quarta-feira, 24 de setembro de 2014

#DilmaNaONU: Discurso Dilma na ONU

Parabéns Marina pelo exemplo de sua nova polítca mas prefiro a velha se a nova é com isso aí que você nos presenteia

Bornhausen e Marina dividem palanque em Santa Catarina

Jornal GGN – Na investida ao sul do país, Marina Silva, candidata do PSB à presidência da República, subiu ao palanque e pediu votos para Paulo, filho do ex-senador Jorge Bornhausen e que foi governador biônico de Santa Catarina na época da ditadura.
Paulinho, o filho, é candidato a senador pelo PSB no estado de Santa Catarina. Marina, que defende uma “nova política” e governar ao lado dos “melhores”, disse em seu discurso que “há pessoas boas em todos os partidos”, e que “Paulo é herdeiro de um nome, de um pai que tem um posicionamento político. Não vou dizer que uma pessoa, por ter um laço de parentesco, deve ser punida ideologicamente por isso”, relativizou ela.
Leia a matéria do Estadão.
Do Estadão
Em Florianópolis, candidata pede voto para filho de ex-senador que queria o Brasil ‘livre da raça’ do PT quando ela era ministra de Lula
FLORIANÓPOLIS - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, dividiu palanque e pediu votos nesta terça-feira, 23, para o deputado Paulo Bornhausen, herdeiro de uma das mais tradicionais famílias de Santa Catarina. “Meus amigos, vamos fazer a campanha de Paulo, para que ele seja o nosso senador”, afirmou Marina ao participar de um ato político em Florianópolis.
Candidato ao Senado pelo PSB no Estado, Paulinho, como é conhecido, é filho do ex-senador Jorge Bornhausen, que foi governador biônico de Santa Catarina na época da ditadura. Um dos nomes fortes da Arena, partido que deu sustentação ao regime militar, Jorge fez carreira no antigo PFL e ficou no DEM até 2011, quando deixou a vida partidária.
Em 2005, durante o escândalo do mensalão, o então senador chegou a dizer que com a revelação do esquema o Brasil ficaria “livre da raça” do PT “pelos próximos 30 anos”. Na época, Marina era filiada ao partido e era ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marina, que defende a chamada “nova política”, pela qual promete governar ao lado dos “melhores”, relativizou os laços familiares do novo aliado e repetiu o discurso de que há pessoas boas em todos os partidos. “O Paulo é herdeiro de um nome, de um pai que tem um posicionamento político. Não vou dizer que uma pessoa, por ter um laço de parentesco, deve ser punida ideologicamente por isso”, disse.
Ela também defendeu os posicionamentos ambientais do deputado, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina até abril. “Se perguntarem aos ambientalistas, das pessoas que viram o seu trabalho como secretário, eles podem testemunhar que ele tem um posicionamento compatível com a agenda que nós defendemos”, afirmou.
Marina também já “subiu” no palanque eletrônico do candidato. No horário eleitoral, ela aparece sorridente ao lado de Bornhausen, afirma que ele é um “deputado federal atuante” e o elogia por ter ajudado a aprovar a Lei da Ficha Limpa no Congresso.
Perfil. O político catarinense entrou no PSB no ano passado a convite de Eduardo Campos. Com a morte do então cabeça de chapa em 13 de agosto, Marina herdou os compromissos firmados por ele, mas tem feito campanha somente para os candidatos que acredita ter o perfil defendido por ela.
O deputado conquistou até mesmo a simpatia dos aliados de Marina no Estado. Miriam Prochnow, porta-voz da Rede Sustentabilidade em Santa Catarina, classifica a convivência com Paulinho como “tranquila”. “Não dá para condenar uma pessoa pelo seu passado. Hoje ele não tem ideias que vão ao encontro com o que a gente defende”, afirma o marineiro.
O candidato a deputado estadual Leonardo Secchi (PSB), um dos entusiastas da Rede, partido que Marina tentou criar sem sucesso. admite, porém, que sempre é questionado nas ruas por estar no mesmo partido de Bornhausen. Diz que tem tido dificuldades para explicar a aliança para os seus possíveis eleitores. “Esse sobrenome pesa”, afirma. Segundo ele, “pelo menos” Jorge, o patriarca da família, está afastado da campanha. “Senão seria mais complicado.”
Protesto. Um grupo de 15 estudantes ligados à União da Juventude Socialista (UJS) fez um protesto contra Marina durante a passagem da candidata por Santa Catarina. Os jovens questionaram justamente o apoio dela a Bornhausen. “Aqui em Santa Catarina ela (Marina) prega uma nova política, mas se junta com a maior oligarquia que ainda persiste em nosso Estado, que é a família Bornhausen”, disse o estudante de Direito Yuri Becker, de 22 anos. O grupo também se manifestou a favor do casamento gay. 
http://jornalggn.com.br/noticia/bornhausen-e-marina-dividem-palanque-em-santa-catarina

Queda de Marina já rompe “rede de solidariedade” na mídia


24 de setembro de 2014 | 09:04 Autor: Fernando Brito
beijim
Embora alguns comentaristas políticos, transtornados por estarem vendo escapar a certeza da derrota de Dilma Rousseff e Lula, insistam em que nada esteja acontecendo no processo de formação do voto popular, a realidade vai se impondo.
Não obstante os comoventes esforços de Ricardo Noblat -que ontem gravou um post dizendo que há “estabilidade” na disputa eleitoral porque os resultados se asemelham aos  da erupção de Marina, ha pouco mais de um mês – e Merval Pereira, há outros analistas que, embora partilhem os sentimentos de oposição figadal a Dilma Rousseff, não pretendem tapar o sol com a peneira e negar o obvio.
Merval, convertido ao mais fanático marinismo, simplesmente recusa que haja qualquer mudança. mesmo diante dos números.
Ora isso é tão evidente que qualquer comentarista, embora conservador e de oposição ao governo, se   não aposentou sua massa encefálica e um mínimo de honestidade para com seus leitores, observa.
É o caso de Dora Kramer, insuspeita de conter um grama de simpatia pela Presidente, hoje, no Estadão:
(…)Marina descendo de 33% para 27%, na CNT, nem com muito boa vontade é possível ignorar o que significa. No início ganhou muito, depois estacionou e agora viu se reduzirem seus índices de intenções de votos. (…) O retrato não lhe é favorável. Esses 27% representam exatamente o capital dela na última pesquisa, de abril, em que seu nome foi incluído quando nem candidata era. (…) De lá para cá Marina esteve afastada da cena, não fez política. Absteve-se no segundo turno, preservou-se para um projeto de partido próprio que não deu certo e agora está de volta ao ponto de partida.
 Sua distância de Aécio Neves caiu pela metade. Perdeu a dianteira em relação a Dilma no segundo turno. Ficou mais fácil para a presidente. E para os adversários a decisão está nas mãos do tempo. Que urge e ruge.
Há um processo em curso, que imprensa e pesquisas podem tentar atenuar apresentando como “oscilações na margem de erro”.  Como as pesquisas se sucedem em intervalos cada vez mais curtos, é possível tratar assim uma escada, onde cada degrau, evidentemente,  ”está dentro da margem de  erro”.
O tempo, tem razão Dora Kramer, urge e ruge. Inclusive para “acertar” os números das pesquisas, como terá de fazer, daqui a dois dias, o Datafolha.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21454

O Globo embarca Marina em avião e volta a complicar “Operação Lava o Jato” do PSB


24 de setembro de 2014 | 09:51 Autor: Fernando Brito
abordo
Escrevam o nome de Thiago Herdy – repórter que, com Chico Otávio, forma a primeira linha de investigadores em O Globo – porque ele terá muita significação no caso do avião usado por Eduardo Campos, o Cessna PR-AFA que terminaria por matá-lo no acidente ocorrido em Santos.
É ele quem centraliza a apuração do caso e tem mais do que vai publicando, como fez com a revelação de que as despesas do avião eram pagas por uma empresa fantasma.
Hoje, mais um pedaço da história é recuperado, com a publicação do número de vôos feitos pela atual candidata do PSB no fatídico avião, como vice de Eduardo.
Foram pelo menos 10, o que exclui qualquer possibilidade de dizer que foi apenas “casual” seu uso.
Desde o dia seguinte ao acidente, o PSB tenta construir uma “Operação Lava o Jato” para justificar um conluio ilegal que colocou um avião de US$ 8,5 milhões a serviço de “nova política”.
Não há versão que se sustente de pé.
Marina até podia não saber de onde vinha o jatinho, quando o usou.
Mas agora sabe, e o esconde.
Podia ser inocente, mas já não é.
Tornou-se, ainda que a posteriori, pela ocultação, cúmplice de um crime eleitoral.
A única dúvida que resta nesta questão é se e até onde a grande imprensa vai tratá-lo.

Marina voou 10 vezes em jato que caiu em Santos e matou Campos


 Thiago Herdy, Paulo Roxo e Paulo Celso Pereira
A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) voou dez vezes na aeronave Cessna PR-AFA, cuja doação à campanha é investigada pela Polícia Federal. O GLOBO teve acesso a registros de pousos e decolagens do jato no período em que esteve à disposição da candidatura de Eduardo Campos e Marina. As viagens da candidata podem atrapalhar a estratégia do PSB, que, desde o início das investigações, busca desvinculá-la formalmente da aeronave.
Especialistas em Direito Eleitoral argumentam que eventuais irregularidades podem atingi-la, apesar da morte de Campos. A coordenação jurídica da campanha discorda. A lista de viagens de Marina foi obtida a partir do cruzamento dos compromissos oficiais da candidata com voos realizados e dados fornecidos pela própria campanha do PSB.
A PF investiga a compra do jato e também o pagamento de despesas operacionais, quando ela já estava sendo utilizada. Esses gastos foram pagos por uma empresa de fachada.
 Em vez de declarar a doação nas prestações de contas parciais, como determina a legislação, o PSB deixou para declarar apenas em novembro, o que também contraria a lei.
Marina usou o jato pela primeira vez no fim de maio, para participar, em Goiânia (GO), de seminário do partido. Em junho, voou quatro vezes, passando por Goiânia, Brasília, Maringá e Londrina. No fim de julho, participou de ato em Vitória (ES). Em agosto, voou outras quatro vezes, ao Rio, a Brasília e a São Paulo. O jato caiu em 13 de agosto, matando Campos e seis assessores.
Segundo o PSB, o avião havia sido emprestado pelos empresários João Carlos Lyra e Apolo Santana Vieira. As despesas operacionais também seriam pagas por eles. Para a doação ser legal, o valor não poderá ultrapassar 10% do rendimento declarado dos dois em 2013.
Especialista em Direito Eleitoral, o advogado Arthur Rollo lembra que o registro de candidaturas ocorre em “chapa única e indivisível”.
— A Marina era vice quando o avião caiu. Qualquer problema com a cabeça da chapa também afeta o vice. Se houver processo, não será contra a chapa atual, mas a anterior.
O coordenador jurídico da campanha de Marina, Ricardo Penteado, discorda. Para ele, mesmo usando o jato, Marina não pode ser responsabilizada. 
— O avião estava emprestado para o Eduardo, não para a Marina. Se eu pegar um táxi no aeroporto e te der uma carona até a cidade, o que você terá a ver com minha relação com o taxista? — questiona.
Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB, Norberto Campelo diz que o desconhecimento de Marina sobre a doação poderá “eximi-la de responsabilidade”. Mas, para ele, no contexto da análise da prestação de contas de Campos, candidatos são corresponsáveis.
— Se constatada irregularidade, ela e o partido respondem.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21459

Como a mídia manipula a notícia transformando o positivo em negativo

Pra entender o nível da imprensa brasileira nos atualmente, por Madrasta do Texto Ruim

 
Do Objetivando Disponibilizar
 
 
por Madrasta do Texto Ruim
Amanhã este post completa um ano de publicado. Mas ele está atualíssimo, aliás, ele conseguiu a proeza de estar mais atual agora do que há um ano.
Eu aproveitei as manchetes de vários jornais mundo afora versus manchete do site da Veja para dar uma amostra do comportamento vil e asqueroso da imprensa nacional.
Como Dilma Vana tá voltando hoje a Nova Iorque pra abrir o boteco da ONU, republico-o.
(E querem apostar como a imagem que ilustra este post também vai ser atualizada? Valendo!)
***************************************
Eu venho desenvolvendo essa tese há algum tempo aqui nos meus miolos. Hoje acabei de vê-la desenhada. Então, já que tenho ilustração, vou discorrer sobre. Não sem antes agradecer à dileta amiga Lucianna Carvalho, por me dar o lindo passe que resultou nesse gol.
Para que todos entendam de linhas editorias deste ou daquele veículo jornalístico, vamos fazer um exerciciozinho técnico de “encontre a notícia”.
Para isso, vamos usar como exemplo uma passagem bíblica:  Jesus caminha por sobre as águas do lago. Copio a citada aquihttp://www.bibliaon.com/joao_6/ (Jo 6, 16-24 ou Evangelho Segundo São João, capítulo 6, versículos 16 a 24):
16 Ao anoitecer seus discípulos desceram para o mar,
17 entraram num barco e começaram a travessia para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha ido até onde eles estavam.
18 Soprava um vento forte, e as águas estavam agitadas.
19 Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilômetros, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar, e ficaram aterrorizados.
20 Mas ele lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo!”
21 Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam.
22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do mar percebeu que apenas um barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
23 Então alguns barcos de Tiberíades aproximaram-se do lugar onde o povo tinha comido o pão após o Senhor ter dado graças.
24 Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus

Agora me ajudem. Vamos fazer de conta que:
– Jesus existiu (pra você que não acredita nele)
– Há fotos de Jesus caminhando por sobre as águas. Portanto, devemos todos partir do princípio de que esstrem aconteceu de fato – e você acredita nisso.
– A imprensa inteira noticiou o feito
– Jesus é do PT (calma, calma, calma! Deixa eu defender minha tese!)
Então, com essas premissas aí todas pacificadas, vamos analisar a coisa: qual é a notícia, o grande fato que transforma essa travessia de barco da história diferente de todas as outras? Ou, como gostam de dizer os editores (ô, raça!), qual o inusitado  da história?
Acertou quem respondeu Jesus andou por sobre as águas do mar de Tiberíades (sim, o texto fala em mar. Mas dá um desconto. A Wikipedia –http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_da_Galileia  – chama esstrem de Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré  – além de ele ser também o mar da Galileia. Considerando o nível de confusão praquelas bandas, não saber se um monte d’água é mar ou lago é o menor dos problemas deles. E isso nem vem ao caso!)
Mas enfim. Deixamos Jesus andando por sobre as águas. Então, como deveria ser a manchete neutra, que traz a informação livre deste ou daquele viés político?
Jesus caminha por sobre as águas do mar de Tiberíades
É a notícia, ele fez isso mesmo (você me prometeu lá em cima que iria acreditar na história! Num estressa!) e lembrem-se: a manchete é uma frase única, de preferência com uma única oração, que traz uma unica ideia. Tem que ser uma linha sintética, simples, pá-pum.
Mas não é bem assim que a banda toca por estas bandas de cá, né? Vamos ver como os vários veículos de comunicação que pululam por este Brasil dariam a notícia.
Primeiro, aqueles que ficaram conhecidos como os blogprog. Há quem diga que esse povo recebe do governo pra fazer o que fazem. Eu duvido – não porque o governo não seja capaz de uma coisa dessas, mas porque eu me recuso a acreditar que o governo, qualquer que seja ele, consiga remunerar um troço tão mal feito! Porque, se eles tivessem que dar essa notícia, sairia marromeno assim:
Jesus Inácio Lula da Silva realiza feito histórico e caminha por sobre as águas do mar da Galileia
“Nunca antes na história deste país alguém ousou caminhar por sobre essas águas revoltas, mas nosso país está mudando”, Declarou Jesus Inácio
Vou evitar discorrer sobre o ridículo da frase acima pois creio que ele seja autoexplicativo. E eu não estou aqui para redundâncias. Então, vamos ver como a imensa maioria da imprensa brasileira daria a manchete:
Jesus caminha por sobre as águas, mas expõe apóstolos a possíveis afogamentos
Reparem na construção da frase acima. Observem que há duas orações coordenativas adversativas. Traduzindo pra quem não se lembra mais das aulas de sintaxe: são duas orações coordenadas, ou seja, duas orações que são independentes uma da outra – cada uma, sozinha, faz sentido, se  basta. Mas elas se ligaram por coordenação. E essa ligação se deu com uma conjunção que imprime uma adversidade  aos dois enunciados:
Jesus caminha por sobre as águas = legal, positivo, maneiro;
Jesus expõe os apóstolos a possíveis afogamentos = mau, negativo, feio, isso não se faz.
Daí que a regra básica da manchete (uma frase, uma ideia, uma oração) foi quebrada. Entraram em campo duas orações – a primeira positiva; a segunda (que vai permanecer mais tempo nazideia), negativa. Pode reparar que esse é o tipo de manchete usada por Folha, Globo e Estadão. <– observe o ponto, por favor. Citei apenas esses três, fazfavô!
Agora pensem na quantidade incomum de manchetes compostas de “vírgula-mas” (http://www.meionorte.com/noticias/geral/brasileiro-vive-mais-mas-em-condicoes-precarias-58595.html) que vocês leram nos últimos dez anos (http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/privatizacao/o-brasileiro-esta-vivendo-mais-e-isso-e-otimo-mas-e-a-previdencia-social/) – principalmente as referentes às melhorias de qualidade de vida dos brasileiros.)
Eu poderia (e pretendo) discorrer sobre esse tema com mais ponderações e orientações. O fato é que é possível analisar esse tipo de manchete tanto pelo lado negativo, como eu acabei de fazer, como pelo lado positivo: apesar de imprimir um viés editorial à notícia, que abandonou menina isenção e deixou Jesus Cristo meio antipático, a manchete informou o fato em si. quem leu esse título ficou sabendo que Jesus caminhou por sobre as águas – ponto. (mas o gostinho do fel ficou na boca.)
Mas a coisa pode ficar pior. O viés ideológico e a opinião rasteira, daquela que destrói todos os princípios do bom jornalismo, podem se fazer presentes de forma ainda mais grotesca. Imagine se, após o feito do trecho bíblico, alguns veículos estampassem em suas manchetes:
“Jesus não sabe nadar”        ?
Antes de tachá-lo de ridículo, cabe avisar aqui que o título acima não satisfaz o pré-requisito de informar sobre o fato em si. (Pronto, agora podemos chamar de ridículo. Ou, ainda, de recalque. Mas essa análise recalque é muito 2013, quero deixá-la atemporal).
Ah, Bruxa, ninguém faz isso, não! Fica muito ridículo!
Pois eu digo que o grupo Cisneros, na Venezuela, fazia isso direto com o ex-presidente Hugo Chávez; o grupo Clarín faz isso direto com a presidenta Cristina Kirchner; e aqui no Brasil, que é useira e vezeira nesse tipo de construção é a Veja.
Querem ver?
porraveja
Infográfico roubartilhado do Facebook do Laerte Gurgel
Vamos analisar o fato em si:
Dilma foi à ONU fazer o discurso de abertura da Sessão deste ano da entidade internacional. O trem que tá pegando: a espionagem escancarada dos Estados Unidos em cima do pré-sal e das comunicações do altíssimo escalão do governo federal.
O que que Dilma fez no discurso? Condenou o ato.
Como a imprensa internacional noticiou?
- The Guardian: [espionagem é] uma brecha ao Direito Internacional
- Le Monde: espionagem é afronta
- El País: Rousseff condena práticas de espionagem
- Veja: Dilma critica EUA
E eu paro por aqui. Não vou falar das fotos, não vou falar de 2014, não vou falar de mais nada.
Só peço que vocês reparem que a manchete da Veja é composta por duas orações coordenadas. Observem também que essas orações são ADITIVAS. Ou seja: uma é negativa, a outra também.
Em resumo: você assina Veja? Troque por Chico Bento. Leitura de altíssima qualidade, leve e estimulante. e, se bobear, tem mais informação que o hebdomadário abriliano.
(E este post foi incluído na categoria “PORRA, FOLHA!” por osmose.)
http://jornalggn.com.br/noticia/pra-entender-o-nivel-da-imprensa-brasileira-nos-atualmente-por-madrasta-do-texto-ruim

Em apuros na pesquisa, Marina se declara ‘feliz’



Marina Silva teve uma reação paradoxal à última pesquisa do Ibope. Ela voltou a oscilar para baixo na simulação de primeiro turno e foi alcançada por Dilma Rousseff no segundo round. “Olha, é para comemorar!”, disse a candidata na noite passada, numa entrevista em Porto Alegre. Marina declarou-se “feliz e tranquila”. Atribuiu o estado emocional ao fato de sua candidatura sobreviver a três movimentos:
1Dupla artilharia: “Aécio tem o direito legítimo de ter sua candidatura, junto com a da presidente Dilma. Agora, de uma forma muito particular, eles estão juntos para tentar derrotar o nosso projeto. [...] Os dois não apresentaram um programa. E fizeram uma aliança estratégica para tentar destruir quem tem um programa para governar e mudar o Brasil. Nós estamos felizes com o que está acontecendo. É um movimento da sociedade brasileira.”
2Superestrutura: “Nós estamos tranquilos em relação a tudo isso, porque, enfrentar não sei quantos mil vereadores, deputados, senadores, 20 mil cargos de confiançaa, 11 minutos de televisão contra dois, uma aliança que não se explica com Sarney, Collor, Renan, Maluf, Jader Barbalho… Enfrentamos tudo isso e mesmo assim estamos onde estamos.”
3Efeito João Santana: “Esse marketing selvagem, que não é mais mediado pela ética, não tem princípios, diz qualquer coisa, vale tudo para ganhar o poder. Contra esse marketing selvagem e seus vocalizadores não existe argumento, mas existe uma arma poderosíssima: o discernimento. E a sociedade brasileira tem bom discernimento.''
Marina voltou a ironizar a artilharia de João Santana, o marqueteiro da campanha de Dilma. Disse que a propaganda petista a trata como se fosse capaz de “destruir tudo o que esse país construiu nos últimos 500anos.” Acha que recebe um tratamento de “exterminadora do futuro” porque Dilma “quer disfarçar o extermínio que está fazendo do nosso presente”.
A certa altura, Marina comparou a economia brasileira a um doente hospitalizado. O governo “agora lançou mão do Fundo Soberano para socorrer as contas públicas. Vocês sabem por que esses R$ 3,5 bilhões foram tirados de um fundo que foi criado para situações de gravíssima emergência econômica? Para denunciar a propaganda enganosa de que está tudo bem.”
Marina arrematou: “Se o paciente está bem…, por que está sendo dada morfina para ele? É uma interrogação que a sociedade tem que fazer. É porque de fato a nossa situação é grave: baixa credibilidade, pouco investimento. É a primeira vez na história desse país que quem está no poder, quando sobe nas pesquisas, as ações da Petrobras caem. Então, amigos, estamos muito tranquilos, felizes.”
http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/09/24/em-apuros-na-pesquisa-marina-se-declara-feliz/