não vai, a não ser como expediente político.
O problema do abastecimento de água de São Paulo não é para daqui a três anos, quando – com otimismo – poderia ficar pronta a tal captação de água do Rio Paraíba do Sul.
É para agora, já.
Mesmo com as “contas de chegar” que a Sabesp faz para ganhar 0,1 ou 0,2% no volume de água do Sistema – somando a capacidade de um “reservatório” que não pode suportar mais que um dia de fornecimento à cidade, o valor oficial da reserva de volume baixou para 13,8% (ou 13,7%, segundo a Agência Nacional de Águas)
Sem contar a tal “caixa de passagem”, o Sistema Cantareira tem 13,5% de capacidade e seu principal reservatório – 83% do total – está reduzido a 6,6% de seu volume e nem mesmo há certeza que, abaixo de 5%, o túnel que retira dele a água possa funcionar perfeitamente, porque a lâmina d’água sobre a defesa da tomada de captação – veja na foto como é, numa das quatro das seis tomadas que já estão secas – pode não oferecer vazão suficiente para o enchimento total do seu volume.
O esvaziamento deste reservatório está mais acelerado porque a Sabesp resolveu “reforçar” o reservatório do Atibainha, de onde vai bombear água quando o sistema não tiver mais o que transportar por gravidade para a Elevatória de Santa Inês, que manda água para São Paulo.
Não há uma matéria nos jornais sobre o andamento destas obras, nem sobre qualquer estudo sobre a qualidade da água de fundo do reservatório, cuja carga de algas já obrigou, diversas vezes, a aplicação de sulfato de cobre para torná-la adequada á estação de tratamento do Gargaú.
Natural: os jornais de São Paulo estão preocupados com a “guerra” forjada por Alckmin para amenizar a responsabilidade de governos que, há 20 anos, não investem em aumento na reservação de água para a Grande São Paulo. 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15964

“Rombo” é manchete; saldo é “pé” de matéria


Autor: Fernando Brito
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Todo mundo leu ontem que o Tesouro Nacional teve déficit de R$ 3 bi em fevereiro.
Um “rombo”…
Fevereiro é um mês tradicionalmente fraco nas contas públicas federais.
O “rombo” foi menos da metade do que havia sido em fevereiro passado.
Mas fevereiro é mês forte na arrecadação de impostos estaduais e municipais: IPTU, IPVA…
E houve superávit de R$ 5,46 bi.
O que fez a conta do tal superavit primário, mais importante do que Deus no céu, ser positiva em R$2,13 bilhões.
Ou 1,8% do PIB em 12 meses, para uma meta de 1,9% até dezembro.
Totalmente dentro do planejado e muito melhor que  o esperado pelo “mercado”.
Mas isso não tem importância.
Importante é pintar o caos para levar mais do governo.
Quem sabe, até, levar o Governo.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15970

Lula fala dos 50 anos do golpe. Viva a democracia, com inclusão e reforma


 Autor: Fernando Brito
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Lula divulga hoje, na internet, um vídeo onde se pronuncia sobre o golpe militar de 1964.
Lula diz que precisamos garantir a democracia.
Porque só a democracia leva ao Governo um torneiro mecânico, ou que “uma ex-condenada pelo regime militar”  possam ter chegado à Presidência da República.
No momento em que, sob o nem tão discreto abano da mídia, surgem manifestações pela volta do autoritarismo,  Lula lembra que a conquista da democracia “foi fruto de uma intensa luta de grande parte da sociedade”
-Apenas em uma democracia, o povo pode ir ás ruas reivindicar seus direitos. Pois a democracia não é nenhum pacto de silêncio. É a sociedade em movimento, buscando novas conquistas.
Lula elogia a apuração dos crimes da ditadura pela Comissão Nacional da Verdade. “Numa data como essa, devemos, sim, lembrar o nosso passado, lamentar o período sombrio pelo qual passamos, mas sobretudo, lutar a cada dia para ampliar a nossa democracia, incluindo cada vez mais gente e fazendo com que nosso sistema político represente melhor o povo brasileiro”.
Cada vez mais me convenço que o plebiscito da reforma política vai ser bandeira da campanha de 2014.
E que, claro, a oposição o classificará de “autoritarismo”, embora a única autoridade que deve prevalecer seja a vontade popular.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15974
Assista a fala de Lula:

O Brasil não quer ser selvagem. Porque liberdade não é selvageria


 Autor: Fernando Brito
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Punir a agressão, o preconceito, a injúria racial e  social não é um ato de ódio ao agressor ou ao racista.
É uma tarefa civilizatória, porque é pedagógica.
Ensina aos integrantes de uma sociedade que não se pode incitar ao ódio.
Ontem, todos nos chocamos com a pesquisa do Ipea que revelou que a maioria dos brasileiros acha que a roupa usada por uma mulher poderia justificar ataques sexuais.
É o resultado tanto da falta de punição aos abusos sexuais quanto, também, de uma mídia que estimula a erotização do corpo como a essência das relações humanas.
Não importa, porém, o quanto alguém se sinta provocado, simplesmente não pode atacar  outra pessoa e ponto.
Duas boas notícias, entretanto, estão aí para ajudar a mostrar que nem mesmo no campo das palavras se pode aceitar o desrespeito.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido da bancada do PC do B para abrir uma investigação sobre Raquel Sheherazade e o SBT por  defenderem, num meio de comunicação público, o acorrentamento de um rapaz a um poste.
Não é o caso de discutir se “merecia” ou “não merecia”, como no ataque sexual: não se pode fazer e ponto.
A outra é a demissão do co-piloto da Avianca que xingou o povo nordestino de porco em seu Facebook, por ter sido mal atendido num restaurante. Podia reclamar o quanto quisesse do restaurante, não dizer que os nordestinos são porcos.
Aliás, fez pior, porque quando começaram as reações disse que “O Brasil é outra grande merda em geral”.
É uma pena que tenha perdido o bom emprego, mas não é compatível com a dignidade humana nem com a função que desempenha num país que, finalmente, está a caminho de tornar a aviação comercial um serviço democrático, com um recorde 89 milhões de passageiros transportados ano ano passado, boa parte deles nordestinos.
Este país e seus profissionais, sejam pilotos, sejam médicos, sejam professores como os do “aeroporto perdeu o glamour”, tem de aprender a respeitar todas as pessoas, seja qual for sua etnia, origem ou poder aquisitivo.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=15982

ALTMAN: ACERTO SOBRE AZEREDO DESMASCARA AP 470