sábado, 19 de abril de 2014

Petrobras: amputem a necrose e salvem a parte sadia



Petrobras: amputem a necrose e salvem a parte sadia

Segundo um jornal paulista, o senador José Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, presidente nacional do DEM, disse que “se existir a CPI gorda (que investigaria os contratos da Petrobras, dos trens de São Paulo e do Porto de Suape), ela não levará a nada além da perda de credibilidade do Congresso. Quem estiver nela participará de uma farsa”. Em ato falho, o senador descreveu o que acontece neste momento.

Primeiramente, todas as coligações de partidos com maior acesso à mídia, as do PT, do PSDB e do PSB, cujos candidatos, não por outra razão, são os mais cotados para se elegerem presidentes, têm “telhado de vidro”. Desta forma, cada conjunto de congressistas não quer fazer a CPI para moralizar o país, uma vez que ela criaria temor nos futuros corruptos. Cada conjunto quer fazê-la restrita a um órgão específico para as falcatruas alheias serem descobertas e, assim, poder ver seu adversário político “sangrar”.

Notar que, possivelmente, em cada partido, existe uma banda podre, que compromete o partido como um todo com suas patifarias. E os membros não corruptos, com receio da incompreensão popular, defendem a corporação, incluindo os corruptos também. Falta saber o quão expressivas as bandas podres dos partidos são.

Isto ocorre, em parte, por causa da mídia partidária existente. Esta mídia com acesso às camadas menos politizadas da população, graças – pasmem – a concessões públicas, longe de informar os eventos buscando a isenção, com análises plurais, na verdade faz campanha política pelos seus candidatos. E há uma visível preferência pelos candidatos mais conservadores.

No meio desta balbúrdia, está colocada a Petrobras, um símbolo da vitória da sociedade brasileira sobre o assédio ininterrupto das petrolíferas estrangeiras sobre nossa riqueza, desde a primeira metade do século passado. Tudo leva a crer que bandas podres de partidos requisitaram áreas da empresa aos seus prepostos, funcionários de carreira, para, na posição de administradores dela, arrecadarem caixa 2 para campanhas eleitorais de bandidos candidatos, além da taxa de passagem dos corruptos.

Pelo visto, é inimaginável que um congressista participe de uma CPI gorda e aponte corruptos em qualquer partido, podendo até ser no seu próprio. Viva, então, o intimorato senador Roberto Requião. Li uma declaração dele, há poucos dias, na qual dizia algo como: “eu apoio toda e qualquer CPI, não importando a origem e os prováveis envolvidos”. Gostei também da afirmação da presidente Dilma, sobre as investigações no âmbito do Executivo, que, onde houver indícios, todos os possíveis culpados devem ser investigados com rigor e, sendo comprovada a culpa de alguns, estes devem ser penalizados com as penas cabíveis.

Creio que muitos sindicalistas estão cometendo o mesmo erro de avaliação dos políticos, pois eles não querem CPI alguma, com o justo argumento de que a CPI irá se transformar em instrumento de crucificação midiática do PT, da sua candidata e da Petrobras. Não sei se estou enganado, mas, hoje, quando a população vê o martelar contínuo da mídia em determinadas teses, ela conclui que estão querendo doutriná-la e, portanto, é porque não deve ser bom para ela própria. Talvez eu seja um sonhador, mas tenho a esperança de o povo estar amadurecendo politicamente.

Minha recomendação é que se criem tantas CPI quantas forem as fumaças que existem no ar, e se verifique se há fogo alimentando as mesmas. Na Petrobras, poder-se-á pesquisar, por exemplo, as refinarias Pasadena e Abreu Lima, o complexo petroquímico Comperj e algo que não se tem falado na mídia, que são os “desinvestimentos” da presidente Graça Foster. Não tenho nenhuma informação de cocheira, mas, salvo erro, a estrutura arquitetada para a consecução dos desinvestimentos é fácil de ser corrompida. Então, para preservar a boa reputação da presidente Graça Foster, sugiro esta averiguação.

Os tucanos precisam ser aquinhoados com a questão dos trens, ligada à Alstom, além de se esmiuçar melhor o “mensalão tucano”. É preciso também, para retirar toda a poeira debaixo do tapete, pesquisar alguns preços mínimos estabelecidos para as privatizações, começando com o valor mínimo da Vale do Rio Doce. Com relação ao pessebista Eduardo Campos, fala-se em perguntar sobre o porto de Suape. Confesso não ter nem ouvido falar do que se passou por lá. Mas, investigue-se também.

O povo só não pode cair no engodo dos conservadores entreguistas, que recomendam que o remédio é privatizar a Petrobras. É verdade que, se ocorrer a privatização, na nova empresa, não haverá diretor escolhido por partido político e não haverá corrupto querendo desviar recursos da empresa. Não é importante, mas, deve-se registrar que os preços dos seus produtos finais certamente não serão barateados.

Entretanto, ela poderá passar a ser corruptora de órgãos e empresas estatais. Um ente estatal nunca é corruptor de outro ente estatal, posição reservada ao setor privado. É preciso acabar com a falsa idéia que o setor privado é mais honesto, até porque a corrupção faz parte da condição humana. Portanto, onde há seres humanos, pode haver corrupção. O que aconteceu na boate Kiss, em Santa Maria, não ocorreu por corrupção privada?

Escrevo artigos em defesa da existência de estatais em setores estratégicos da nossa economia e o setor de petróleo certamente é um desses, não só pelo petróleo ainda ser a principal fonte de energia do mundo e, em consequência, ter grande valor geopolítico, como também pela alta lucratividade intrínseca do “negócio petróleo”.

Além disso, a Petrobras compra mais no país, inclusive plataformas e navios, encomenda mais Pesquisa & Desenvolvimento aqui, emprega mais brasileiros, direta e indiretamente, constrói refinarias, complexo petroquímico, dutos, terminais, estações de bombeamento e a logística de distribuição e abastecimento.

Notar que o monopólio estatal do petróleo foi extinto há 19 anos e, no entanto, até hoje, as petrolíferas estrangeiras só querem produzir petróleo no Brasil e levá-lo para o exterior.

Assim, temos que apurar os fatos, preservando o interesse nacional, que é ter uma Petrobras saudável e atuando em benefício de nossa sociedade. 

Leia também: 



Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania.

Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?

Na caça a ele vale tudo
Na caça a ele vale tudo
Quanto valem cinco meses na vida de uma pessoa?
A pergunta me ocorre quando penso em Zé Dirceu, preso exatamente há cinco meses na Papuda.
Alguém já fez essa conta para si mesmo?
Em dinheiro, é difícil calcular. Digamos que dessem a você, diante de uma sentença de cinco meses na cadeia, a opção de pagar para não ir.
Quanto você daria para ficar em casa? Para conviver com seus amigos, seus irmãos, seus pais, seus filhos? Para poder ir à padaria pela manhã tomar uma média com pão e manteiga? Para comer uma pizza domingo?
Eis um caso de complicada precificação.
Do ponto de vista de tempo em si, nada paga, evidentemente, a temporada na cadeia. Nossos dias são limitados e escassos. Os cinco meses na cadeia – ou o que for – não são acrescentados em sua vida a título de compensação.
E se a sentença é injusta, ou absolutamente controversa? E se você acha que de um lado enfrenta algozes para os quais só importa punir e de outro amigos cuja solidariedade e apoio não se manifestam numa hora tão complicada?
Aí entram outras coisas humanas: raiva, sentimento de impotência, revolta.
A conta cresce expressivamente.
Onde, nisso, fica o caso de Dirceu?
Numa recomposição rápida, temos um julgamento que o tempo mostrou ser um circo abjeto, animado e manipulado por uma mídia que repetiu o comportamento de 1954 e 1964.
Depois, temos uma juíza que diz que, embora não existam provas contra Dirceu, se julga no direito de condená-lo.
Juízes de nível baixo, como se veria depois ao conhecê-los em sua pompa vazia, sacramentariam a punição sem provas com uma figura chamada Teoria do Domínio dos Fatos. (Nem o autor alemão da teoria achou que a adaptação dela para o Mensalão fazia sentido.)
Numa canhestra matemática que levou um réu a ter uma pena maior do que a que os noruegueses aplicaram ao assassino de dezenas de jovens reunidos numa convenção, foram fixadas sentenças estapafúrdias como se se tratasse de ciência exata.
Os réus, no percurso, foram logo para o STF, o que significou a perda de pelo menos uma segunda instância para a revisão dos vereditos.
Depois, num arroubo teatral, em 15 de novembro Joaquim Barbosa, sob os holofotes da mídia que o incensou quando lhe conveio e agora o abandona como se esperava, manda prender alguns, Dirceu entre eles.
E na cadeia a perseguição como se amplia.
Uma proposta de emprego de um hotel vira um escândalo nacional artificialmente.
Aparece na mídia com alarde uma conexão no Panamá para o candidato a empregador de Dirceu e depois ela desaparece quando se vê que não era nada – mas sem que os leitores fiquem sabendo do complemento da história.
Aparece outro emprego, mas um jornal diz que Dirceu conversou com alguém pelo celular, e uma nota jamais provada faz que Dirceu continue na prisão em regime integral.
Esta é a vida brasileira: uma nota basta para deixar alguém na cadeia, ainda que ela não se sustente. Basta que esse alguém seja Dirceu.
Uma revista – a mesma que impunemente tentou invadir criminosamente o quarto de Dirceu num hotel de Brasília – continua em sua caçada insana e publica fotos que mostrariam os “privilégios” de Dirceu na cadeia.
Há, aí, uma dissonância cognitiva. As fotos apresentam um Dirceu abatido, visivelmente mais magro. Não é nada compatível com regalias ou privilégios.
Num dos últimos capítulos da farsa, Barbosa – sem que a mídia lhe cobre nada por isso – diz que as penas dos réus do Mensalão foram artificialmente infladas para que não prescrevessem.
Não é crime isso? Ou é uma inovação da justiça brasileira, algo que poderia fascinar justiças menos sofisticadas como – já que falamos nela – a norueguesa?
Quanto, repito, valem cinco meses na vida de uma pessoa?
Na semana que vem, noticia-se hoje, Barbosa vai se pronunciar sobre o caso Dirceu.
Ainda que ele contrarie os prognósticos e libere Dirceu, quem vai pagar a conta pelo tempo perdido e sofrido na prisão?
Dirceu deveria processar o Estado, até para que coisas assim tenham consequências.
Não sei qual seria a quantia arbitrada, mas não seria pouca.
Ironia suprema, a conta seria paga por um Estado comandado por Dilma Rousseff e pelo partido que Dirceu ajudou a construir, o PT.
Parece o realismo fantástico de Garcia Marquez numa versão de pesadelo, mas para Dirceu é a realidade como ela é. 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quanto-valem-cinco-meses-na-vida-de-uma-pessoa/

O menino Bernardo e a culpa coletiva por um pedido de socorro que ninguém quis ouvir


bernardo

Numa carta a amigos, em que comentava sobre o linchamento de um jovem na Argentina, o papa Francisco escreveu o seguinte: “A cena doeu em mim. ‘Fuenteovejuna’, eu me disse. Sentia os chutes na alma”.
“Fuenteovejuna” é um clássico do século XVII do dramaturgo espanhol Lope de Vega. O povo de um vilarejo se une para se vingar de um comendador tirano. Um juiz é enviado pelo rei para apurar o caso. Ao perguntar aos moradores quem foi o assassino, todos respondem “Fuenteovejuna”. Assumem a culpa coletivamente.
O menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi encontrado morto na cidade gaúcha de Frederico Westphalen. Estava dentro de um saco plástico enterrado às margens do Rio Mico. Foram presos o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugolini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz.
A polícia trabalha com a hipótese de que o casal queria colocar as mãos no dinheiro deixado para Bernardo por sua mãe, que se suicidou com um tiro na cabeça em 2010. Com o menino vivo, Leandro teria mais dificuldade para, por exemplo, vender imóveis que estavam no nome dele e da ex-mulher.
Mas há uma culpa coletiva nessa tragédia. A tragédia de Bernardo vem se arrastando há muito tempo à vista de toda Três Passos, o município onde ele vivia. É um história longa e triste de torpeza, injustiça e omissão.
Em novembro, a notícia de abandono afetivo de Bernardo chegou à promotoria da Infância e da Juventude e foi aberto expediente para apurar sua situação familiar. Bernardo era alvo de comentários na cidade.
Em dezembro, o centro de assistência social entregou à promotoria um relatório dizendo que o garoto pernoitava e era alimentado na casa de conhecidos e tinha desavenças verbais com a madrasta. Passava sábados e domingos na rua. O pai não sabia onde ele estava e não o procurava.
No dia 24 de janeiro, ele mesmo se dirigiu ao 4º andar do fórum de Três Passos, onde funciona o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, e contou das ofensas da madrasta, do pai que não tomava atitude e de sua vontade de morar com outras pessoas. Foi levado para falar com a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira. Reconfirmou tudo.
A promotora ingressou com ação na Justiça pedindo que a guarda provisória fosse dada para a avó materna, mas o juiz preferiu marcar uma audiência com o pai, ocorrida em fevereiro. Leandro quis uma chance de reaproximação. Bernardo aceitou. 
No dia 7 de abril, quando soube do desaparecimento, a promotora pediu que a guarda fosse dada para a avó. Mas o juiz determinou que, assim que encontrado, ele fosse encaminhado a um lar, pois faltavam elementos sólidos para comprovar que a avó poderia assumir a guarda. Muito pouco, tarde demais.
Seu abandono era notório. A violência psicológica desfilava na frente de todos. Um menino de 11 anos foi sozinho a um fórum para dar seu depoimento. O que faltava?
Bernardo pediu socorro e não foi atendido por ninguém.
«¿Quién mató al Comendador? / Fuenteovejuna, Señor / ¿Quién es Fuenteovejuna? / Todo el pueblo, a una» 

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-menino-bernardo-e-a-culpa-coletiva-por-um-pedido-de-socorro-que-ninguem-quis-ouvir/

Novos leitores: Mais uma tentativa de assassinato de reputação




por Luiz Carlos Azenha

Os blogueiros sujos resistiram firmemente a mais uma tentativa de assassinato de reputação. Esta, aparentemente coordenada internamente nas Organizações Globo.
Quem é leitor diário da blogosfera pode abandonar a leitura aqui, já que este artigo é para os milhares de novos leitores que nos procuram, segundos estatísticas de nossa audiência, em função de recentes — e falsas — acusações, que envolvem também o nome do Viomundo.

Os que acompanham mais de perto a disputa judicial entre o bravo blogueiro Luís Nassif e a revista Veja, da Editora Abril, da família Civita, sabem exatamente do que estou falando. Nassif teve a coragem de denunciar as falcatruas da revista em sua série sobre os métodos da publicação. O trabalho de Nassif foi confirmado mais tarde, quando a Polícia Federal desmontou a associação entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e aliados. Eles entregavam suas “produções” jornalísticas de bastidores, contra adversários, para a publicação da Abril.

As armações tinham o objetivo clássico da mídia empresarial brasileira: o “assassinato de reputação” com objetivos políticos, ideológicos ou comerciais. Tirar vantagem enfraquecendo os outros com denúncias falsas ou artificialmente turbinadas.

Ao deixar a TV Globo, mais tarde, em 2006, o hoje blogueiro Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, teve a coragem de fazer o mesmo: denunciar publicamente a emissora. Foi dado por alguns como doido. Porém, abriu os olhos de uma pequena parcela da opinião pública e hoje há, sem medo de errar, dezenas de milhares de brasileiros capazes de identificar com clareza os métodos da cobertura política global, que foram modulados para evitar os casos de manipulação mais evidente — hoje rapidamente denunciáveis — e trabalhar a pauta do que é ou, principalmente, não é oferecido aos leitores, ouvintes e telespectadores das Organizações Globo, dando ênfase às notícias que interessam e escondendo as que não interessam.
Este é hoje o principal motivo de os blogueiros terem se tornado, eles próprios, alvos de contínuas tentativas de “assassinato de reputação” ou “destruição de caráter”.

Eles rompem o tabu dos assuntos proibidos, muitos dos quais envolvem as próprias empresas de mídia, o que ficou bem nítido no recente aniversário de 50 anos do golpe de 1964, por exemplo, aqui aqui.

Se você é um jovem leitor ou chegou recentemente a este espaço, calma! Sabemos que há muitas novidades para você no que escrevo. Despreocupe-se. Vá seguindo os links e acumulando informação. Eventualmente, você vai se dar conta do que lerá, verá e ouvirá repetidamente na blogosfera: a grande mídia tem lado, apesar de se dizer “neutra”, “isenta” e “imparcial”.

O lado dela ficou claro no golpe que instalou a ditadura militar em 1964. Com raríssimas exceções, que pagaram caro por isso, a mídia apoiou os golpistas que agiram com ajuda material dos Estados Unidos e censuraram, torturaram, mataram e sumiram com os corpos de adversários. Alguns dos donos da mídia se envolveram diretamente  na articulação golpista; outros deram publicidade ou apoio material a ações específicas da ditadura; muitos lucraram enormemente durante o período.

São, grosseiramente, os mesmos que sempre se opuseram a governos de caráter trabalhista ou popular, que chamam de “populistas”. Os mesmos que apoiam, sempre, governos elitistas voltados acima de tudo para o lucro das elites, sem que uma migalha sequer seja concedida aos de baixo, aos mais pobres, aos assalariados.

Entendeu agora o motivo de nos detonarem?

ocasião mais recente foi a entrevista do ex-presidente Lula a blogueiros de esquerda, ou “progressistas”, por apoiarem uma série de medidas políticas e econômicas que representariam progresso social e material para os trabalhadores, os assalariados, os mais pobres — como o Bolsa Família, as cotas para negros e sociais nas universidades, o Sistema Único de Saúde.

Como jornalista com mais de 40 anos de experiência, sendo pelo menos 30 em emissoras de televisão, sustento que uma entrevista vale pelas notícias que produz. No caso de que tratamos aqui, a entrevista de Lula produziu numerosas manchetes, inclusive em toda a chamada mídia corporativa, ou seja, ligada ou defensora dos interesses das corporações que a patrocinam.

Lula falou de todos os assuntos relevantes daquele momento: as denúncias contra o deputado André Vargas, contra a Petrobras, a campanha para que ele seja candidato a presidente em 2014, os rumos da economia no governo Dilma, a Copa do Mundo, os protestos na rua do Brasil, a lei antiterrorismo, o financiamento da saúde pública, etc.

Ou seja, os entrevistadores atingiram seu objetivo sem usar grosserias, sem ofensas e sem embarcar no que chamamos de “antipetismo” movido pelo ódio. É um sentimento promovido por adversários políticos do PT, que querem negar direito de existência ao partido de Lula da mesma forma que os golpistas de 1964 negavam existência política a seus adversários. Depois do golpe, mesmo políticos que apoiaram a derrubada de João Goulart foram “extirpados” pelo militares, como o direitista Carlos Lacerda, que perdeu o direito de se candidatar.

Entenderam o paralelo entre os ditadores do passado e os “ditadores”  de hoje? De formas distintas, tentam atingir os mesmos objetivos: negar o direito de expressão e organização àqueles dos quais discordam.

É nessa categoria que, em 2014, se encaixam os blogueiros, nove dos quais participaram da entrevista com o ex-presidente Lula. Para a mídia corporativa, são não-pessoas. A eles são negadas a individualidade, as características pessoais, os saberes específicos.

Você já andou por aí na blogosfera? Viu como concordamos em algumas coisas e discordamos em muitas? O Viomundo, por exemplo, apoia todas as manifestações de rua, inclusive as que estão sendo organizadas para o período da Copa do Mundo. O Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania – para dar apenas um exemplo, discorda. Isso não nos impede de conviver democraticamente, ainda que expressando posições claramente distintas.

Não concordo com a postura do Eduardo em muitos outros pontos, porém defendo que ele participe, sim, de entrevistas com autoridades e políticos. Desde quando se convenciou que estas atividades devem ser exclusivas de jornalistas? Como representante comercial, exportador de autopeças e fã do Lula, o blogueiro não deixa de expressar o que pensa parte da opinião pública brasileira em relação ao ex-presidente.

Por outro lado, estavam presentes na mesma entrevista jornalistas com grande experiência, como a Conceição Lemes, deste site, com 33 anos de carreira. O que houve de errado com a pergunta que ela fez ao Lula sobre o financiamento da saúde pública? Lula culpou a extinção do imposto de cheque, promovida pelos adversários dele, pela falta de dinheiro para financiar o SUS. Acho que foi uma boa pergunta e que cabe ao leitor/ouvinte/telespectador decidir se concorda ou não com o ex-presidente.

Porém, os que negam direito de existência aos blogueiros no mundo da informação apagam a individualidade de cada um e o pluralismo da blogosfera, apelando para rótulos e acusações infundadas: seriam todos financiados pelo governo, hipnotizados por Lula ou defensores pagos do PT. Em uma palavra, “vendidos”.

Enfatizo: condenar “antipetismo” irracional não é o mesmo que ser petista. Não somos. Quer ler críticas ao PT/governos Lula e Dilma neste site? Comece por aquiaquiaquiaqui ou aqui.

Minha sugestão? Frequente os blogs abaixo citados. Com o tempo, baseando-se na sua leitura e não no que dizem para você, estou certo de que você perceberá as nuances, as diferenças que existem entre todos eles, indistintamente: Blog do Miro, CafezinhoSul 21Carta MaiorEscrevinhadorTijolaçoBlog da CidadaniaDiário do Centro do Mundo (há muitos outros, mas estes estavam representados na entrevista).

Estou certo de que, ao fazer isso, você vai encontrar uma pluralidade de opiniões que não vê na chamada mídia corporativa!

Quando no título deste texto, falei em “assassinato de reputação”, é por acreditar que as críticas feitas aos blogueiros nas Organizações Globo tinham este objetivo.

Primeiro, na rádio CBN, que pertence às Organizações Globo, em rede nacional, o âncora Carlos Alberto Sardenberg (o mesmo do Jornal da Globo, na TV) e o comentarista Merval Pereira (o mesmo do jornal O Globo, do Rio) sugeriram que os blogueiros que participaram da entrevista com Lula eram “vendidos”.

Depois, o jornal O Globo, do mesmo grupo, onde escreve Merval, pretendeu fazer uma “investigação” sobre quem eram os entrevistadores. Coincidência, não?

O método foi o mesmo utilizado na primeira entrevista de Lula a blogueiros, quando ainda estava na presidência da República, em 2009. Naquela ocasião, o jornal O Globo estampou, junto com uma foto de Lula com os entrevistadores, o título “Lula recebe Cloaca e outros amigos no Planalto”. Cloaca é um blogueiro do Rio Grande do Sul, que não participou da entrevista de 2014 e a cloaca a que ele se refere ao nomear seu blog é a mídia representada pelos grupos Folha-Abril-Globo-Estadão, ou seja, a mídia conservadora, de direita, que faz propaganda dos interesses da elite brasileira.

O Globo negou, então, credibilidade à entrevista. Agora, faz o mesmo usando métodos parecidos. Também usou uma foto dos blogueiros ao lado de Lula. E tascou, baseado em uma única declaração (a que aparece entre aspas), de um dos nove presentes: Café e bolotas de queijo, Conversa de Amigo‘Ninguém teve a intenção de ser isento’, Conversa de Camaradas.
É algo comum no jornalismo acusatório: tomar a parte pelo todo. Pega a opinião de um, destaca e com isso tenta desqualificar o todo.

Porém, onde foram publicadas as críticas específicas de O Globo às perguntas feitas pelos blogueiros? Quais as impropriedades jornalísticas cometidas durante a entrevista? Faltou notícia na entrevista de Lula?
A resposta, como as manchetes dos dias subsequentes na mídia corporativa deixaram claro: Não!
O que Lula antecipou aos blogueiros, inclusive, começou a acontecer: Dilma assumiu a defesa da Petrobras e anunciou ajustes futuros na economia brasileira. Tudo isso apenas confirma a relevância da entrevista em si.

Como jornalista com ampla experiência, percebi que O Globo montava uma armadilha para os blogueiros ao ler as perguntas endereçadas à Conceição Lemes. Se a entrevistadora do Viomundo não tivesse formação de jornalista ou não tivesse currículo, a inexperiência para enfrentar uma raposa politica como Lula seria destacada. Se tivesse tido qualquer despesa paga pelo Instituto Lula para ir até a entrevista, seria mencionada por isso. Seriam formas de desqualificar o trabalho de Conceição, já que o Viomundonão recebe propaganda oficial, seja de governos federal, estaduais ou municipais, seja de empresas públicas/estatatais — incluindo aí o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Fazemos isso porque batalhamos pela extinção de tais gastos públicos, a não ser em casos de estrita necessidade, como campanhas de vacinação, para que o dinheiro seja aplicado em creches, hospitais e salários de funcionários públicos, não necessariamente nesta ordem. Quando governador do Paraná, o hoje senador Roberto Requião, do PMDB, fez isso e deu muito certo.

Finalmente, acrescento minha própria experiência como vítima de tentativa de assassinato de reputação, obviamente mal sucedida, caso contrário você não teria vindo ler o Viomundo.

Foi na campanha eleitoral de 2010, quando eu já havia pedido a extinção antecipada de meu contrato com a TV Globo.

Na ocasião, o jornal O Globo envolveu meu nome de forma infundada numa falsa denúncia contra a TV Brasil, que havia prorrogado — dentro de todas as normas legais — um contrato com a produtora Baboon, de São Paulo, que produzia o programa Nova África depois de ter ganho uma concorrência pública. Que eu saiba, foi o primeiro e único programa de TV no Brasil que foi resultado de uma concorrência pública! 

Eu era empregado da Baboon, assalariado, para cumprir função em minha área de especialidade! No entanto, O Globo juntou meu nome com a cifra milionária de um contrato do qual eu não era parte e não tinha assinado — não sendo dono, nem sócio, nem gerente da Baboon, que pertence aos empresários Henry Ajl e Markus Bruno. 

Viu como funciona? O Globo juntou meu nome com um valor milionário que nunca recebi e conseguiu produzir uma falsa denúncia contra um jornalista assalariado de uma produtora que havia ganho uma concorrência pública! No entanto, foi tudo tão transparente que, subsequentemente, a Baboon se classificou para disputar uma segunda concorrência e perdeu, ocasião em que o blogueiro Reinaldo Azevedo voltou a usar meu nome para me acusar… de perder a concorrência! 

É assim que a direita age, entendeu? 

Se você ficou curioso sobre o programa, clique aqui

Portanto, expresso aqui minha solidariedade aos nove blogueiros vítimas da tentativa de assassinato de reputação movida pelas Organizações Globo por conta da mais recente entrevista do presidente Lula. 

Sugiro a você, finalmente, jovem ou novo leitor do Viomundo, que dê uma olhada na tabela abaixo, publicada por Fernando Rodrigues em seu blog do UOL e na íntegra da entrevista do ex-presidente aos colegas blogueiros: 

Agora nos diga: quem é mesmo que embolsa bilhões em dinheiro público?

http://www.viomundo.com.br/denuncias/novos-leitores-mais-uma-tentativa-de-assassinato-de-reputacao.html

A caminho da absolvição

Vinte e dois anos depois do impeachment de Collor, o STF vai finalmente julgar o último processo contra o ex-presidente por crime de peculato e corrupção passiva. A pena máxima é de 20 anos de prisão, mas o senador tem grandes chances de escapar


Izabelle Torres (izabelle@istoe.com.br)
Único presidente brasileiro a sofrer um processo de ­impeachment, o senador Fernando Collor (PTB-AL) deixou o Palácio do Planalto em 1992, mas apenas nesta quinta-feira 24, 22 anos depois, o Supremo Tribunal Federal irá julgar a última ação penal contra ele. Às vésperas da prescrição dos crimes, os ministros vão decidir se Collor cometeu peculato e corrupção passiva, se beneficiando de contratos de publicidade fechados durante seu governo. A pena máxima para quem comete os dois crimes pode chegar a 20 anos de reclusão, além de multa. Uma das acusações feitas pelo Ministério Público é de que, logo depois de vencer licitações, as agências publicitárias depositavam recursos em contas fantasmas que seriam usados para pagar contas pessoais do então presidente, inclusive a pensão de um filho fora do casamento.
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IMPUNIDADE
Em setembro de 1992, o então presidente Fernando Collor deixava Brasília 
e o Planalto pela porta dos fundos, depois de sofrer impeachment. Mais de
duas décadas depois, deve ser absolvido do último processo no STF
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A denúncia que será julgada incluiu outras sete pessoas, sendo cinco donos de empresas que teriam pago as propinas e dois assessores principais de Collor. Um deles era o já falecido Oswaldo Mero, da Secretaria Particular da Presidência. O outro é Claudio Vieira, advogado e então secretário-geral da Presidência. O processo teve início na 12ª Vara do Distrito Federal, mas foi desmembrado em 2007, quando Collor se tornou senador e  passou a ser julgado pelo STF por possuir foro privilegiado. Até então, sem mandato, respondia à Justiça comum.   
No Supremo, o caso caminhou a passos lentos e ficou quase quatro anos parado no gabinete da ministra Cármen Lúcia. A demora contribuiu para a prescrição do crime de falsidade ideológica e fez o Ministério Público pedir celeridade da Corte no julgamento do caso,  antes que os crimes de peculato e corrupção passiva também prescrevam. O apelo do MP levou a ação penal para a pauta, mas as chances de o ex-presidente sair ileso do julgamento são reais e muito prováveis. A favor de Collor constam diversos fatores. O mais relevante deles é a sentença da juíza federal Pollyana Medeiros Alves,  proferida sem alardes no dia 13 de abril de 2013. A juíza substituta da 12ª vara foi a responsável pelo julgamento dos réus sem foro privilegiado e analisou as mesmas provas que agora estão nas mãos da ministra Cármen Lúcia.
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A favor de Collor pesa uma sentença de primeira instância
que declarou a inocência dos donos de agências e assessores
do ex-presidente, como Claudio Vieira, acusados de participar do esquema
Na sentença de 13 páginas, Pollyana Medeiros afirma que os contratos entre órgãos do governo e agências de publicidades existiram, assim como houve depósitos dessas empresas nas contas fantasmas ou de pessoas ligadas ao então presidente. Mas, para ela, não ficou comprovada  a existência de recursos públicos nessas operações e a conexão entre os contratos  fechados e a obtenção de vantagens das empresas. “Não há como aferir se o serviço pactuado foi efetivamente prestado pelas empresas de publicidade contratadas, se houve superfaturamento e, em caso de existência, qual foi o valor indevidamente cobrado e recebido pelas empresas. Nenhuma informação quanto à lesividade, dano concreto, aos cofres públicos foi trazida aos autos”, sentenciou. Diante desses argumentos, a juíza declarou a inocência de todos os réus julgados, extinguiu as acusações contra duas pessoas que faleceram e julgou improcedente o pedido de aplicação de penas feito pelo MP.
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Os argumentos da juíza foram anexados ao processo da ação penal 465 do STF pela defesa do ex-presidente. No STF, ministros dizem que seria uma contradição jurídica culpar um presidente da República por crimes que teriam sido praticados  por assessores e empresários já inocentados por falta de provas. Reservadamente, dois ministros que já analisaram o caso afirmam que são grandes as chances de o tribunal considerar o ex-presidente inocente por falta de documentos que atestem a real participação de Collor no esquema. 
Essa dificuldade na produção de provas livrou o ex-presidente de outra ação penal que tramitou no STF e foi julgada em 1994, na qual Fernando Collor era acusado de corrupção passiva por ter recebido um Fiat Elba e dinheiro para reformar o jardim da Casa da Dinda. Na época, os ministros consideraram que a ausência de atos administrativos assinados pelo então presidente para beneficiar empresários que teriam concedido as benesses mostravam falhas na acusação. Apesar do forte apelo popular pela condenação, a Corte decidiu arquivar o caso. A história deve se repetir na próxima semana.
Fotos: Marcos Oliveira/Ag. Senado; WILSON PEDROSA/AE 
http://www.istoe.com.br/reportagens/358053_A+CAMINHO+DA+ABSOLVICAO+

“Apanhe quieta”, diz a mídia a Dilma. Só falta pedir para dizer “obrigado”.


 Autor: Fernando Brito
cordeis
A Folha de hoje noticia que “Dilma atende Lula e parte para o ataque“.
Título impróprio, pois o próprio texto diz que as recomendações feitas por Lula  seriam de que “a ordem agora é não deixar nenhuma crítica sem resposta”.
Portanto, a de defender-se.  E, no máximo, partir para o contra-ataque.
Ou seja, interromper este longo calvário em que seu Governo vem sendo impiedosamente espancado pela mídia – o que é o “natural” neste “antinatural” sistema de comunicação brasileiro.
Defender-se com vigor, por incrível que pareça, não é a regra dos manuais de política.
Embora seja estranho, é mais comum do que parece a reação das pessoas na vida pública  de “não reagir, não responder”.
Milhões de vezes ouvi que “não desse cartaz”, “ninguém leu isso”,  ”se responder só aumenta a divulgação do problema” e outras coisas semelhantes.
Erro grosseiro.
Um governo tem de se defender todo o tempo. De seus adversários e, até, de seus próprios integrantes, porque não é raro que as disputas internas vão parar nos jornais, na forma de “derrubar” desafetos.
É claro que a forma de fazê-lo tem de guardar sintonia com a natureza do próprio governo.
Mas, neste caso, caberia perguntar se os brasileiros que elegeram Dilma elegeram “aquela moça calminha, cordata, pacata”…
Ela até pode e deve ser assim diante dos ataques políticos, que são próprios da democracia e devem ser tratados com a mais absoluta civilidade, exclusivamente no plano das ideias.
Mas não é o que está ocorrendo.
Vejam os exemplos citados na reportagem como reações “bateu, levou” do Governo Dilma e julguem se isso é o natural do embate político:
- “a reclamação disciplinar contra a promotora que pediu quebra de sigilo de celulares do Planalto”
Meu Deus, será isso uma reação violenta ou se é, isto sim, uma violência inominável – e um crime! –  uma promotora servir-se de um estratagema cartográfico para fazer o Supremo Tribunal Federal qubrar o sigilo telefônico do Presidente da República, dos integrantes do Congresso e até, dos seus próprios ministros? Esta senhora deveria, a esta altura, estar respondendo a uma reclamação disciplinar, mas a um processo-crime!
-a elaboração de uma propaganda oficial contra alegação do governo de Minas de que o governo federal seria responsável pelo aumento da conta de luz no Estado
Ué, uma empresa pública estadual vai à televisão dizer que é o Governo Federal o responsável por um aumento de tarifas que ela própria solicitou e em valores dobrados  em relação ao concedido e isso deve ser aceito calado? Ainda mais quando usa, sordidamente, uma linguagem traiçoeira, ao dizer que o reajuste era coisa “lá de Brasília”?
Não recordo de ter havido uma reação indignada da imprensa, procurando saber quem eram os responsáveis por isso, quanto tinha sido gasto para fazer politicagem na TV nem a posição dos patronos políticos do governo mineiro.
Por último, discute-se a realização de uma campanha publicitária sobre a Copa do Mundo…
Ora, o que se deveria estar discutindo, em forma de crítica ao Governo Dilma, era a ausência, até agora, desta campanha, que será tão menos eficiente quanto mais se aproxime a Copa, porque a competição será o mote de, praticamente, toda a atividade publicitária comercial do país e, é evidente, o impacto de uma campanha institucional sobre ela tenderá a se diluir na “multidão” de mensagens.
Então, será que querem o governo Dilma para Cristo, sofrendo aquilo que se lê em Isaías 53:7 :  Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Tudo o que se quer – e todos querem, inclusive Lula, a quem a matéria atribui “intervenção”, mesmo depois dizendo que é “recomendação – é que o Governo Dilma Rousseff  e abra a boca preste  contas à sociedade do que fez e do que faz e não, simplesmente, deixe por conta da mídia dizê-lo.
Porque é tão grande o partidarismo desta mídia que, a depender dela, a impressão que se tem é a de que que faz quase nada e aquilo que faz, faz errado.
Até reduzir o preço da energia elétrica já virou “grave erro”.
Aqui no Brasil não querem apenas o diálogo do lobo com o cordeiro. Querem que o cordeiro, de preferência, seja também amarrado e amordaçado.
E que nem berre enquanto as presas do lobo o destroem. 
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