domingo, 30 de março de 2014

Aprendiz de feiticeiro


O Harry Potter do PSOL contra a “farsa da direita”
Por Malu Delgado
Os fãs tentam entender por que diabos Harry Potter não recorre a seus poderes para curar o problema na visão e abandonar os óculos. Por que ele é o único aprendiz de feiticeiros que porta o acessório em Hogwarts? Independentemente das explicações nas fanpages, tão imaginosas quanto a saga da britânica
J. K. Rowling, o fato é que aqueles óculos são a marca registrada do bruxinho. E é por causa deles que o senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues, candidato do PSOL à Presidência da República, é conhecido pelo nome do protagonista da série.
“Não é, Harry Potter?”, brincava o senador Magno Malta (PR-ES) numa manhã de fevereiro, num dos corredores do Senado, enquanto defendia em entrevista a redução da maioridade penal. “Hoje não é um bom dia para isso, senador. Senão conto quem é Voldemort”, revidou Randolfe.
Os óculos de Randolfe causam tanto frisson aos marqueteiros do PSOL quanto os de Harry Potter aos fãs. Há catorze anos o senador foi diagnosticado com um leve astigmatismo e comprometimento da convergência ocular. “Há duas semanas o oftalmologista me disse que não tenho mais nada.” Mas o programa do partido veiculado no início de fevereiro trazia cenas do senador com os indefectíveis óculos. O candidato não sabe o que fazer com a imagem forjada por ocasião da disputa de 2011 à presidência do Senado, da qual José Sarney (PMDB-AP) saiu vencedor por setenta votos a oito.
Além da dúvida sobre manter ou não o figurino Harry Potter no candidato, há outra mágica a ser feita pelo PSOL: rejuvenescer ainda mais o jovem Randolfe, de meros 41 anos. O marqueteiro – “Luiz Arnaldo Campos, um cineasta militante que não visa ao lucro” – vetou o uso de terno e gravata na tevê. E será preciso muito feitiço para tornar sedutor o discurso do candidato: não bastasse a voz estridente e a retórica professoral, Randolfe é, segundo um correligionário, “gongórico”, ou seja, abusa de imagens rebuscadas e muitas vezes herméticas.
Januário Martins, pai do senador e petista histórico, não aprovou o programa do PSOL: “Parecia aquelas coisas do PT de antigamente.” Randolfe admite que não vai ser fácil encantar os eleitores falando da “auditoria da dívida externa” na tevê, com as ruas em ebulição. Ele se anima, porém, com a liberdade com que o partido poderá tratar da pauta “dos costumes”, como direitos homoafetivos e a descriminalização do aborto e da maconha. A agenda das mobilizações de junho também será encampada pelo PSOL: “Tarifa zero é exequível e realizável.”

"Até que enfim ganhamos uma aqui dentro”, celebrava Randolfe ao final da votação em que a Proposta de Emenda Constitucional na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a redução da maioridade penal foi derrotada por 11 a 8. O senador repetia a piadinha que circulava nos corredores do Senado: “Passagem do meu estado até Brasília: 650 reais. Abastecer o carro do Senado: 400 reais. Ver a cara do Magno Malta depois da derrota da proposta: não tem preço.”
Num lapso de descontração durante o almoço em Brasília, Randolfe admitiu que é “meio sério mesmo”. Foi enfático quando o garçom lhe perguntou sobre o ponto da carne: “Passada, bem passada, muito bem passada, passadíssima.” Criado a maior parte da infância pelos avós em Pernambuco, enquanto os pais se aventuravam pelas terras promissoras do Amapá, ele credita sua aparência austera à pouca idade com que foi eleito. “Como sou o mais jovem da Casa, isso me impôs a necessidade de tentar envelhecer, ser formal, impor respeito. Na campanha vou tentar rejuvenescer.”
Entre um bocado e outro, falou das dificuldades para arrumar namorada na juventude. “Para namorar comigo tinha que resistir a pelo menos uma reunião do DCE e a uma panfletagem.” Hoje já é avô de Antônio Gabriel, filho de Thaís, sua caçula, de 18 anos. O primogênito, Gabriel, um ano mais velho que a irmã, lhe apresentou o mundo de Harry Potter. Divorciado, Randolfe vive com a nova companheira em Macapá, mas passa grande parte dos dias em Brasília. Fez poucos amigos. Não conseguiu aderir à pelada do deputado Romário (PSB-RJ) e do senador Petecão (PSD-AC) às terças-feiras. “É rara uma terça em que eu não queira fazer um pronunciamento”, justifica o flamenguista.
No dia 24 de fevereiro, Randolfe foi lançado pré-candidato do PSOL em São Paulo. É apontado como a síntese dos dois primeiros candidatos do partido à Presidência, a ex-senadora e hoje vereadora Heloísa Helena (6 575 393 votos) e Plínio de Arruda Sampaio (886 816 votos). Teria, segundo seus entusiastas, o vigor de Heloísa e a ternura de Plínio. O evento lembrava as plenárias do PT da década de 80 – boinas circulavam pelo salão, onde uma lojinha vendia livros marxistas e socialistas, bótons e camisetas do Che. A diferença ficava por conta da Bateria Indignada, a bandinha de jovens do partido que surgiu na época das manifestações de junho. A cada discurso, a rapaziada improvisava um bordão. “Eu não recebo nenhum real... Eu tô na rua por um ideal”, cantaram antes de Marcelo Freixo discursar. Visto hoje como o único político do nanico PSOL com alguma viabilidade de não fazer feio numa aventura nacional, Freixo declinou de ser candidato à Presidência. No dia 9 de fevereiro, teve seu nome associado pelo advogado Jonas Tadeu Filho ao manifestante black bloc acusado da morte do cinegrafista Santiago Andrade. O PSOL considera a tentativa de ligar o partido ao financiamento de black blocs uma “farsa do sistema” e diz estar afinadíssimo para tratar do assunto se “a direita” quiser ressuscitá-lo na campanha.
Dias antes de ser oficializado pré-candidato, Randolfe admitia não entender por que Freixo não aceitou concorrer. “Ele teria as melhores condições.” Para o senador, não há “razoabilidade” na recusa do colega. Freixo, deputado estadual, quer disputar a Prefeitura do Rio em 2016 e acha que precisa estar na Assembleia em 2015. Para não morrer de vez, a única meta real do PSOL em 2014 é eleger bancadas estaduais e federais, e Freixo é fundamental nessa engrenagem.
“Pelo sim, pelo não”, Randolfe mantém no pulso uma fitinha vermelha do Senhor do Bonfim que ganhou em Salvador. A militante que lhe deu a mandinga insistiu que ele a tirasse somente no segundo turno. 
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-90/esquina/aprendiz-de-feiticeiro

Preferimos os bandidos


Caros leitores, não se assustem com essa afirmativa que é o título desse artigo, mas, de fato, prefiro os bandidos aos policiais e digo-lhes o por quê.

Um das principais funções do Estado é promover a segurança do cidadão e acima de tudo, garantir que seus direitos sejam todos exercidos dentro do que promete a lei, daí surge a polícia como uma força promotora e extensiva do Estado para abalizar mais ainda esses direitos, tais como: o direito de ir e vir, de ter segurança, etc...

No entanto, o que se percebe é que, mesmo sabendo dessas funções do Estado e tendo a plena convicção que os policiais também as conhece isso não garante segurança alguma a determinado grupos de pessoas como: gays, travestis, negros e pobres [marginalizados].

Vejam este caso:
Ontem [27 de março] à noite, estávamos reunidos como de costume na praça do Pr. Cícero num grupo grande amigos, em sua maioria gays, também haviam algumas mulheres. Como sempre fazemos, estávamos conversando e tomando algumas cervejas. 

Uma viatura do Ronda do Quarteirão e uma viatura da Polícia Militar de Icó param na praça e de armas em punho pedem para que somente os homens encostem-se à parede e as mulheres se afastem – na fala dos polícias dirigida as mulheres foi escutado a seguinte sentença: “vamos, vamos, se não leva bala!”. 


Enquanto essa cena acontecia percebi que um dos policiais que passava por trás de nós ria da situação com deboche, haja vista que se tratava de uma turma de gays e que eles muitas vezes nos viram lá, paravam e viam que não éramos vândalos ou bandidos e apenas pediam para que não sujássemos o local e mantivéssemos a ordem. Porém ontem foi diferente, eles descem e começam a famosa “diligência”. 

Um dos policiais revista um amigo meu, depois meu irmão, logo após a mim e depois veio a revista um amigo chamado Tales – gay, estudante de educação física e professor - . Sem nenhuma causa aparente ele começa a gritar: “Ta me tirando a pagode é!”. 

Na sequência esbofeteia meu amigo por diversas vezes. Ainda tentei argumentar dizendo que a atitude dele estava errada, que se tratava de um abuso de autoridade. Eu olhei em direção ao policial do ronda que se encontrava mais atrás na tentativa de que ele interviesse na situação, mas nada aconteceu. Ele simplesmente balançou a cabeça com um sinal de negativa pela atitude do outro estúpido policial. Mas nada fez.

O melhor vem agora. Diligência e tapas na cara concluídas eles em tom agressivo, arrogante e se achando o detentor de todo o poder do universo, grita diversas vezes com todos nós, mandando a gente ir pra casa. Com armas em punho o tempo inteiro.

Ficamos petrificados com tanta estupidez e fomos andando em direção a casa de um dos nossos amigos. Não satisfeitos ainda, vieram em nossa direção e mandaram novamente irmos para casa, pois caso contrário seriamos agredidos.

CONCLUSÃO DISSO:
Entre as pessoas que foram revistadas estavam psicólogos, professores, estudantes entre outras profissões. Não somos bandidos para sermos tratados daquele jeito. E mesmo que fossemos, existem leis para punir através da restrição da liberdade e não com agressão física. O mais interessante disso tudo é que ele bateu especificamente num gay.

Já estive em roda de amigos, conhecidos e diversas pessoas e sempre fui muito cauteloso com tudo e ficava assustado quando estávamos com pessoas que aparentemente diziam-se perigosas. Mas depois do evento de ontem percebi que nosso maior perigo não está na favela, no marginal ou até mesmo no bandido. O Estado está gangrenado por uma parcela considerável de gente estúpida como esse policial, e tudo a nossas custas.

Pagamos os salários dessas pessoas para ser garantido a nossa segurança e não sairmos apanhados numa simples diligência.

A única coisa que senti foi medo!

Que contradição não é! Eu senti medo da polícia, mesmo sendo uma pessoa honesta e íntegra. Assim como o meu amigo que apanhou, eu também me senti apanhando junto.

Que absurdo!

Agora eu entendo porque algumas pessoas se sentem mais seguras com os bandidos do que com os policiais.

A policia brasileira é criminosa sim! Tem culpa no cartório e mata mais do que qualquer guerra armada que há por ai.

Ela não nos protege, ela mata e condena mais ainda a uma condição marginalizada aqueles que já se encontram na subalternidade.

Entendemos perfeitamente que temos também um dos piores salários e condições de trabalho para policiais, mas nem por isso eles devem agir desse modo. Já imaginou se os professores agissem desse modo, haja vista que temos uma condição ainda pior do que a deles?

Isso tudo é um absurdo!

Por isso deixarei aqui alguns desejos:

Que o narcotráfico assuma logo de vez o comando do país e mostre que quem dá as ordens são eles mesmos, pois no final das contas os baluartes da política brasileira mantém subalternidade aos grandes “barões do pó”. Que as favelas sejam o pathernon dos novos cidadãos brasileiros e que tragam revolveres empunhado nas mãos. Que os marginais encarcerem os políticos e os lideres das igrejas. Que os bandidos condenem todos os policiais e mostrem quem são os contraventores de fato.

Há um Estado paralelo ao mundo real e esse ser bandido ainda é a única alternativa de ver, de fato, o mínimo dos seus direitos cumpridos.

Rogo aos céus: Derrubem o Estado e promovam a rebelião! 

http://www.icoenoticia.com/2014/03/preferimos-os-bandidos.html

* Texto escrito e enviado por Wellington Carneiro - Licenciado em Letras pela UECE e Mestre em Letras pela UERN

SEM QUADRILHA E SEM FORO ESPECIAL, MENSALÃO DESABA



Denuncismo da oposição fortalece chantagens de partidos aliados ao governo

























Denuncismo da oposição fortalece chantagens de partidos aliados ao governo

É lamentável que tenhamos mais uma eleição presidencial disputada em cima do denuncismo, pautando todo debate eleitoral até 5 de outubro, dia do comparecimento do eleitor as urnas para referendar a continuidade, o mais do mesmo. Só um desastre de proporções oceânicas seria capaz de impedir que a presidenta Dilma reeleja-se.

A oposição não consegue apresentar um programa de governo que contemple a maioria do povo. O que apresenta como proposta é um esboço que está em sintonia com o interesse do rentismo, da agiotagem internacional, a política do chamado Estado mínimo, da abertura total dos mercados e de sua completa desregulação para que as multinacionais aufiram lucros monumentais e expatriem nossas riquezas nos legando desemprego, a desvalorização do salário mínimo, a dita flexibilização dos direitos trabalhistas, o aumento do superavit primário, das taxas de juros, o receituário ultrapassado que levou o mundo a maior crise financeira de sua história e que os áulicos desse projeto insistem em defendê-lo e implementá-lo numa versão 2.0 repaginada e travestida de um furor que levará de roldão todas nossas estatais e porá fim a um amplo programa de políticas sociais que estão em execução.

Assim não conseguimos avançar na forma de melhorar as relações políticas entre congresso e governo. Estabelecer uma agenda mínima de prioridades votada pelos parlamentares sem que o governo seja obrigado a fazer da casa civil um balcão de negócios, a lançar mão de práticas fisiológicas a cada uivo desse moralismo udenista que fortalece o clientelismo da base e empareda o governo. O denuncismo da oposição serve ao propósito da chantagem do PMDB que encontra nisso o meio de afirmação de seus velhos interesses escusos por mais verbas, cargos e posições de poder, uma moeda de troca para tirar o governo das cordas, sob pena de levá-lo ao nocaute político.

Nenhuma CPI terá o condão de mudar o voto do eleitor. No máximo provocará um segundo turno diante da perplexidade, do noticiário massivamente incriminatório e desfavorável ao governo que polariza e divide o Brasil em contra e a favor dos governos petistas, forjando uma nação ainda mais enfraquecida pelos resultados da urnas pródigos em favorecer o PT por uma razão óbvia: O PT é o partido do povo. Para o bem ou para o mal o PT sempre estará na luta pelas bandeiras caras aos movimentos sociais, pela distribuição de renda e num segundo turno isso é o que fará o diferencial. 

Não interessa porém à presidenta Dilma vencer as próximas eleições num clima de conflagração institucional especialmente quando ainda sofremos os efeitos da grande crise e uma guerra psicológica está em curso provocando instabilidade nos mercados de capitais e oscilações na bolsa.

Apostar na máxima do quanto pior melhor ao colocar na alça de mira a maior empresa nacional por meros motivos eleitorais na ausência de um programa de governo consistente que convença o eleitor a mudar de opção política, é um tiro que sairá pela culatra ainda mais quando se sabe que os proponentes da CPI da Petrobrás primam pela desfaçatez e nos governos que estão à frente nenhuma investigação prosperou. Vide o esquema de propina do trensalão que não merece dos nossos aguerridos parlamentares, imprensa e candidatos de oposição o mesmo tratamento que se pretende dá a Petrobrás.

Daí porque o PMDB tira o máximo proveito para barganhar. Primeiro negociando candidaturas nos Estados onde o PT lançaria candidato próprio e que diante da atual conjuntura se vê obrigado a desistir em troca de apoio para controlar a CPI elastecendo seu objeto para incluir outros temas que tenham potencial de atingir a oposição e o desgaste se dilua, além de liberar mais verbas, ministérios, cargos nos escalões inferiores, negociar a presidência da câmara que pelo sistema de rodízio seria do PT mas pode cair no colo de Eduardo Cunha, o suprassumo de tudo que há de mais podre e nefasto na política.

Resumo da ópera: os costumes políticos permanecerão inalterados. Quanto mais a oposição se apegar ao denuncismo desenfreado contra o governo, melhor para os partidos da base aliada que sempre terão uma moeda de troca para novas negociatas e o governo encurralado não terá outra coisa a fazer senão ceder. Ou cede ou vai para luta política debater com a sociedade, um custo muito elevado e cujos resultados serão imprevisíveis. Melhor a política da redução de danos do que o enfrentamento numa quadra em que todo o establishment caminha de mãos dadas com a oposição.

A oposição prestaria um enorme serviço a nação se discutisse o governo, apresentasse uma alternativa viável a esse projeto. Saísse do círculo vicioso do denuncismo gratuito e inconsequente que só piora as práticas políticas entre governo e base aliada à medida que mais denúncias significam mais dependência do governo aos velhos costumes dos caciques do PMDB e cujos efeitos são praticamente nulos como demonstra a experiência das CPIs abertas durante o estrepitoso caso do mensalão, uma até batizada de CPI do fim do mundo e que não impediu Lula de reeleger-se presidente da República.


Insistir no mesmo método de atuação política já usado tanto por Alckmin como por José Serra é um suicídio eleitoral e o pior é que em caso de derrota o que fica é a pecha de uma oposição sem projeto, não restando uma única ideia capaz de ser aproveitada pelo governo num eventual segundo mandato.

Capas da Veja: Quem quer ser a próxima vítima a perder dinheiro?



Essa estória de que a pesquisa Ibope influenciou tanto a Bolsa de Valores está muito mal contada, e quem conhece minimamente como funciona os bastidores do mercado financeiro é muito difícil engolir essa versão que estão contando.

O cheiro é de tubarões espalhando boatos para pegar o rico dinheirinho de calouros na Bolsa, ingênuos e amadores que aplicam conforme os boatos realimentados no noticiário.

* * *

Sabemos que tucanos, banqueiros e especuladores são almas gêmeas. Nasceram uns para os outros. Se amam e adorariam que Aécio Neves ou mesmo o neo-vendilhão Eduardo Campos ganhasse a eleição.

Mas são profissionais e não rasgam dinheiro nem pelo "amor" carnal que tem pelos tucanos.

Duas pesquisas feitas simultâneas (só divulgadas com 7 dias de diferença), uma mostrando que a popularidade de Dilma "caiu", e mesmo assim as intenções de votos continuaram extremamente favoráveis à presidenta e desfavoráveis à oposição, não influiria nas decisões de profissionais no mercado financeiro. Só se a pesquisa trouxesse de fato uma forte possibilidade de virada é que influiria, pois aí sentiriam a chance de comprar estatais (ou pedaços delas) a preço de banana, como FHC vendeu a Vale.

O resto são profissionais inescrupulosos espalhando boatos para influenciar os mais inocentes e amadores a caírem como uns patinhos.
* * *

Nesse negócio de ações em Bolsa, ser bem informado e ter informação na frente dos outros vale literalmente ouro. Nenhuma pesquisa que demorou 10 dias para ser publicada influiria nos ânimos dos profissionais de mercado. E encomendada logo por uma entidade patronal como a Confederação Nacional da Indústria, dificilmente não vazaria antes para o mercado financeiro.

Só na Bovespa, o dinheiro eletrônico que gira por dia é mais de R$ 6 bilhões. Se qualquer flutuação em pesquisa eleitoral fizesse a Bolsa subir ou descer até 4%, todos os investidores profissionais que aplicam muita grana fariam pesquisas diárias, cujo custo é abaixo de R$ 100 mil, muito pouco perto dos volumes de dinheiro negociados na bolsa.

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Nestes últimos dias de alta, a Bovespa teve a melhor entrada de capital estrangeiro nos últimos seis meses, muito dinheiro vindo de fundos, inclusive fundos de pensão que aplicam a médio e longo prazo. O mais provável é que as ações da Petrobras e Eletrobras, que estão baratas, tiveram muita procura. Os profissionais que giram no curto prazo acham que elas ainda vão subir lentamente este ano e ainda não é hora de comprar. Mas são papéis muito seguros, com alto grau de confiança de que subirão nos próximos anos. É um tipo de papel que interessa a fundos de pensão, que precisam ter boa parte dos investimentos com baixo risco, mesmo que com menor rentabilidade. Isso explica a procura.

É possível que espertalhões resolveram unir o "útil ao agradável". Espalharam que tinha a ver com a "queda" de Dilma. Assim fazem campanha para Aécio nas "suas bases" (os eleitores que trabalham ou gravitam em torno do mercado financeiro), e ao mesmo tempo estes que sabem o que estão fazendo quando espalham os boatos, induzem os amadores a comprarem ou venderem na hora errada, de forma a perderem dinheiro para eles que se aproveitam e ganham.

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O economista e gestor de investimentos Pedro Paulo Silveira dá uma opinião que parece honesta, e que deve ser semelhante ao que profissionais sérios falam nos bastidores:

"O fato é que o otimismo voltou com a expectativa que os agentes têm de uma reversão no quadro eleitoral; com a derrota da presidente. No entanto, insisto nessa questão, a pesquisa divulgada ontem não se refletirá, necessariamente, em intenções de votos para a oposição. Apesar dos dados ruins de inflação, o mercado de trabalho e a renda dos trabalhadores continuam firmes e são um cabo eleitoral nada desprezível e que compensa, de longe, a inflação a as contínuas denúncias que saem na imprensa. É cedo demais para apostar em uma reversão do quadro eleitoral. Mais sensato seria apostar na continuidade, ou na elevação, da volatilidade dos mercados, aqui e lá fora."

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Esta nota é ilustrada pela capa da revista Veja "Eike Xioping" de 2012 que chegou às bancas em um sábado, dia 14 de janeiro. Na segunda-feira seguinte, dia 16, a cotação da principal empresa de Eike Batista na época, a OGX Petróleo, subiu 5,79%. Na quarta acumulou alta de 12,22% sobre a cotação de sexta-feira, chegando ao valor de R$ 15,89. De lá para cá o valor despencou e está em R$ 0,25 (28/03/2014).

Pausa para uma explicação: a matéria da Veja não aconselhou diretamente ninguém a comprar ações. A matéria foi sobre futilidades ("jornalismo ostentação"), e não propriamente de economia. A revista apenas colaborou para espalhar a imagem de que tudo o que Eike fizesse daria muito dinheiro, sem tocar no assunto de que alguns investimentos eram de alto risco, ou seja, tanto podiam ganhar como perder muito dinheiro.

Se algum profissional do mercado financeiro disser que as ações subiram por causa da capa da Veja vira motivo de piada. Esse tipo de notícia pode até influir algo na disposição de amadores que compram ações, mas não o suficiente para provocar um estouro de manada que produza altas significativas. Deve ter havido outros fatores naquela data.

Agora, a capa desta semana trata como verdade uma relação entre pesquisa e Bolsa que é mera especulação. Acaba servindo para reforçar o golpe dos espertalhões sobre os tolos que comprarem ou venderem errado por causa da próxima pesquisa. Para eles, só resta advertir: "sorriam, vocês estão sendo tapeados". 
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/03/capas-da-veja-quem-se-habilita-ser.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+(Os+Amigos+do+Presidente+Lula)

Folha descobre que Pasadena dá lucro


 Autor: Miguel do Rosário
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Enfim um grande jornal brasileiro enviou um repórter à Pasadena! A jornalista Isabel Fleck viajou para lá e publicou hoje sua primeira matéria sobre o tema. E o que ela descobriu? Que nos últimos dois anos, a refinaria teve seu melhor desempenho desde 2005, “operando com uma boa margem”. E com “média de 95% de aproveitamento”!
Ou seja, Pasadena dá lucro!
Trecho da matéria:

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Entretanto, como não podia deixar de ser, o título e o viés da matéria tentam esconder essa informação de todo modo:

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Ora, o mercado de petróleo se caracteriza justamente por esses altos e baixos. A informação mais importante aqui é que a refinaria dá lucro!
O final da matéria chega a ser engraçado e merece um comentário.
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Reparem bem. O email do CEO da Astra, cujo teor tenho certeza que está sendo manipulado, é de 2007. A refinaria foi comprada em 2005. Portanto, ele se referia apenas aos anos de 2005, 2006 e 2007, certo? Não me parece uma base suficiente para análise, ainda mais porque, no primeiro ano da aquisição a Astra teve que investir na modernização do maquinário. E houve diversas paralisações da fábrica por causa de furacões na região, que causaram dano à refinaria, como o furacão Rita, que assolou o golfo do México e o Texas em setembro de 2005.
Mas pedir para a Folha contextualizar as informações seria demais, não é? 
http://tijolaco.com.br/blog/?p=16065

Aécio e Eduardo


A estratégia do tucano contribui para consolidar a cultura democrática. A de Campos baseia-se no velho personalismo
A prevalecer o quadro hoje desenhado, faremos neste ano uma eleição presidencial diferente de todas as outras desde a redemocratização. Pela primeira vez, os dois principais candidatos são genuínos representantes de seus partidos.
Do lado do PT, isso não é novidade e Dilma Rousseff está escalada. Vem do PSDB a inovação. Está claro que é cedo para decretar que chegaremos a outubro com as intenções de voto no padrão de hoje. Mas as pesquisas são unânimes ao mostrar que, somados, os candidatos dos demais partidos mal alcançam 10%. Em outras palavras, a polarização entre PT e PSDB tem boa chance de se repetir.
Desta vez, eis a questão, os tucanos caminham para apresentar algo que não têm desde Mario Covas, um candidato do partido. Fernando Henrique Cardoso foi lançado e se reelegeu praticamente sobre a alcunha de “homem do real”. Em 1994 e 1998, seus eleitores mal sabiam a sua filiação partidária. Estivesse filiado a qualquer outro, o resultado não seria diferente.
Nas duas eleições das quais participou, José Serra foi candidato de si mesmo. Os correligionários tinham de ouvi-lo na televisão para se inteirar de suas pretensões e propostas. Em 2010, tanto mandava e desmandava que levou o PSDB para onde quis: associou-o ao moralismo conservador e ao que de mais reacionário existe na política e na sociedade brasileiras.
Geraldo Alckmin era desprezado pela elite tucana e foi escolhido para ser derrotado por Lula. Nunca expressou o sentimento da cúpula e das bases de seu partido (salvo, talvez, em Pindamonhangaba).
Agora, não. Aécio Neves caminha para a eleição como candidato genuíno do PSDB. Para o bem e para o mal.
Isso fica claro no modo como responde ao dilema que angustia os tucanos desde 2002, o de como lidar com a “herança de Fernando Henrique Cardoso”. Ao pensarem em termos eleitorais, Serra e Alckmin fizeram o lógico: esconderam a herança de FHC e tentaram se desvencilhar da impopularidade do ex-presidente. Como chegou a dizer Serra em 2010, no ápice da desfaçatez: “Eu sou o Zé que vai continuar a obra do Lula”.
Aécio, ao contrário, faz tudo para associar sua imagem àquela de FHC. Suas propostas, seus assessores e seu discurso têm Fernando Henrique escrito por todos os lados, a ponto de ensejar especulações a respeito da participação do ex-presidente como companheiro de chapa (algo impensável nas candidaturas de Serra).
Importa pouco se Aécio age assim por obrigação ou desejo. Se ele se oferece ao posto de continuador da “herança de Fernando Henrique” por convicção ou para assegurar a vaga de candidato do partido. O fato é que o faz. Torna-se assim um “legítimo tucano”, expressão da legenda e não de si mesmo.
É o oposto de Eduardo Campos, cuja candidatura é a enésima encarnação de um fenômeno recorrente em nossa história eleitoral, o personalismo daqueles que se apresentam como “indivíduos notáveis” e se creem dotados de atributos especiais. Nada há de estranho em estar ao lado de Marina Silva, outra dessas “personalidades” transbordantes de si mesmas, que se projetam acima dos partidos e pedem um cheque em branco ao eleitor (pretensamente garantido por seus “bons propósitos”).
Do modo como está formulada, a candidatura de Aécio traz uma contribuição para a consolidação de nossa cultura democrática. O pernambucano aposta nos preconceitos antipartidários e no velho estereótipo de que, na escolha eleitoral, o importante é “a pessoa do candidato”. O mineiro não esconde de que lado está e a quem está ligado. Sem discutir sua motivação, o relevante é o fato de educar o eleitor, enquanto o outro quer se aproveitar de seu equívoco.
Dizê-lo não é avaliar a utilidade estratégica das opções de ambos. “Tucanizar-se” pode ser (muito) nefasto para as pretensões eleitorais de Aécio, enquanto fingir-se “apartidário” pode ser uma estratégia esperta de Campos. Ou vice-versa.
Nada disso deve, porém, ter consequências de curto prazo nestas eleições. Mantidas as tendências conhecidas e a se considerar o cenário da disputa a seis meses do pleito, a chance de qualquer um dos dois, independentemente do que fizerem, é pequena. Dilma Rousseff é a favorita.
A discussão concentra-se no que deve acontecer no médio e longo prazos. Nesse horizonte, quem faz a coisa certa é Aécio Neves. Se não tomar cuidado, o futuro de Campos é ser mais um jovem político promissor perdido no meio do caminho. A estrada está cheia deles.
http://www.cartacapital.com.br/revista/793/aecio-e-eduardo-8578.html

Para a Justiça, algumas manifestações são mais iguais que outras




por : 
professores_protesto_12_03_2010

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo terá pagar uma indenização de 1,2 milhão de reais por dano material e moral, devido à realização de uma manifestação em outubro de 2005 que reuniu cerca de 10 mil pessoas na avenida Paulista. A decisão é da justiça paulista.
Quem moveu a ação contra o sindicato (por conta do “transtorno”), foi o Ministério Público de São Paulo. O relator, ministro João Otávio de Noronha, afirmou que o TJSP reconheceu a “legitimidade ativa” do MP para propor a ação, por considerar que a qualidade de vida da população havia sido atingida e que o transtorno afetou número indeterminado de pessoas, o que caracterizaria o dano moral.
O mundo dá voltas…
No ano passado, o Ministério Público se aproveitou das “jornadas de junho” (mais precisamente no dia 22) para, no calor das manifestações, emplacar também a sua na mesmíssima avenida Paulista e derrubar a PEC37.
Mesmo antes, em 24 de maio, uma sexta-feira, dia clássico para o trânsito paulistano, promotores e procuradores de Justiça já haviam promovido um protesto em frente ao prédio sede do Ministério Público (região central da cidade), contra a proposta de emenda à Constituição que ameaçava os poderes de investigação da instituição.
O MP irá se auto sentenciar? Protestos de uns são mais legítimos que protestos de outros?
O sindicato recorreu ao Superior Tribunal de Justiça questionando os valores arbitrados e a fixação de dano moral (em primeira instância, foi condenado a pagar R$ 302 mil por dano material e R$ 3,02 milhões por dano moral, além da obrigação de publicar essa decisão em dois jornais de grande circulação, sob pena de multa diária de R$ 10 mil), mas a Terceira Turma não analisou essas questões porque o recurso não foi adequadamente fundamentado.
As únicas “vitórias” se deram graças ao colegiado que deu parcial provimento ao pedido para determinar que a correção monetária sobre o valor da indenização por dano moral tenha incidência a partir da data de seu arbitramento pelo TJSP (a correção monetária havia sido fixada a partir da data da manifestação) e redução do valor do dano moral para R$ 906 mil.
O valor pago irá para o Fundo Estadual de Despesas de Reparação de Interesses Difusos Lesados.
Pode ser ingênuo de minha parte, mas de duas, uma. Ou o MP dá o exemplo e paga uma indenização pelos mesmos “transtornos”, ou devolve a derrubada da PEC37 que obteve graças ao calor de junho. Protesto é protesto e não se faz sem promover “transtornos”.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/para-a-justica-algumas-manifestacoes-sao-mais-iguais-que-outras/