segunda-feira, 15 de setembro de 2014

INTELECTUAIS DO MIMIMI

Breno Altman
BRENO ALTMAN
A vitimização marinista, incentivada por oráculos da academia e da mídia, não se mostra capaz de deter os efeitos do confronto programático e a crescente polarização eleitoral
Os principais sócios da estratégia de vitimização da candidata Marina Silva são um punhado de intelectuais e jornalistas que, aproveitando a emergência da alternativa salvacionista, encontraram na crítica à radicalização política da campanha sua nova estratégia antipetista.
Cansados e derrotados depois de longo tempo defendendo a República de Higienopolis, encarnada pelo PSDB, vislumbraram na ex-senadora e sua biografia a via modernizante do velho programa neoconservador. Infelizmente se juntam, aqui e acolá, vozes progressistas que imaginam a luta política como passeio em um jardim florido e de grama aparada.
Esta opção renovada do bloco neoliberal, no entanto, tem seu calcanhar de Aquiles no programa apresentado por Marina. Sua origem pobre, lutadora e petista cai por terra quando confrontada com as idéias, valores e medidas que vertebram seu projeto de governo e pais. Ela simplesmente incorporou o programa tucano, batido pelas urnas por três vezes consecutivas.
Não resta outro caminho para esse grupo de pensadores, portanto, fora a denúncia de qualquer embate programático como suposta agressão contra a candidata do PSB. O mimimi é o jeito no qual apostam para despolitizar ao máximo a campanha e reduzi-la a um eventual confronto de personalidades, entre a salvadora messiânica e a gerentona sem carisma.
Já é grande, no entanto, a chance das intenções desta gente ruir como em eleições anteriores. Apesar das vacilações e concessões do PT na disputa e na pedagogia político-ideológica ao longo dos últimos doze anos, o fato é que os trabalhadores, os pobres da cidade e do campo, conquistaram ampla consciência acerca de qual projeto defende seus interesses de classe.
A vitimização marinista, incentivada por oráculos da academia e da mídia, não se mostra capaz de deter os efeitos do confronto programático e a crescente polarização eleitoral. Nesse cenário, as grandes maiorias populares farão a opção, mesmo com alguns setores a contra-gosto, por defender suas imensas conquistas desde 2003 e o lado que efetivamente as representa.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/153518/Intelectuais-do-mimimi.htm

Coronel preso no Rio já foi "caveira" e transferiu PMs para manter esquema

  • Pablo Jacob/ Agencia O Globo
    Fontenelle comandava o COE e era o terceiro homem na hierarquia da PM no Rio
    Fontenelle comandava o COE e era o terceiro homem na hierarquia da PM no Rio

    • Preso na manhã desta segunda-feira (15) em sua casa, no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro que busca desarticular uma quadrilha de policiais militares suspeitos de cobrar propina de moradores e comerciantes na zona oeste do Rio, o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro é visto pelo MP como o líder do grupo. Terceiro homem na hierarquia da Polícia Militar do Rio de Janeiro, ele fez questão de manter-se cercado pelos oficiais envolvidos no esquema quando foi transferido de batalhão.
      "Caveira", nome dado aos PMs que passaram pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), o coronel tem 44 anos de idade e 24 de Polícia Militar. À frente do COE (Comando de Operações Especiais) desde agosto de 2013, tinha sob o seu comando o Bope, o Batalhão de Choque, o Grupamento Aeromóvel e o Batalhão de Operações com Cães.
      Em setembro de 2010, Fontenelle assumiu o comando do recém criado 41º Batalhão, em Irajá. De lá, seguiu para o comando do 14º Batalhão, em Bangu, onde estão lotados a maior parte do policiais militares suspeitos de fazerem parte da quadrilha. Segundo o promotor Cláudio Calo, a quadrilha já ordenava a cobrança de propina em Irajá e, ao mudar de batalhão, o coronel fez questão de manter ao seu lado os policias que participavam do esquema.
      Calo explicou que o grupo se organizava como uma empresa de sociedade anônima. Cada policial tinha uma atribuição definida previamente: desde as equipes de policiamento ostensivo (que faziam a arrecadação nas ruas) até oficiais do comando do batalhão, responsáveis pela distribuição do dinheiro. "Era uma verdadeira holding criminosa militar", afirmou.
      Segundo a promotoria, Fontenelle e seus subordinados se preocupavam também em evitar uma eventual discórdia entre os policiais do segundo escalão da quadrilha. Um dos PMs presos nesta segunda, de licença em casa após ser atropelado, recebia "propina a domicílio".
      Oficialmente, o coronel recebia como comandante do COE R$ 32.251,41 brutos e R$ 17.107,29 líquidos; o governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB) ganha R$ 21.968,14 brutos em R$ 16.330,43 líquidos.
      Procurada, a Polícia Militar informou que não se manifestaria sobre o assunto, que está a cargo da Secretaria de Segurança. Os advogados dos PMs envolvidos também não foram localizados.
      14º Batalhão
      O 14º Batalhão tem sido envolvido com frequência em denúncias de corrupção de policiais. Em abril de 2013, durante a Operação Compadre, que deu origem a ação desta segunda, a polícia cumpriu 78 mandados de prisão, 53 deles contra policiais militares, muitos deles do 14º BPM, para a desarticulação de uma quadrilha que realizava cobranças de propina de feirantes e comerciantes com mercadorias ilícitas em Bangu.
      Já em janeiro de 2011, o tenente-coronel Djalma Beltrami foi preso sob suspeita de participar de um suposto esquema de propinas cobradas de traficantes de drogas quando era comandante do 14º BPM. Em 2009, o então comandante do 14º BPM, coronel Celso Lacerda Nogueira, foi condenado a sete anos de reclusão, além da perda do cargo, acusado de participar de uma quadrilha que chefiava grupos criminosos cuja rivalidade pelo domínio do jogo ilegal causou dezenas de mortes na zona oeste do Rio.
      Esquema
      De acordo com a investigação, os policiais cobravam taxas para facilitar ou não reprimir diversos tipos de serviço, sendo a maioria associada ao transporte de passageiros e de carga. Para liberar um mototaxista sem carteira de habilitação, por exemplo, os PMs exigiam pequenas quantias. Já para liberar entregas de eletrodomésticos, móveis, entre outros produtos, a propina podia chegar até a R$ 2.000.
      O faturamento total dos criminosos ainda está sendo calculado. Durante a operação, os agentes apreenderam quantias de R$ 287 mil e R$ 33 mil, respectivamente, nas residências de dois dos policiais presos. Foram expedidos pela Justiça 25 mandados de prisão. Duas pessoas são consideradas foragidas.
      Os denunciados responderão pelos crimes de formação de quadrilha armada e concussão. Além disso, o MP solicitará à Corregedoria da Polícia Militar a abertura de uma sindicância para verificar a evolução patrimonial e a movimentação financeira dos réus. Se forem constatadas irregularidades, o Gaeco deve denunciar os PMs também por lavagem de dinheiro.
      http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/09/15/coronel-preso-por-propina-no-rio-ja-foi-oficial-do-bope.htm

      Globo questiona conteúdo de propaganda eleitoral de Alexandre Padilha; TRE diz que emissora não tem poder para decidir


      publicado em 15 de setembro de 2014 às 20:29
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      Escapou por um triz

      Da Redação

      A Rede Globo de Televisão se recusou esta tarde a exibir o programa do candidato do Governo de São Paulo, Alexandre Padilha, no horário eleitoral gratuito da segunda-feira, segundo fontes ligadas à campanha do petista.

      A emissora dos irmãos Marinho alegava que o tema escolhido (bilhete BOM) estava vetado pela Justiça Eleitoral, por força de uma liminar que deu à campanha de Geraldo Alckmin direito de resposta.
      O veto teria partido de uma advogada da emissora, no Rio, que, quando questionada, se recusou a dar seu nome inteiro, com medo do potencial explosivo que o caso poderia ter.

      O clima ficou tenso durante toda a tarde no comitê de campanha de Padilha. Havia o risco da produtora que faz o programa do horário eleitoral ter que editar outra versão da propaganda em tempo recorde.
      A decisão final sobre a exibição só saiu pouco antes das sete da noite. A Justiça entendeu que a TV Globo não podia legislar sobre a exibição de um programa inédito: poderia configurar censura prévia.
      A cada semana uma emissora coordena o pool de transmissão. Nesta, a Globo detém “os direitos de transmissão”.
      Os Descontos

      A liminar que deu direito de resposta à campanha de Alckmin foi obtida depois que um dos programas do petista divulgou, na semana passada, que o Bilhete Metropolitano, o BOM (versão estadual do Bilhete Único) não dava desconto nas passagens.

      Segundo a campanha tucana, o desconto entrou em vigor no dia 30 de agosto. Quando Alckmin fez o anúncio, no dia 18 de agosto, num quebra-queixo com repórteres, o governador falou numa economia de até 25,7% (número que vem repetindo em sua campanha). Mas, considerando-se a maioria das linhas, o desconto médio será de 15%, dizem os petistas.

      Padilha propõe a criação do Bilhete Único Metropolitano, que dará 25% de desconto em todas as viagens.

      O Programa

      No programa eleitoral que acabou indo ao ar, colado ao direito de resposta de Alckmin, os petistas ouviram usuários que — quinze dias depois depois da decisão do governador — ignoram a existência do desconto de R$ 1,35 por viagem integrada, dizem que o desconto às vésperas da eleição é uma medida eleitoreira e criticam o bilhete BOM.

      O bilhete, que faz integração com os municípios da grande São Paulo, não serve para migrar de ônibus intermunicipal para ônibus comum, dentro da cidade de São Paulo. Na linha 4 (amarela), que liga o Butantã à Luz, por exemplo, há estações cujas catracas não validam a passagem, obrigando os usuários a enfrentar filas nas bilheterias para trocar créditos do bilhete BOM por uma passagem do modelo tradicional, de papel.

      A Linha Amarela

      A linha amarela foi a primeira construída em regime de PPP, Parceria Público-Privada. A obra, prevista para ser concluída em 2010, está atrasada quatro anos. Foi nela que, em 2007, uma cratera se abriu durante a construção da estação Pinheiros, causando a morte de sete pessoas e ocasionando danos estruturais a sessenta e seis casas do entorno. Sete anos depois, os doze acusados por homicídio culposo — em que não há intenção de matar — não foram a julgamento e as penas podem prescrever em 2015.

      Bom x Bilhete Único

      A criação do bilhete BOM dos tucanos foi anunciada em 2004, quando a então prefeita Marta Suplicy, do PT, sob forte pressão dos adversários, lançou o Bilhete Único Municipal, transformando o sistema de cobrança do transporte público paulistano.

      Recentemente o atual prefeito, Fernando Haddad, criou o Bilhete Único Mensal. Esta nova modalidade é mais econômica porque, com uma carga mínima de R$ 140,00, o passageiro pode usar o bilhete por 31 dias, mesmo que o número de viagens exceda o valor dos créditos.

      O projeto-piloto do bilhete BOM, de Alckmin, foi implantado em 2005, primeiro em Osasco, em 300 ônibus. No fim de 2006 a EMTU, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, estendeu o sistema a todos os municípios da região metropolitana, mas o bilhete só foi integrado ao Metrô e à CPTM em 2011, primeiro no terminal Barra Funda, experimentalmente. Só depois, em 2012, foi permitida a interligação das 157 estações então existentes.

      http://www.viomundo.com.br/denuncias/globo-questiona-conteudo-da-propaganda-de-padilha-tre-diz-que-emissora-nao-tem-poder-para-decidir.html

      Por que o Twitter supera o Facebook em notícias quentes

      The Observer 


      As pessoas imaginam que o Twitter e o Facebook são muito parecidos, mas as reações à morte de Michael Brown em Ferguson sugerem que não

      Há exatamente um mês, um adolescente negro chamado Michael Brown foi morto a tiros por um policial branco na cidade de Ferguson, no estado de Missouri (EUA). Houve diversas testemunhas oculares, mas as circunstâncias da morte são discutíveis e atualmente são objeto de investigações do FBI e do grande júri. O que não se discute é que a morte provocou ondas de protesto, tumultos, policiamento agressivo, a imposição de toque de recolher, a convocação da Guarda Nacional e, às vezes, imagens que fizeram Ferguson parecer um subúrbio de Bagdá.
      Para muitas pessoas, isso reavivou lembranças do espancamento selvagem de Rodney King cometido por oficiais de polícia de Los Angeles em 1991. Esse incidente, que em circunstâncias normais teria sido provavelmente apenas um fato rotineiro para o departamento de polícia, provocou os mais sérios tumultos urbanos vistos nos EUA desde os levantes de Watts em 1965. O que os desencadeou foi o fato de o ataque a King ter sido gravado em vídeo por uma testemunha, da sacada de seu apartamento. O vídeo resultante é de baixa qualidade, mas de todo modo nauseante; quando transmitido em redes de televisão americanas, provocou uma explosão de raiva dos cidadãos negros.
      Assim, um exemplo precoce da "mídia cidadã" teve um papel importante na história de King. Agora avance 23 anos, para 9 de agosto deste ano. Ferguson é uma cidade predominantemente negra, mas sua força policial é predominantemente branca. Pouco depois da matança, observadores gravaram entrevistas com testemunhas e protestos em smartphones e ligaram as gravações a suas contas no Twitter. Notícias da morte se espalharam como fogo no mato pelos EUA, causando dias de confrontos de rua entre manifestantes e policiais e a imposição de algo muito parecido com a lei marcial. O secretário da Justiça dos EUA acabou aparecendo e o FBI abriu uma investigação sobre direitos civis. Durante dias, se você é um usuário do Twitter, Ferguson dominou seu "tweetstream", a ponto de que um conhecido meu, voltando de férias fora da rede, inicialmente deduziu da tendência ao hashtag "#ferguson" que sir Alex tinha morrido.
      Não há dúvida de que o Twitter teve um papel chave ao levar uma morte local ao noticiário nacional e internacional. (Até a equipe de Putin se divertiu com isso, oferecendo-se para enviar observadores de direitos humanos.) Mais de 3,6 milhões de tuítes relacionados a Ferguson foram enviados entre 9 de agosto, o dia em que Brown foi morto, e 17 de agosto.
      Então, três vivas para a mídia social?
      Não exatamente. Escute o que John McDermott, um observador sério da nova mídia, tem a dizer. "Se você verificou seu mural no Facebook na última semana e meia", ele escreve, "você quase sem dúvida viu um amigo participar do desafio do balde de gelo, a sensação viral positiva destinada a aumentar a consciência sobre e angariar dólares para a pesquisa de ALS. Entretanto, se você passou mais tempo no Twitter, teve maior probabilidade de receber atualizações sobre Ferguson, Missouri, onde a polícia (e agora a Guarda Nacional) tentam impor a ordem a uma cidade que pede justiça para Michael Brown, o rapaz de 18 anos morto a tiros por um policial em 9 de agosto."
      Uma das funções mais importantes da mídia social como o Facebook e o Twitter é a maneira como ela "refere" (isto é, encaminha) amigos ou seguidores para artigos publicados em outros lugares. McDermott cita números da SimpleReach – empresa de análise de mídia social que trabalha com centenas de editoras, incluindo ForbesGawkerNew York Times e Vice – que mostram que "matérias sobre Ferguson e/ou Michael Brown publicadas desde 7 de agosto geraram menos referências no Facebook em média (256) do que matérias sobre o desafio do balde de gelo (2.106)".
      Isto é interessante de diversas maneiras. Primeiro, mina a suposição geral de comentaristas, especialmente desde o início da Primavera Árabe, de que toda "mídia social" pode ser amontoada em uma única categoria. A realidade é que Twitter e Facebook são redes radicalmente diferentes.
      Mais importante, as discrepâncias entre o modo como os dois serviços conduziram a morte de Brown ilustram as maneiras como as redes sociais podem salientar ou minimizar as reportagens ou os acontecimentos. A ideia de que essas tecnologias fornecem uma tábula rasa sobre a qual os eventos se inscrevem é bobagem.
      E não há arma fumegante aqui, apenas um algoritmo fumegante. O que você vê no Twitter é determinado por quem você segue. Em comparação, o que você vê em seu mural do Facebook é "curado" pelos algoritmos da empresa, que tentam adivinhar o que vai lhe interessar (e talvez induzi-lo a comprar alguma coisa). Ter uma franca discussão sobre o racismo que desfigura os EUA talvez não se encaixe nesse programa. É por isso que o Facebook é para memes do balde de gelo e o Twitter é para o que realmente está acontecendo.
      Leia mais em Guardian.co.uk
      http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/por-que-o-twitter-supera-o-facebook-em-noticias-quentes-9672.html

      Simplicidade de Marina esconde a ignorância da extensão da crise


      O grande segredo de Marina da Silva é a simplicidade. É pela simplicidade de seu discurso que muitos ficam comovidos até o ponto de prometer votar nela. Sim, é bom votar para presidente  em gente como a gente. Ela sabe as agruras do pobre. Passou por isso. Depois subiu na vida, é verdade, virou ministra e senadora, mas ninguém é perfeito. Marina diz, com simplicidade, que vai manter o “tripé macroeconômico”, legado comum dos tucanos e dos bons petistas,  Armínio Fraga e Antônio Palocci. E ela pretende também tornar o Banco Central independente.
      Suspeito que a simplicidade de Marina esconde certa complexidade. Já falei do Banco Central independente, o maior dos quais, o Banco Central Europeu, está simplesmente destruindo a Europa. Notem: até a orgulhosa Alemanha experimentou crescimento negativo no segundo trimestre. Dos países do sul da Europa, nossos avozinhos Portugal e Espanha, nem se pode falar: o primeiro tem taxa de desemprego de 15%; o segundo, de 25%. Em ambos, e mais a Grécia e Irlanda, a taxa de desemprego dos jovens vai pela casa dos 60%! Marina, com simplicidade, diz que fará nosso Banco Central  tão independente quanto o europeu.
      Mas vamos ao tripé. Assim como pelo menos 201 milhões de brasileiros do total de 2002 milhões não sabem absolutamente nada de BC independente, uma quantidade ainda maior não sabe o que é “tripé macroeconômico”. Não estou dizendo que não sabem que o tal tripé significa “metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário”. Isso muito gente sabe pois Marina disse e a propaganda dos financistas e banqueiros, grandes interessados na matéria, tem martelado com regularidade nesse mantra desde o início do século. O que a esmagadora maioria não sabe é o significado do significado do tripé.
      Comecemos pelo superávit primário. Significa que o Governo deve arrecadar mais impostos do que gasta com políticas públicas, salários e investimentos. Essa diferença ele usa para pagar juros e amortizações da dívida pública. Ora, há duas formas de fazer o superávit: aumentar impostos ou cortar gastos. Como Marina (e Aécio) garante que não vai aumentar impostos, o superávit primário só pode vir de cortar gastos. Como dizem que não vão cortar investimentos – ao contrário, vão aumentá-los – o corte deve recair necessariamente sobre salários. Mas qual é a maior massa de salários que o Governo paga? Educação, saúde, segurança, aposentadorias e pensões. Cortar no resto não tem qualquer efeito orçamentário relevante numa economia de R$ 4,6 trilhões. Se tiver de cortar, é por aí.
      É claro que Marina não pode cortar os salários do setor público porque isso, num primeiro momento, contraria a Constituição. Contudo, ela pode congelá-los num primeiro momento, junto com aposentadorias e pensões. No momento seguinte dependerá do que vier a acontecer com a economia. Para ver o que acontecerá com a economia voltemos ao superávit primário. Se você tira da economia mais recursos, na forma de impostos, do que lhe devolve na forma de gastos públicos, é de cristalina simplicidade que o efeito deverá ser contracionista: ou seja, a economia vai encolher ou estagnar. É o que tem acontecido nos últimos meses sob a batuta de Mantega - com grandes protestos da TV Globo, de Veja, do Estadão, da Folha e de seu financiador, a CIA. Estes, como Marina, aplaudem convulsivamente o aumento do superávit, mas imputam a outras causas as consequências recessivas.
      Se eu tivesse a arte da simplicidade como Marina, eu esclareceria ainda que nem sempre o superávit primário é recessivo. Sim, porque ele é usado para pagar juros e amortizações da dívida pública. Se o feliz especulador que recebe esses juros o aplicar em investimentos ou gastos, o excesso do que foi tirado da economia volta para a economia, provocando um efeito de estabilização ou expansionista. Acontece então a interferência de outra perna do tripé: a taxa básica de juros que remunera os títulos da dívida pública (Selic). Definida de uma forma um tanto mais complexa do que permite a simplicidade de Marina, essa taxa de juros é tão alta que desestimula o receptor dos juros da dívida a fazer investimentos. Ele aplica os recursos do superávit primário em mais títulos públicos para receber mais juros, ganhando dinheiro sem investir no setor produtivo, e com isso favorece a estagnação ou contração da economia.
      Por que os juros são tão altos? Aqui entra em jogo o terceiro tripé, a taxa de câmbio flutuante: os juros altos são necessários para equilibrar as contas externas. Entretanto, isso tem consequências. Se os juros são muito elevados, o especulador externo traz mais dólares para a economia a fim de ganhar dinheiro aqui sem passar pelo processo produtivo; com isso, o real se valoriza frente ao dólar; se o real se valoriza, estimula os turistas brasileiros a ir para o exterior e fazer faustosas compras em Miami, favorece a queda do turismo externo aqui e o aumento das importações, encarece nossas exportações no exterior e entramos em déficit comercial, exigindo mais juros para compensá-lo – como, aliás, já está acontecendo, embora ainda sem uma flutuação total do câmbio e sem a agressividade no superávit primário advogada por Armínio Fraga, André Lara Rezende e outros das turmas de Marina e Aécio.
      Infelizmente, não tenho a simplicidade de Marina para explicar todas essas coisas. Suspeito que se fossem muito bem explicadas, com a terminologia e a simplicidade dela, talvez  Fernandinho Beira Mar se apossasse de uma patente de banco e o populacho promovesse um levante contra especuladores nacionais e externos, banqueiros e seus intermediários venais em nossas classes dominantes, principalmente na grande mídia. É claro que o pessoal do Itaú sabe disso tudo. Talvez, dada a proximidade de Marina com a herdeira do Itaú, ela tenha tido algumas aulas simples sobre a operacionalidade bancária numa forma tal que concilie um ambientalismo de jardineiro com as grandes articulações do sistema bancário internacional que nos levaram à maior crise do capitalismo em todos os tempos.
      Em tempo: disse acima que não havia riscos de corte dos salários e aposentadorias no setor público por razões constitucionais. Cuidado, constituições podem ser alteradas. Estamos no primeiro movimento da crise. A aplicação do tripé, tal como aconteceu na Europa do euro, desencadeou uma crise da social democracia que não respeita direitos constitucionais. Na Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, salários, aposentadorias e pensões já estão sendo cortados. A justificativa é o aprofundamento da crise. O que não se diz, com simplicidade, é que a razão do aprofundamento da crise é a aplicação rigorosa da política do tripé e do Banco Central independente  que Marina e Aécio, com simplicidade variável, querem trazer para aplicação no Brasil. Da próxima vez, tentarei falar, com simplicidade, da Lei de Responsabilidade Fiscal de Fernando Henrique, tão cara a Marina da Silva e a Aécio.
      J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, autor de mais de 20 livros sobre Economia Política.

      http://jornalggn.com.br/noticia/simplicidade-de-marina-esconde-a-ignorancia-da-extensao-da-crise-por-j-carlos-de-assis

      Atriz de Django Livre é presa em Los Angeles em ação claramente racista


      Por JNS
      Atriz de Hollywood foi confundida com uma prostituta em Los Angeles
      Danièle Watts foi algemada e detida pela polícia depois de ser vista beijando o marido na rua.
      Dois policiais aproximaram-se de Watts e do seu marido branco Brian James Lucas, quando eles demonstravam afeto em público, disse a atriz na rede social.
      Ela alega que se recusou a se identificar, sendo então algemada e mantida em um carro da polícia, quando teve os pulsos feridos ao ser submetida ao tratamento grosseiro dos oficiais de polícia de Los Angeles, enquanto os oficiais tentavam descobrir quem ela era.
      Danièle postou fotos quando estava algemada e chorando no Facebook
      "Quando eu estava sentada na parte de trás do carro da polícia, lembrei-me das inúmeras vezes que o meu pai chegava em casa humilhado por policiais e frustrado sem ter feito nada de errado", escreveu ela no post.
      "Eu senti a sua vergonha, a sua ira e os meus próprios sentimentos são de frustração por viver em um mundo onde eu não posso acreditar que é permitido a figuras autoritárias o poder de controlar como pode ser a minha capacidade de ser!"
      Watts foi liberada pouco tempo depois de ser conduzida sob custódia pela polícia.

      Danièle Watts atuou em Django Unchained de Quentin Tarantino.

      A atriz principal é Kerry Washington - foto.
      [​IMG]
      Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson e Christoph Waltz estão no elenco do Western produzido por Tarantino. 
      http://jornalggn.com.br/noticia/atriz-de-django-livre-e-presa-em-los-angeles-em-acao-claramente-racista

      Artistas e intelectuais assinam manifesto de apoio à reeleição de Dilma


      Jornal GGN - O portal Muda Mais, da campanha de Dilma Rousseff (PT), publicou nesta segunda (15) um manifesto assinado por artistas e intelectuais a favor da reeleição da presidente petista. Figuram na lista nomes como Chico Buarque, Beth Carvalho, Leonardo Boff, Luis Pinguelli Rosa, Luis Fernando Veríssimo, entre outros. 
      Manifesto de artistas e intelectuais 
      A PRIMAVERA DOS DIREITOS DE TODOS: GANHAR PARA AVANÇAR
      Os brasileiros decidem agora se o caminho em que o país está desde 2003 é positivo e deve ser mantido, melhorado e aprofundado, ou se devemos voltar ao Brasil de antes - o do desemprego, da entrega, da pobreza e da humilhação.
      Nós consideramos que nunca o Brasil havia vivido um processo tão profundo e prolongado de mudança e de justiça social, reconhecendo e assegurando os direitos daqueles que sempre foram abandonados. Consideramos que é essencial assegurar as transformações que ocorreram e ocorrem no país, e que devem ser consolidadas e aprofundadas. Só assim o Brasil será de verdade um país internacionalmente soberano, menos injusto, menos desigual, mais solidário.
      Abandonar esse caminho para retomar fórmulas econômicas que protegem os privilegiados de sempre seria um enorme retrocesso. O brasileiro já pagou um preço demasiado para beneficiar os especuladores e os gananciosos. Não se pode admitir voltar atrás e eliminar os programas sociais, tirar do Estado sua responsabilidade básica e fundamental.
      O Brasil precisa, sim, de mudanças, como as próprias manifestações de rua do ano passado revelaram. Precisa, sem dúvida, reformular as suas políticas de segurança pública e de mobilidade urbana. Precisa aprofundar as transformações na educação e na saúde públicas, na agricultura, consolidando com ousadia as políticas de cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, e combatendo, sem trégua, todas as discriminações.
      O Brasil precisa urgentemente de uma reforma política. Mas precisa mudar avançando e não recuando. Necessita fortalecer e não enfraquecer o combate às desigualdades. O caminho iniciado por Lula e continuado por Dilma é o da primavera de todos os brasileiros. Por isso apoiamos Dilma Rousseff.
      Veja a lista completa aqui: http://manifesto.dilma.com.br/
      http://jornalggn.com.br/noticia/artistas-e-intelectuais-assinam-manifesto-de-apoio-a-reeleicao-de-dilma

      Meditações meditabundas sobre o ódio implícito no discurso de Marina Silva


      Esta semana Marina Silva acusou seus adversários de estarem fazendo uma “campanha de ódio” contra ela. Vários comentaristas políticas sustentaram que ela tem razão, outros disseram que a candidata do PSB está apelando querendo aproveitar a imagem de vítima. Notei algo bem mais perigoso no discurso da ex-petista.
      Há duas maneiras de incitar o ódio. A primeira e mais evidente é aquela que se faz de maneira direta. Neste caso o autor do discurso nomeia e desqualifica a vítima, não reconhecendo nela qualidades humanas, titularidade de direitos ou atributos de cidadania que lhe permitam reivindicar algo do Estado. Os exemplos mais claros deste tipo de discurso na atualidade são a homofobia do pastor Malafaia e a criminalização da indigência social promovida pela jornalista Rachel Sherezade. Um instiga a violência contra homosexuais, a outra acarretou uma onda de linchamentos de suspeitos negros miseráveis.
      A segunda forma de incitar o ódio é um pouco mais sofisticada. O autor deste tipo de discurso se coloca na posição de vítima para levar seus apoiadores a acreditarem que cometem atos de justiça ao vingar com violência as calúnias, difamações e injúrias cometidas contra seu líder pelos adversários. O cálculo feito pelo autor deste tipo de discurso é o seguinte: se alguém cometer uma violência em minha defesa, o ato praticado em meu favor intimidará meus adversários impedindo-os de me culpar pelo resultado uma vez que não pedi para que eles fossem agredidos.
      Num Estado de Direito, o discurso de ódio implícito é mais perigoso do que o discurso de ódio direto, pois:
      “Os discursos políticos em geral qualificados como ‘extremistas’ são também os que aparecem, do ponto de vista psicológico, como os mais regressivos. De fato, eles buscam, na matriz do imaginário infantil, os meios para ‘ler’ e interpretar as realidades da crise. Alimentam-se do caos da sociedade, esteja ela ou não em guerra, para dizer: ‘Vejam como temos razão!’ Quanto a isso, as relações entre o imaginário e o real são contraditórias apenas em aparência. Claro, é mesmo nas representações imaginárias do carrasco que, primeiro, se constrói a figura da vítima, da ‘sua’ vítima.” (PURIFICAR E DESTRUIR, Jacques Sémelin, Difel, 2009, p. 44/45)
      Marina Silva representa um grupo político e religioso minoritário. Mas a sede dela e de seus apoiadores de chegar ao poder é evidente. Enquanto a candidatura dela crescia nas pesquisas ela não fez absolutamente nada para criminalizar a oposição. Foi somente quando Dilma Rousseff começou a recuperar as intenções de voto no primeiro e no segundo turno que a candidata do PSB disse que está sendo vítima de um discurso de ódio. Num contexto de disputa incerta, este tipo de discurso pode funcionar como uma senha para seus apoiadores desencadearem violências contra o grupo oponente? Sim e não.
      A ambiguidade da resposta à pergunta é preocupante, pois sabemos que:
      “Indubitavelmente, os indivíduos são tragados pela dinâmica de morte em massa, mas, mesmo assim, eles sem dúvida sabem como tirar proveito. Não lhes faltam oportunismo e cálculo para instrumentalizar seus efeitos em benefício próprio. Por isso, na escala individual, as razões da passagem ao ato são múltiplas. O que é verdadeiro para determinado indivíduo, em preciso momento, não é para outro. E é exatamente essa variabilidade de motivos privados que ajuda a dar ao assassínio a sua dimensão de massa. Os indivíduos entram na dinâmica assassina não como autômatos balbuciando um mesmo discurso ideológico estereotipado, mas sim com histórias diferentes e, daí, com expectativas e motivações pessoais. A implicação comum para causar mortes resulta das posturas variadas e equívocas.” (PURIFICAR E DESTRUIR, Jacques Sémelin, Difel, 2009, p. 390/391)
      Apesar dos acertos dos governos Lula e Dilma, o anti-petismo virulento e irracional faz parte da realidade política brasileira. O fenômeno nasceu da retórica agressiva dos tucanos (frustrados com suas seguidas derrotas em disputas presidenciais) e tem sido diariamente alimentado por vários articulistas da grande imprensa (Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Demétrio Magnoli, Olavo Carvalho etc...). O anti-petismo já resultou em atos violentos, como aqueles que foram vistos na Av. Paulista ano passado quando filiados do PT foram agredidos por manifestantes de direita que infiltraram o MPL. No Facebook há comunidades de extrema-direita que pregam abertamente um golpe de estado e a prisão e perseguição política dos petistas.  
      O que aconteceria à disputa eleitoral brasileira este ano se fanáticos religiosos que apóiam a candidata do PSB agredirem candidatos do PT? É desconhecido o número de pessoas suscetíveis aos discursos de ódio direitos de Malafaia e da Rachel Sherezade e aos discursos de ódio indiretos da candidata do PSB e dos retóricos anti-petistas influentes na imprensa que estão no campo de Marina Silva. A julgar pelo aumento de linchamentos e agressões a homosexuais, podemos supor que eles não são poucos. Formularei a pergunta de outra maneira. O que ocorreria se a própria Marina Silva fosse agredida por alguém acusado de estar a serviço dos petistas?
      A violência política sempre começa com um ato simbólico, com uma bolinha de papel atingindo a cabeça do candidato adversário por exemplo. Nas últimas eleições a temperatura foi elevada ao extremo por José Serra. Nos quatro anos que se seguiram a eleição de Dilma Rousseff a imprensa atacou o PT e a presidenta de maneira sistemática, sempre com o intuito de assegurar uma vitória eleitoral na próxima eleição.
      Uma derrota de Marina Silva é possível. Impossível dizer se aqueles que a apóiam estão dispostos a correr o risco. A Casa Grande tem dado indicações claras de que quer voltar ao poder de qualquer maneira. Neste contexto, a violência política real ou simulada, intencional ou difusa, pode acarretar um verdadeiro massacre.
      “Distingamos, enfim, a terceira utilização possível do massacre, principalmente por atores não estatais (ou, pelo menos, assim supostos). Nesse caso, a finalidade é a de agredir em um ponto preciso o grupo visado, para provocar em seu interior um choque traumático intenso, que seja capaz de dobrar a política de seus dirigentes. Como os organizadores do massacre sabem que constituem minoria na sociedade em que agem, o recurso a tal procedimento espetacular lhes permite, já de início, se afirmar na cena pública, chamando a atenção para a sua causa. Quer reivindiquem a responsabilidade ou se mantenham anônimos, eles acham que os efeitos políticos da ação de destruição podem pesar sobre quem decide a política: por exemplo, criando uma crise das instituições ou bloqueando uma evolução política que eles desaprovam.” (PURIFICAR E DESTRUIR, Jacques Sémelin, Difel, 2009, p. 489/490)
      Até o presente momento a grande imprensa não atacou Marina Silva com a mesma intensidade, virulência que tem atacado Dilma Rousseff. Os ataques que a candidata do PSB sofreu de alguns blogueiros são irrelevantes do ponto de vista político, pois o público alvo destes é reduzido e composto majoritariamente por eleitores da adversária de Marina Silva. Apesar de estar sendo constantemente atacada diante de um público bem maior, Dilma Rousseff não se fez de vítima. A candidata do PT tem sido bem mais responsável, ela sentiu na carne quais são as consequencias dramáticas provocadas por um discurso de ódio.
      Os fatos contrariam as opiniões de Marina Silva. E ela deveria recusar a postura agressiva que adota ao se dizer vítima, pois:
      “Fatos e opiniões, embora possam ser mantidos separados, não são antagônicos um ao outro; eles pertencem ao mesmo domínio. Fatos informam opiniões e as opiniões, inspiradas por diferentes interesses e paixões, podem diferir amplamente e ainda serem legítimas no que respeita à sua verdade factual. A liberdade de opinião é uma farsa, a não ser que a informação fatual seja garantida e que os próprios fatos não sejam questionados. Em outras palavras, a verdade fatual informa o pensamento político, exatamente como a verdade racional informa a especulação filosófica.” (ENTRE O PASSADO E O FUTURO, Hannah Arendt, Perspectiva, 2009, p.295/296)
      Apesar de apoiar Marina Silva e de saber que são irrelevantes e minoritários os eventuais ataques feitos contra ela, a grande imprensa faltou com a verdade factual. Por razões que não são ignoradas, os jornais, telejornais e revistas admitiram como verdadeira a opinião divulgada por Marina Silva de que ela é vítima de uma campanha de ódio. Isto tende a reforçar a verdadeira campanha de ódio que tem sido feita diariamente pelos apologistas do anti-petismo (Malafaia, Rachel Sherezade, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Demétrio Magnoli, Olavo Carvalho etc...).
      Marina Silva precisa começar a ter cuidado com o que deseja. É muito fácil montar num tigre, difícil mesmo é descer dele. Ao se apoiar em grupos que difundem discursos de ódio diretos e indiretos contra o PT, ao usar sua extrema visibilidade como candidata preferida por grupos poderosos de mídia para veicular um discurso que legitima e instiga de maneira sutil a violência contra seus adversários, a candidata do PSB pode provocar uma verdadeira tragédia nacional. Presumo que, pessoalmente, ela não deseje um massacre. Mas como sabemos, nem sempre um líder político consegue prever exatamente o que está começando.
      http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/meditacoes-meditabundas-sobre-o-odio-implicito-no-discurso-de-marina-silva

      Programa de Marina propõe um Brasil "colcha de retalhos”, dispara Lula


      Jornal GGN - O ex-presidente Lula criticou, durante ato em defesa do pré-sal, o programa de governo e a condução da campanha de Marina Silva (PSB), principal adversária de Dilma Rousseff (PT) nesta eleição. Segundo ele, Marina terceiriza as propostas para chegar à Presidência e, consequentemente, propõe um Brasil “colcha de retalhos”, fragmentado em “centenas de interesses” individuais.
      “Se tem uma coisa que não dá para terceirizar é a presidência da República. Ou você assume ou não assume. Esse negócio de pedir para cada um falar um pedacinho das coisas que vão acontecer nesse País não é certo. Afinal de contas, o País é grande, mas não é uma colcha de retalhos que pode ser subdividido em centenas de interesses”, disparou, nesta segunda (15).
      Ainda segundo Lula, as propostas de Marina para a economia - que convergem, assumidamente, com o viés tucano - acarretará em benefícios para uma parcela pequena da população. “Eu, se fosse a candidata que faz oposição à Dilma, proibiria seus economistas de falar, porque cada um que fala, fala mais bobagem do que o outro. Ela vai acabar mostrando o que pode acontecer de ruim em um programa de governo feito a quinhentas mãos”, acrescentou.
      No sábado (13), cumprindo agenda em São Paulo, Lula criticou algumas falas de Marina. Na ocasião, ele dedicou mais tempo para rebater especificamente uma reportagem da Folha de S. Paulo, que afirma que a ex-ministra chorou ao dizer que não pode deter o que Lula pode fazer contra ela, mas que ela não quer fazer nada contra o ex-presidente.
      Em resposta, Lula disse que vai morrer sem falar mal da “dona Marina” e, a exemplo de Dilma, propôs um embate político pautado pelas propostas. Ele criticou a instabilidade do discurso da pessebista, além da auto-vitimização. “Um verdadeiro líder não muda de discurso ou de partido toda hora”, sentenciou.
      Hoje, Lula disse que a política econômica de Dilma é alvo de crucificação por parte da mídia, que tenta retirar o reflexo da crise internacional no modo de gestão. “O país não está crescendo como eu ou Dilma gostaríamos, mas pega o G-20 ou veja quanto os países da Europa estão crescendo. Vejam que a solução lá foi a de mandar pessoas embora do trabalho. E no nosso país, durante a crise, nós criamos mais de 11 milhões de emprego”, disse Lula, segundos antes de ser ovacionado. “Vamos ser francos: o que era o Brasil quando nós pegamos e o que é o Brasil de hoje. Pessoal fica atacando a Dilma sem dizer o que é que vai fazer!”, emendou.
      Em defesa do pré-sal
      Lula esteve no Rio de Janeiro em ato de defesa do pré-sal. O candidato evitou citar nominalmente Marina ou Aécio Neves (PSDB), enquanto discursava sobre o descobrimento e exploração das reservas de petróleo e a divisão dos royalties, mas indagou a quem interessa que o pré-sal seja abandonado ou que a Petrobras seja privatizada. 
      O ex-presidente também defendeu os trabalhadores e o governo das denúncias na mídia sobre a Petrobras. “Depois do pré-sal, já houve três pedidos de CPI da Petrobras. Eu as vezes tenho impressão de que as pessoas pedem CPI para depois os empresários correrem atrás delas, e elas achacarem os empresários, pedindo dinheiro, para fazer não sei o quê”, disse Lula.
      “Eu, quando era presidente, era todo refinado e não podia falar essas coisas. Mas eu não esqueço nunca de uma figura que vivia me ameaçando e pedindo CPI da Petrobras. Ele não podia conversar comigo que falava: “Eu tô com o pedido de CPI no bolso, eu tô com o pedido de CPI no bolso”. Um dia, eu disse: Meu filho, tira do bolso. Faz a CPI que você quiser!” Graças a Deus, ele não fez. Teve juízo. Mas eu resolvi que tinha que vir até a porta da Petrobras para discutir esses assuntos com vocês, os trabalhadores. (...)
      Quero dizer aos petroleiros que não tenham vergonha dessa camisa. Os milhares de trabalhadores da empresa não podem ser confundidos com quem praticou erros. Se alguém roubou, esse alguém tem que ser investigado, julgado, e se for culpado, ir para a cadeia”, comentou.
      http://jornalggn.com.br/noticia/programa-de-marina-propoe-um-brasil-colcha-de-retalhos%E2%80%9D-dispara-lula