quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Você se lembra do ex presidiário Rubnei Quícoli?

Quando a Justiça é usada como instrumento maquiavélico eleitoral. DelEção premiada à brasileira.

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2011/09/ex-presidiario-escolhido-pelo-jornal.html
Há poucos dias a Justiça Federal do Paraná disse que os depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa estavam em segredo de Justiça, criptografados e guardados em um cofre. Foi negado ao Congresso Nacional, à Presidência da República, à Petrobrás, o acesso aos depoimentos sigilosos. 

Até acho correto que se mantivesse em sigilo total enquanto não concluísse as investigações, enquanto não executasse todos os mandados de busca e apreensão, para quem for delatado não destruir provas, não fugir, e também para não divulgar precipitademente informações que possam ser falsas. 

Delação premiada, quem faz não é por crise de consciência, é para obter vantagem de redução da pena, com orientação de advogados, e cada palavra é calculada. Para ter valor, as informações delatadas precisam levar à obtenção de provas que possam ser confirmadas, como movimentações bancárias, documentos, etc.

Hoje está em toda a imprensa vídeos e áudios do depoimento de Paulo Roberto e de Alberto Youssef.

Há veículos dizendo que a própria Justiça Federal liberou. Espero que essa informação seja falsa e que tenha havido vazamento.

Toda a imprensa está divulgando trechos onde ambos falam que "ouviram falar" que "o PT" e o PMDB recebiam tantos por cento sobre contratos. Segundo noticiado, os dois não podem citar nomes de quem tem foro privilegiado, o que só piora as coisas, pois dá margem a colocar todo mundo sob suspeita.

Ainda não ouvi tudo que foi divulgado, mas até agora, pelo que vi, a única coisa que os dois testemunham sobre fatos ilegais que presenciaram é sobre o PP, partido a que ambos eram ligados. Quanto ao PT, "ouviram falar".

Ok, que a Justiça ouça tudo e investigue a fundo, até o fim, mesmo o que "ouviu falar". Mas a própria Justiça divulgar às vésperas de um segundo turno acusações de cunho eleitoral na base do "ouvi falar", antes de confirmar se é verdade, é simplesmente absurdo.

Não acuso a Justiça de querer interferir de propósito, mas o resultado é semelhante ao que a Globo e a Folha fizeram em 2010, colocando um ex-presidiário, Rubney Quícoli, para fazer acusações mirabolantes, que depois de passadas as eleições, desmentiu e pediu desculpas em juízo quando foi processado pelo PT.

A história do Brasil é recheada de dossiês, denúncias às vésperas de eleições que não se comprovam, de "balas de prata" e todo tipo de golpe eleitoral. O Poder Judiciário, mesmo sem querer e sem ter a intenção, não poderia jamais alimentar esse tipo de coisa.

Um teste de hipótese



Deixa eu desenhar um suposto golpe eleitoral maquiavélico.

O PP é uma sigla que não tem mais uma marca a preservar. Como o antigo PFL pode mudar de nome, pode se fundir com outro partido, ou seus membros podem ir para outra sigla.

Esperaram o primeiro turno passar, e quem era candidato pelo PP que tinha que ser eleito, já foi. Quem perdeu, já perdeu. Então agora não importa mais queimar a própria sigla, pois pode mudar de nome ou fundir a outro partido.

Observe que corruptos do PP se davam bem no governo do PSDB e se ferraram no governo do PT. Esse grupo tem horror a Dilma continuar no governo. Preferem a volta do PSDB com Aécio e preferem o jeito tucano do governo FHC.

Só para lembrar, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) é primo de Aécio e o apoia no Rio de Janeiro. Foi presidente do partido durante um bom tempo em que Paulo Roberto Costa foi diretor. Aliás, Dornelles foi quem nomeou Aécio (aos 25 anos) para Diretor da Caixa no governo Sarney.

O atual governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, também é do PP, aliado de Aécio. 

Aécio tem aliados do PP em outros estados que o querem eleito.

Não acuso ninguém do PP, nem poderia sem provas e nem todo mundo é desonesto. Mas, em tese, alguém interessado na vitória de Aécio que tinha bom relacionamento com Paulo Roberto e Youssef poderia perfeitamente combinar através de emissários, advogados, de incentivá-los a incluir em seus depoimentos frases bombásticas de efeito eleitoral contra o PT de Dilma.

Note que ouvir falar não os incrimina por perjúrio, nem precisa ser provado, porque apenas disseram que ouviram boatos, rumores. Boatos podem até ter existido. No judiciário eles não tem nenhum valor se não passarem de boatos mesmo.

Mas este "ouvi falar" na boca de Costa e Youssef, no âmbito de uma delação premiada, ganha ares de verdade absoluta no noticiário estampado em capas de jornais e revistas, em matérias gigantescas no Jornal Nacional diariamente, e que serão repetidas no horário eleitoral de Aécio se ele precisar de munição contra Dilma.

Vale a pena ler também no Tijolaço, "A Justiça em campanha".

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Esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono.

Aécio despenca 8 pontos de ontem para hoje. Balão do tucano está furado, esvaziando e caindo.

Esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono.

Se for para acreditar nas pesquisas, a diferença de Aécio para Dilma caiu 8 pontos em um dia, se comparado ao Instituto Veritá (de Minas) ou 6 pontos se comparado ao Instituto Paraná, que tem ligações com o tucano Beto Richa.

Hoje, tanto o Datafolha como o Ibope, dão empate técnico, com o tucano 2 pontos na frente.

Aécio tem 46% e Dilma tem 44%, segundo estes institutos, e a gente sabe que não andaram muito confiáveis.

Em votos válidos, dá 51% a 49%.

O resultado foi uma ducha de água fria nos aecistas que estavam esperando diferença maior, e estão prevendo que Aécio não consegue sustentar este índice até as eleições.

E o pior é o perfil do voto em Dilma está bem melhor do que o de Aécio.

Por outro lado a pesquisa animou a militância Dilmista, que estava preocupada com o resultado do Instituto Paraná. Agora todo mundo está convencido que Dilma vai ganhar. É só lembrar que há poucas semanas as pesquisas colocaram Marina com 10% na frente de Dilma no segundo turno, e quando o eleitor conheceu melhor as propostas, ela caiu nas pesquisas. O mesmo vai acontecer com Aécio, que tem uma imagem bem pior do que Marina.

Olha só análise do jornalista José Roberto Toledo, estudioso de pesquisas no Estadão:
Empate técnico quebra expectativas exageradas do mercado sobre Aécio

A expectativa dos tucanos e do mercado financeiro de que Aécio Neves (PSDB) assumiria liderança folgada nas pesquisas que contam transformou seu empate técnico com Dilma Rousseff (PT) no Ibope em uma decepção para seus eleitores e investidores. Na segunda, a Bovespa subiu 5 mil pontos, apostando no tucano.

Os boatos sobre outras pesquisas, divulgadas ou não, dando ampla vantagem a Aécio ajudaram a criar a expectativa exagerada. Era um exagero não compartilhado pela maioria dos eleitores. A maior parte aposta mais na reeleição de Dilma (49%) do que na vitória do tucano (40%). Ele só é favorito aos olhos do eleitorado mais rico, com nível superior e entre quem mora na região Sul.

A diferença de dois pontos a favor do tucano é uma vantagem, mas pequena. Um ponto que ele perdesse já o levaria ao empate com Dilma, porque, no segundo turno, quando o eleitor troca de candidato isso conta dobrado: o que um perde o outro ganha. E 1 em cada 10 eleitores de ambos admite essa possibilidade.

O melhor da pesquisa para Aécio é que ele aparece liderando em duas regiões (Sudeste e Sul), está empatado tecnicamente no Norte/Centro Oeste e só está atrás de Dilma no Nordeste. Isso significa que Aécio leva vantagem sobre a petista em São Paulo, e poderá focar sua campanha em seu Estado, Minas Gerais.

O pior da pesquisa para o tucano é que ela confirma as bases do marketing petista, que aposta num confronto retórico entre o “candidato dos ricos” contra o “candidato dos pobres”.

Não apenas a petista vai melhor do que o tucano entre os eleitores de menor renda e menor escolaridade. Ela projeta a imagem de representante dos pobres (para 56% do eleitorado, contra 25% que apontam Aécio), dos trabalhadores (50% a 31%), dos aposentados (47% a 30%) e até dos jovens (44% a 35%). Já Aécio projeta a imagem de representante dos ricos (48% a 31%) e dos empresários (47% a 34%). Eles empatam tecnicamente como representante dos bancos: 40% para Aécio, 37% para Dilma.
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“Carnaval” da mídia não garantiu vantagem a Aécio. É daí para baixo, agora


9 de outubro de 2014 | 20:54 Autor: Fernando Brito
paraiba
Ibope e Datafolha fecham um resultado em comum na primeira pesquisa: 51% para Aécio, 49% para Dilma.
Estes números, que seriam os votos válidos, correspondem a 46 a 44%, com 4% de nulos e 6% de indecisos, em ambas as pesquisas.
Com a “margem de erro” revelada nas pesquisas finais do primeiro turno, isso quer dizer…absolutamente nada.
Ou melhor, quer dizer, sim.
Aécio está, com o surpreendente resultado que obteve no primeiro turno e ruidosa comemoração da mídia deste fato, no seu melhor momento.
Aliás, com a permanência de Marina, até as pesquisas finais, de adversária mais provável  de Dilma, Aécio vinha se livrando de questionamentos mais diretos.
E os dias seguintes, era saudado como o que iria receber todos os apoios, o que só em parte se confirmou, com a relutância de Marina Silva em passar-lhe um cheque em branco.
Aécio está naquela mesma condição em que estava a ex-senadora Marina Silva quando se tornou candidata, aparecendo do nada a que estava relegado como “grande esperança” de vitória contra o governo Lula-Dilma.
E, ainda assim, não lhe puderam – bem que a Época  tentou, com uma pesquisa marota, feita para ser exibida no programa de TV de Aécio, hoje – dar-lhe uma vantagem na disputa.
E olhe lá se tem estes números…
Quem estava pessimista, se olhar que nem neste momento conseguem disparar com Aécio.
Aécio vai minguar depois de sua festa de ressurreição que pareceu a muitos um milagre e a mim, apenas, a reafirmação de que a política real – não os nossos delírios – é a que acaba prevalecendo.
E Dilma, refeita do baque que foi perceptível na sua entrevista pós-eleição, vai crescer, se alimentando da mobilização que seus dois primeiros dias de campanha de rua.
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21942

A resposta de Breno Altmann ao depoimento da contadora


Meire Poza
 
Mentiras são ferramentas na estratégia da direita
 
Por Breno Altman
 
Ontem fui acusado, pela sra. Meire Poza, em depoimento na CPI Mista da Petrobrás, de lhe ter entregue recursos para o pagamento de multa devida pelo sr. Enivaldo Quadrado, segundo sentença na AP 470. 
 
Afastei-me algumas horas de minha atividade profissional para responder aos jornalistas que me procuraram a respeito. 
 
O esclarecimento é simples. 
 
As declarações da depoente, envolvendo meu nome, são fantasiosas. Tenho relações pessoais com o sr. Enivaldo Quadrado desde os anos 90. Ele veio a minha casa duas vezes acompanhado da sra. Meire Poza, a quem me apresentou como sua amiga e contadora. O motivo desse encontro, solicitado por mim, foi obter assessoria contábil para exportação de serviços, pois realizo - como jornalista e consultor - diversas atividades no exterior.  
 
Fico curioso para saber quais as razões destas invenções. A única informação de que disponho é que essa senhora, confessadamente envolvida em lavagem de dinheiro, através de notas frias, tem atuado avidamente para salvar seu pescoço.
 
Não tinha qualquer ideia de quem eram seus clientes quando a conheci. Algumas semanas se passaram e ela estava na capa da revista Veja. Logo depois, prestava depoimentos às autoridades. Fazia afirmações e as desmentia o tempo todo. Parecia-me um esquema de delação encomendada. Minhas suspeitas se confirmaram na sessão da CPI na qual meu nome foi referido.
 
Não conheço detalhes, tampouco tenho provas, sobre negociações e operações nas quais a sra. Poza esteja eventualmente empenhada, no afã de obter melhores resultados na Justiça. Mas é visível que ela se transformou em mais uma peça no tabuleiro sujo da disputa presidencial contra a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores. 
 
Todos os dias mentiras e manipulações são difundidas por setores da imprensa, pelas redes sociais e pelas organizações de direita, na tentativa de encurralar e intimidar a campanha petista. Não é novidade na história do país. Notícias falsas, evidências plantadas, gravações forjadas, informações adulteradas: essas são armas tradicionais do alforje conservador. 
 
Valia tudo para derrotar Getúlio Vargas em 1954 ou derrubar Jango dez anos depois. Vale tudo para interromper o processo iniciado com a posse do presidente Lula em 2003, particularmente na atual contenda eleitoral. Mentiras e meia-verdades são ferramentas na estratégia da direita.
 
A denúncia fraudulenta contra mim é irrelevante. Sou um jornalista de esquerda, sem qualquer participação institucional, um petista que jamais ocupou qualquer cargo partidário. A repercussão das declarações da sra. Poza, no entanto, é reveladora de que não há limites para os truques e golpes que serão aplicados até o dia 26 de outubro.
 
Da minha parte, fiz o que poderia fazer: instruí meu advogado a reler os depoimentos e tomar as medidas legais cabíveis. 
 
Quanto aos homens e mulheres progressistas de nosso país, humildemente sugiro: olho vivo e faro fino. Que ninguém se deixe intimidar ou fique paralisado com a avalanche denuncista dos próximos dias.
 
Breno Altman, 52, é diretor editorial do site Opera Mundi.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-resposta-de-breno-altmann-ao-depoimento-da-contadora

Carta aberta ao antropólogo Roberto da Matta


Um soco na arrogância da visão seletiva supostamente intelectual (ou, Carta Aberta ao antropólogo Roberto DaMatta)
do blog do Marcio Valley, quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Roberto DaMatta, li, ontem (08/10/2014), o seu texto “Um soco na onipotência”, onde você defende que o PT seja “defesnetrado do poder” e revela ter sentido a angústia diminuída ao ver Aécio chegar ao segundo turno dessas eleições. Na sua visão, Aécio, tendo “achado o seu papel e o seu tom”, e “com sua tranquilidade”, irá proporcionar ao Brasil a “descoberta da soma e da continuidade”.
Senti uma enorme tristeza ao término da leitura. Sempre respeitei você e seus pensamentos. O seu texto para mim significou, de fato, um soco de alto teor destrutivo, porém não na onipotência do PT, mas na imagem do antropólogo Roberto DaMatta, que nunca imaginei pudesse abdicar da inteligência para defender uma causa.
Participo pouco do Facebook, mais para divulgar meus textos. Isso porque percebo nas redes sociais uma enorme carência de discussão inteligente e racional dos problemas políticos brasileiros. Trata-se de mera gritaria irracional, com repetição de memes e de conteúdo absolutamente raso. É nessas discussões adialéticas, onde não é possível o contraponto, visto como ofensa, e cuja pretensão é somente a de fazer prevalecer a própria visão e de repelir agressivamente todo pensamento que contrarie essa ótica, que vejo comumente serem usadas essas expressões de mera injúria como “petralhas”, “tucanalhas”, “privataria”, “coxinhas” e, vejam só, “lulopetismo”, a mesma utilizada por você, um intelectual.
Nas redes sociais, busco relevar o mais possível o uso dessas palavras de ordem, fundamentalistas e estimuladoras da divisão e do acirramento, porque não sou insensível ao fato de que esse uso, em geral, surge da falta de oportunidade de acesso a uma cultura de discussões de alto nível. Entretanto, quando percebo que esse mesmo estilo, digamos, “literário” é manipulado por pessoas que deveriam ser o farol a seguir no que concerne à inteligência e à razão, dói no coração e a sensação de impotência no enfrentamento e solução dos problemas públicos cresce na alma. Discussões baratas conduzem a resultados igualmente baratos.
Como um intelectual pode se unir à grita da corrupção generalizada petista assim, de forma tão leviana? Sem o adensamento das causas? Sem uma perspectiva histórica? Sem analisar o sistema legal que proporciona tais desvios? Sem uma análise comparativa? Sem qualquer pronunciamento sobre a existência ou não das ações de combate? A corrupção inexistia no Brasil pré-PT ou nasce a partir da assunção desse partido? A malfadada governabilidade no Brasil - e seus filhos diletos, o fisiologismo e o patrimonialismo - é uma pré-condição do exercício do poder ou somente foi e será praticada pelo PT, mas não por outros partidos que eventualmente venham a conquistas o governo? Em outras palavras, é possível a qualquer partido governar sem se render aos clamores e anseios de sua inexoravelmente necessária base de apoio?
DaMatta, a tristeza que me doeu, ao ler seu texto, veio-me da constatação de que, mesmo um formador de opinião como você, com enorme capilaridade na divulgação através de organismos gigantes como “O Globo”, e que, na condição de intelectual, possui ou deveria possuir capacidade de análise crítica dos fatos presentes e de, a partir dessa capacitação, também de intuição sobre o futuro que poucos podem se arvorar de possuir, ainda assim arrisca-se em relação à própria reputação e biografia ao escrever textos supostamente analíticos, mas cujo conteúdo é exclusivamente panfletário e demonstração de exercício do mais puro e, diria mesmo, infantil “wishful thinking”. De fato, custo a crer, perdoe-me, que você acredite no que escreveu.
Sei que você sabe (ou deveria saber) que um dos primeiros atos de Fernando Henrique Cardoso (desse mesmo PSDB que você agora tão calorosamente articula em favor), assinado somente dezoito dias depois de tomar posse, através do Decreto nº 1.376/1995, foi extinguir a Comissão para Investigar a Corrupção, comissão que havia sido criada em 1993 por Itamar Franco.
Lula, no dia 1º de janeiro de 2003, primeiro dia de seu governo, a partir da antiga Corregedoria-Geral da União, assinou a MP n° 103/2003 (depois Lei n° 10.683/2003), criando a Controladoria-Geral da União e atribuindo ao seu titular a denominação de Ministro de Estado do Controle e da Transparência, o que implicou elevar o status administrativo da pasta e sinalizou aos subalternos o norte a ser orientado.
Nos oito anos de governo do PSDB, com FHC, a Polícia Federal realizou um total de 48 (quarenta e oito) operações, ou seja, uma média de seis operações por ano.
Nos doze anos de governo do PT, essa número saltou para cerca de duas mil e trezentas, o que dá uma média de mais de 190 (cento e noventa) por ano.
Ao assumir, o governo do PT encontrou cerca de cem varas federais. Agora já são mais de quinhentas.
Como você sabe, ou deveria saber, são as operações da Polícia Federal e as varas da Justiça Federal que, no âmbito federal, investigam, combatem e julgam os crimes de corrupção.
Durante o governo do PSDB, havia Geraldo Brindeiro, o “engavetador geral da república”.
Durante o governo do PT poderosos membros do governo em exercício foram investigados, denunciados pelo Procurador Geral da República (não mais um “engavetador”), julgados, condenados e presos por corrupção. Você pode não apreciar a famosa expressão do Lula, “nunca antes na história desse país”, mas, quanto a esse fato, é possível desmenti-la? Quando e em que circunstâncias isso, antes, ocorreu?
De que forma, DaMatta, esses fatos (que você facilmente encontrará em sites idôneos da internet) se coadunam com a sua afirmação de “corrupção deslavada do PT”?
DaMatta, o comum do povo, desprovido dos mesmos mecanismos de acesso à informação e ao conhecimento, pode não saber, como você sabe, que não existem administrações, privadas ou públicas, imunes à prática de ilícitos. O que diferencia uma boa administração de uma ruim é como se lida com os infratores. Há liberdade para as instituições funcionarem, investigando e eventualmente punindo, ou tudo é conduzido para debaixo do tapete por diligentes engavetadores?
Mexa no formigueiro, DaMatta, e isso aumentará o número de formigas visíveis. Você sabe disso, é o “efeito percepção”. Concluir que, porque não se viam as formigas antes, elas não existiam, é exercício da mais perfeita idiotice, desculpável somente aos ignorantes, não aos cultos.
DaMatta, todo o suposto prejuízo do mensalão (não vou entrar no mérito da existência do crime, que já foi julgado pelo STF, mas você sabe que se discute bastante se o dinheiro supostamente “desviado” não se encontra nos cofres da Globo, da Folha, do Estadão e de outros órgãos da imprensa, de forma lícita, através de contratos legítimos de publicidade), não chega a 75 (setenta e cinco) milhões de reais. Sem questionar a validade das privatizações realizadas pelo FHC, há estudiosos do assunto, idôneos, que alegam que o prejuízo com as vendas das estatais, a partir do uso das “moedas podres” e outros “incentivos”, pode ter chegado a cerca de 2 (dois) bilhões e 400 (quatrocentos) milhões de reais. Isso mesmo, entregamos o patrimônio todo e, longe de reduzirmos o déficit público, ainda acrescentamos essa montanha de dinheiro à nossa dívida pública. Porém, muita gente ficou multimilionária a partir das privatizações do PSDB.
Esse valor, DaMatta, corresponde a mais de trinta e duas vezes o valor do mensalão, em valores não atualizados (se atualizar passa fácil de cinquenta vezes). Claro, na sua percepção você não deve considerar isso corrupção, não é mesmo?
Ou, quem sabe, DaMatta, talvez você tenha algo a dizer sobre as privatizações tucanas, sobre a atuação de José Serra em conjunto com sua filha Verônica e seu genro Alexandre Burgeois, sobre Daniel Dantas e sua filha, também Verônica, sobre Ricardo Sérgio de Oliveira no Banco do Brasil (agindo “no limite da irresponsabilidade”), sobre André Lara Rezende e as operações de câmbio, a família Jeressaiti e a aquisição da Telemar, sobre o Banestado.
Só o Banestado, DaMatta, ocorrido em pleno governo FHC, causou um prejuízo de mais de 19 (dezenove) bilhões de dólares, que foram ilegalmente remetidos para os Estados Unidos.
Começo a concordar, DaMatta, que os petistas são incompetentes, pelo menos no quesito “desvio de dinheiro público”.
Enfim, retorno à indagação que fiz acima: a corrupção é uma característica do PT? Se não, onde estão os condenados por corrupção do período do PSDB no governo federal?
E Aécio, DaMatta? Está ele livre de indícios de corrupção em sua passagem pelo governo mineiro? Você bem sabe que Minas Gerais, com o PSDB, foi o berço do mensalão tucano, gerido pelo mesmo indivíduo, o publicitário Marcos Valério, cujos tentáculos se espraiaram em direção ao governdo federal do PT. Além disso, você sabe que Aécio é réu, acusado de improbidade administrativa, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual, em razão de desvio de 4 (quatro) bilhões e 300 (trezentos) milhões de reais da área da saúde em Minas, não sabe? E o aeroporto construído com dinheiro público em área desapropriada de parte da fazenda de seu tio, em Minas, ouviu falar sobre isso?
Bom, tudo isso eu relato, DaMatta, em função de sua visão estreita e seletiva sobre a corrupção do PT, olvidando-se (de forma proposital?) daquela oriunda dos quadros tucanos. Em princípio, não me parece o papel de um intelectual. Passável para uma pessoa comum, para redatores de Facebook, essa visão reducionista é, no meu entender, vergonhosa para um erudito.
Até compreendo que existam na mídia os “experts” (substitutos de segunda linha dos verdadeiros intelectuais) vendendo suas falsas expertises a soldo, uma para cada gosto, mas não acredito que seja o seu caso. Prefiro acreditar num ato menos pensado, numa torcida apaixonada, passional, talvez resultado de algum elemento pessoal por mim desconhecido, como, por exemplo, ter sido prejudicado individualmente pelo PT de alguma forma ou possuir relação estreita com alguém do PSDB. Ainda assim, não há justificativa para a edição de um panfleto tão raso, tão ao gosto da Rede Globo, da Folha e do Estadão e da revista Veja. Você, DaMatta, um intelectual cujo respeito não será por mim perdido por um deslize, infelizmente pôs-se ombro a ombro com o nível de um Reinaldo Azevedo ou de um Augusto Nunes. Tornou-se um Jabor. Se insistir nessa linha, será nivelado, torço para que isso não ocorra, a um Merval Pereira, o imortal da coletânea única.
DaMatta, retorne à sanidade intelectual. Não para infalivelmente apoiar o PT, mas para, se for o caso, rejeitá-lo pelos motivos lógicos e racionais corretos, ou seja, fundamentando sua contrariedade à linha econômica petista; ou à forma como ocorre, hoje, o enfrentamento da questão social; ou, ainda, pelas teses de relações internacionais atualmente defendidas pelo Itamaraty; ou por qualquer outra que você, livremente e como cidadão, considerar não ser adequada ao seu pensamento.
O que não dá é para alcunhar o PT de “dono espúrio de um Brasil que é de todos nós”, uma frase de efeito cujo único objetivo é o aplauso fácil. Ou de falar em “aparelhamento do Estado”, um mantra que pode ser considerado bonitinho para aqueles que ignoram as formas pelas quais se materializam os processos políticos, mas que se torna ridículo se proferido por um intelectual ciente de que o aparelhamento do Estado faz parte do processo democrático, uma vez que todo partido que chega ao poder preenche os espaços de indicação política existentes no governo justamente como meio de oferecer aos eleitores a direção política que eles escolheram através da eleição livre. Ou você, DaMatta, acha que o PSDB não “aparelhou” o governo federal, quando lá esteve, ou, atualmente, não nomeou todo e cada um dos cargos políticos de livre nomeação no Estado de São Paulo durante esses vinte anos de seu governo (algo a dizer sobre a “perpetuação no poder” em São Paulo?).
Vamos nos ater à discussão política, então. Vamos falar de economia, de saúde, de segurança pública, de educação e de quem consideramos mais apto a enfrentar esses enormes desafios. Porque, no tema corrupção, DaMatta, e estou afirmando algo que sei que você de antemão sabe, somente existem telhados de vidro.
Não desça ao nível dos tabloides. Você é maior do que eles. Ainda acredito e torço por você.
Do seu leitor, Marcio Valley.
http://jornalggn.com.br/blog/marcio-valley/carta-aberta-ao-antropologo-roberto-da-matta-por-marcio-valley

Dilma na TV - Programa 1, 2º turno: Dois projetos em disputa

Juiz da Petrobras entra na campanha

“Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando”


Conversa Afiada reproduz de texto de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:


A JUSTIÇA EM CAMPANHA


Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando.



UM VÍDEO (sem imagens, apenas o teto de uma sala) onde o o ex-diretor ladrão da Petrobras – que aliás, admite ter sido enfiado na companhia a contragosto de Lula, por pressão de outros partidos –  diz, sem apresentar um mísero dado concreto, o que dirá uma prova, que “o comentário que pautava dentro da companhia” é que a diretoria das áreas de Gás e Energia, Serviços e Exploração e Produção, “os três por cento ficavam diretamente para o PT”


Vejam bem, os jornais afirmam que havia este desvio com base na declaração de Paulo Roberto Costa de que “o comentário que pautava dentro da companhia”.


Será que existe um lugar no mundo, repartição ou empresa, onde não haja “comentários”?


Conheço dois dos diretores mencionados e quem os conhece não pode deixar de achar um absurdo. Na diretoria de Gás e Energia, então, o diretor era Ildo Sauer, um professor universitário (da USP) E HOJE UM COLABORADOR DE MARINA SILVA. Na de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, um geólogo de carreira da empresa, aposentado, que voltou à Petrobras e liderou a equipe que descobriu o pré-sal. Voltou à aposentadoria e cuida do jardim de sua casa, em Nova Friburgo, com a mesma simplicidade que cuidava antes.


Pois estes dois homens de quem nunca ouvi falar um ai contra a honradez de suas condutas, sem um fato, um papel, um depósito, um e-mail que seja estão expostos hoje no que só se pode definir como um comportamento indigno da Justiça e do jornalismo.


Na FOLHA, com base em uma suposta gravação do depoimento de Alberto Yousseff, doleiro já condenado, figura manjada que voltou às falcatruas depois de outra “delação premiada”,  no caso Banestado, diz o seguinte:


“Tinha uma outra pessoa que operava a área de serviços (da Petrobras), que se eu não me engano era o senhor João Vaccari”.


Como assim “se não me engano”? É “acho que era”? Qual é o valor disso para acusar uma pessoa, em letras garrafais e um partido político?


Eu também poderia achar que o finado Sergio Motta, tesoureiro do PSDB “operava” para os tucanos, mas eu achar e nada é a mesma coisa, salvo se eu tiver provas. E se não as tenho, como é que vou dar uma manchete destas?


É inexplicável o papel do Juiz Sérgio Moro, sobretudo depois de ver que surgiram versões clandestinas de outros depoimentos de Paulo Roberto Costa à Polícia, de permitir gravações editadas, com trechos do teor que citei, num processo que, pelos valores e gravidade que envolve, está sob sigilo, ou deveria estar.


O seu tribunal é uma “peneira” de furos seletivos.


Seria melhor que o juiz chamasse logo toda a imprensa para assistir e perguntar, pois talvez – só talvez – saísse alguma indagação sobre “que provas os senhores têm disso”?


A delação premiada, para ser válida, tem de ser acompanhada da produção de provas, não pode ser apenas concedida pela disposição de alguém, que ia gramar anos de xilindró e agora vai ser solto, sair atirando acusações para todo lado na base do “o que se comentava na companhia” ou do “se eu não me engano”.


Que Paulo Roberto Costa metia a mão na bufunfa para se beneficiar e aos seus padrinhos políticos – que não eram do PT, como ele próprio admite – está claro. Mas que um imoral destes possa sair acusando sem qualquer prova todo mundo e isso, também sem critério algum, seja publicado e transformado em matéria prima eleitoral, sob o patrocínio do Judiciário, é um escândalo.


Reflitam: não foi a “cavação” de um repórter furão que obteve o teor das declarações: elas foram feitas e divulgadas, quase que numa “coletiva”, nas barbas do juiz que sustenta que aquilo corre sob sigilo.


E, com mais de 30 anos de profissão, garanto a vocês, estes “furos coletivos” só acontecem quando acontece, também, uma armação inconfessável, embora evidente a qualquer pessoa decente.


http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/10/09/juiz-da-petrobras-entra-na-campanha/

Depois de tudo isso o PSDB em São Paulo segue vitorioso e os burros e desinformados somos nós do Nordeste

Desagravo paulistano, por Eliana Rezende

Por: Eliana Rezende

Em geral, o que move a escrita são inquietações e o caso específico das eleições de outubro de 2014 deixaram-me várias delas aqui dentro. 
Reflexões ainda que sob o calor da hora são inevitáveis.
Meu ponto de observação é o de uma paulistana, nascida, vivida e malcriada nesta terra e, que assiste entre perplexa e estarrecida, os resultados de urna do seu Estado a partir de seu exílio voluntário.

São Paulo é para mim uma grande incógnita e pergunto-me: o que foi que aconteceu?
Não sou nenhuma militante política, mas é impossível não pensar no grau de despolitização em que a sociedade paulistana se encontra.
Diretamente de seus sofás e diante de noticiários pasteurizados repetem o mantra que ouvem de uma imprensa que prática sem pudor a desinformação como tática.
Frases prontas, jargões, transferências de responsabilidade a outras instâncias de poder e nada mais. Seria o caso de falarmos em amnésia coletiva, opacidade intelectiva ou apenas e tão somente obtusão e burrice?
E da parte da imprensa? Blindagem partidária? Má fé?
Pergunto-me como é possível o Estado onde houve as maiores manifestações por Saúde, Educação, Transporte, Segurança, ir às urnas e (re)eleger Geraldo Alckmin como Governador, mais do mesmo há décadas!
Não era o "novo" que se pedia?!

Será mesmo que se esquecem que há mais de 20 anos no poder é responsável pela ingerência e decadência que São Paulo assiste em todos estes âmbitos de descontentamento?
Será que se esquecem que é neste Estado que foi instituída a aprovação automática levando analfabetos funcionais a acharem que estão alfabetizados?
Esquecem-se que no ensino médio, em português, apenas 26,8% dos alunos têm desempenho adequado; em matemática, o número cai para 4,8%, segundo dados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação de Ensino Básico) de 2012? 

E será que se esquecem dos salários pagos à classe dos professores e que por décadas faz do ensino de São Paulo um dos piores do Brasil? E que se São Paulo fosse um país, estaria na 58ª posição, abaixo de Brasil, Uruguai e Chile e acima somente de oito países, incluindo Jordânia, Argentina, Colômbia e Peru?
Será que se esquecem da truculência, a violência e a criminalidade que assolam  o estado, e que em boa parte vem dos próprios quadros da polícia estadual?
Será que se esquecem dos motins, rebeliões e ataques realizados de dentro dos presídios paulistas para espalhar terror e morte pelas periferias e áreas centrais da cidade? Presídios estes usados como filial do crime e da contravenção, com o consentimento e imobilismo do Estado?
Onde nem celulares deixam de ser utilizados?
PCC e o crime organizado dos presídios paulistanos
Será que se esquecem que existem risíveis 74 Km de linhas de metro construídas em mais de 20 anos de governo em uma cidade que os índices de congestionamento no final do dia batem 340-380 km em alguns dias da semana?! Com uma colher de sopa, tuneis são cavados com velocidade maior em presídios!
Que os mesmos indecentes trilhos oferecidos de metro escondem atrás de si dinheiro puro de propinas e corrupção cujos cofres na Suíça estão abarrotados e cujos termos disso nem são tocados ainda que de leve pela mídia paulistana e por tabela nacional? E que boa parte do financiamento de campanhas vem exatamente destas fontes? 
E ainda se esquecem das constantes panes e problemas nas redes de trens, prejudicando a vida e a economia do milhões de pessoas nos seu direito de ir e vir, produzir?
Será que não enxergam a quantidade absurda de tráfego de caminhões nesta metrópole, onde apenas 80 mil dos 2,5 milhões de contêineres que chegam no Porto de Santos são transportados por trens?
Metrô de São Paulo
Será que se esquecem do desmantelamento da TV Cultura e da perda de grandes repórteres e grade de programas educativos bem sucedidos em nome de nada?
Será que se esquecem que a maior Universidade do país (USP), graças a imposição de um reitor pelo governo estadual conseguiu levar à cabo recursos milionários?
Será que se esquecem que o destino de implantação da USP Leste foi num terreno de lixão tóxico? 
Será que se esquecem de que o Museu Paulista USP teve de ser fechado às pressas devido a sérios problemas de deterioração causados por descuido e falta de verbas sofrido por décadas de descaso?

Esquecem-se dos desvios de verbas de dinheiro público e o consequente fechamento da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo?

E será que se esquecem das obras de saneamento e desassoreamento do Rio Tietê que nunca ocorrem, ou, como ocorreu no Governo Serra, simplesmente foi descontinuado gerando inúmeras enchentes nas épocas de chuva? O rio passa por um processo de despoluição há 22 anos. Já foram consumidos US$ 3,6 bilhões. E há alguma diferença?
Nada!
E será que se esquecem da irresponsabilidade e ingerência nos usos e recursos da água em São Paulo?
Será que se esquecem ou não sabem que somente 50% do esgoto é coletado e tratado pela Sabesp.
O restante corre livremente para os rios e mananciais, deixando-os malcheirosos e poluídos?
Reservatório da Cantareira - exemplo de ingerência Estatal
Mas, se não bastassem todos estes esquecimentos cristalizados em repetições cotidianas como uma normalidade e modus vivendi paulistano, temos a sagração de tudo em nomes como Celso Russomano, Tiririca, Feliciano, José Serra e Maluf para ficar como os mais votados!
Heim?
Ai, faltando-me palavras, faço minhas as de outro paulistano, José Simão, direto de sua coluna diária:
"E vendo a cara de todos que ganharam, eu pergunto: pra que teve manifestação mesmo?" 
Será que a "locomotiva paulistana"decidiu ir desgovernada a todo vapor para o passado reacionário?
Será?!
http://jornalggn.com.br/blog/eli-rezende/desagravo-paulistano-por-eliana-rezende