quarta-feira, 11 de maio de 2016

Como a mídia impõe seus interesses sobre políticos corruptos

Me diga como a presidenta Dilma poderia escapar do impeachment se mais da metade do congresso está até o talo enfiado em corrupção?

É sabido que o filho de Sérgio Cabral que é secretário na prefeitura do Rio desincompatibilizou-se do cargo para votar pelo impeachment.

Alguém talvez diga: alta traição a Lula e de fato foi. Nenhum governador privou da amizade de Lula e recebeu tantos recursos quanto Sérgio Cabral. Lula e Dilma não só o reelegeram, como elegeram e reelegeram Paes e ajudou a eleger Pezão. O pacote completo.

Ao fim e ao cabo, o filho de Sérgio Cabral, orientado pelo próprio pai, fez questão de pedir afastamento do cargo de secretário para votar exclusivamente favoravelmente ao impeachment. Por quê?

Porque o pai está em envolvido em graves crimes de corrupção e não de agora. Alguém se lembra da gangue dos guardanapos? Da Delta de Cavendish?

Cabral é protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção abafado no STJ e no STF envolvendo a construtora Delta. Sua constante ida a Paris no jatinho particular de Cavendish e na companhia de um de seus secretários, frequentando os restaurantes mais caros, bebendo os melhores vinhos, deslumbrado com a cidade luz, sem meios de usufruir tais regalias que eram bancadas por um bandido, o enriquecimento repentino da esposa por meio de contratos mantidos com empresas privadas que celebraram vários negócios com o governo do Rio, vindo mais tarde a figurar como advogada desses interesses particulares, mesmo o marido estando em pleno exercício do cargo e nada e nem ninguém, muito menos a Globo que recebeu verbas torrenciais do Estado, fizeram qualquer alarido.

Tudo passou em brancas nuvens e Cabral conseguiu gozar de impunidade. Agora novamente Cabral está envolvido em mais um esquema de corrupção. Caiu na teia da Lava Jato. Empreiteiro delator o acusa de cobrar 5% de propina.

Agora me diga: Caso Cabral se posicionasse contrário ao impeachment e orientasse seu filho a votar pela permanência de Dilma na presidência; usasse de sua influência como ex governador para pressionar o PMDB do Rio a seguir a orientação de rejeitar o impeachment, o que teria lhe acontecido?

Todos esses casos de corrupção abafados voltariam à tona com força redobrada. Nestes tempos de Lava Jato, ao primeiro toque de trombeta da mídia, detonando Cabral, Moro mandaria prendê-lo. Aí o que faz Cabral? Salva a pele e Lula e Dilma que se explodam.

À mídia interessa que o congresso esteja cheio de ladrões. Que governadores roubem e o registro de seus roubos fiquem arquivados, pois na hora que ela sinalizar determinado interesse terão de dançar bem miudinho.

Se Cabral fosse um homem probo, sem o rabo preso, poderia exercitar sua lealdade a Lula, a Dilma. Não é, como a metade do congresso. Por não sê-lo, tem que jogar o jogo da mídia que quer o impeachment e ele, assim como os demais, têm que orientar aos que influenciam que assim o façam, senão, meu camarada, sabe como é que é, tu vai cantar bem pianinho. Ou o couro come. É a tua cabeça ou as cabeças deles.

A questão é só essa. Não há outra. Um congresso e uma plêiade de políticos sem mandatos, mas ainda com grande influência, envolvidos em vários esquemas de corrupção que são do conhecimento da mídia. A mídia quer o impeachment. Eles têm que querer também e ponto final. Ou dá ou desce. Isto ou a humilhação pública, a execração, quiçá a prisão.


Delatores da Andrade acusam Cabral de cobrar 5% na reforma do Maracanã

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Dois ex-dirigentes do grupo Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, contaram, em delação premiada, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) exigiu propina das empresas do consórcio responsável pela reforma do Maracanã para a Copa do Mundo; a obra, orçada inicialmente em R$ 720 milhões, custou, ao final, pouco mais de R$ 1,2 bilhão; os dois descreveram como o ex-governador Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a Andrade Gutierrez se associasse às empreiteiras Odebrecht e Delta no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009

http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/231328/Delatores-da-Andrade-acusam-Cabral-de-cobrar-5-na-reforma-do-Maracan%C3%A3.htm

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