domingo, 21 de setembro de 2014

O fantasma da fome já não assusta mais o Brasil

Em 1955, o escritor João Cabral de Melo Neto escreveu o livro Morte e Vida Severina(link is external), que retratava as agruras do retirante nordestino, que fugia do sofrimento da seca, da fome e da miséria, na luta pela sobrevivência. A situação, embora mostrada em um livro de ficção, era muito real. Mais de 40 anos mais tarde, em 1998, a reportagem "O Fantasma da Fome"(link is external), da Revista Veja reiterava o mesmo cenário de quando a fome estava "começando a torturar a barriga de milhares de vítimas da seca".
Hoje, essa já não é mais uma realidade no Nordeste brasileiro. Por meio das ações dos programas sociais que o governo federal tem capitaneado na região, nas gestões de Lula e Dilma, como o Bolsa Família e o Água Para Todos, a nova cara do Nordeste já não condiz mais com os estereótipos daqueles tempos.
Entre os anos de 2008 e 2011, a região Nordeste foi a mais beneficiada pelo programa Bolsa Família(link is external)com mais de R$ 30 bilhões em investimentos. Os resultados não tardaram a aparecer. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS)(link is external), de 2008 a 2012, as meninas ficaram 0,7 centímetro mais altas, e os meninos 0,8. A altura é o indicador considerado como mais confiável para constatar a melhora no nível de nutrição da população, já que, para além dos fatores genéticos, o crescimento também é determinado por uma boa alimentação.
Durante os recentes períodos de seca, por exemplo, o Nordeste contou ainda com o apoio substancial do programa Água Para Todos(link is external), do Ministério da Integração. Com abastecimento de água para consumo próprio e animal, e dinheiro para comprar alimentos, a fome é um cenário cada vez mais distante da realidade da região.
Mapa da Fome
Embora o Nordeste brasileiro seja uma das regiões mais expressivas no destino das ações do governo federal, as políticas sociais abrangem todo o país. Como resultado, o Brasil acaba de sair do Mapa da Fome(link is external). De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entre 2002 e 2013, o número de brasileiros em situação de subalimentação caiu em 82%. Em outras palavras, isso significa que 98,3% da população hoje tem acesso a alimentos no Brasil.
O relatório ainda cita o programa Fome Zero, criado em 2003 e do qual o Bolsa Família é parte fundamental, como uma das grandes razões para o progresso nessa área. 
http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/o-fantasma-da-fome-ja-nao-assusta-mais-o-brasil#at_pco=smlwn-1.0&at_si=541f8544aaa94727&at_ab=per-2&at_pos=0&at_tot=1

A rejeição de Marina, o lápis e a borracha

A estratégia de setores da grande mídia, de abraçar Marina Silva (PSB) parece surtir efeito contrário. Tal estratégia, somada às revisões de programa de governo e ao vai-e-vem de seus discursos em eventos, vem coincidindo o crescimento da rejeição à candidata a passos largos. Antes de anunciar oficialmente sua candidatura, em pesquisa realizada entre os dias 14 e 15 de agosto, Marina era rejeitada por 11% do eleitorado, de acordo com o Datafolha. Agora, a última pesquisa divulgada pelo instituto mostra que, em um mês, dobrou o número de eleitores que não votariam de jeito algum em Marina. A rejeição saltou de 11% para 22%.
Não é só a popularidade que tem recuado. Também nas intenções de voto ela perde espaço. Parece que o eleitor está percebendo que a candidata troca o discurso para agradar a opinião pública e deixa incertezas sobre qual compromisso assume. Primeiro foi a política voltada ao público LGBT. Depois veio o pré-sal, relegado a segundo plano em seu programa de governo. A candidata foi a público para dizer que o programa de energia de seu governo estava sendo mal interpretado. Quando todos acreditavam que se tratava mesmo de algum equívoco, o coordenador da campanha, Walter Feldman, foi a público para criticar não só o modelo de partilha atual, que protege os recursos do país, como também a política de conteúdo nacional, que favorece a indústria brasileira. O programa feito a lápis e borracha parece mesmo ser grande aliado.
Mais uma lembrança do vai e vem da candidata:as leis trabalhistas. Falando a uma plateia de micro e pequenos empresários, em São Paulo, Marina afirmou: “vamos fazer uma atualização das leis trabalhistas”(link is external). Ai a declaração chegou à imprensa, às mídias sociais e não caiu nada bem o fato de, ao ser questionada sobre como seriam essas mudanças, a candidata ter respondido, “ainda não temos essa resposta, esse assunto é muito complexo". Então, depois que a presidenta Dilma Rousseff, questionada sobre o mesmo tema respondeu abertamente: “restringir direitos trabalhistas? Nem que a vaca tussa!”(link is external), Marina adotou sua nova política(link is external) para dizer que os os direitos dos trabalhadores estariam assegurados. Será mesmo?
O Datafolha mostra que Marina perde votos com mais intensidade entre as mulheres, principalmente na faixa de 25 a 34 anos. Também perdeu espaço nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Em análise, a Folha de S.Paulo diz que os ataques da concorrência aumentam a rejeição a Marina, mas, na prática, deve ser difícil para o eleitor manter o voto diante de tanta inconstância e muito lápis e borracha de Marina.
http://www.mudamais.com/divulgue-verdade/rejeicao-de-marina-o-lapis-e-borracha

Por que a Marina ataca o BNDES?...Porque o dono do Itaú não gosta do banco!



Marina é candidata de um assunto só:Petrobras. Mas hoje, a candidata do banco Itaú abriu uma exceção; está atacando o BNDES nas redes sociais

E, por que Marina não gosta do  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),  empresa pública federal, cujo principal objetivo é financiar de longo prazo a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, de âmbito social, regional e ambiental?

Por que o banqueiro, Roberto Setúbal, dono do Itaú, que sustenta Marina, também não gosta, como vocês podem ver na imagem
  
 O programa de governo de Marina, que talvez tenha sido escrito por sua amiga Neca Setubal, que também é dona do Itaú,  defende a redução dos subsídios dos bancos públicos, como BNDES, BB e Caixa. São esses subsídios que fomentam o desenvolvimento e programas federais.

Se fosse colocado em pratica esse tipo de  programa de governo, o que aconteceria? Não só a Petrobras (que a Marina odeia) perderia a importância, e acabaria com o subsídio,como acabaria o  Minha Casa Minha Vida. E o mais grave é que também não ia ter Plano Safra do agronegócio ou da agricultura familiar porque hoje todo o dinheiro do Plano Safra é subsidiado pelo governo federal e tem a participação dos bancos públicos. E mais, sem os subsídios, não haveria programa de investimentos, para, por exemplo  em metrô.

Marina tem ideias  aventureiras, obscurantistas e atrasadas. Elas fazem parte de uma proposta aparentemente avançada, demagógica e, sobretudo, não sei a que interesses servem. Mas, imaginamos, a quem interessa

Quanto ao banco "dá" dinheiro, como Marina disse, o único banco que nós sabemos que dá dinheiro,  é o Itaú, mas só para Marina Silva

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/09/por-que-marina-ataca-o-bndespor-que-o.html

Rio Grande do Sul opta entre século 19 e 21 na disputa entre Ana Amélia e Tarso

Por Miguel Enrique, de Veranópolis,
especial para o Escrevinhador

Dois episódios estiveram no centro dos debates no Rio Grande do Sul nas últimas semanas: as manifestações racistas de torcedores do Grêmio contra o goleiro santista Aranha e as objeções à realização de um casamento homoafetivo em um Centro de Tradições Gaúchas (CTG).

Sem vínculos diretos com partidos ou com candidatos, os dois casos são ilustrativos do verdadeiro debate que está colocado nas eleições para o governo gaúcho.

No caso do racismo, após os primeiros protestos e o expurgo literal da torcedora, do seu emprego e do clube, ganhou espaço nos meios de comunicação um discurso em que agressora passou a vítima. Com direito a choro na televisão, apelou para se tornar símbolo anti-racista e finalmente ganhou um emprego na Central Única das Favelas (CUFA).

Já os protestos contra o casamento homoafetivo deixaram a retórica e ganharam a forma de um coquetel molotov jogado contra o Centro de Tradições poucos dias antes da cerimônia, obrigando a sua transferência para o fórum local.

Logo, surgiu o discurso relativista do “não é bem assim”, “não é que a gente seja contra o casamento gay…” a ponto de um Promotor de Justiça publicar um artigo onde afirma textualmente que se os homossexuais querem respeitar seus direitos “que respeitem o espaço e as tradições dos demais”.

No ano passado, o filósofo Vladimir Safatle já havia alertado para a prática de inversão que racistas e preconceituosos operavam, ao alegar que eles, sim, eram “perseguidos pela implacável polícia do politicamente correto”. A “nova moda” é travestir racismo e preconceito de “afirmação rebelde da liberdade”.
Pois bem, o conservadorismo que não tem vergonha de dizer seu nome e que justifica suas ideias como a defesa da liberdade (do mercado, diga-se) encontra-se bem encarnado na candidatura que lidera as pesquisas no estado, a senadora Ana Amélia Lemos (PP).

Ex-editora da sucursal de Brasília do grupo RBS, braço da Globo no sul do país, a senadora é considerada porta-voz legítima dos interesses do agronegócio, não apenas gaúcho. Portanto, sua candidatura apoia-se em duas mais poderosas forças do estado, o maior grupo de comunicação da região e um dos setores economicamente mais ricos.

A plataforma de governo de Ana Amélia é simples: liberalização absoluta e retirada do Estado de todos os setores. Em bom português: Estado mínimo e privatizações. No entanto, sua candidatura não é alavancada por suas ideias, mas pela popularidade obtida pela presença diária na televisão e no rádio por décadas. Neste sentido, ainda que não seja seu colega de chapa, sua candidatura equivale ao candidato ao senado Lasier Martins (PDT), também apresentador do jornal diário do grupo RBS.

Dessa forma, os rompantes de sinceridade de sua chapa cabem ao deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP), candidato à reeleição, conhecido por um vídeo que circulou na internet no ano passado onde declarava que o gabinete do ministro Gilberto Carvalho reunia “quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo o que não presta” (veja aqui). No lançamento da candidatura de Ana Amélia, Heinze não resistiu e abriu o coração: “bom mesmo era na ditadura militar, quando nós da Arena é que mandávamos”.

Não custa lembrar que esses episódios têm como cenário o mesmo Estado que já foi referência internacional em políticas sociais e de participação popular, com Porto Alegre como um modelo internacional, sendo escolhida inclusive como sede da principal articulação anti-neoliberal, o Fórum Social Mundial.

É a essa outra vertente que pertence a candidatura à reeleição do governador Tarso Genro (PT), candidato à reeleição. O governo do petista foi uma combinação de uma aliança de coalizão com partidos de centro – experiência que conhecia bem como ministro do chamado “Conselhão” do governo Lula – com o desprezo generalizado pelo governo anterior de Yeda Crusius (PSDB), que aumentou a dívida do Estado na mesma proporção em que reduziu a ação estatal, desde o fechamento de escolas à denúncias de corrupção em serviços públicos.

Herdeiro de um cofre raspado, Tarso viu muitas de suas propostas inviabilizadas, inclusive algumas que eram muito significativas, como a garantia do piso salarial nacional aos professores, medida que o próprio criara como ministro da Educação.

Sem recursos, apelou para o que era possível, como a criação de novos canais de participação popular. O fato mais marcante de seu governo foi o fim dos pedágios nas estradas e a criação de uma empresa estatal para rodovias, aproveitando o fim das concessões realizadas nos anos neoliberais pelo governador Antônio Britto.
Intelectual rigoroso, Tarso já defendia a necessidade de ampliação das conquistas sociais nos governos do PT, muito antes das manifestações de junho do ano passado, às quais, aliás, recebeu de braços abertos e instituiu o Passe Livre estadual em regiões metropolitanas do Rio Grande do Sul.

Preocupado com a subordinação da política e do Estado ao capital financeiro, Tarso tem insistido na aliança da política partidária institucional com os movimentos sociais. Nesse contexto, construiu com a Via Campesina e sindicatos urbanos um ousado plano camponês de produção de alimentos saudáveis e distribuição nos centros urbanos. Finalmente, a busca pela reeleição tem como escudeiro a candidatura ao Senado de Olívio Dutra, ícone da honestidade política.

O candidato do PMDB José Ivo Sartori, que corre por fora, tem a seu favor ter sido prefeito da segunda maior cidade gaúcha, Caxias do Sul. O município é um importante polo metal-mecânico, de onde também se origina seu candidato ao Senado, Pedro Simon, que busca o quinto mandato consecutivo.

Sartori, porém, apostou na polarização errada na campanha e se apresenta como o “anti-PT”. O problema do peemedebista é como justificar isso quando o presidente nacional do seu partido, Michel Temer, é o candidato à vice-presidente de Dilma Rousseff…

Certamente, os rumos da eleição gaúcha não possuem peso suficiente para alterar significativamente o cenário político nacional. Porém, uma vitória do conservadorismo joga mais água no moinho de projetos de intolerância e de liberalização econômica. Um passo atrás em direção ao século 19.

Por outro lado, um governo que amplia a participação e dialoga permanentemente com os movimentos sociais oxigena a esquerda e pode ser, novamente, laboratório de novas práticas e políticas sociais. Um passo a frente no século 21, para a esquerda e para o país.

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/rio-grande-do-sul-opta-entre-seculo-19-e-21-na-disputa-entre-ana-amelia-e-tarso/

Dilma em coletiva: "Quem fala em tarifaço está mal intencionado"




A presidenta Dilma Rousseff lembrou hoje do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada. Ela disse que “o Brasil precisa de todas as pessoas, sem discriminação” e apresentou um balanço do programa “Viver sem Limites”, lançado em 2011, para eliminar as barreiras e garantir direitos a oportunidades para pessoas com deficiência. Dividido em quatro eixos - acesso a educação, saúde, inclusão social e acessibilidade, objetiva garantir a autonomia necessária para as pessoas com deficiência. 
Na educação, Dilma destacou a parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que hoje responde por 23% das matrículas para as pessoas com deficiência. “(As APAES) garantem acesso para 194.400 matrículas e nós repassamos, desde 2011, quando o Viver sem Limites foi lançado, até hoje, cerca de R$ 5,9 bilhões, para garantir matrículas, sustentabilidade das escolas, processos especiais, incluindo todas as necessidades”. Nas escolas públicas, foram 648 mil matrículas e também garantidos recursos para adaptar 25,7 mil escolas para fortalecer a rede para esse público.
De acordo com a presidenta, 1,1 mil municípios se inscreveram no Viver sem Limites. Desses, mil receberam 1,4 mil veículos adaptados. Além disso, 114 universidades foram adaptadas para o ensino da pessoa com deficiência. Quanto ao Pronatec, foram reservadas 15,3 mil matrículas para pessoas com deficiência e também ampliado a educação bilíngue (letras e libras). Foram 13 cursos criados e outros 9 deverão ser entregues até o fim do ano. Para 2015, estão previstos mais 5.
No eixo da saúde, Dilma destacou os 102 Centros Especializados de Reabilitação – CER e todos contam com veículos acessíveis para o transporte. Também, 460 Centros Especializados de Odontologia (CEO) foram adaptados com equipamentos especiais, bem como 81 hospitais, e a garantia do teste do pezinho em todos os hospitais no país.
Em inclusão social, a presidenta lembrou que hoje a lei garante o Benefício de Prestação Continuada (BPC) a pessoa com deficiência que perdeu o emprego. Ou seja, se antes já recebia e conseguiu um emprego, deixou de receber, caso demitido, o BPC volta a ser pago.
Na acessibilidade, há grandes conquistas, como a inauguração do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistida, em Campinas e a linha especial de microcrédito para as pessoas poderem comprar seus equipamentos. “É financiado com juros subsiadíssimos. Quem não gosta de juros subsidiados não gostaria nem um pouco dessa linha especial”, provocou Dilma durante a coletiva. Segundo a presidenta, já foram feitas 21,5 mil operações envolvendo R$ 131 milhões.
Ainda nesse eixo da mobilidade, ela lembrou do impacto para famílias que encontram moradia adaptada pelo programa Minha Casa Minha Vida. São 925,3 mil moradias adaptadas, uma parte ainda em construção e outra entregue para famílias com pessoas com deficiência. Por último, lembrou do primeiro Centro de Treinamento de cão guia do país, localizado em Camboriú, uma grande conquista.
Em dia descontraído, vários outros tópicos surgiram durante a entrevista. Por exemplo, a presidenta destacou que gosta de toda a energia que vem das ruas, em função dos eventos de campanha onde tem contato com o povo. No entanto, dedicou especial atenção aos selfies, que se tornaram marca de sua campanha. “É Roussellfie que eles falam para mim”, disse.
A presidenta também corrigiu os jornalistas sobre alegada declaração da presidenta acerca do papel da imprensa. Muitos veículos estamparam em suas páginas que Dilma teria dito que não cabe à imprensa o papel de investigar. Ela disse que a frase ficou fora de contexto e explicou que o jornalismo investigativo fornece elementos (indícios), mas que juridicamente só são aceitas as provas e que essas são colhidas pela Polícia Federal, Ministério Público etc.
“A imprensa investiga, investiga para informar, investiga até para fornecer indício como é o caso da Garganta Profunda, do Watergater”, declarou a presidenta, lembrando do codinome que ficou conhecido um informante dos jornalistas do Washington Post, em escândalo que levou a queda do presidente Richard Nixon, nos Estados Unidos. Segundo ela, o que defendeu na ocasião e que provocou o mal entendido por parte da imprensa, foi o fortalecimento institucional e legal, para combater a impunidade e a corrupção.
Outro assunto abordado foi a inflação. Mais uma vez, Dilma explicou que até o fim do ano o percentual voltará para o centro da meta e que o mercado também confirma essa expectativa. Assim como os analistas, lembrou que a seca prolongada motivou o uso das térmicas e que isso pesou no reajuste da tarifa de energia, ação necessária e que evitou o racionamento de energia que ocorreu durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Quem fala em tarifaço está mal intencionado”, pontuou a presidenta.
http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/dilma-em-coletiva-quem-fala-em-tarifaco-esta-mal-intencionado

A luta pela nova classe média


21 de setembro de 2014 | 11:00 Autor: Miguel do Rosário
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Muito interessante essa matéria da Folha, sobre o embate entre Marina e Dilma no interior das classes sociais.
Os dados do Datafolha, cruzados com a evolução sócio-econômica dos últimos anos, comprovam o que todos já identificavam instintivamente. E que temiam há tempos. A nova classe média que emergiu no Brasil tende a emular opiniões políticas das camadas mais altas, até para se diferenciar daquelas classes das quais se afastou há pouco.
O governo, ao não elaborar uma política de comunicação e de cultura voltada para esse setor, beneficiado pelas políticas que ele mesmo implementou, permitiu que a mídia (que é depositária dos valores e interesses da elite) assumisse uma hegemonia política que vinha perdendo naturalmente.
A classe média intermediária, que representava apenas 17% da população em 2002, hoje corresponde a 32%.
É um novo país, que requer uma outra linguagem política.
E uma outra mídia.

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RICARDO MENDONÇA, DE SÃO PAULO
É no interior de uma neopreponderante classe média intermediária –a turma bem do meio na escala social– que a briga entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) aparece mais acirrada.
Preponderante porque diz respeito a um exército de eleitores que representa um terço do eleitorado (32%), o maior agrupamento numa escala com cinco subdivisões (dos excluídos à classe alta).
Neo porque o gigantismo desse contingente (pessoas que estão exatamente entre a classe média alta e a classe média baixa) quase dobrou de tamanho desde 2002, o ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu sua primeira eleição.
E acirrada porque é o único grupo da escala social em que há empate técnico entre as duas concorrentes mais competitivas no atual cenário da corrida pela Presidência.
Editoria de Arte/Folhapress
No teste de primeiro turno, Dilma tem 35% entre esses eleitores; Marina, 33%. No segundo turno há uma inversão. Marina aparece com uma vantagem um pouco além da margem de erro, que é de dois pontos. A pessebista vai a 49%, a petista atinge 41%.
Essas constatações foram feitas pelo Datafolha, que, com base nos resultados de suas pesquisas, mesclou dados sobre escolaridade, renda e posse de bens para medir o tamanho exato de cada grupo na escala social (leia sobre o método ao lado).
Outro dado que chama a atenção no estudo é o aumento escalonado das intenções de voto em Dilma conforme diminui a classe social do eleitor. Uma escadinha.
Na classe alta, ela tem só 19% das intenções de voto. Sobe para 27% na classe média alta. Vai a 35% na intermediária, 40% na classe média baixa e atinge seu recorde, 49%, entre os excluídos.
Com Marina e o senador Aécio Neves (PSDB) ocorre exatamente o oposto: eles crescem conforme melhora a condição social do eleitor (confira no primeiro gráfico).
Ao aplicar os mesmos critérios para definição de classes em resultados de pesquisas de anos anteriores, é possível enxergar com nitidez a dimensão das transformações sociais ocorridas nos últimos anos.
Além do agigantamento da classe média intermediária, constata-se que o grupo dos excluídos deixou de ser o maior, embora continue grande. Caiu de 33% para 27%.
E a classe média baixa minguou, de 23% para 13%. Parte grande de seus antigos representantes evoluíram para o ponto intermediário.
Com isso, a clássica ideia de pirâmide social –um modelo em que a base era o maior grupo e os demais segmentos ficavam menores conforme evoluíam– foi detonada.
O formato, hoje, não é nada regular. Parece mais sofisticado e menos injusto.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21394

Onde a eleição vai ser decidida


21 de setembro de 2014 | 12:13 Autor: Fernando Brito
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Esta semana, as pesquisas “testaram” uma recuperação de Aécio Neves, como forma de manter alguma aparência de organização política em suas áreas tradicionais, mas – ao que parece – sem que isso melhorasse os sinais vitais do candidato, que segue  anêmico e apático.
Deram, também, um “segura, peão” para  Marina, porque é voz corrente em todas as campanhas – como registra hoje, aliás, o colunista Ilimar Franco, em O Globo – que Dilma já lhe tem um vantagem em torno de dez pontos.
O recuo nas intenções de voto de Marina, mesmo que parcialmente vá alimentar Aécio ou outros candidatos “nanicos”, podem fazer o impensável: trazer para próximo de Dilma uma vitória no primeiro turno, para o que lhe faltam 5 a 6% de crescimento em votos.
E isso é possível?
É difícil que ocorra, sim, mas não impossível, se a campanha de Dilma acertar o foco naquilo em que, há quinze dias, este blog vem insistindo ser o campo decisivo de batalha: a classe C.
Hoje, a Folha traz uma análise do comportamento do eleitorado por faixa de renda que mostra explicitamente aquilo que se disse aqui: o maior problema eleitoral de Dilma e Lula está na camada que os seus governos fizeram ascender socialmente, porque este processo se fez sem debate político e enfrentamento ideológico.
Não vou repetir os argumentos que usei de outras vezes, até porque a saúde ainda está muito baqueada. Mas peço que examine os dados e conclua.
porclasse
Basta olhar para o gráfico ao lado e ver quem foi o grupo social que mais se beneficiou dos últimos três períodos de Governo.
Para este grupo, tudo o que foi ganho nestes 12 anos foi, pela criminosa renúncia do PT de politizar o processo econômico para além do consumo, é entendido como quase que só fruto de méritos pessoais.
Como certos adolescentes que deixam de observar os esforços dos pais para lhes proporcionarem uma vida melhor, não adianta  que a comunicação assuma apenas um discurso  de convencimento, de argumentação, de solidariedade, embora este seja necessário e correto.
Nem fazer o discurso todo da “gratidão”, porque isso é antes obrigação – negligenciada por séculos – do  governo brasileiro
O que é  preciso falar claro, direto,  mostrar que tudo o que melhorou em muitos anos pode ser perdido em alguns meses.
Plano emprego, crédito, filhos na escola, acesso à universidade, casa própria, automóvel, salário-mínimo subindo sempre, embora ainda baixo…
Isso pode desaparecer  num “pluft” como naqueles comerciais de venda de objetos usados, só que com o bordão inverso: “fiz um mau negócio”!
Se Marina quiser chamar isto de “estratégia do medo”, que chame.
Porque não é, é a conversa leal e direta com pessoas a quem se quer bem.
Medo não é seguir no caminho do progresso social e individual.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21390

E aí, Villa? Como fica?


21 de setembro de 2014 | 13:54 Autor: Miguel do Rosário
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Há alguns meses, o historiador ultratucano Marco Antonio Villa publicou um artigo no Globo, onde tem espaço cativo, intitulado Adeus, PT.
Foi reproduzido, naturalmente, em todos os espaços tucanos. Os blogueiros da Veja o reproduziram com entusiasmo.
Pois bem, nada com um dia após o outro.
Nem vou entrar no mérito se o PT vai crescer ou não este ano. Mas é absolutamente ridículo achar que ele vai “acabar”. Provavelmente, vai crescer.
Quanto ao PSDB, faltando cerca de 2 semanas para as eleições, as previsões dos próprios tucanos, segundo informação de Ilimar Franco, são sombrias:
Para onde vai o PSDB?
Por ILIMAR FRANCO
21.9.2014 9h07m
O PSDB está mergulhando numa profunda crise. As previsões dos especialistas são as de que os tucanos vão encolher na Câmara, no Senado e nos governos estaduais. Além disso, o partido não terá mais expectativa de poder. Se a presidente Dilma for reeleita, Marina Silva será a alternativa de poder para 2018. Se Marina vencer, quem assumirá a bandeira da oposição será o PT. Uma derrota em Minas deixará o partido ainda mais paulista.
O feitiço se voltou contra o feiticeiro. Tudo que Villa havia previsto acontecer contra o PT, vai desabar contra o PSDB.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21407

A denúncia do MP contra Paulo Roberto Costa


21 de setembro de 2014 | 13:58 Autor: Miguel do Rosário
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A Polícia Federal faz um trabalho extraordinário de investigação, prende Paulo Roberto Costa, destrincha as complexas operações de envio de recursos para o exterior, mas a Globo e a Veja só pensam “naquilo”.
Só pensam nas eleições. Com isso, distorcem notícias graves.
Promovem vazamentos que invalidarão provas e impedirão a prisão de acusados.
Enfim, a mídia brasileira, na sua histeria partidária, faz uma espécie de investigação ao contrário. Ela acaba mais confundindo do que esclarecendo, mais prejudicando as autoridades do que ajudando.
Os corruptos, ao invés de serem tratados como tais, passam a ser tratados como herois, desde que façam o jogo da mídia e denunciem apenas aqueles que a mídia quer ver denunciados.
Se Costa delatasse os esquemas de que participou quando era diretor da Petrobrás no governo FHC, ouviríamos um grande brado em uníssimo, na mídia: é mentira! Esse homem é um bandido, repetiriam, indignados.
A revelação do esquema de Paulo Roberto Costa, junto à consultoria MO, pode ser a ponta de lança no combate à evasão de divisas, um dos maiores problemas do nosso país.
Segundo a ONG Tax Service, a evasão de divisas no Brasil chega a mais de R$ 600 bilhões por ano, ou 14% do nosso PIB.
Agora sabemos que a própria Globo ajuda a engordar esse número, visto que usou, em apenas uma operação, para comprar os direitos de transmissão da Copa de 2002, do mesmo modus operandi que agora denuncia nas empresas do doleiro.
Entretanto, o pior que pode acontecer é a continuação do vazamento seletivo, reforçado por reportagens que abordam apenas um lado.
Se alguém lesou a Petrobrás, que seja punido, como aliás já está sendo. E que se busque a repatriação do dinheiro desviado.
Mas que não se confunda as coisas. O fato de ter havido corrupção nas obras do Rodoanel e nos metrôs e trens paulistas, por exemplo, não invalida a sua importância. Aliás, as mesmas construtoras e empresas que prestaram serviço à Petrobrás, também prestaram ao governo de São Paulo na construção do Rodoanel e na reforma do sistema de trem e metrô de SP.
Apenas a OAS, uma das empresas envolvidas com a consultoria MO, ligada ao doleiro, recebeu mais de R$ 5 bilhões dos contribuintes paulistas, para participar de obras do Rodoanel e reformar trilhos. O Cafezinho tem uma tabela com os contratos, vários deles considerados irregulares por órgãos de controle.
Ou seja, a lavagem de dinheiro que aí ocorreu não foi apenas de desvios da Petrobrás.
Alberto Youssef era o principal doleiro do Brasil e prestava serviços para várias empresas e governos.
Embora correndo o risco de parecer cínico, é preciso considerar que, a partir do momento em que a Petrobrás amplia seus investimentos de alguns bilhões para centenas de bilhões de reais ao ano, era inevitável que houvesse aumento da corrupção, ou da tentativa de corrupção.
Abandonada durante a era FHC, a Petrobrás na era Lula/Dilma passou a descobrir grandes quantidades de petróleo, a construir e comprar refinarias, a construir oleodutos, a diversificar suas matrizes de energia (investiu-se em eólica, biodiesel, etc), a comprar aqui mesmo no Brasil os seus navios e peças para plataforma.
Iniciou-se uma grande recuperação do quadro funcional da Petrobrás.
Pode-se dizer que a estatal renasceu sob Lula/Dilma.
Mas a Petrobrás não pode ser culpada pelo mau comportamento das empresas que prestam serviço para ela.
Nem pelo mal feito de alguns diretores.
A Petrobrás sairá fortalecida das investigações, conduzidas republicanamente pela Polícia Federal.
Por parte do governo federal, agiu-se corretamente: soltou-se os cães farejadores da PF para cima das empresas e indivíduos que tentavam lesar a estatal.
Se fosse uma empresa privada, os desvios da Petrobrás ocorreriam da mesma forma, mas maneira muito mais secreta e indevassável.
Por aí você entende a importância de manter as riquezas estratégicas sob estrita vigilância do poder público.
Abaixo, segue, com exclusividade, a íntegra da denúncia do Ministério Público do Paraná contra Paulo Roberto Costa e comparsas.
É uma denúncia de acusação, que precisa ser confrontada pelas respectivas defesas.
Ao menos, porém, você poderá analisar o dado bruto, completo, sem a intermediação maliciosa da Globo.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21410