terça-feira, 15 de março de 2016

Sobre a nota de Dilma em relação a delação do senador Delcídio do Amaral



A presidenta Dilma é muito ingênua. Caiu no conto do vigário de que a Lava Jato, investigação do tamanho do fim do mundo, aconteceria sem que um dos bandidos que fosse preso não cometeria a canalhice de envolvê-la em qualquer um dos mal feitos apurados pela força tarefa do MPF.

Ora bolas, se nem os investigadores agem com os escrúpulos que a lei impõe, muitas vezes ultrapassando os limites legais, como ficou provado durante o achado de uma escuta clandestina e criminosa, dentro da cela de um bandido que foi preso, o delator-mor, Alberto Youssef, por que haveriam de poupar a presidenta que tem sido o objeto de desejo principal dos investigadores, para produzir o que buscam freneticamente, a saber, o crime de responsabilidade que viabilizaria o impeachment com a aparência legal que a constituição requer?

Dilma incorreu no erro de avaliar que poderia governar com a Lava Jato nos calcanhares do governo, nesse teatro do absurdo, com a explosão do foguetório em comemoração as intermináveis fases da operação Lava Jato que levavam à prisão aliados de primeira hora que gradativamente foram se ressentindo não só da passividade do governo, mas também de sua apatia, por insistir na aposta de que a Lava Jato não chegaria nas franjas de seu governo e a delação de Delcídio mostra que entrou Mercadante a dentro.

Dilma abdicou de fazer a luta política. Adotou uma postura que desagradou a gregos e troianos. Em nome de um republicanismo suicida, sequer trabalhou para que seu ministro da justiça contivesse os abusos da PF, os vazamentos seletivos.

Que punisse rigorosamente os delegados Aecistas na PF do Paraná, os quais foram fazer campanha para o adversário nas Redes Sociais, tripudiando da chefa de Estado, de seu antecessor, o ex presidente Lula, no mais intolerável desrespeito à autoridade presidencial, à hierarquia a que estão subordinados.

Isso levou ao esfacelamento total da autoridade presidencial, de modo que hoje Dilma não é capaz de emitir uma ordem sem implorar que seja cumprida, sem que tenha de mendigar ao congresso aprovação e, ainda assim, sem nenhuma garantia de que será ouvida.

Dilma tornou-se objeto de chacota entre deputados e senadores, seja de oposição ou da base aliada. Apenas o apego à legalidade, bem como a certeza de que não cometeu crime algum, resiste a qualquer ideia de renúncia ou de impeachment.

Os fatos mais recentes, atropelaram todos seus planos. Nem mesmo o legado do combate à corrupção que pretendia deixar para gerações futuras, a troco da implosão da base aliada no congresso nacional, é garantia de que fará parte de sua biografia, uma vez que à medida que mais pessoas são presas na Lava Jato e ficam ad infinitum trancafiadas até que delatem, mais acusações virão em sua direção, com potencial de chamuscarem sua imagem.

Teria sido melhor se tivesse feito o enfrentamento da operação Lava Jato. Se tivesse acompanhado as investigações, zelando pela legalidade e coibindo os abusos de delegados e agentes da PF, não estaria enfraquecida e nem a situação chegaria a este ponto em que não tem mais retorno e só o imponderável é que tem controlado as circunstâncias.

Nas altas horas já decorridas, de nada vale a indignação e repulsa que expressa com tamanha veemência. Para a opinião "pública" , Dilma, estão todos juntos e misturados.


Dilma diz repudiar com 'veemência e indignação' citações de Delcídio

Presidenta destaca que houve tentativa de envolvimento do seu nome em uma iniciativa pessoal do ministro da Educação, sem que ela nada tenha a ver com episódio
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 15/03/2016 18:03, última modificação 15/03/2016 18:08
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Presidenta reuniu em seu gabinete, em caráter de emergência, alguns dos principais ministros da articulação

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff divulgou nota hoje (15) na qual diz que repudia “com veemência e indignação” o que chamou de  tentativa de envolvimento do seu nome em iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante (da Educação) no episódio da divulgação de trecho da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). O vazamento da delação de Delcídio foi feito, desta vez, pela revista Veja e causou transtorno em Brasília por envolver o ministro da Educação e políticos de vários partidos – tanto oposição como base aliada do governo.

As informações obtidas no Palácio do Planalto são de que, assim que soube do teor da delação, a presidenta reuniu em seu gabinete, em caráter de emergência, alguns dos principais ministros da articulação política e logo depois chamou para uma conversa em reservado o ministro Mercadante.
A delação de Delcídio destaca que um assessor do senador, o jornalista Eduardo Marzagão, foi procurado por Mercadante, que se ofereceu para ajudar financeiramente a família do parlamentar e contribuir com o pagamento dos advogados de defesa, sugerindo que em troca ele “tivesse calma” e dando a entender que agiria para tentar interferir na Operação Lava Jato, de forma a contribuir para que o senador fosse solto.

De imediato, foi feita uma interpretação, sobretudo por parte de deputados e senadores da oposição, de que a visita de Mercadante ao assessor de Delcídio, que foi gravada, teria sido a mando da presidenta Dilma Rousseff, uma vez que o ministro da Educação é um dos mais próximos da presidenta. No início da tarde, Mercadante negou qualquer possibilidade de vínculo de Dilma com o tema e disse que a gravação foi editada, porque além de demonstrar solidariedade ao senador , segundo ele, não fez nenhum pedido ou sugestão ao parlamentar.

Mercadante afirmou que sua visita ao assessor de Delcídio e seu gesto de solidariedade se deu pelo fato de ter tomado conhecimento que as filhas do senador estavam sendo vítimas de fortes ataques em redes sociais. Ele destacou que sua atitude consistiu numa iniciativa de caráter pessoal e não dele como ministro, nem tampouco atendendo a qualquer pedido de integrantes do Executivo ou da presidenta.
 
 Nota à Imprensa


A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia com veemência e indignação a tentativa de envolvimento do seu nome na iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante, no episódio relativo à divulgação, feita no dia de hoje, pela revista Veja.


Secretaria de Imprensa


Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/03/dilma-diz-em-nota-que-repudia-com-2018veemencia-e-indignacao2019-citacoes-de-delcidio-4080.html
 

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