quarta-feira, 25 de junho de 2014

A perseguição a Trajano

Os velhos truques contra Trajano
Os velhos truques contra Trajano
Colocam, no Facebook, mais um artigo de Reinaldo Azevedo contra Trajano.
É uma perseguição ao mesmo tempo selvagem, pela intenção de quem a faz, e inútil, porque fora dos círculos dos analfabetos políticos ninguém leva a sério Reinaldo Azevedo.
Por isso, Trajano pode receber as agressões com suspiros de tédio, ou simplesmente com estrepitosa indiferença.
O que eu gostaria de sublinhar, aqui, é o método de RA de polemizar. São sempre os mesmos truques, que conheço desde que se manifestou, há alguns anos, sua obsessão por mim.
Sua primeira investida contra mim veio em 2007 quando, num texto na revista Época, critiquei Mainardi e a “marnardização” da Veja.
Ele tomou as dores de Mainardi, sua alma gêmea, e tentou me indispor com a direção da Globo.
Os truques frequentes:
1) Ele desqualifica o alvo dizendo que não o conhece, como se isso significasse alguma coisa que não sua própria ignorância.
Afora a infantilidade do “argumento”, é algo que não se sustenta minimamente. Imagine, por acaso, que Glenn Greenwald decidisse responder a um dos múltiplos ataques de Azevedo a ele.
Jamais, repito, jamais Greenwald utilizaria este expediente primitivo: ele me conhece, e eu não o conheço.
Numa palavra, é uma estupidez.
2) Azevedo se autoglorifica. Eis uma infantilidade doentia. Em sua insegurança patética, nascida do fato de não ter carreira decente até se prestar ao papel de sicário da plutocracia, ele se autoenaltece sem freios.
Diz que é lido por milhões de pessoas, alega uma erudição que nega ao oponente e parece o Leonardo di Caprio em Titanic quando grita: “Sou o Rei do Universo”.
Se alguém verificar a sério a audiência de Azevedo, provavelmente se decepcionará: são as mesmas pessoas que entram a todo instante em seu blog, saúdam o seu “rei” e deixam os comentários idiotas de praxe. (O mais comum é: “na cascuda!”, signifique isso o que significar.
3) Reinaldo Azevedo se vitimiza e bravateia.
Com Trajano, ele prometeu processá-lo até por racismo. E por injúria, difamação etc. Isso tudo no mesmo tempo em que chamava Trajano de babaca, feio, velho e outras coisas de seu infame arsenal.
No prontuário de Reinaldo Azevedo consta “nassífilis”, como ele se referiu a Nassif alguns anos atrás.
E ele, a despeito de todos os insultos que atira contra os outros, deu agora para ameaçar processar por difamação.
4)  Ele se declara um cruzado da “imprensa independente”.
Independente de quê? Do governo? Passemos para outra piada. As empresas jornalísticas sempre se abarrotaram de dinheiro público de administrações federais, estaduais e municipais.
Ou por propaganda – durante anos a preços de tabela quando todos os anunciantes privadas obtinham descontos enormes – ou por expedientes como o lote de assinaturas da Veja que o governo de São Paulo compra da Abril com dinheiro do contribuinte paulista.
Diversos governos estaduais sempre compraram livros da Editora Globo também com dinheiro público. Em meus anos na editora, tive uma briga memorável com o governador do Amazonas porque ele imaginava que, comprando lotes de livros da Globo, teria em troca cobertura favorável da revista Época.
Isso para não falar dos empréstimos do BNDES, a juros maternos. Gráficas, equipamentos televisivos, tudo isso, essencialmente, é fruto do BNDES.
É pedagógica a foto de Roberto Marinho com FHC na inauguração de uma gráfica da Globo feita, pausa para risadas, para imprimir 1 milhão de Globos.
A despeito da fortuna da família, foi com recursos do contribuinte que a gráfica foi erguida.
Isso para não falar da reserva de mercado que existe para a mídia nacional. Para ganhar o mundo, o australiano Murdoch teve que se arriscar, primeiro na Inglaterra, depois nos Estados Unidos.
Isso se chama capitalismo. Aqui, as famílias conseguiram ser protegidas por uma reserva que governo nenhum ousou desafiar.
5)   Ele diz estar se divertindo nas polêmicas.
Bom, quem acredita nisso acredita em tudo. O que emerge nas polêmicas de Reinaldo Azevedo é um sujeito atormentado, cheio de ódio, complexado, inseguro.
Foi o último citado na lista quádrupla de Trajano, mas mesmo assim sempre que fala nela coloca seu nome em primeiro lugar. É como se tivesse ficado ofendido com a ordem estabelecida por Trajano.
Não sei se Trajano está aflito com a perseguição. Não deveria. Ninguém que não seja um analfabeto político leva a sério Reinaldo Azevedo.
Repito: ninguém.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

“No Brasil, achamos que negros são inerentemente inferiores”, diz autor de tese em Harvard

negros
Publicado originalmente no Unisinos.

Adilson José Moreira, professor de Direito na Fundação Getúlio Vargas apresentou, no ano passado, sua tese no doutorado de Direito de Harvard Law School sobre a questão racial no Brasil. Sua conclusão acadêmica vai direto ao ponto. “O racismo é um sistema de dominação social e o seu objetivo sempre foi o mesmo: garantir a hegemonia do grupo racial dominante”, disse, durante entrevista concedida ao EL PAÍS. “No Brasil, nós desenvolvemos essa ideia de um racismo recreativo”, diz ele, ao falar sobre os casos de preconceito racial no futebol, por exemplo.
Sua tese expõe um país dominado pela hegemonia branca, cheio de preconceitos e muito longe de uma real igualdade racial, embora haja esforços para mudar o quadro. “A percepção é de que o país tem progredido, em função de várias políticas que promoveram a distribuição de renda, como o Bolsa Família, mas essas políticas ainda não conseguiram promover a inclusão social da mulher negra”, explica. Para Moreira, a justiça racial está diretamente ligada à justiça de gênero. “Sem isso nós nunca vamos conseguir chegar à justiça racial”.
Pergunta. Você é a favor da implementação de cotas raciais no Brasil, que privilegiam o acesso de negros a universidades ou empregos públicos. Por quê?
Resposta. Eu sou favorável às ações afirmativas e, especificamente, às cotas raciais, por vários motivos. Nós vivemos em uma sociedade racialmente estratificada. A população dos afrodescendentes sofre todo tipo de discriminação e de exclusão social. As ações afirmativas nas universidades públicas não são a única forma de se promover a integração e a justiça racial, mas elas são um meio, reconhecido por tribunais brasileiros. Antes de 2002, menos de 2% dos alunos das universidades públicas eram pessoas negras. Após as cotas esse percentual aumentou significativamente, embora ainda seja menor do que 15%.
P. As cotas não são uma medida paliativa?
R. O racismo não é apenas um comportamento individual. É um sistema de dominação social e seu objetivo sempre foi o mesmo: garantir a hegemonia do grupo racial dominante. Por isso precisamos de políticas públicas. Precisamos de um processo de formação de professores que os torne capazes de tratar da questão racial dentro da sala de aula. Precisamos promover a educação cultural do povo brasileiro, no que diz respeito à história do Brasil, da África e da população negra no Brasil.
P. Essa mudança já começou a acontecer ou ainda estamos muito longe disso?
A luta contra o racismo é também contra o sexismo porque a mulher negra ganha até 75% a menos do que o homem branco
R. O que as pessoas que são contrárias às ações afirmativas e às cotas dizem? Que o que precisamos é criar escola pública de qualidade. Isso não é o suficiente, porque a estratificação racial não é produto apenas de uma questão de classe. As políticas sociais precisam tratar especificamente do problema da mulher negra, por exemplo, que é o grupo mais discriminado, vilipendiado que existe na nossa sociedade. A percepção é de que o país tem progredido, em função de várias políticas que promoveram a distribuição de renda, como o Bolsa Família, mas essas políticas não conseguiram promover a inclusão social da mulher negra. A luta contra o racismo é também contra o sexismo porque a mulher negra ganha até 75% a menos do que o homem branco.
P. Qual é o papel do ministro Joaquim Barbosa nesse contexto de democracia racial?
R. Quando você vê um número cada vez maior de pessoas negras ocupando papeis de destaque, desperta nos jovens negros a ideia de que eles também terão a capacidade de chegar a algum lugar. Um outro elemento importante é o papel do Supremo na discussão sobre a questão racial no Brasil. Nós tivemos durante cerca de 50, 60 anos, um discurso oficial baseado na ideia de que o Brasil é um país que conseguiu transcender a questão racial. A decisão do STF [de apoio] sobre as ações afirmativas teve uma importância muito grande porque é a primeira vez que a corte máxima rejeita essa imagem falsificada sobre a realidade do país.
P. E o que falta acontecer no Brasil?
R. Faltam muitas coisas (risos). Precisamos ter debate público sobre a desigualdade geral no Brasil. E isso já começou desde a década de 90, quando os movimentos sociais começaram a pressionar o Governo e a ir aos tribunais, solicitando proteção jurídica. A implementação de leis de inclusão e os programas de ações afirmativas são produto dessa articulação dos movimentos sociais. Hoje, após dez anos dessas políticas, já temos um número significativo de homens e mulheres negras inseridos no mercado de trabalho. Da mesma forma que é importante que nós tenhamos mulheres participando da tomada de decisões que afetam as mulheres, precisamos de negros tomando decisões que afetam a população negra.
P. E por que há tantos casos de racismo no futebol?
R. No Brasil nós temos a ideia de que as pessoas negras são inerentemente inferiores, então elas podem ter o acesso ao mesmo espaço que as pessoas brancas mas sempre em uma condição subordinada. Desenvolvemos essa ideia de um racismo recreativo, então as pessoas não veem o racismo ou o sexismo ou a homofobia como uma ofensa, como um atentado à dignidade das pessoas, elas acham que é realmente algo engraçado, que eu posso chegar para qualquer pessoa e chamá-la de macaco, de bicha ou de veado e que isso não representa nenhum animus de violência. A ideia é de que você pode ir ao campo de futebol, jogar uma banana ou chamar alguém de preto, macaco, veado e que está tudo bem.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/no-brasil-achamos-que-negros-sao-inerentemente-inferiores-diz-autor-de-tese-em-harvard/

Teletime vence ação contra ex-presidente da CVM no STF

http://jornalggn.com.br/noticia/teletime-vence-acao-contra-ex-presidente-da-cvm-no-stf

Do Teletime
Após 11 anos de processo, Rubens Glasberg, presidente da Converge Comunicações, que edita este noticiário, e sua publicação TELETIME obtiveram no Supremo Tribunal Federal (STF) vitória contra uma ação movida pelo ex-presidente da CVM Luiz Leonardo Cantidiano. O relator ministro Ricardo Lewandovskireverteu os julgamentos do Tribunal do Rio de Janeiro, conheceu e deu provimento ao Recurso Extraordinário interposto por Glasberg, por meio do escritório Bitelli Advogados. O relator julgou, no último dia 10, improcedente a ação original, e sua decisão foi confirmada, por unanimidade, em julgamento da Segunda Turma realizado nesta quarta, 25. A Segunda Turma é composta pelos ministros Teori Zavascki (presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.
Isso reverte definitivamente a condenação que havia sido aplicada pela Justiça do Rio de Janeiro, onde Cantidiano entrou com a ação alegando supostos danos morais. Na condenação inicial, de 2005, Rubens Glasberg havia sido condenado originalmente ao pagamento de R$ 50 mil em danos morais, que hoje, em valores atualizados, somariam mais de R$ 100 mil.
Em 2006, Glasberg recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a condenação em sentença de 2010. Novo recurso foi então dirigido ao Supremo, baseado no direito constitucional do jornalista de liberdade de expressão e de atividade profissional, ao noticiar conflitos de interesse existentes entre a atividade de Cantidiano como presidente da CVM e sua atuação anterior como advogado e sócio do grupo Opportunity em diversas empresas ligadas a Daniel Dantas, incluindo o Opportunity Fund, investigado pela Comissão de Valores Mobiliários sob o comando de Cantidiano.
O ministro Ricardo Lewandovski observa em sua decisão que "a razão que levou o Tribunal a manter a condenação do recorrente (Rubens Glasberg) teria sido o fato de ele ter se excedido no direito de crítica jornalística. Vale destacar que nem mesmo a veracidade de informações veiculadas pelo recorrente levaram a Corte de origem a afastar a ocorrência do dano moral".
Em seguida, o ministro Lewandovski cita decisão anterior do Supremo, proferida este ano pelo ministro Celso de Mello: "não caracterizará hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgar observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicular opiniões em tom de crítica severa, dura ou, até, impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender".
Por fim, o ministro Ricardo Lewandovski reconhece o direito constitucional do jornalista Rubens Glasberg: "Pelos elementos constantes do acórdão recorrido, verifico que a crítica exercida pelo recorrente não transbordou dos limites constitucionais da liberdade de imprensa, ainda que elaborada em tom mordaz ou irônico".
O advogado Marcos Bitelli, que liderou a defesa de Glasberg, disse que "sempre confiou que o STF faria justiça ao premiar a garantia da liberdade de expressão, uma vez que uma democracia se mede pelo grau dessa liberdade". E concluiu: "O STF coloca o estado democrático de direito de volta ao seu lugar. Essa vitória não é apenas de Rubens Glasberg, mas de todos nós brasileiros".
Histórico
Entre junho de 2002 e março de 2004, Cantidiano presidiu a CVM, ao mesmo tempo em que a autarquia investigava o Opportunity Fund por possíveis crimes contra a legislação financeira brasileira. Cantidiano, por sua vez, havia sido advogado de várias empresas do grupo de Dantas, inclusive do próprio fundo sob investigação.
Logo que foi indicado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para dirigir a CVM, em junho de 2002, diversos veículos de imprensa apontaram os vínculos entre Leonardo Cantidiano e o grupo Opportunity. Uma das preocupações decorria do fato de que, desde agosto de 2001, a autarquia conduzia um inquérito administrativo para apurar a presença de cotistas residentes no Brasil entre os investidores do Opportunity Fund, baseado no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. O inquérito tinha o número IA 08/2001. Constatada a presença dos cotistas residentes no País, ficaria caracterizada a infração às regras do Anexo IV às quais o fundo do grupo de Daniel Dantas estava submetido. Tais regras davam ao fundo e seus cotistas isenções tributárias significativas, desde que fossem apenas não-residentes no Brasil os investidores.
A revista e o boletim online TELETIME, dirigidos pelo jornalista Rubens Glasberg, publicaram editorial questionando a isenção da CVM para conduzir diversas investigações em curso referentes ao grupo Opportunity, inclusive o IA 08/2001. Posteriormente, TELETIMEapontou em reportagens que Cantidiano havia sido advogado da empresa Forpart, investigada pela CVM por garimpagem de ações do Sistema Telebrás, e em fevereiro de 2003 revelou documentos que comprovavam a atuação de Cantidiano como advogado do próprio Opportunity Fund junto à CVM em 1996, justamente no processo de registro e legalização do fundo.
Depois da revelação de TELETIME, nunca contestada e que teve ampla repercussão em outros órgãos de imprensa, manifestação de parlamentares e a instauração de uma investigação pela Controladoria Geral da União (CGU), Cantidiano foi homenageado com um almoço de desagravo reunindo mais de 400 advogados no Rio de Janeiro, a maior parte de escritórios de direito societário com intensa atuação junto à CVM. Dias depois, entrou com ação contra Rubens Glasberg, tendo como advogados Marcelo Trindade, Sérgio Bermudes (que também foi advogado do grupo Opportunity) e Hélio Saboya, ex-sócio de Cantidiano no escritório que prestava serviços ao grupo de Daniel Dantas. Na mesma época, Dantas também ingressou com mais uma ação contra o jornalista (de um total de cinco, vencidas por Glasberg em todas as instâncias), com argumentação semelhante à de Cantidiano e pedindo para que as ações ficassem com o mesmo juiz, o que foi negado pela Justiça.
TELETIME continuou apontando, em reportagens, os conflitos de interesse. Revelou, por exemplo, o fato de Cantidiano ter sido advogado e sócio de Daniel Dantas em empresas que serviam a uma complicada e misteriosa cadeia societária da operadora de telefonia Brasil Telecom (confira reportagem aqui), estrutura esta que buscava ocultar uma participação não declarada do Citibank dentro da empresa após a privatização.
Ao longo de 2003 e 2004 surgiram, a partir de informações da CPI do Banestado fornecidas pela procuradoria de Nova York, indícios da presença de cotistas brasileiros e remessas financeiras ilegais, a partir do Brasil e via doleiros, para o Opportunity Fund.
Coincidência ou não, Cantidiano renunciou ao mandato de presidente da CVM em março de 2004. Mas o então ministro da Fazenda do governo Lula, Antônio Palocci, indicou para substituí-lo na presidência da autarquia justamente um de seus advogados contra Rubens Glasberg: Marcelo Trindade.
As pressões sobre a investigação da CVM acerca do Opportunity aumentaram à medida que apareciam na imprensa nomes de brasileiros que reconheciam ter recursos no Opportunity Fund. Um desses casos foi o do ex-senador Luiz Estevão, que admitiu ter remetido recursos ao fundo. Outro nome que apareceu nas reportagens da época foi o do empresário Romeu Chap Chap.
Durante as investigações da CVM, sob comando de Cantidiano, fato inusitado aconteceu: supostos cotistas do Opportunity Fund foram ouvidos pela autarquia, mas todos eles deram respostas quase idênticas, e todos os depoimentos foram acompanhados pelos advogados do Opportunity.
A CVM levou o IA 08/2001, que investigava o Opportunity Fund, a julgamento em setembro de 2004, sem que Daniel Dantas figurasse entre os implicados. Outros executivos e empresas ligadas ao grupo Opportunity, contudo, foram condenados pela autarquia a multasno valor total de R$ 480 mil. Mas a investigação não conseguiu apontar a presença de residentes no Brasil no fundo, exceto o denunciante, o empresário Luiz Roberto Demarco. Ao proferir seu voto, pela condenação, o então presidente da CVM, Marcelo Trindade, ex-advogado de Cantidiano na ação contra Glasberg, classificou o caso como mera "disputa societária", "irrelevante" ao mercado de capitais, e lamentou a "grande repercussão" do caso na mídia.
A condenação
Um ano depois, em agosto de 2005, a juíza Myriam Medeiros da Fonseca Costa, da Justiça do Rio de Janeiro, condenou TELETIME ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais na ação movida por Cantidiano. A sentença, na ocasião, dizia: "muito embora a sociedade brasileira, como um todo, esteja vivendo momentos de angústia e perplexidade com os 'valeriodutos e propinodutos' que estão sendo revelados através da transmissão ao vivo do andamento das CPIs, assim como pela Imprensa, de um modo geral, o que é extremamente saudável para a Democracia e lhe dá a transparência necessária para que se possa avaliar a ética dos homens públicos e de como se comportam antes e durante a vigência dos mandatos que os legitimam como representantes do povo no Congresso Nacional, não é possível, a meu sentir, ao menos no caso em exame e diante das provas coligidas no processo, concluir que o réu atuou estritamente dentro do exercício legal do seu direito de informar e de criticar, não obstante a sua reconhecida respeitabilidade no ramo".
Rubens Glasberg, após a condenação, declarou: "O que fizemos foi mostrar que um servidor público, em um importante cargo, tinha inegáveis conflitos de interesse na função que ocupava. Era a nossa função, e continuará sendo, mostrar fatos como este à sociedade. Todas as informações publicadas acerca dos conflitos de interesse estão documentadas. O que foi a julgamento foram os editoriais com minhas opiniões baseadas em fatos verídicos, que continuam as mesmas". Em seguida, recorreu da decisão.
Contudo, este primeiro recurso de Glasberg foi negado pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 20 de junho de 2006. Os advogados de Cantidiano alegaram que o ex-presidente da CVM havia se declarado impedido em todos os processos envolvendo o Opportunity que chegaram para votação no colegiado da CVM. Alegaram ainda que se essas declarações de impedimento foram posteriores às reportagens de TELETIME, isso se deveu ao fato de que antes nenhum dos processos havia sido julgado. Segundo os advogados de Cantidiano, os editoriais de Rubens Glasberg não falavam de suspeitas, mas formulavam acusações diretas. O advogado de Cantidiano pediu que o valor da ação indenizatória fosse elevado para R$ 200 mil. A desembargadora relatora do processo, Conceição Mousnier, entendeu que Glasberg se "excedeu no exercício de seu direito à crítica". Ela entendeu que o jornalista, ao intitular seu editorial "Quem vai tirar as raposas do galinheiro", comparou Cantidiano a uma raposa e a CVM, a um galinheiro. Segundo ela, "o fato de Cantidiano ter sido advogado do Opportunity não basta para acusá-lo de favorecer o grupo na CVM". Ao mesmo tempo, votou contra o pedido de aumento do valor da indenização. Seu voto foi acompanhado pelos demais desembargadores.
Rubens Glasberg, na ocasião, declarou: "Uma decisão judicial deve ser cumprida ou, se for o caso, discutida em instâncias apropriadas. Acatá-la não significa considerá-la justa. Mantenho o que afirmamos em nossa defesa: os fatos noticiados são verídicos e relevantes e por isso cumprimos nosso papel de informá-los aos nossos leitores. Se nós e outros poucos jornalistas independentes não tivéssemos chamado atenção para estes fatos, eles poderiam ter passado despercebidos e Cantidiano ainda seria o presidente da autarquia, de onde, aliás, saiu sem maiores explicações, no meio de um mandato que iria até julho de 2007". Glasberg recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu o recurso, o que fez com que o jornalista fosse ao Supremo para resgatar seu direito constitucional.
O caso Opportunity Fund
Em 29 de agosto de 2007 quem se deu bem foi o grupo Opportunity. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN, também chamado de Conselhinho) anulou a condenação contra o grupo imposta pela CVM em 2004 em decorrência do IA 08/2001. No entendimento dos conselheiros, não havia provas para aplicar a multa de R$ 480 mil aos executivos ligados ao Opportunity Fund. A CVM, que integra e vota nas decisões do Conselhinho, sequer defendeu a sua posição de três anos antes, resignando-se em ver seu trabalho ser desqualificado com base apenas nas palavras dos advogados do Opportunity.
Em julho de 2008 a Polícia Federal detonou a Operação Satiagraha, que investigou o Opportunity, incluindo o Opportunity Fund, e apontou em seus relatórios diversos indícios de irregularidades envolvendo o fundo de Daniel Dantas. O banqueiro, em decorrência da Satiagraha, sofreu uma condenação na Justiça Federal de São Paulo, por corrupção, e teve recursos no exterior bloqueados por ordem da Justiça brasileira. Diversas provas da Satiagraha acabaram sendo invalidadas depois dos recursos do grupo Opportunity, o que reverteu a condenação de Dantas, e o caso decorrente da Satiagraha está pendente de julgamento no Supremo.
Como uma segunda consequência das investigações e das provas recolhidas durante a Operação Satiagraha, a Polícia Federal indiciou, em agosto de 2010, 42 cotistas do Opportunity Fund residentes no Brasil por evasão de divisas. Detalhe importante: foram apenas 42 indiciados porque a PF resolveu fazer um corte, pegando apenas aqueles investidores residentes no Brasil com aplicações superiores a US$ 100 mil. Alguns investidores foram indiciados por lavagem de dinheiro. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, um administrador do Opportunity Fund também foi indiciado por gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha. "De acordo com a PF, administradores do fundo ofereciam a residentes no Brasil a oportunidade de burlar o Fisco, investindo no Opportunity Fund. Parte dos cotistas confessou saber que as aplicações no fundo eram ilegais", disse a reportagem da Folha de 18 de agosto de 2010, citando a PF. A matéria diz ainda que doleiros envolvidos no caso Banestado “afirmaram que enviaram recursos para o Opportunity Fund e seus cotistas, de acordo com a PF". Além disso, testemunhos de ex-funcionários do grupo Opportunity também revelaram as irregularidades, aponta o relatório final da Polícia Federal revelado pelo jornal.

O VELHO DO RESTELO SAI DE CAMPO CONTUNDIDO

Lelê  Teles
LELÊ TELES
Até as vésperas do maior evento internacional ocorrido nestas plagas, a mídia bilionária e familiar vocacionava em alto e bom som, para todo o planeta ouvir, que o evento não daria certo. Mídia tentou sabotar um megaevento com desinformações e reporcagens
Quando Vasco da Gama partia a caminho das Índias, conta-nos Camões em seu famoso e longo poema épico, havia um ancião derrotista, fracassomaníaco e catastrofista, mirando de longe as naus e vaticinando urubologamente: não vai dar certo!
Seu vaticínio deu com os burros n'água e a expedição deu no que deu!
Mas o espírito do Velho do Restelo continua vivo. Aqui ele se impregnou nas redações de revistonas e jornalões e se transformou; o Velho do Restelo à brasileira não só torce contra o Brasil, mas também joga contra.
Até as vésperas do maior evento internacional ocorrido nestas plagas, a mídia bilionária e familiar vocacionava em alto e bom som, para todo o planeta ouvir, que o evento não daria certo.
Os estádios não ficariam prontos, os aeroportos entrariam em colapso, não haveria transporte público, haveria uma epidemia de dengue (em pleno inverno!) e faltariam ainda bolas, gandulas e apitos.
A mídia internacional, ao invés de embarcar na nau para o novo mundo, ficou na praia a ouvir os resmungos e rabugens do Velho derrotista.
Quando se deu conta, viu que perdia o seu precioso tempo, quem foi na frente descobriu o mundo novo.
A Copa do Mundo no Brasil é um sucesso. O mundo inteiro está aqui, direta e indiretamente, e está maravilhado: os estádios são lindos e funcionais, os aeroportos estão belos e confortáveis, o país tem uma ginga própria, um multiculturalismo invejável, uma culinária variada e original, uma paisagem encantadora e os gringos estão fascinados pela beleza feliz da nossa gente. Não falta quem diga que voltará outras vezes.
O Brasil ganhou credibilidade no planeta, nunca teve a sua imagem exposta por tanto tempo e pra tanta gente e por um preço tão baixo. O país, que era um mito no imaginário mundial, agora ganhou carne e osso.
E parece que é só o começo de uma grande festa, que a redescoberta do Brasil atrairá um enorme volume de turistas estrangeiros ao país. E teremos, ainda e para reforçar, uma Olimpíada daqui a pouco.
O ÍNDIO BLACK BLOC
O diabo é que a mídia velha jamais conseguirá desfazer o trabalho sujo que fez, perdeu a credibilidade ante a imprensa mundial, porque emitiu alarmes falsos, omitiu dados importantes, tentou sabotar um megaevento com desinformações e reporcagens, tentou expurgar da alma do brasileiro a paixão pelo futebol e alimentou caninamente o espírito dos vira-latas de plantão.
E o pior, fez tudo isso com fins meramente políticos.
A imprensa mundial percebeu agora claramente, e muitos brasileiros também, que a nossa mídia familiar e bilionária deu início a uma guerra psicológica para envenenar a alma do brasileiro.
Passaram meses a dizer que daríamos um vexame internacional com a nossa incompetência, pagaríamos um mico planetário por culpa do governo petralha e corrupto, que o governo tirou grana da saúde e da educação e entregou de mãos beijadas para empresários construírem estádios, que era melhor pular fora desse barco antes dele afundar.
A mensagem tentava atrair para a rua os jovens, ainda de ressaca pela rave cívica do ano passado, e criar um clima desfavorável para o país e para o governo.
#naovaitercopa, incentivavam. De lá pra cá, o Velho do Restelo se fez presente nas mais bisonhas manifestações anticopa. Tivemos uma fracassada Marcha Com Deus e o Diabo pela Família e contra o PT, centenas de estúpidas blitzkriegen do anarcoxismo adolescente queimador de lixo, de fusca e do próprio filme, e até uma inusitada refrega de índios black blox contra a polícia em Brasília.
O índio, você sabe, usa o arco e a flecha como ferramentas de caça ou arma de guerra, e você deve ter se perguntado por que diabos aqueles caras estavam seminus em um protesto anticopa disparando flechas contra a polícia?
Eles não foram a Brasília para caçar e nem estão em guerra com o estado brasileiro, por que as armas? É bom lembrar que esses índios não chegaram à capital Federal em canoas e, pelas vestes, sabe-se que não pagaram as passagens do próprio bolso.
Sabemos todos que desde o Sting, o roqueiro branco, os índios têm sido usados para defenderem suas causas defendendo a causa alheia.
A cena black bloc dos índios brasileiros em confronto serviu para mostrar uma polícia violenta e um estado em colapso, que não respeita nem os seus povos originais, um governo corrupto que sufoca a voz do povo e tenta camuflar os seus problemas.
Como se atirar flechas na polícia seja uma forma de defender a demarcação de terras. Atirar flechas na polícia já é uma clara demonstração de demarcação de território.
A CONTUSÃO
Como deu tudo certo na copa, deu tudo errado para o Velho do Restelo. E o assistimos sair de campo numa maca, como uma espécie de Suárez que mordeu a si mesmo.
Toda a ginástica retórica fracassionista durou até o dia da abertura dos jogos, até minutos antes do apito inicial quando, numa espécie de catarse libertadora, aqueles que pregavam contra a construção dos estádios estavam dentro dos estádios xingando a presidenta por ter permitido construir estádios para eles estarem dentro.
O que começou de forma bisonha só poderia terminar bisonhamente.
A velha mídia, agora, lança ao mar suas teorias fracassionistas fracassadas, tentando livrar-se delas. E, numa constrangedora canelada, chegou a dizer que era a mídia internacional que não acreditava no Brasil.
A Folha lançou um infográfico mostrando os verdadeiros números da copa, reconheceu que errou, que os dados reais mostravam pouco investimento para tanto retorno, que não houve desvio de recursos da saúde e da educação, que a maioria das obras ficaram prontas etc.
A Globo fez o Faustão reconhecer que a copa é um sucesso. Uma repórter da Folha se disse arrependida de ter embarcado numa teoria conspiratória que eles próprios criaram, deveria ter tirado férias e estar curtindo a festa; o Ronaldo, sem vergonha, se desavergonhou; Trajano aproveitou o lançamento na grande área, deu chapéus e ainda umas chineladas na bunda de uns jornalistas pernas-de-pau.
A revistaveja fez capa sobre a copa mas, como num recente editorial da Folha, manteve a esperança de ressuscitar o Velho assim que acabar a competição.
Sei não, mas parece que só pessoal mal educado do camarote vip da estreia no Itaquerão, e os Yellow Blox do Camarote da Coxinha de Osso Buco é que embarcarão nessa.
A mídia desmoralizada jogará o resto da partida, até outubro, com o estádio vazio.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/144693/O-velho-do-restelo-sai-de-campo-contundido.htm

AZBox: como funciona o decodificador mais polêmico do Brasil?

Em tempos de SOPA, muitas pessoas vêm buscando meios alternativos para obter conteúdo ilegal. As restrições na web aumentam a cada dia, por isso muitos consumidores cogitam a possibilidade de investir em aparelhos piratas para ter acesso aos pacotes especiais das emissoras de televisão por assinatura.
A ideia não é nova, aliás, já faz tempo que existem dispositivos para desbloqueio de canais pagos. Contudo, de uns tempos para cá, o assunto popularizou-se de uma forma incrível. Nomes como AZBox, Lexuz Box e AZ-America vêm ganhando destaque. Esses receptores oferecem facilidades para realizar a liberação dos canais de TV a cabo.
(Fonte da imagem: Divulgação/AZBox)
Mas, afinal, como funciona um AZBox? É legal utilizar produtos com tal funcionalidade? O que os consumidores que possuem tais aparelhos alegam? Tudo isso e muito mais é o que vamos abordar neste artigo especial que visa sanar todas as suas dúvidas.

Canais pagos com gambiarra

Antes de explicarmos o funcionamento de um AZBox, vale uma pequena introdução ao modo de atuação de um receptor homologado pelas operadoras. Abaixo, simplificamos em alguns passos como ocorre o processo entre a transmissão do canal e a decodificação no dispositivo que é instalado na casa do assinante, confira:
  1. A emissora transmite todos os canais para todos os assinantes;
  2. O aparelho recebe o sinal através de satélite, cabo ou antena (MMDS);
  3. A transmissão da operadora vem com algumas chaves secretas, as quais servem para identificar o tipo de pacote contratado pelo assinante;
  4. Um cartão instalado dentro do decodificador possui códigos que vão permitir o desbloqueio apenas dos canais adquiridos;
  5. Depois de validar informações com a operadora, o dispositivo vai liberar o conteúdo do pacote.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sky)
Os aparelhos AZBox funcionam de maneira semelhante, porém, algumas etapas são bem diferentes. Antes de mais nada, vale salientar que o esse produto funciona apenas com transmissões de satélite - os dispositivos similares servem para outros tipos de sinais. Veja no esquema abaixo como este decodificador desbloqueia os canais pagos:
  1. Depois de instalar aparelho e a parabólica, o sinal chega até a casa da pessoa normalmente;
  2. O AZBox verifica o tipo de transmissão que está entrando pelo cabo RF;
  3. Nesta etapa, o dispositivo precisa de dois "programas". Na realidade, esses softwares são códigos para que o receptor consiga interpretar as chaves secretas da TV por assinatura. O primeiro serve para sintonizar os canais, e o segundo para destravá-los;
  4. Se os códigos do produto estiverem desatualizados, então o decodificador vai apresentar mensagens como "Canal codificado" ou "Sem sinal". Do contrário, tudo vai “florir” perfeitamente;
  5. Diferente dos aparelhos homologados, o AZBox não precisa realizar uma autenticação com a operadora, o que facilita o desbloqueio dos canais.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sky)
No caso do Lexuz Box, que é um receptor voltado para desbloqueio da NET, o processo é um pouco diferente. Como o sinal é transmitido via cabo, a pessoa que usa o aparelho pirata precisa contratar pelo menos o serviço mais básico da operadora. Depois de adquirir um plano, basta substituir o dispositivo original pelo alternativo.

Gírias especiais e atualização dos códigos

Se você reparou bem na explicação acima, deve ter percebido que utilizamos a palavra "florir" como sinônimo de desbloqueio dos canais. Ocorre que os códigos dos aparelhos AZBox, Lexuz Box e Az-America não funcionam para sempre. De vez em quando, as operadoras trocam todos os códigos secretos para diminuir o número de receptores ilegais captando o sinal.
Quando isso acontece, os proprietários dos dispositivos piratas precisam encontrar novos firmwares na internet. Os programinhas de desbloqueio nem sempre são disponibilizados de imediato, pois tudo depende da boa vontade de alguns experts para encontrar as novas chaves secretas.
Sky, também conhecida como Céu (Fonte da imagem: Divulgação/Sky)
Para evitar que os fóruns, órgãos governamentais e operadoras de TV por assinatura identifiquem com facilidade as postagens com os códigos secretos, os piratas usam algumas gírias para se comunicar e, consequentemente, evitar o bloqueio das mensagens. Veja alguns dos principais termos usados pelas pessoas que usam TV a cabo ilegalmente.
  • Florir = Liberar canal
  • Adubo = Código de desbloqueio
  • Jardim = Todos os canais
  • Flores = Canais
  • Céu = Operadora de TV Sky
  • BET = Operadora de TV NET
  • F90 = Nome dado a um dos aparelhos Lexuz Box
Dito tudo isso, é provável que você esteja curioso quanto à atualização dos receptores. A grande maioria dos decodificadores alternativos conta com porta USB. Assim, tudo que o pirata precisa fazer é baixar um firmware atualizado de algum fórum, copiá-lo para um pendrive e, então, conectar o dispositivo ao AZBox. Em nossas pesquisas, vimos diversos relatos de que a instalação dos códigos é muito rápida e automática.

Afinal, é ilegal?

Na tentativa de se isentar de culpa, os piratas apelam para uma desculpa que segue certa lógica. O papo começa justamente pelo modo como o sinal chega até a casa das pessoas. Em pequenas visitas a fóruns, pudemos perceber que as pessoas dizem não ter qualquer culpa pelo sinal estar circulando no “espaço público”. Claro, falamos aqui da pirataria de sinais por satélite e antena, pois através de cabo existe a necessidade de contratar um serviço básico.
Os piratas alegam que o aparelho é produzido legalmente por empresas europeias, o que é deveras verdade. Contudo, poucos sabem que a aquisição desses dispositivos é considerada como crime de receptação de mercadoria ilegal. Caso a pessoa seja pega com um decodificador desses, ela pode ficar em detenção por até um ano.
(Fonte da imagem: Divulgação/AZBox)
Existe ainda o problema de acessar a conteúdo com direito autoral. As pessoas não se importam com isso, pois afirmam que obtêm os códigos na web, não efetuando a transferência de arquivos com proprietários para seus computadores. Todavia, vale salientar que usar TV por assinatura sem pagar os devidos valores pode ser considerado como crime de violação de direito autoral.
Apesar de todas essas considerações, as pessoas usam aparelhos piratas de qualquer forma, pois não é tão simples apreender um dispositivo ilegal. Primeiro que a justiça teria de investigar cada uma das casas com satélites ou antenas. Segundo que seria necessário obter mandados para todas as residências que sofressem inspeção. Como fazer isso? Impossível. Não há meios, tampouco funcionários suficientes, para realizar as autuações.

De quem é a culpa?

Quando o assunto é pirataria, fica difícil identificar culpados e quais os reais motivos que levam tantas pessoas a optar pela ilegalidade. Muitos consumidores alegam que usam decodificadores alternativos por conta dos altos preços cobrados pelas operadoras de televisão por assinatura.
Outros preferem dar uma desculpa brasileira e afirmam que não faz sentido pagar por algo que pode ser obtido de graça. A mesma justificava de tantas pessoas que baixam conteúdos ilegais da web e usam softwares piratas.
É fácil encontrar o firmware e os códigos... (Fonte da imagem: Reprodução/AZ America)
Entretanto, a culpa da pirataria rolar solta não é necessariamente das pessoas que usam esses aparelhos. Alguns profissionais de telecomunicações veem o outro lado da moeda, jogando a responsabilidade para as operadoras, relatando que as empresas deveriam investir em segurança reforçada e métodos de autenticação mais eficientes.
Por último, o governo leva uma parte da culpa, justamente por não barrar de uma vez por todas a comercialização dos receptores. Apesar de estar proibida a entrada desses produtos no Brasil, a fiscalização não parece ser muito eficiente, sendo possível encontrar vendedores em todos os cantos da internet.

Os verdadeiros criminosos

Se não for ilegal, usar aparelhos piratas é no mínimo imoral. Contudo, as pessoas que “roubam” os canais pagos não cometem crimes tão horrendos. No ramo da pirataria de TV a cabo, os principais vilões são os malandros que cobram para liberar os códigos ou que muitas vezes criam um sistema para que as pessoas sejam dependentes da compra de novas atualizações.
Esses sujeitos são os da pior espécie, visto que eles lucram em cima de um serviço ao qual eles não têm qualquer direito. Alguns criminosos oferecem cartões e decodificadores homologados, criando uma rede de clientes que pagam valores mais baixos que os da operadora, mas enganando as pessoas com uma TV a cabo que é muito suja e ilegal.

Será que compensa?

Aparelhos como AZBox vêm ganhando muito espaço no mercado, porém, ao mesmo tempo, eles estão cada vez mais na mira das companhias. Para piorar a situação, os preços das TVs por assinatura não baixam, visto que o número de piratas aumenta cada dia mais e, no fim, quem paga tudo é o cliente honesto que adquiriu um pacote devidamente regulamentado.
E mais, o que muitos não veem é que se todos usarem dispositivos piratas, o serviço deixa de existir. Além disso, algumas pessoas não pensam que um número maior de clientes poderia baixar os valores. Isso sem contar na facilidade que a aquisição legal gera, visto que não é necessário explorar o submundo da web para encontrar códigos de desbloqueio ou até ficar na mão de salafrários.
(Fonte da imagem: Divulgação/AZ America)
Claro, devemos considerar que os lucros dessas empresas parecem ser absurdamente altos, além de que os planos oferecidos não agradam a todos. Talvez criar pacotes totalmente personalizados seria uma atitude lógica, pois cada um contrataria apenas o que é do seu interesse. Porém, nada é do jeito que o consumidor espera. Torçamos pela chegada dos serviços de TV por streaming.
http://www.tecmundo.com.br/tv-a-cabo/19621-azbox-como-funciona-o-decodificador-mais-polemico-do-brasil-.htm

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