quarta-feira, 11 de maio de 2016

Porque interessa a mídia um congresso cheio de bandidos.



Sabe por que este processo foi aberto na câmara e depois houve a recusa de sua anulação? Porque nesse congresso poucos são os homens honestos. Todos estão envoltos em algum tipo de maracutaia, respondendo ou a inquéritos policiais ou a processos judiciais.

Portanto, são indivíduos susceptíveis a pressões e não podem resistir sob pena de ter os nomes estampados nas páginas de jornais, em capas de revistas e em matérias televisivas, numa campanha midiática opressiva de assassinatos de reputações.

Por que você acha que Maranhão recuou da anulação? Porque ele sabe que se se mantivesse firme teria muito a perder e pouco a ganhar. Poderia ter sido até preso. Teve o filho exonerado do serviço público. Apareceu um calote dado no valor de quase 1,5 milhão de reais na compra de uma mansão .

É citado na Lava Jato. Sua situação é um pouco menos vulnerável do que a de Cunha, mas a exposição revela os crimes que estavam ocultos e isso pode lhe custar caro. Quanto menos se mover para aparecer, melhor. A mídia começou a soltar os rojões e isso foi só o começo. Maranhão não tem bala na agulha, não é Eduardo Cunha que pode levar à lama a metade do congresso.

A situação de Renan Calheiros é ainda mais frágil. Responde a vários inquéritos só no âmbito da Lava Jato. Afora outros que lhe custou a renúncia da presidência do senado. A globo escalou um helicóptero para persegui-lo no trajeto que fez ao senado. Uma espécie de recado sobre o que estaria lhe aguardando caso devolvesse o processo para câmara.

A mídia fala que a metade do congresso é composto de bandidos, mas interessa a mídia que assim seja. Do contrário não conseguiria impor a esses parlamentares com chantagem, achaque e todos tipos de ameaças veladas e declaradas os interesses que defende.

Se o congresso fosse composto somente de homens honestos que chantagem a mídia poderia fazer contra eles? Que tipo de pressões poderiam funcionar, senão única e exclusivamente as de ordens ideológicas, de convicções pessoais ou as de seus financiadores de campanha, seus eleitores, aos quais devem os mandatos que exercem? Nada além disso.

Um homem honesto nada teme porque seu maior recurso, seu mais precioso tesouro é a honra e pela sua honra ele luta até a última gota de sangue.

Um bandido não tem honra. Ele age nos subterrâneos e quanto menos holofotes houver sobre seus crimes melhor. Qualquer ameaça de revelar os malfeitos que PRATICOU E PRATICA, sua disposição é de fazer tudo, de cometer as mais terríveis infâmias, até mesmo de colocar um inocente para pagar pelos seus crimes, desde que consiga salvar a sua pele.

É daí que surge a força da mídia. É por isso que a mídia ainda tem tanto PODER, porque a mídia sabe quem é quem na política e no judiciário.

Comparemos os métodos empregados por Moro para investigar Lula e petistas caso fossem empregados para investigar Gilmar Mendes. Um mundo de maracutaia seria encontrado naquele instituto que ele preside o IDP.

No mínimo haveria razões de sobra para se questionar como esse ministro consegue abrir tantos convênios com órgãos públicos e se locupletar com eles.

Se é possível colocar sob suspeição as palestras dadas por Lula, as contribuições para seu instituto, a intenção de comprar um triplex e frequentar um sítio, o que dizer do instituto de Gilmar Mendes e dos recursos que ele consegue captar com promessas de usar a toga que veste para o benefício de seus contratantes conforme denúncias encaminhadas ao CNJ?

Se editar medidas provisórias para garantir empregos e a sustentabilidade da indústria nacional é considerado crime, liberar um réu duas vezes das mãos de um juiz de primeira instância, em menos de 48 hs, numa operação policial de grande envergadura, depois de chegar à imprensa, o recado de que não cairia só e que contaria tudo que sabe, não poderia por esta mesma régua ser considerada suspeita tais decisões? Estamos falando de um preso que foi fundamental no processo de privataria tucana. Um que comandou a telefonia nacional durante vários anos.

E Fux, Toffoli e tantos outros ministros que estiveram e ainda estão no STF amedrontados,os atuais fugindo de suas responsabilidades constitucionais, sob o disfarce de não poderem interferir noutro poder para não terem que tomar uma decisão que afronte a constituição e faça prevalecer o Estado democrático de Direito porque sabem que se fizerem isso serão os próximos alvos das mais vis suspeitas e críticas venenosas?

Estas coisas acontecem assim porque são estes homens que estão nos postos chaves do poder. Homens com telhado de vidro. Se fossem homens para além de qualquer suspeita, jamais se submeteriam a esse tipo de chantagens.

Se se submetem é porque temem que seus podres poderes sejam revelados. São reféns da mídia e enquanto fizerem o que deseja a mídia estarão confortavelmente abrigados na cortina de fumaça que lhes é colocada como proteção.

Como a mídia impõe seus interesses sobre políticos corruptos

Me diga como a presidenta Dilma poderia escapar do impeachment se mais da metade do congresso está até o talo enfiado em corrupção?

É sabido que o filho de Sérgio Cabral que é secretário na prefeitura do Rio desincompatibilizou-se do cargo para votar pelo impeachment.

Alguém talvez diga: alta traição a Lula e de fato foi. Nenhum governador privou da amizade de Lula e recebeu tantos recursos quanto Sérgio Cabral. Lula e Dilma não só o reelegeram, como elegeram e reelegeram Paes e ajudou a eleger Pezão. O pacote completo.

Ao fim e ao cabo, o filho de Sérgio Cabral, orientado pelo próprio pai, fez questão de pedir afastamento do cargo de secretário para votar exclusivamente favoravelmente ao impeachment. Por quê?

Porque o pai está em envolvido em graves crimes de corrupção e não de agora. Alguém se lembra da gangue dos guardanapos? Da Delta de Cavendish?

Cabral é protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção abafado no STJ e no STF envolvendo a construtora Delta. Sua constante ida a Paris no jatinho particular de Cavendish e na companhia de um de seus secretários, frequentando os restaurantes mais caros, bebendo os melhores vinhos, deslumbrado com a cidade luz, sem meios de usufruir tais regalias que eram bancadas por um bandido, o enriquecimento repentino da esposa por meio de contratos mantidos com empresas privadas que celebraram vários negócios com o governo do Rio, vindo mais tarde a figurar como advogada desses interesses particulares, mesmo o marido estando em pleno exercício do cargo e nada e nem ninguém, muito menos a Globo que recebeu verbas torrenciais do Estado, fizeram qualquer alarido.

Tudo passou em brancas nuvens e Cabral conseguiu gozar de impunidade. Agora novamente Cabral está envolvido em mais um esquema de corrupção. Caiu na teia da Lava Jato. Empreiteiro delator o acusa de cobrar 5% de propina.

Agora me diga: Caso Cabral se posicionasse contrário ao impeachment e orientasse seu filho a votar pela permanência de Dilma na presidência; usasse de sua influência como ex governador para pressionar o PMDB do Rio a seguir a orientação de rejeitar o impeachment, o que teria lhe acontecido?

Todos esses casos de corrupção abafados voltariam à tona com força redobrada. Nestes tempos de Lava Jato, ao primeiro toque de trombeta da mídia, detonando Cabral, Moro mandaria prendê-lo. Aí o que faz Cabral? Salva a pele e Lula e Dilma que se explodam.

À mídia interessa que o congresso esteja cheio de ladrões. Que governadores roubem e o registro de seus roubos fiquem arquivados, pois na hora que ela sinalizar determinado interesse terão de dançar bem miudinho.

Se Cabral fosse um homem probo, sem o rabo preso, poderia exercitar sua lealdade a Lula, a Dilma. Não é, como a metade do congresso. Por não sê-lo, tem que jogar o jogo da mídia que quer o impeachment e ele, assim como os demais, têm que orientar aos que influenciam que assim o façam, senão, meu camarada, sabe como é que é, tu vai cantar bem pianinho. Ou o couro come. É a tua cabeça ou as cabeças deles.

A questão é só essa. Não há outra. Um congresso e uma plêiade de políticos sem mandatos, mas ainda com grande influência, envolvidos em vários esquemas de corrupção que são do conhecimento da mídia. A mídia quer o impeachment. Eles têm que querer também e ponto final. Ou dá ou desce. Isto ou a humilhação pública, a execração, quiçá a prisão.


Delatores da Andrade acusam Cabral de cobrar 5% na reforma do Maracanã

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Dois ex-dirigentes do grupo Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, contaram, em delação premiada, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) exigiu propina das empresas do consórcio responsável pela reforma do Maracanã para a Copa do Mundo; a obra, orçada inicialmente em R$ 720 milhões, custou, ao final, pouco mais de R$ 1,2 bilhão; os dois descreveram como o ex-governador Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a Andrade Gutierrez se associasse às empreiteiras Odebrecht e Delta no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009

http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/231328/Delatores-da-Andrade-acusam-Cabral-de-cobrar-5-na-reforma-do-Maracan%C3%A3.htm